Radar SABER X60

Assuntos em discussão: Exército Brasileiro e exércitos estrangeiros, armamentos, equipamentos de exércitos em geral.

Moderadores: J.Ricardo, Conselho de Moderação

Mensagem
Autor
Sideshow
Sênior
Sênior
Mensagens: 2834
Registrado em: Ter Nov 15, 2005 10:30 pm
Agradeceu: 3 vezes
Agradeceram: 1 vez

Radar SABER X60

#1 Mensagem por Sideshow » Qui Jan 18, 2007 4:31 am

A 1ª Bda AAAe E O PROJETO M01.00

SENSOR RADAR DE DEFESA ANTIAÉREA DE BAIXA ALTURA




Como único Grande Comando de Artilharia Antiaérea do Brasil e com amplo interesse no desenvolvimento de um sensor radar, a Primeira Brigada de Artilharia Antiaérea (1ª Bda AAAe), Brigada General Samuel Teixeira Primo, vem participando do Projeto M.01.00 desde sua concepção, mantendo clara intenção de contribuir em todas as etapas de sua evolução.

Em virtude da lacuna existente na artilharia antiaérea do País decorrente da falta de radares, sobretudo de sensores portáteis capazes de prover a mobilidade necessária a acompanhar mísseis antiaéreos de ombro, a 1ª Bda AAAe elaborou e encaminhou à 4ª Subchefia ao Estado-Maior do Exército (EME), no início de 2004, uma proposta de Requisitos Operacionais Básicos (ROB) para um sistema de tal monta. As profícuas discussões e o acurado estudo de sistemas existentes no mercado culminaram com a publicação pelo EME dos ROB 01/05, Sensor Radar de Defesa Antiaérea de Baixa Altura, em julho de 2005, marco inicial para a definição do produto a ser desenvolvido.

Definidas as necessidades operacionais com clareza, partiu-se para a obtenção dos recursos. O Projeto M01.00 é fruto de parceria entre o Exército Brasileiro e o Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT), com aportes financeiros provenientes da FINEP (Financiadora de Estudo e Projetos do MCT) e execução administrada por convênio travado entre o Departamento de Ciência e Tecnologia (DCT) e a gestora do Projeto, a Fundação Ricardo Franco. O Centro Tecnológico do Exército (CTEx) e o Instituto Militar de Engenharia (IME) são, respectivamente, executor e co-executor do Projeto M01.00.

O Exército Brasileiro (EB), detentor de todo o conhecimento científico-tecnológico do Projeto M01.00, contratou a Orbisat da Amazônia Indústria e Aerolevantamento S.A. para sua execução, por ser uma Empresa com capacitação tecnológica e experiência no desenvolvimento de radares; seu departamento de engenharia, foco dos estudos de desenvolvimento em parceria com o EB, está situado em Campinas-SP.

A primeira fase do Programa do Projeto M01.00, o desenvolvimento, prevê a entrega de dois Protótipos, o Experimental (PE), em fase final de conclusão (outubro de 2006), e o Operacional (PO), a ser concluso até abril de 2007. A diferença entre o PE e o PO reside no robustecimento dos componentes do sistema.

Imagem
PE – SABER X60
Sistema de Acompanhamento de Alvos Aéreos Baseado na Emissão de Radiofreqüência


A segunda fase do Programa do Projeto M01.00, produção do lote piloto de 05 (cinco) unidades, está prevista para agosto de 2007, com término em dezembro de 2008.

Estabelecidos os requisitos e de posse dos recursos disponíveis, surgiu uma proposta factível de execução num prazo muito curto para um projeto desta natureza.

A intenção do Projeto M01.00 é criar uma estrutura sistêmica capaz de integrar os subsistemas da artilharia antiaérea: sistema de controle e alerta, onde se encaixam os meios de detecção por radar, sistema de comunicações, que são meios de transmissão dos dados para os sistemas finalísticos, os sistemas de armas. O quarto sistema, o logístico, também foi contemplado com amplo estudo para suprimento de sobressalentes e fácil manutenção em campanha, baseada em estrutura modular para redução do tempo médio para reparos (MTTR – Mean Time to Repair) e em consonância com os escalões de manutenção do EB; a catalogação também é compatível com o nosso modelo.

A dimensão e diversidade climática do País, somadas ao requisito de emprego do Sensor Radar por tropas estratégicas, resultaram na mobilidade, flexibilidade e facilidade de transporte do Sistema, amoldando o Sensor Radar à estratégia da “presença seletiva”.

Por isso, a proposta do sistema do Sensor Radar visa a atender não apenas à detecção de alvos, função precípua do radar, mas também ao domínio de todo o ciclo de informações com meios eletrônicos automatizados, agilizando a tomada de decisão dos escalões de comando e controle de artilharia antiaérea em tropas de naturezas diversas. Os Centros de Operações de Artilharia Antiaérea (COAAAe) são os órgãos de decisão na AAAe; um COAAAe pode ser subordinado (COAAAe S), ou principal (COAAAe P); o COAAAe P é o de maior escalão presente em uma operação.

Esta é a razão de um tempo de reação extremamente curto para os sistemas de AAAe dotados do Sensor Radar do Projeto M01.00. Considera-se como tempo de reação o lapso medido desde a detecção dos alvos pelo radar até a tomada de decisão pelos oficiais de controle (Of Ct) nos COAAAe, decisão que engloba o engajamento (ou não) do alvo pelas unidades de tiro (U Tir). Portanto, os sistemas antiaéreos dotados do Sensor Radar são capazes de fazer face à velocidade das ameaças aéreas mais modernas.

Há riscos de fratricídios em ambientes de defesa aeroespacial clássica, típica de conflitos externos, ou em defesa aeroespacial para a segurança integrada, como a realizada durante a ASPA (América do Sul-Países Árabes) ou a requerida pelo PAN 2007. Assim sendo, a integração do IFF (Identification Friend or Foe) ao radar primário foi imprescindível, com emprego de Modos civis e militares de operação (1, 2, 3/A e C). A associação do IFF- MCCEA (medidas de coordenação e controle do espaço aéreo) presente na tela do Of Ct reduz ainda mais os riscos de baixas entre as aeronaves irmãs.

Como quaisquer radares possuem limitações de detecção em terrenos acidentados e as lacunas (“zonas de sombra”) são cobertas por postos de vigilância (P Vig) com observação visual, o Sensor Radar recebe e passa dados aos P Vig, eletronicamente, para manter a eficiência temporal da AAAe.

Ao Sensor Radar cabe duas tarefas básicas: a vigilância, capacidade de manter atualizadas as informações da situação para os COAAAe, aí inclusas as MCCEA, os dados de alvos amigos e hostis e a prontidão dos sistemas de armas, por exemplo; e a busca, qual seja de transmitir dados da ameaça aérea para os sistemas de armas antiaéreos com tempo de reação curto o suficiente para lograr êxito no engajamento de alvos aéreos.

Contudo, uma proposta autóctone e sistêmica para a artilharia antiaérea engloba, sem sombra de dúvida, conhecimento dos protocolos físicos de transmissão, daí a escolha do Ethernet, RS 422 e RS-232 (protocolos comerciais), e protocolos de dados de comunicações factíveis para a troca de informações de controle de tráfego aéreo, inclusive com centros de controle da Força Aérea, destacando-se o ASTERIX (All Purpose STructured Eurocontrol Radar Information Exchange).


Convém ressaltar a importância da adoção de softwares de domínio público para todo o Projeto M01.00, condição imperiosa para adequar o Sensor Radar às necessidades da antiaérea do Brasil: softwares livres e com “parametrização” de valores, aliados aos protocolos físicos e de dados controlados facilitam a integração com outros sistemas. Por isso, as configurações iniciais das telas do sistema, feitas inicialmente para integração com o Míssil Portátil Antiaéreo 9K-38 (IGLA), podem migrar para outro sistema de armas, sejam mísseis ou canhões, com facilidade.

Imagem

Desde o início das atividades do Projeto M.01.00, a 1ª Bda AAAe cedeu um oficial de estado-maior, com especialização em artilharia antiaérea e guerra eletrônica, com ênfase para o campo de não-comunicações, para acompanhar, em tempo integral, o andamento dos trabalhos em Campinas-SP. Iniciou-se, assim, um novo processo de integração entre as áreas operacional e científico-tecnológica do Exército, que tem apresentado resultados significativos e marca o nascimento de uma nova etapa nos projetos de desenvolvimento sob a égide do DCT.

É digna de registro a participação, com disponibilidade integral, no Projeto M01.00 de um oficial da Arma de Comunicações, proveniente do Centro Integrado de Guerra Eletrônica (CIGE), também especializado em guerra eletrônica, mas voltado para o campo de não-comunicações. Seu trabalho tornou eficiente a configuração das redes de comunicações e permitiu discussões com a área operacional de artilharia antiaérea para a determinação das medidas de proteção eletrônicas (MPE) do radar.



Outro propósito importante da presença de um artilheiro antiaéreo foi a configuração das unidades de visualização (UV) do operador do radar, do oficial de controle, das U Tir e P Vig, todos estruturados com softwares livres.

Imagem
Tela do Oficial de controle.

Imagem
Tela das U Tir/P Vig.

No Projeto M01.00, o acompanhamento cerrado de oficiais da área operacional, de artilharia antiaérea e de comunicações, propiciou a rápida conversão dos ROB em especificações para a Orbisat, bem como a verificação do seu cumprimento por parte da Empresa, além de permitir reajustes com rapidez. É uma forma inteligente e eficiente de as especificações estarem direcionadas para atendimento do usuário e de obter as características desejadas do sistema.

Imagem

A experiência adquirida no Projeto M01.00 permite inferir que o desenvolvimento nacional, com ampla integração dos segmentos operacional e científico-tecnológico, assegura um modelo de projeto adequado a atender às necessidades da tropa. O conhecimento e domínio das tecnologias empregadas, dos protocolos físicos e de dados de comunicações e o uso de softwares abertos são, entre outras, chaves para a obtenção de materiais de emprego militar (MEM) realmente casados com os interesses do País.

Em breve, o Sensor Radar de defesa Antiaérea de Baixa Altura será dotação dos Grupos e Baterias de Artilharia Antiaérea da Força Terrestre (FT) e executará as funções de vigilância e busca antiaérea, contribuindo, sensivelmente, para o incremento da capacidade dissuasória da Força Terrestre, por ser um MEM sob o controle tecnológico do Brasil.

Eis o caminho pelo qual “vedaremos a que asas estranhas tragam sombra aos nossos horizontes”.

http://www.1bdaaaae.eb.mil.br/Artigo%20Bda%20AAAe.htm




Avatar do usuário
Matheus
Sênior
Sênior
Mensagens: 6182
Registrado em: Qui Abr 28, 2005 4:33 pm
Agradeceu: 341 vezes
Agradeceram: 432 vezes

#2 Mensagem por Matheus » Qui Jan 18, 2007 1:29 pm

Show de bola, uma boa quantidade desse sistema associados a Manpads+BUK+canhões automáticos ficaria interessantíssimo.




rafa_rop
Júnior
Júnior
Mensagens: 71
Registrado em: Sáb Fev 25, 2006 2:24 pm
Agradeceu: 1 vez

#3 Mensagem por rafa_rop » Qui Jan 18, 2007 7:43 pm

..esses sistema eh mais avançado do q o EDT-FILA??

[]'s




SI VIS PACEM, PARA BELLUM
Avatar do usuário
trabuco
Avançado
Avançado
Mensagens: 686
Registrado em: Qui Fev 02, 2006 11:03 pm

#4 Mensagem por trabuco » Qui Jan 18, 2007 8:49 pm

rafa_rop escreveu:..esses sistema eh mais avançado do q o EDT-FILA??

[]'s


Se não for tá dificil...

Com certeza é.




Avatar do usuário
Booz
Sênior
Sênior
Mensagens: 2495
Registrado em: Seg Ago 15, 2005 3:36 am

#5 Mensagem por Booz » Sáb Jan 20, 2007 2:21 am

Desculpem se posso estar "falando" uma besteira, um impropério. Mas, seria possível, se com maior carga propelente, usar o MAA-1 como SAM, linkado a este sistema?
O envelope do "Piranha" poderia fazer envólucro uma aeronave detectada e apontada com este sistema?




Avatar do usuário
henriquejr
Sênior
Sênior
Mensagens: 5449
Registrado em: Qui Mai 25, 2006 11:29 am
Localização: Natal/RN
Agradeceu: 384 vezes
Agradeceram: 433 vezes

#6 Mensagem por henriquejr » Sáb Jan 20, 2007 10:43 am

jp escreveu:Desculpem se posso estar "falando" uma besteira, um impropério. Mas, seria possível, se com maior carga propelente, usar o MAA-1 como SAM, linkado a este sistema?
O envelope do "Piranha" poderia fazer envólucro uma aeronave detectada e apontada com este sistema?


Possivel é, inclusive existia até um projeto para o desenvolvimento de uma versão SAM do Piranha, é facil se achar fotos com prototipos desse projeto na internet.
Cogitava-se que na epoca tanto o Exercito quanto a MB tinham interesse nessa versão do Piranha, não se se ainda estão desenvolvendo ou foi colocado de lado.
Acho que seria positivo o desenvolvimento de uma versão SAM para o Piranha para ser usada principalmente na defesa de bases aéreas e utilizados em uma versão do Urutú III para proteção da infantaria...




Avatar do usuário
Matheus
Sênior
Sênior
Mensagens: 6182
Registrado em: Qui Abr 28, 2005 4:33 pm
Agradeceu: 341 vezes
Agradeceram: 432 vezes

#7 Mensagem por Matheus » Sáb Jan 20, 2007 10:54 am

henriquejr escreveu:
jp escreveu:Desculpem se posso estar "falando" uma besteira, um impropério. Mas, seria possível, se com maior carga propelente, usar o MAA-1 como SAM, linkado a este sistema?
O envelope do "Piranha" poderia fazer envólucro uma aeronave detectada e apontada com este sistema?


Possivel é, inclusive existia até um projeto para o desenvolvimento de uma versão SAM do Piranha, é facil se achar fotos com prototipos desse projeto na internet.
Cogitava-se que na epoca tanto o Exercito quanto a MB tinham interesse nessa versão do Piranha, não se se ainda estão desenvolvendo ou foi colocado de lado.
Acho que seria positivo o desenvolvimento de uma versão SAM para o Piranha para ser usada principalmente na defesa de bases aéreas e utilizados em uma versão do Urutú III para proteção da infantaria...


Acho melhor esperar pelo A-Darter...o MAA-1 só conseguia disparar depois que o alvo passou e com alcance pequeno, talvez com o último modelo do MAA-1 e um booster pode dar certo...




Avatar do usuário
LEO
Sênior
Sênior
Mensagens: 3469
Registrado em: Sáb Fev 22, 2003 6:07 pm
Localização: Campinas/SP
Agradeceu: 1 vez
Contato:

#8 Mensagem por LEO » Sáb Jan 20, 2007 5:38 pm

Realmente se cogitou uma versão SAM do Piranha mas acho que ele foi definitivamente descartado para esta função - pelo menos nessa primeira versão.

Mas um SAM não precisaria se basear obrigatoriamente num AAM... Muitos SAM's de curto alcance são sistemas únicos.

E esperar até o A-Darter será muito tempo para finalmente possuir um sistema de curto alcance de defesa aérea. Se não for possível desenvolver, compra-se um. Porque uma AAAé não pode ser baseada apenas em Iglas e canhões .




"Veni, vidi, vinci" - Júlio Cesar

http://www.jornalopcao.com.br/index.asp ... djornal=43

Every time you feed a troll, God kills a kitten. Please, think of the kittens
Responder