Artilharia anti-aérea

Assuntos em discussão: Exército Brasileiro e exércitos estrangeiros, armamentos, equipamentos de exércitos em geral.

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Guilherme
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Artilharia anti-aérea

#1 Mensagem por Guilherme » Qua Mar 31, 2004 1:14 pm

Estou abrindo este tópico para discutir sobre o tema de artilharia anti-áerea no EB. Gostaria de saber a opinião de vcs, sobre os sistemas que vcs acham q poderiam ser utilizados pelo EB, para curta e média distância: canhões auto-propulsados ou rebocados, MANPADS, lançadores de mísseis auto-propulsados ou rebocados, radares, etc.

Vcs acham que se existissem recursos disponíveis, o Brasil deveria possuir também sistemas para defesa anti-aérea de longa distância (por exemplo, algo como 10 baterias) ?




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Mateus Dias
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#2 Mensagem por Mateus Dias » Qua Mar 31, 2004 2:50 pm

Essa realmente é uma area deficiente en nossa força terrestre. Conversando certa vez com um capitão aqui da EsSA de Três Corações, se não me engano Capitão Franklin, ele me disse que o Igla do arsenal do exército foi uma decepção total. Em vários treinamentos, pelo menos aqui no Sul de Minas ele não funcionou bem. Eles precisam de radares transportaveis para serem mais eficientes....

Acho que um sistema anti-aereo auto propulsado como os Gepards ou Tunguska seriam muito eficientes para nossa força blindada. Poderiam se deslocar junto com os blindados para uma proteção adequada, coisa que não existe hoje.

Para defesa de bases ou instalações, existem várias opções. Os israelenses lançaram agora um sistema terra-ar baseado no phyton e derby em conjunto. Mas parece que o sistema Rapier modernizado é bem acessível.




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#3 Mensagem por Brasileiro » Qua Mar 31, 2004 5:36 pm

Eu defendo que sejam subsituída a artilharia anti-aérea por compelto.
No mínimo, uma revisão geral.
Comprar novos canhões deve ser a melhor opção. E, no caso, substituir em alguns casos os canhões pelos MANPADS, como o Mistral, o custo/benefício seria muito melhor.
Li em um texto que as "câmaras" dos canhões estavam sofrendo um prolema, pois estavam ficando oval, pela falta de manutenção, e algumas peças que eu não me lembro o nome estavam se fundindo.
Substituir a artilharia por sistemas como o Tunguska é muito bom, pois já existe um país operador desse sistema na américa latina.

Sobre os radares, eu acho que está bom demais, já existem os EDT-FILA.
que gerenciam muito bem os tiros de canhão. poderiam ser adquiridos mais algumas poucas.

Sobre o longo alcance, sou a favor de um sistema de míssil como o Buk, ou o S-300, (o Patriot é muito caro) para defender o Distrito Federal, e o Rio de Janeiro (incluindo o Angra dos Reis).

Alguém aqui sabe se existe alguma unidade que serve para defender as Usinas de Angra dos Reis?


abraços




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#4 Mensagem por Brasileiro » Qua Mar 31, 2004 5:48 pm

Se vocês quiserem ler preciosas informações sobre a artilharia anti-aérea do Exérico Brasileiro, não deixem de conferir o seguinte lynk:

http://www.esacosaae.ensino.eb.br/pad/reestrut.doc

neste lynk, você fará o download de um arquivo onde esterão dados, problemas, e soluções para artilharia anti-aérea brasileira.




abraços




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#5 Mensagem por Spetsnaz » Qua Mar 31, 2004 5:51 pm

Brasileiro escreveu:Eu defendo que sejam subsituída a artilharia anti-aérea por compelto.
No mínimo, uma revisão geral.
Comprar novos canhões deve ser a melhor opção. E, no caso, substituir em alguns casos os canhões pelos MANPADS, como o Mistral, o custo/benefício seria muito melhor.
Li em um texto que as "câmaras" dos canhões estavam sofrendo um prolema, pois estavam ficando oval, pela falta de manutenção, e algumas peças que eu não me lembro o nome estavam se fundindo.
Substituir a artilharia por sistemas como o Tunguska é muito bom, pois já existe um país operador desse sistema na américa latina.

Sobre os radares, eu acho que está bom demais, já existem os EDT-FILA.
que gerenciam muito bem os tiros de canhão. poderiam ser adquiridos mais algumas poucas.

Sobre o longo alcance, sou a favor de um sistema de míssil como o Buk, ou o S-300, (o Patriot é muito caro) para defender o Distrito Federal, e o Rio de Janeiro (incluindo o Angra dos Reis).

Alguém aqui sabe se existe alguma unidade que serve para defender as Usinas de Angra dos Reis?


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#6 Mensagem por Guilherme » Qua Mar 31, 2004 6:51 pm

Spetsnaz escreveu:
Brasileiro escreveu:Eu defendo que sejam subsituída a artilharia anti-aérea por compelto.
No mínimo, uma revisão geral.
Comprar novos canhões deve ser a melhor opção. E, no caso, substituir em alguns casos os canhões pelos MANPADS, como o Mistral, o custo/benefício seria muito melhor.
Li em um texto que as "câmaras" dos canhões estavam sofrendo um prolema, pois estavam ficando oval, pela falta de manutenção, e algumas peças que eu não me lembro o nome estavam se fundindo.
Substituir a artilharia por sistemas como o Tunguska é muito bom, pois já existe um país operador desse sistema na américa latina.

Sobre os radares, eu acho que está bom demais, já existem os EDT-FILA.
que gerenciam muito bem os tiros de canhão. poderiam ser adquiridos mais algumas poucas.

Sobre o longo alcance, sou a favor de um sistema de míssil como o Buk, ou o S-300, (o Patriot é muito caro) para defender o Distrito Federal, e o Rio de Janeiro (incluindo o Angra dos Reis).

Alguém aqui sabe se existe alguma unidade que serve para defender as Usinas de Angra dos Reis?


abraços


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Tbm acho que poderiam ser instaladas baterias de S300 ou Buk nestes locais:

- Centro de Controle Geral do SIVAM - Brasília;
- Centros Regionais de Vigilância do SIVAM - Manaus, Porto Velho, Belém.




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#7 Mensagem por Brasileiro » Qui Abr 01, 2004 5:29 pm

Mas eu acho que esses mísseis de longo alcance só deveriam ser instalados em lugares de estrita importância, como:

_Distrito Federal (presidência da república, centro da política, proximidade da base de Anápolis)
_Rio de Janeiro (bases aéreas, turismo , arsenal da marinha, indústrias)
_Alguma base cregional do SIVAM (uma só, a principal além de Brasília)
_E no máximo outra no CLA ou Usina de Itaipú

Do resto, uma artilharia bem equipada de canhões e MANPADS, e guiadas de um sistema como o EDT-FILA, acho que defenderiam muito bem algum outro ponto, como São Paulo. Pois esse tipo de arma e muito cara para a nossa realidade.


abraços




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#8 Mensagem por Guilherme » Qui Abr 01, 2004 6:50 pm

Brasileiro escreveu:Mas eu acho que esses mísseis de longo alcance só deveriam ser instalados em lugares de estrita importância, como:

_Distrito Federal (presidência da república, centro da política, proximidade da base de Anápolis)
_Rio de Janeiro (bases aéreas, turismo , arsenal da marinha, indústrias)
_Alguma base cregional do SIVAM (uma só, a principal além de Brasília)
_E no máximo outra no CLA ou Usina de Itaipú

Do resto, uma artilharia bem equipada de canhões e MANPADS, e guiadas de um sistema como o EDT-FILA, acho que defenderiam muito bem algum outro ponto, como São Paulo. Pois esse tipo de arma e muito cara para a nossa realidade.


abraços


Mas além desse de longo alcance e dos MANPADS/canhoes guiados por radar, tambem seria necessario, na minha opiniao, alguns sistemas de curto/medio alcance, auto-propulsados ou rebocados, que em caso de conflito pudessem ser rapidamente distribuídos pelas áreas onde forem necessários. Não precisaria ser uma quantidade enorme desses sistemas de curto/medio alcance, acho que algo como 15 ou 20 baterias seria suficiente. Concordo com vc quanto aos sistemas de longo alcance: por serem muito caros, apenas algumas baterias nos locais mais estratégicos seriam instaladas.




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#9 Mensagem por Fuznav » Sex Abr 02, 2004 1:36 am

Bem galera eu acho q vcs desconhecem um plano do exército q está em estudo q seria a utilização dos mísseis Piranha na versão terra-ar (como o antigo Chaparral norte americano), caso seja aprovado o EB deverá comprar 30 baterias, ou seja, 120 lançadores.
Tb acho q a compra d umas 10 baterias d longo alcance(200 kms) como as russas bastante interessante.
No mais os canhões utilizados no EB tb são uma boa solução p/a defesa d ponto, juntamente é claro com os radares fila.

Abraços.




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#10 Mensagem por Guilherme » Sex Abr 02, 2004 8:23 am

Fuznav, alguns desses canhoes anti-aereos do EB são usados desde 1976. Precisarão ser trocados em breve, pois como o Brasileiro disse, estão com sérios problemas.




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#11 Mensagem por Fuznav » Sex Abr 02, 2004 11:53 am

É verdade Guilherme, mas alguns canhões d 35 mm são mais recentes, quanto ao problema citado tem razão. A minha sugestão é apenas manter alguns ou comprar novos já q são mais baratos do q os mísseis e no momento d penúria total q nós vivemos nas FA´s tá complicado.

Valeu.




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#12 Mensagem por Guilherme » Sex Abr 02, 2004 12:24 pm

Concordo. Acho que temos que esperar a definição dos projetos de modernização da FAB, que é a mais obsoleta das 3 forças, para depois vermos recursos alocados para a modernização do Exército e da Marinha.




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#13 Mensagem por Brasileiro » Dom Abr 04, 2004 11:59 am

Olha só, o texto é meio atigo, mas vale a pena:Sistemas Terrestres de Baixa e Muito Baixa Altura

de Artilharia Antiaérea

Tradução de EDSON RIBEIRO DOS SANTOS JUNIOR – CAP ART instrutor da EsAO




APRESENTAÇÃO

Este texto é um resumo da tradução do artigo Land-based Vshorad and Shorad Systems da publicação suíça ARMADA INTERNATIONAL, edição de abril/maio de 2002.

Refere-se à Artilharia Antiaérea (AAAe) à baixa altura. O artigo, além de relacionar quase todos materiais empregados na atualidade, propõe uma "divisão" do espaço aéreo ligeiramente diferente do que preconiza a doutrina do Exército Brasileiro, segundo a qual a ameaça aérea atua à baixa altura (até 3000m), média altura (de 3000m a 15000m), grande altura (de 15000 ao limite da atmosfera) e altura orbital (da atmosfera em diante).

Segundo o artigo, a baixa altura ainda merece uma subdivisão em "muito baixa altura". Os motivos pelos quais isso deve ser feito e os sistemas a serem empregados - aí incluídos armamentos, munições e sensores - contra às novas ameaças aéreas é que serão objeto da tradução a seguir.



2. GENERALIDADES

A proteção de alvos terrestres de grande valor contra ataques de aeronaves de asa rotativa ou fixa e de mísseis de cruzeiro demandam um sistema de defesa aérea integrado em múltiplas camadas. Para essas ameaças, que penetrarem em um raio de 20 Km do alvo, deveria haver uma série de obstáculos com mísseis de curto alcance (10 Km), mísseis de muito curto alcance (4 Km) e armas automáticas (canhões ou metralhadoras) na fase final, mais próximas ao elemento defendido.

Não pode haver dúvida que a natureza da defesa aérea está mudando da mesma maneira que as ameaças estão aumentando o emprego de mísseis que voam a baixa altitude em velocidade supersônica lançados em ataques stand-off , o que faz a interceptação da ameaça aérea mais difícil.

Uma efetiva defesa aérea começa a ficar dependente de uma detecção antecipada do alvo através do emprego de radares de grande altitude, fornecidos por aeronaves com radares de alerta antecipado, complementados com radares-de-tiro e vários sistemas de alerta que sejam capazes de detectar alvos relativamente pequenos, com grande velocidade, grande manobrabilidade e pequena assinatura em ambiente de guerra eletrônica.




A ARMA

Uma conseqüência inevitável da mudança da ameaça aérea é que o papel da arma AAe automática terá de ser modificado, embora não seja possível eliminá-lo. A época em que as aeronaves tinham que sobrevoar os alvos para realizar um ataque com munições que se valiam da gravidade já passou, pelo menos na maioria das operações mais recentes.

Mesmo com blindados, a ameaça aérea pode tomar a forma de um míssil supersônico lançado por um ataque pop-up de um helicóptero localizado a 8 Km, embora este tipo de ataque geralmente necessite de uma designação laser. Nenhum blindado possui uma defesa eficaz contra este tipo de ameaça, porém, teoricamente, no futuro, este alvo se esconderia do míssil e lançaria um potente laser contra o míssil e um outro míssil para caçar o helicóptero automaticamente.

A arma - canhão automático - possui algumas vantagens. Se comparada aos mísseis, tem um custo relativo menor, além de poder engajar alvos pequenos em muito curto alcance, com um tempo de reação reduzido. Outra vantagem é que os mísseis podem ser iludidos ou destruídos, o que não ocorre com granadas de canhões AAe, que são totalmente imunes.

3.1 Munição Ahead

Um exemplo notório é a munição Ahead da Oerlikon Contraves, que emprega um projetil o qual detona num momento calculado próximo ao alvo. Para maior precisão, a velocidade de cada projetil é medida e o tempo de detonação é registrado automaticamente em cada granada de acordo com as velocidades do projetil e do alvo. A munição Ahead combina, portanto, maior letalidade com maior imunidade a interferências.

À altura desta munição, a Oerlikon Contraves desenvolveu o canhão de 35mm da série KDA, amplamente utilizado pela família GDF de armas germinadas, utilizadas em vários carros-de-combate de AAAe. Sua aplicação principal é no sistema Skyshield 35, com um radar de busca e de tiro na banda X e com a típica montagem de quatro armas geminadas. O radar pode engajar vinte alvos simultaneamente, com a capacidade de detectar um míssil com tecnologia stealthy com uma seção reta-radar de apenas 0.02 m² a 6 Km. O Skyshield é eficiente contra helicópteros a mais de 4 Km, contra mísseis ar-terra a 3 Km e contra bombas de precisão a 2 Km. Dentre os países compradores inclui-se a China, que está construindo sua própria versão com a designação Type 902, combinando as armas 35mm com seus mísseis superfície-ar PL-9.



4. SENSORES PASSIVOS

O uso de radares de defesa antiaérea (D AAe) tem ficado mais perigoso em função do emprego de mísseis anti-radiação de alta velocidade, que mesmo sofrendo interferência, podem continuar o ataque seguindo a direção da última posição do alvo armazenada.

O advento dos mísseis anti-radiação - e agora dos drones ainti-radiação - está provocando o uso de sistemas de busca e traqueamento infravermelho (Infrared Search and Atack - IRST), como o da Thales Optronics Adad... Este sistema entrou em produção em 1992 para o Exército Britânico. A mais significativa exportação foi para o Exército Alemão a fim de equipar blindados AAe armados com mísseis Stinger.

4.1 SISTEMA PROTECTOR

A PilKington Optronics desenvolveu o sistema Protector, que emprega o Adad acoplado a uma unidade de aquisição e traqueamento eletro-ótica, composta de uma câmara automática e um dispositivo laser de medir distâncias. Este sistema pode fornecer o posicionamento preciso de alvos para mais de seis armas. Há também um dispositivo que trabalha com imagem termal para fornecer o traqueamento de alvos em operações noturnas. As armas KDA 35mm da Oerlikon Contraves possuem este dispositivo.



4.2 SISTEMA MIRADOR

Outro sistema de busca e traqueamento passivo é o Thales Munitronics Mirador, que possui uma câmera de TV acoplada. Este sistema pode ser montado em uma viatura ou em um trailer e pode ser usado também juntamente com um radar de vigilância. O primeiro comprador foi a Venezuela, que emprega o sistema Mirador com os radares dos sistemas de armas Otobreda 40mm e dos mísseis Rafael Barak.

Outros sistemas optrônicos de controle de tiro incluem o Oerlikon Contraves Gun King, acoplados aos sistemas de armas 35mm, que foram comprados por Singapura e Polônia.




MUNIÇÃO
As armas de defesa antiaérea podem sofrer um upgrade com o desenvolvimento de munições e sistemas de controle de tiro tecnologicamente mais avançados. Modernas munições têm sido desenvolvidas e mesmo a partir de 12.7mm de calibre já se pode obter alto efeito contra alvos como helicópteros ou mísseis de cruzeiro.

As munições de múltiplo emprego têm conquistado um importante espaço nas munições AAe, como as perfurantes/incendiárias. Destacam-se as munições Api2000 da Eurometaal e a Raufoss NM 140. Esta última é fabricada pelos Estados Unidos da América (EUA) e possui as seguintes características: dispersão média de apenas 15 cm a 550 m, pode penetrar em uma blindagem de até 11mm, com 45º de inclinação a um alcance de 1000 m. Outra munição digna de nota é a Olin 12.7mm Slap, que, com estilhaços de 7.7mm de tungstênio, pode penetrar 19 mm de blindagem com um alcance de 1500 m.

5.1 BALINS

O uso de balins contendo urânio em seu núcleo tem aumentado. A alta velocidade de penetração que ocorre na fragmentação no momento do impacto é extremamente eficaz contra aeronaves. Alguns exemplos de FAPDS incluem a Oerlikon PMB 098, que foi testada no Canadá e classificada como a mais eficaz munição contra helicópteros utilizada pelo canhão 25mm Boeing M242 Bushmaster Chain.

A grande velocidade atingida graças a esta tecnologia permite que o projétil alcance 4000 m em 3.5 seg, mais veloz se comparada ao modelo comum 35mm, que atinge o mesmo alcance em 6.0 seg. Já se fabricam munições da família de 25mm a 35mm FAPDS, com velocidade inicial de 1150 a 1400 m/s. O uso desse tipo de munição permite uma economia de 30 a 50% menos granadas, comparando-se a granadas explosivas.

Uma das mais importantes tendências do mercado de defesa nos anos 90 foi o upgrade de equipamentos ocidentais mais antigos. No campo das munições, esta tendência pôde ser exemplificada com a munição 23mm da Oerlikon Contraves utilizada na arma AAAe ZSU-23-4 Shilka. Com a nova tecnologia, a granada passou a atingir a velocidade inicial de pelo menos 1200 m/s e uma duração de trajeto de apenas 2.1 seg para um alcance de 2000m.



6. UPGRADES

Falar as três letras "ZSU" para qualquer piloto que tenha sobrevoado áreas conturbadas do leste europeu ou da Ásia provocará nele, inevitavelmente, calafrios. De origem soviética, o carro de combate, armado com quatro canhões AAe, ZSU-23-4 Shilka Spaag surgiu em 1965, mas ainda permanece em serviço graças a upgrades, particularmente nos sistemas eletrônicos.

O Shilka rapidamente ganhou respeito em função das características do radar e da eficiência dos quatro canhões. Acredita-se que este armamento foi responsável por abater mais de cem aeronaves israelenses em 1973 na Guerra do Yom Kippur. Aproximadamente 8000 Shilkas foram produzidos para forças armadas de 30 países e um grande número de upgrades tem sido negociado atualmente.

A introdução de um radar digital com a inclusão de um sistema de direção de tiro computadorizado também digitalizado foram os principais itens da repotencialização do material, o que permite ao Shilka traquear alvos voando a alturas de apenas 25m e engajar pequenos alvos de elevada manobrabilidade voando a mais de 1.5 mach. Isso permitiu aumentar o coeficiente de letalidade em 60%, diminuir o tempo de reação e tornou o armamento menos vulnerável à contra-medidas eletrônicas.

As melhorias, no entanto, não se esgotaram. Várias outras providências foram tomadas, como proteção contra minas, melhoria do carro-de-combate, inclusão de lançadores de fumígenos, introdução de um sistema optrônico que permite o Shilka operar sem emissão eletro-magnética com um designador de distância a laser com alcance de 7000m. Este sistema, por exemplo, é capaz de traquear um F-16 a 20 Km e identifica-lo a 10 Km.

6.1 INCLUSÃO DO MÍSSIL IGLA

Versões futuras incluem a introdução do míssil terra-ar Igla (SA-18) com um sistema optrônico dedicado, que permitirá um alcance eficaz de 5000 a 7000m. Esse tipo de desenvolvimento é dirigido primeiramente para ataques pop-up de helicópteros além de 400 metros de alcance das armas. O Centro Científico do Estado Ucraniano para Armas de Artilharia e Fuzileiros desenvolveu um sistema composto de um radar novo com seis Iglas.

O ZSU-23-4M5, resumido acima, parece ser uma extensão do ZSU-23-4M2 atualizada que vem sendo utilizada pelo Exército Russo. Outra proposta russa é substituir a arma de quatro 23mm pela de dois 30mm Tulamashzavod - canhão 2A38M utilizada pelo 2S6M Tunguska - que foi desenvolvido para substituir o Shilka.

6.2 RADARES ORIENTAIS

A Thales Munitronics desenvolveu um radar baseado no Exército da ex-Alemanha Oriental.

A antiga Alemanha Oriental forneceu os 500 canhões auto-rebocados de dois canos operados manualmente usados pelo Exército Grego. Uma atualização que vem sendo desenvolvida pelo consórcio Arsco formado pelo Scorpion grego e a Arsenal Búlgara. Na primeira fase, o sistema manual da arma foi substituído pelo mecanismo controlado por joystick. Na segunda fase, até seis armas seriam controladas por um sistema de tripé de encaixe de alvo de curso remoto, combinando uma unidade eletro-ótica com uma busca de alcance a laser.



6.3 O MÍSSIL GROM

Na metade da década de 60, o polonês ZM Tarnow produziu o ZU-23-2. A última variação foi o ZUR-23-2TG, desenvolvido juntamente com OBR SM Tarnow. O sistema é composto por duas lançadoras com o míssil leve Grom, que pode ser controlado por controle remoto.

Em 1999, SM Tarnow revelou o Sopel Spaag, que substitui o ZU-23-2 composto por um sistema optrônico de traqueamento e quatro mísseis Grom prontos para o disparo.

A idéia de adicionar mísseis superfície-ar a canhões também foi adotada na Itália, onde um sistema de defesa antiaérea foi desenvolvido pela a Otobreda com o conhecido 40 mm Fast Forty ou Twin Fast Forty, equipado com lançadoras de mísseis Stinger. A nova unidade de fogo seria usada com observação local e sistema de encaixe tal como o Otobreda/Contraves Rascal da Itália , o Thales Munitronics Flycatcher MK2, ou o da Oerlikon Contraves Skyguard MK2 ou MK3.

O Skyguard MK3 está modernizado empregando alguns componentes críticos do Skyshield, basicamente com a remuniciadora e o novo radar Oerlikon Contraves, que pode detectar alvos a 20Km.

A Otobreda também espera renovar seus conceitos do sistema de 76mm Spaag, o qual foi baseado no chassi do carro de combate Palmaria, que carrega seu próprio radar. O novo desenho da Amrad poderá empregar uma armação de torre de tiro mais fina e um sistema de controle de tiro eletro-ótico. A conseqüente economia de peso faria com que esse se encaixasse no sistema Amrad com veículo móvel tais como o Centauro ou Piranha. As opções do Amrad incluem a adição de mísseis Stinger.

Muitos projetos de sucesso estão baseados em armas de 35mm. Por exemplo, a série KDA da Oerlikon Contraves é usada no Gepard, Marksman e no Type 87 do Japão.



7. SISTEMAS HÍBRIDOS

A idéia de combinar canhões e mísseis em uma única unidade de tiro é particularmente atrativa no contexto do sistema de defesa antiaérea e foi implantada há anos pela então União Soviética.

O mundo ocidental passou a adotar sistemas híbridos depois da União Soviética. Porém, ao fazê-lo, adotou sistemas mais leves, inclusive em viaturas leves sobre rodas.

7.1 O TUNGUSKA

Um dos líderes nesse campo é o Ulyanovsk-built 2S6M1 Tunguska-M1, que foi desenvolvido para a defesa AAe de formações blindadas e motorizadas. É composto por dois canhões de 30mm e oito mísseis SA-19.

Os canhões têm alcance máximo de 4000m, enquanto que os mísseis atingem 8.000m.

Os canhões podem disparar em movimento, embora seja necessária uma parada para lançar mísseis.

Além de um sistema ótico de pontaria, o Tunguska conta com um radar de busca na banda E com 18 Km de alcance. A Índia importou algumas unidades desse material.

7.2 O PANTSIR

O Ulyanovsk-built Pantsir S1 é uma modernização do Tunguska, oferecendo um engajamento mais afastado e permitindo que tanto canhões como mísseis sejam disparados em movimento.

Sua utilização é basicamente para defesa de pequenas instalações militares ou industriais.

Além de modificações nos canhões, o número de mísseis, em relação ao Tunguska passou de oito para doze. O novo radar obteve a capacidade de engajar alvos a 30.000m, além de poder traquear um alvo com o radar e outro com o sistema optrônico.

7.3 O AVENGER

O ocidente não possui nenhum material semelhante ao Tunguska ou ao Pantsir. Recentemente, os veículos leves com grande mobilidade passaram a representar a tendência de emprego do material AAe.

O principal sistema híbrido de defesa AAe da América é o Avenger. O sistema é composto por uma torre estabilizada montada em uma viatura sobre rodas 4X4. O armamento principal consiste em 8 mísseis Stinger prontos para atirar, com alcance de 8 Km. Entretanto, a torre do Avenger também possui uma metralhadora de 12.7mm com 200 tiros para alvos a curto alcance.

Um moderno sistema ótico de detecção permite a operação em qualquer tempo e hora, inclusive à noite, além de poder receber o alerta ou designação automática de alvos de sensores externos.

Até 3 Avengers podem ser transportados ao mesmo tempo por um C-130. Um UH-60 ou um CH-47 pode helitransportar uma peça. O primeiro contrato foi assinado em 1987. O Avenger é utilizado atualmente pelo Exército Americano, pelos Mariners e pela Guarda Nacional Americana. Foi empregado em combate em 1991, na Guerra do Golfo, e seus importadores incluem o Egito e Taiwan.

7.4 O LINEBACKER

Concebido após o Avenger, o Linebacker foi desenvolvido para o Exército Americano em 1995.

Montado sobre o blindado Bradley, usando o mesmo sistema de controle de tiro do Avenger, o sistema é composto por 4 mísseis Stinger pronto para disparo e mais 6 para serem remuniciados. Conta também com um canhão de 25mm da Boeing Bushmaster.

O consórcio dos Sistemas de Defesa Russo exibiu recentemente um modelo de veículo blindado leve armado com 8 mísseis Igla e duas metralhadoras 7.62mm.



8. LANÇADORES LEVES DE MÍSSEIS AAe

A primeira lançadora de mísseis de ombro foi fabricado pela General Dynamics, que produziu o míssil AAe Redeye, o qual inspirou a versão soviética do míssil Strela (SA– 7).

8.1 O STRELA

A versão mais moderna deste míssil valia-se de sistema de guiamento infra-vermelho. Foi largamente exportado, particularmente na década de 70, com mais de 50.000 mísseis entregues a 56 países. Apesar de encontrar-se em serviço em alguns países, apresenta sérias dificuldades no sistema de guiamento em função da sensibilidade de detecção e acompanhamento do alvo. Seu alcance máximo é de 2.300m.

8.2 O IGLA

Atualmente, encontra-se em serviço mais de uma versão do míssil Igla. Dentre elas, o SA – 16 é considerado, pelo fabricante, uma versão de segunda geração. Uma das características encontradas já a partir do SA – 16 é a utilização do combustível residual como complemento à carga de destruição do alvo.

O Igla-1 foi desenvolvido com base na experiência adquirida com o míssil Strela-2M. Conflitos ocorridos no início dos anos 80, no Afeganistão e Líbano, serviram de laboratório e mostraram que o Igla-1 era completamente ineficaz quando a aeronave-alvo lançava flares. O Igla-1 está em serviço em 32 países, incluindo Índia, Irã, Malásia, Coréia do Norte e Singapura.

No Iraque, os Igla-1 foram responsáveis pela destruição de quatro aeronaves AV-8B dos US Mariners, durante a Guerra do Golfo.

O Igla-1 evoluiu e chegou-se a terceira geração da família Igla com o SA – 18. A inserção de um sistema de refrigeração da cabeça-de-guerra a base de nitrogênio melhorou em muito a aquisição do alvo, buscando eliminar a deficiência frente a lançamento de flares. Em síntese, o novo sistema permite uma comparação lógica entre as emissões de calor, permitindo ao míssil descriminar o alvo do "chamariz" e selecionar a aeronave. Outras melhorias de guiamento e pontaria também foram introduzidas.

O Igla tem uma velocidade média de mach 1.76, um alcance de 500 a 5.200m e um modo de operação extremamente simples.

Se comparado ao Strela-2M, a probabilidade de acerto cresce de 30 para 60%, ou de 0 para 40% em ambiente de contra-medidas. A velocidade de um alvo factível cresce de 0.76 para 1.17 mach.

Testes realizados pela África do Sul comparando o Igla e o Stinger produziram um relatório, segundo o qual o Igla mostrou uma superioridade.

O fabricante, além do sistema de lançamento de ombro, oferece um tripé duplo que pode ser montado no chão ou em viaturas sobre rodas, que permite o lançamento simultâneo dos dois mísseis.

Em 2001, numa exposição realizada em Moscou, foi apresentada uma torre carregando 8 mísseis Igla.

Na década de 90, a polonesa ZM Mesko desenvolveu um concorrente para o Igla-1, cujo protótipo foi o Grow-1. Este míssil entrou em serviço no Exército Polonês em 1996 e vem sendo empregado na Iuguslávia para apoiar operações da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO).

8.3 CHINA

As séries dos mísseis russos Strela e Igla inspiraram vários projetos de mísseis. Na China, o desenvolvimento dos mísseis QW-1 e QW-2 e, mais recentemente, do FN6 comprovam esta tendência. Destaca-se que, além da fabricação de mísseis, a melhoria de tecnologias, particularmente de sistemas guiamento e IFF. Estes avanços permitiram que os mísseis chineses tivessem êxito no engajamento de aeronaves em baixa altura.

8.4 STINGER

O míssil Stinger entrou em serviço em 1982. Produzido inicialmente pela General Dynamics, este míssil veio a superar o míssil Redeye.

Relatórios sugerem que mais de 1.000 Stingers foram fornecidos pela CIA aos rebeldes anti-socialistas afegãos entre junho de 1986 e abril de 1988, num custo de aproximadamente 30 milhões de dólares.

Em 1989, o Stinger sofreu uma sensível melhora no motor de propulsão e no sistema de guiamento, que foram testados em combate durante a Operação Tempestade do Deserto em 1991.

Após o conflito, porém, outras melhorias foram providenciadas fazendo com que a precisão e o perfil de vôo melhorassem ainda mais. Tais medidas tornaram o míssil menos vulnerável a contra-medidas.

Recentemente, a Reytheon entregou mais de 41.000 mísseis Stinger-RMP e atualmente está trabalhando em um contrato de mais de 89 milhões de dólares para fornecer uma versão ainda mais moderna para Grécia, Itália e Grã Bretanha.

O Stinger é utilizado pelo Exército Americano e Mariners e pelas forças armadas de 18 outras nações.

Com acessórios que o permitem operar à noite (PAS-18), o desenvolvimento de um lançador duplo - a exemplo do Igla - que permite lançar dois mísseis simultâneos a fim de se contraporem a duas aeronaves atacando muito próximas tem sido o enfoque buscado.

Como já foi visto anteriormente, o Stinger é empregado em vários veículos, onde se inclui o Avenger e o Bradley-Linebacker. Uma versão futura do Avenger está sendo trabalhada no protótipo Asrad-R, o qual é baseado no blindado M 113 para transporte de pessoal, composto de radar, quatro mísseis RBS 70, que possui alcance de 7.000m. Este sistema, com variações do veículo, tem sido do interesse da Finlândia e Polônia.

8.5 IRIS-T

Uma nova geração de mísseis para serem empregados numa faixa classificada de muito baixa altura (Vshorad) tem sido buscada pela Eads/LFK em combinação com a BGT. Esses mísseis teriam uma aerodinâmica modificada, um sistema de lançamento diferenciado e uma busca do alvo baseada na "varredura" tanto do espaço aéreo quanto do solo. O principal objetivo é engajar alvos em vôo de contorno ou de combate, particularmente helicópteros.

O Exército Alemão, que tem interesse neste projeto, manifestou a tendência de que, a longo prazo, todos os seus sistemas de defesa aérea sejam capazes de operar de forma passiva, buscando evitar a ameaça de mísseis anti-radiação. As empresas envolvidas no desenvolvimento dos mísseis a muito baixa altura também estão trabalhando neste sentido.

8.6 CHAPARRAL

O mais recente sistema de defesa AAe móvel de mísseis infravermelhos é provavelmente o M-48 Chaparral.

Este míssil tem a possibilidade de detectar o alvo através de sistemas óticos, com possibilidade de utilização de flir e já passou por modernizações, particularmente no sistema de busca e guiamento.

Atualmente, está em serviço no Exército Americano e em cinco outros exércitos, além da Marinha de Taiwan. A Estônia tem demonstrado interesse na aquisição do excedente do Exército Americano, enquanto o Egito e o Exército de Taiwan demonstraram a intenção de comprar uma versão mais moderna do míssil.



9. TRIPÉS DE LANÇAMENTO

A grande precisão fornecida pelo dispositivo infravermelho (se comparado ao guiamento radar) fez com que fosse viável o desenvolvimento da 1ª geração de mísseis de ombro, devido ao peso leve requerido pela cabeça de guerra. No entanto, a necessidade de manter o peso do míssil e da lançadora abaixo dos 20 Kg resultou numa arma capaz de apenas danificar o alvo, com poucas chances contra aeronaves mais bem protegidas como a SU-25, por exemplo.

Neste sentido, o uso do tripé de lançamento permite o emprego de uma cabeça de guerra mais pesada, diminui a fadiga do operador e facilita a utilização de fontes externas. Um dos líderes nesse campo é o míssil Mistral, que emprega dispositivo infravermelho e pode engajar alvos supersônicos a até 6.000m.

9.1 MISTRAL

Originalmente desenvolvido pela empresa Matra, o Mistral entrou em serviço em 1987.

Pesando 20 Kg, o Mistral não pode ser lançado do ombro do operador, embora seu manuseio seja simplificado em função da unidade de lançamento portátil que possui.

A variedade de plataformas de lançamento (naval, aérea através de helicópteros e terrestre) é responsável pelo sucesso comercial desse míssil. Mais de 16.000 unidades já foram encomendadas por 36 forças armadas de 25 países.

A plataforma terrestre do Mistral sofreu uma sensível melhoria desde as primeiras a serem produzidas. Tal medida resolveu uma das maiores deficiências dos mísseis de peso leve - incluídos o Igla e o Stinger de ombro. Na verdade, enquanto a vantagem de tais mísseis é a sua extrema mobilidade, o operador tem uma grande dificuldade de identificar uma ameaça a baixa altura, particularmente se seu campo de visão for limitado. As melhorias adicionadas ao sistema permitem ligações via cabo ou rádio para um centro de operações, fornecendo sinais de áudio que aumentam quando o míssil está apontado na direção certa e diminui quando passa a ficar fora do alvo.

Depois de 15 anos de emprego, o fabricante apresentou o Mistral-2 na Eurosatory 2000. Esta nova versão apresenta maior rapidez de reação, maior flexibilidade e alcance. Por outro lado, por razões não reveladas, as entregas dessa nova versão foram canceladas por quase um ano.

9.2 RBS 70 & 90

O míssil RBS 70 da Saab Bofors Dynamics emprega o guiamento laser, buscando uma maior proteção contra interferências.

A cabeça de guerra deste míssil combina, além da carga de detonação, mais de 3.000 balins de tungstênio de 3 milímetros de diâmetro.

Se usado para auto-defesa contra veículos terrestres, a carga de detonação pode penetrar a blindagem.

O RBS 70 tem a capacidade de engajar aeronaves de asa rotativa ou de asa fixa, no alcance de até 6.000m, aumentado para 7.000m na versão MK2.

O RBS 90 combina dois mísseis na versão MK 2 com a visão servo-controlada, que associa um flir com televisão de traqueamento.O RBS pode ser ligado ao radar de vigilância Giraffe 75 da Ericson.

Cerca de 1.500 lançadores de RBS 70 / 90 e 15.000 mísseis foram fabricados para 13 nações.

Uma versão mais atualizada do RBS 70 MK2 foi desenvolvida. Ainda com sistema de guiamento a laser, novos componentes eletrônicos e um novo motor de sustentação com um propelente de melhor performace tornaram o míssil mais apto a engajar alvos com baixa assinatura, mais manobreiros e com maior nível de proteção. O alcance passou a ser de 8.000m, ao mesmo tempo que a duração de trajeto foi reduzida. Ao engajar helicópteros blindados, a cabeça de guerra pode penetrar cerca de 200 mm de aço.



10. SISTEMAS DE MÍSSEIS AUTO-PROPULSADOS

No contexto da mobilidade, um aumento em alcance implica no uso de mísseis mais pesados, radares com maior alcance e amplitude de detecção, blindagem e plataformas de lançamento sólidas.

Antes de serem abordados os sistemas mais pesados, deve-se mencionar a Thales Air Defense, que produz mísseis de alta velociade (HVM) em duas formas móveis autônomas.

O blindado Starstreak é baseado no veículo Alvis Stormer, com 8 mísseis prontos para disparo e mais 12 no cofre de remuniciamento. Com um sistema de alerta infravermelho, o alvo é traqueado visualmente e o sistema gera sinais de direção a laser automaticamente. Este blindado foi considerado apto operacionalmente em 1999 pelo Exército Britânico, o qual também emprega o tripé de lançamento de mísseis com três unidades montado numa lançadora múltipla leve (LML).

Outro sistema móvel que está sendo comercializado é o Starstreak Lightweight, baseado num veículo do tipo Land Rover, com alcance máximo de 6.000m.

Em termos de peso de lançadoras e aumento de alcance, o próximo estágio do míssil russo Igla parece ser o míssil Sosna-R fabricado pela empresa Kovrov Mechanical Plant. O alcance máximo deste míssil é de 8.000m.

10.1 ENTER STRELA

Nos regimentos blindados sobre lagartas ou sobre rodas, o sistema de armas dos veículos ZSU 23-4 é complementado por mísseis Strela, em diferentes versões.

Uma das versões mais utilizadas é composta por um veículo blindado anfíbio de transporte de pessoal com quatro mísseis prontos para disparo e mais quatro no cofre de remuniciamento, na parte de trás do veículo.

Um em cada quatro veículos é equipado com um buscador passivo de direção para detectar emissões de radares de aeronaves. Os outros três veículos recebem dados do alvo através de sinais de rádio ou de outro sensor externo de D AAe.

O sistema oferece três possibilidades de atuação para o lançamento do míssil: infravermelho, contraste ótico ou interferência. A disponibilidade do guiamento por contraste ótico permite uma facilidade de engajamento do alvo que torna o sistema mais vantajoso se comparado ao Chaparral.

10.2 JERNAS

Este míssil é uma versão para exportação do míssil Rapier, o qual entrou em serviço em 1996 no exército e na força aérea britânica. Constitui-se num sistema auto-rebocado composto por uma unidade de tiro com oito mísseis Rapiers MK2, um radar de vigilância 3D e um radar de tiro de alta resolução.

O míssil em si tem um alcance de 8.000m e é utilizado por dez países, entre os quais inclui-se a Suíça, que estão trabalhando em projetos de modernização do material.

10.3 ROLAND

O Euromissile Roland foi desenvolvido para fornecer D AAe para unidades móveis e instalações sensíveis como pistas de pouso ou centros de comando.

Pode ser instalado em veículos sobre lagartas (a França usa o chassis AMX-30 e a Alemanha o Marder), ou em um shelter fixo no solo, ou em um trailer, ou em um caminhão.

A versão mais atual Rolland 3 consiste em um sistema para todas as temperaturas, com radar, sistema infravermelho e vigilância ótica para detecção. O míssil possui alcance de 8.000m.

Alguns dos 26.000 mísseis e 644 postos de tiro foram vendidos para 11 países, sendo a Eslovênia a última compradora. Cerca de 20 postos estão em serviço no Exército Francês e 10 na Força Aérea Alemã. No final de 1999, a França fechou um contrato com a Euromissile de pré-fabricação para uma versão mais atualizada, introduzindo sistemas de controle de fogo optrônicos mais modernos e outras melhorias. A Alemanha declarou que manterá o Roland em serviço até 2020.

10.4 VL MICA

Fabricado pela Matra Bae Dynamics, este equipamento compõe-se de um sistema de lançamento vertical, fornecendo cobertura em 360º. Apesar de inicialmente ter sido projetado para instalação em navios, o VL Mica também foi montado em lançadoras terrestres fixas e em viaturas cinco toneladas.

Um centro de operações pode controlar até seis unidades de fogo. Uma das vantagens do Mica é que ele pode ser produzido tanto com radar ativo como com buscador de imagem infravermelho. No entanto, necessita de um pequeno tempo para reação compensado por com cadência de lançamento alta (menos de 2 segundos entre dois mísseis consecutivos) e possui um alcance superior a 10.000m.

10.5 OSA

A antiga União Soviética fez grandes esforços para fornecer D AAe para suas forças de primeiro escalão. O primeiro sistema móvel de baixa altura foi o Osa (SA-8) instalado em um veículo anfíbio 6 X 6.

O Osa surgiu em 1974 e foi o primeiro cujo sistema foi concebido com um radar de tiro no próprio veículo lançador. Isto ocorreu porque, inicialmente, nas primeiras versões, o radar de busca era acondicionado em um veículo separado, mas a experiência de 1982 mostrou que os israelenses perceberam que um ataque ao veículo-radar colocava toda a bateria fora de ação.

A versão atual Osa-Akm encontra-se em uso em quase 20 países, incluindo a Grécia e a Índia. O míssil tem alcance de 10 Km. O sistema é constituído por um veículo com duas lançadoras carregando um total de seis mísseis e uma viatura remuniciadora similar carrega doze mísseis.

O Exército Grego possui uma 3ª geração do sistema com adição de equipamentos de IFF, imagens termais e melhoria no sistema de traqueamento do alvo.

10.6 TOR

O míssil Antey Tor (SA-15) é montado em um veículo sobre lagartas, o que lhe fornece a capacidade de atuar através campo. Possui quatro mísseis com um moderno sistema de guiamento e permite o lançamento em 360º.

O veículo lançador também carrega seu próprio sistema de aquisição em 3D, radar de tiro e um sistema eletro-optrônico.

Nos anos 80, o sistema sofreu uma modernização no sistema de aquisição do alvo e guiamento do míssil. O alcance máximo é de 12 Km e sua versão mais atual entrou em serviço em 1991.

Foram entregues 15 sistemas para a China em 1997 e 21 para a Grécia em 1998.

O Tor pode operar de dia ou de noite, sob quaisquer condições meteorológicas, possui a capacidade de engajar dois alvos com um intervalo de três segundos, podendo também engajar outros mísseis.

10.7 BAMSE

Uma classe de mísseis com 15 Km de alcance é algo além do conceito convencional de baixa altura, mas pode ser mencionado nessa pesquisa. O sistema Bamse RBS23 da Saab Bofors Dynamics cai nessa categoria, embora pareça ter sido desenvolvido principalmente para fornecer melhor cobertura de altitude do que a existente nos sistema a baixa altura e para interceptar alvos menores.

A bateria Bamse é composta por um centro de vigilância e até quatro unidades de tiro, cada uma com quatro mísseis prontos para o disparo.

O centro de vigilância possui um radar de vigilância Ericson Giraffe, que opera na banda C com uma antena elevada de até 10m.

As unidades de tiro são rebocadas por um veículo com capacidade de operar em qualquer terreno, o qual carrega também remuniciadoras. As lançadoras são posicionadas a até 10 Km do centro de vigilância e cada uma delas possui um radar de tiro.

10.8 NASAMS

Apesar dos dados técnicos e algumas características não terem sido divulgados, parece que a versão solo-ar do Raytheon Aim-120 tem alcance similar ao do RBS23. O Aim-120 é utilizado no sistema de D AAe da Noruega. Em junho de 2000, foi fechado um contrato de fornecimento de quatro sistemas para a Espanha. Em abril de 2001, foi assinado um contrato de desenvolvimento para os Mariners a fim de complementar o sistema Avenger.


ou se não as novas armas anti-aéreas da Oerlikon Contraves:
http://www.oerlikoncontraves.com/produk ... abwehr.htm



abraços




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#14 Mensagem por Guilherme » Qua Abr 14, 2004 9:52 am

Sistemas de defesa anti-áerea disponíveis para exportação pela Rosoboronexport:

TUNGUSKA-M:
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S-300PMU-1:
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S-300V:
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BUK-M1:
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TOR-M1:
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1ª BRIGADA DE ARTILHARIA ANTIAÉREA (BdaAAAe)

#15 Mensagem por Lauro Melo » Qua Jul 14, 2004 9:48 am

SECRETARIA DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA E

1ª BRIGADA DE ARTILHARIA ANTIAÉREA (BdaAAAe) REALIZAM

TESTE DE MÍSSEIS IGLA E DE PROTÓTIPO DE ALVO AÉREO

Campo de provas da Marambaia 19 Junho 2004


OS mísseis IGLA foram adotados pelo Exército Brasileiro em 1994, sendo distribuídos inicialmente para as frações de auto-defesa antiaérea de algumas unidades da arma-base.

O atual plano de estruturação do exército prevê a distribuição do sistema "IGLA" aos grupos da 1ª BRIGADA DE ARTILHARIA ANTIAÉREA (1ªBdaAAAe), Grande Comando de Artilharia alocado ao COMANDO DE DEFESA AEROESPACIAL BRASILEIRO (COMDABRA),
único comando combinado, da estrutura militar de guerra, ativado desde os tempos de paz.

Também deverão ser dotadas do sistema, as baterias de artilharia antiaérea orgânicas de algumas das brigadas da arma-base, como a 12ª Brigada de Infantaria Leve, Brigada Pára-quedista e 9ª Brigada de Infantaria (Es).

A tendência dos exércitos é a de empregar os mísseis antiaéreos portáteis integrando sistemas de defesa aérea. A fim de, melhorar a sua já extraordinária capacidade de atuar contra vetores aéreos à baixa altura, o sistema deverá se valer de alertas antecipados, proporcionados por radares de vigilância aérea, operados por centros de operações antiaéreas de diferentes níveis. Este conceito de emprego impacta, também, as questões de segurança das forças amigas, ressaltando a necessidade de o sistema ser enquadrado por redes de coordenação e controle responsáveis por evitar fratricídios.

Desde a sua adoção, o emprego dos mísseis IGLA em lançamentos reais sofreu sérias limitações por questões relacionadas com a disponibilidade de um alvo aéreo e com a complexa sistemática de interdição de volumes aéreos exigidos para os lançamentos. Assim, em um período de 10 anos foram disparados cerca de trinta mísseis, sobre alvos improvisados, normalmente sob a coordenação da Escola de Artilharia de Costa e Antiaérea ( EsACosAAe). Em 2003, os mísseis restantes foram recolhidos ao, então BDMun para serem revalidados, em face do esgotamento do prazo inicial de validade dos mesmos.

A partir do final de 2003, mediante um esforço concentrado e conjunto da SECRETARIA DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA e da 1ª BdaAAAe foi possível retomar as experimentações com o "IGLA". Nesta fase é importante destacar a valiosa participação do Centro Tecnológico do Exército (CTEx) e do 3º GRUPO DE ARTILHARIA ANTIAÉREA, de Caxias do Sul, no Rio Grande do Sul.

O CTEx, por intermédio do GEN R1 SCHENDEL, profundo conhecedor de sistemas de mísseis e foguetes, qualificou os mísseis utilizados em testes recentes e desenvolveu as metodologias de avaliação de resultados, empregando critérios de alta qualificação técnica em seu trabalho.

O 3º GAAAe, contando com recursos do Comando de Operações Terrestres (COTER), desenvolveu um protótipo de alvo aéreo (Projeto Fênix), primeiro passo na busca de um sistema de alvos eficaz e econômico para exercícios de lançamento real de mísseis antiaéreos. O desenvolvimento revestiu-se de procedimentos técnicos apurados, resultando em uma aeronave rádio-controlada, dotada de um emissor de calor capaz de sensibilizar a cabeça de guiamento do míssil. Durante o desenvolvimento do projeto, foi de suma importância o emprego do simulador, utilizado em todas as etapas do trabalho.

Coroando esta fase inicial de retomada das experimentações com o IGLA, no dia 19 de junho último, de 1200 às 1400 horas, foram realizados no Campo de Provas da Marambaia quatro lançamentos sobre o alvo aéreo do 3º GAAAe. As guarnições das Unidades de Tiro foram integradas por militares do próprio Grupo, exaustivamente adestradas em simulador, transportados para o Rio de Janeiro por aeronave da Força Aérea Brasileira, mediante apoio gerenciado pelo COMDABRA, um dos principais clientes do sistema em teste.

No dia do teste as condições meteorológicas eram adequadas, o tempo estava bom, temperatura em torno dos 25º C, vento fraco. Um EDT FILA da EsACosAAAe encarregou-se de obter dados de posição do alvo aéreo. Presentes, o Exmo Sr Gen Ex Alberto Mendes Cardoso, Secretário de Ciência e Tecnologia, Gen Div Ubiratan Athayde Marcondes, Subsecretário de Ciência e Tecnologia, Gen Bda Umberto Ramos de Andrade, Chefe do Centro Tecnológico do Exército, Gen Bda Jorge Armando de Almeida Ribeiro, Comandante do Grupamento de Unidades Escola/9ª Brigada de Infantaria Motorizada, Gen Bda Aléssio de Ribeiro Souto, Diretor do Campo de Provas da Marambaia, Gen Bda Sinclair Mayer, Comandante da 1ª Brigada de Artilharia Antiaérea, Gen Bda José Ricardo Kümmel, Diretor do Instituto de Pesquisa e Desenvolvimento, Gen Bda R1 Schendel ---- além do Comandante da EsACosAAe e de outros comandantes de OM, alunos da EsACosAAe, e representantes de empresas civis de armamento.

Às 12:20 horas, o alvo aéreo realizou um sobrevôo de reconhecimento e de apresentação aos assistentes. Em seguida, a aeronave distanciou-se em direção ao mar e; alguns segundos mais, pôde ser observada a intensa chama vermelha (o flare) acionada, remotamente, em sua cauda. Após a guarnição do míssil ter engajado o alvo; ouviu-se um sinal sonoro emitido pelo míssil que, em seguida, abandonou o tubo de lançamento, sofrendo uma leve queda e lançou-se em velocidade supersônica na direção do seu objetivo. Ainda que houvesse a expectativa da platéia de um impacto direto, esta condição não era esperada pelo pessoal técnico e pelos artilheiros conhecedores do sistema. O míssil, entretanto, foi surpreendentemente preciso, não se observando qualquer anormalidade no seu disparo.

A seqüência das ações era narrada com precisão pelo Coronel R1 Eng Militar Sampaio, do IPD. Sucederam-se três outros disparos, com performance similar ao primeiro.

Embora o relatório técnico ainda não esteja disponível, pode-se afirmar que a retomada das experimentações foi plenamente exitosa, agregando o mérito de ter sido conduzida exclusivamente com os nossos militares, técnicos e artilheiros, solidarizados no objetivo de dotar o Exército de uma arma antiaérea de baixa altura, eficiente, eficaz e de baixo custo de aquisição e manutenção.

As experimentações com o IGLA e com o alvo aéreo terão seqüência, buscando satisfazer outras condições, como aprimoramento dos conhecimentos sobre o míssil, emprego conjunto de Unidades de Tiro de mísseis com radares de busca/vigilância, melhoria da guiagem, alcance e geometria do alvo aéreo.

http://www.defesanet.com.br/eb/iglafenix/




"Os guerreiros não caem se ajoelham e levantam ainda mais fortes."
TOG: 22 anos de garra, determinação e respeito.
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