FAB com Mi-35?
Moderadores: Glauber Prestes, Conselho de Moderação
FAB com Mi-35?
Folha:
IGOR GIELOW
SECRETÁRIO DE REDAÇÃO DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Enquanto o governo federal tenta cobrir o buraco de investimentos que ajudou a levar ao apagão aéreo, a FAB finaliza uma negociação secreta para uma compra milionária de helicópteros russos com sérias implicações geopolíticas. O custo final, se o acordo for fechado nos termos discutidos até aqui, ficará entre US$ 200 milhões e US$ 400 milhões.
Um dos problemas para a Aeronáutica fazer a compra é justificar para a opinião pública o investimento no momento em que ficou patente a falha no planejamento nos gastos com o controle de vôo no país, embora do ponto de vista técnico a comparação seja indevida e haja justificativas operacionais para a compra.
Oficialmente, a FAB (Força Aérea Brasileira) nega a negociação. Contudo, representantes das empresas russas Mil e Ulan Ude estiveram em Brasília e no Rio na semana passada.
Não será surpresa se o acordo for anunciado na visita programada ao Brasil do chanceler russo, Sergei Lavrov, ainda neste mês. Menor ainda será a surpresa se o anúncio compreender o fim do embargo da Rússia à carne bovina brasileira e um novo programa de exportação de frango. Segundo envolvidos no negócio, o Ministério do Desenvolvimento está particularmente empenhado no pacote.
A FAB quer comprar cerca de 30 helicópteros, lote composto por aparelhos de ataque Mi-35 Hind e Mi-171, de transporte.
Os oficiais entusiastas da idéia são os mesmos que negociaram a compra de helicópteros Blackhawk dos EUA, que começaram a ser entregues neste ano para uso na Amazônia. A região também é o destino dos aparelhos russos, se comprados. Mas a novidade seria a atuação dos Mi-35.
Versão de exportação do legendário Mi-24 que é visto em filmes como "Rambo 3", o Mi-35 é um dos mais poderosos aparelhos de assalto do mundo. A FAB pretende usá-lo para abordar traficantes e contrabandistas que hoje só podem ser afastados pela ameaça de serem abatidos pelos Tucanos e Supertucanos. O Mi-35 poderia descer nas pistas de floresta, e leva até oito soldados.
Essa é a justificativa operacional da compra. Existe, contudo, um fator estratégico. A Venezuela comprou recentemente US$ 3 bilhões em armas russas, inclusive 53 helicópteros para utilização na Amazônia -entre eles, os Mi-35.
O país de Hugo Chávez terá a maior capacidade nesse setor no continente. E, a despeito de Chávez ser hoje um aliado brasileiro, a desvantagem não é estrategicamente interessante para o Brasil.
O valor da compra é uma estimativa com base em contratos semelhantes, e depende do pacote de armamentos e compensações comerciais. Um Mi-35 sai por cerca de US$ 15 milhões, mas "pelado".
A FAB espera críticas, já que o valor, considerando um teto de custo de US$ 400 milhões (pouco mais de R$ 880 milhões), é muito maior do que os R$ 530 milhões do sistema de proteção aérea previstos no Orçamento de 2006 -dos quais apenas R$ 55 milhões dos R$ 240 milhões dedicados a investimentos foram gastos.
Mas compras assim demoram anos para serem pagas. A rubrica orçamentária para aquisição de aeronaves em 2006 somou R$ 575 milhões, 50% já pagos até novembro.
De todo modo, ainda que o Brasil tenha investido pouco ou incorretamente em segurança aérea, os valores não são comparáveis: é muito mais caro comprar e manter voando aviões e helicópteros.
Estados Unidos
Além de afetar o balanço militar em seu quintal geopolítico, uma eventual compra dos helicópteros russos pelo Brasil coloca o país no centro de uma outra disputa estratégica.
Trata-se da reação dos EUA à eventual entrada mais forte da Rússia no mercado de defesa do maior país da América Latina. Até aqui, os russos venderam mísseis portáteis terra-ar ao Brasil em 1994.
Ocorre que os EUA não vêem com bons olhos a entrada de material russo numa região na qual estão acostumados a ser fornecedores bem econômicos.
Tradicionalmente, o Brasil evita a dependência excessiva do material bélico americano. A França, que tem uma indústria militar própria forte, é fornecedora contumaz. Como a própria globalização expõe produtos a vetos, será interessante acompanhar a reação norte-americana caso Brasília realmente faça compras no supermercado russo.
----------------------------------
Não tenho a menor idéia da credibilidade que essa matéria possa ter, mas por via das dúvidas, postei aqui.
IGOR GIELOW
SECRETÁRIO DE REDAÇÃO DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Enquanto o governo federal tenta cobrir o buraco de investimentos que ajudou a levar ao apagão aéreo, a FAB finaliza uma negociação secreta para uma compra milionária de helicópteros russos com sérias implicações geopolíticas. O custo final, se o acordo for fechado nos termos discutidos até aqui, ficará entre US$ 200 milhões e US$ 400 milhões.
Um dos problemas para a Aeronáutica fazer a compra é justificar para a opinião pública o investimento no momento em que ficou patente a falha no planejamento nos gastos com o controle de vôo no país, embora do ponto de vista técnico a comparação seja indevida e haja justificativas operacionais para a compra.
Oficialmente, a FAB (Força Aérea Brasileira) nega a negociação. Contudo, representantes das empresas russas Mil e Ulan Ude estiveram em Brasília e no Rio na semana passada.
Não será surpresa se o acordo for anunciado na visita programada ao Brasil do chanceler russo, Sergei Lavrov, ainda neste mês. Menor ainda será a surpresa se o anúncio compreender o fim do embargo da Rússia à carne bovina brasileira e um novo programa de exportação de frango. Segundo envolvidos no negócio, o Ministério do Desenvolvimento está particularmente empenhado no pacote.
A FAB quer comprar cerca de 30 helicópteros, lote composto por aparelhos de ataque Mi-35 Hind e Mi-171, de transporte.
Os oficiais entusiastas da idéia são os mesmos que negociaram a compra de helicópteros Blackhawk dos EUA, que começaram a ser entregues neste ano para uso na Amazônia. A região também é o destino dos aparelhos russos, se comprados. Mas a novidade seria a atuação dos Mi-35.
Versão de exportação do legendário Mi-24 que é visto em filmes como "Rambo 3", o Mi-35 é um dos mais poderosos aparelhos de assalto do mundo. A FAB pretende usá-lo para abordar traficantes e contrabandistas que hoje só podem ser afastados pela ameaça de serem abatidos pelos Tucanos e Supertucanos. O Mi-35 poderia descer nas pistas de floresta, e leva até oito soldados.
Essa é a justificativa operacional da compra. Existe, contudo, um fator estratégico. A Venezuela comprou recentemente US$ 3 bilhões em armas russas, inclusive 53 helicópteros para utilização na Amazônia -entre eles, os Mi-35.
O país de Hugo Chávez terá a maior capacidade nesse setor no continente. E, a despeito de Chávez ser hoje um aliado brasileiro, a desvantagem não é estrategicamente interessante para o Brasil.
O valor da compra é uma estimativa com base em contratos semelhantes, e depende do pacote de armamentos e compensações comerciais. Um Mi-35 sai por cerca de US$ 15 milhões, mas "pelado".
A FAB espera críticas, já que o valor, considerando um teto de custo de US$ 400 milhões (pouco mais de R$ 880 milhões), é muito maior do que os R$ 530 milhões do sistema de proteção aérea previstos no Orçamento de 2006 -dos quais apenas R$ 55 milhões dos R$ 240 milhões dedicados a investimentos foram gastos.
Mas compras assim demoram anos para serem pagas. A rubrica orçamentária para aquisição de aeronaves em 2006 somou R$ 575 milhões, 50% já pagos até novembro.
De todo modo, ainda que o Brasil tenha investido pouco ou incorretamente em segurança aérea, os valores não são comparáveis: é muito mais caro comprar e manter voando aviões e helicópteros.
Estados Unidos
Além de afetar o balanço militar em seu quintal geopolítico, uma eventual compra dos helicópteros russos pelo Brasil coloca o país no centro de uma outra disputa estratégica.
Trata-se da reação dos EUA à eventual entrada mais forte da Rússia no mercado de defesa do maior país da América Latina. Até aqui, os russos venderam mísseis portáteis terra-ar ao Brasil em 1994.
Ocorre que os EUA não vêem com bons olhos a entrada de material russo numa região na qual estão acostumados a ser fornecedores bem econômicos.
Tradicionalmente, o Brasil evita a dependência excessiva do material bélico americano. A França, que tem uma indústria militar própria forte, é fornecedora contumaz. Como a própria globalização expõe produtos a vetos, será interessante acompanhar a reação norte-americana caso Brasília realmente faça compras no supermercado russo.
----------------------------------
Não tenho a menor idéia da credibilidade que essa matéria possa ter, mas por via das dúvidas, postei aqui.
AD ASTRA PER ASPERA
- Túlio
- Site Admin
- Mensagens: 61302
- Registrado em: Sáb Jul 02, 2005 9:23 pm
- Localização: Tramandaí, RS, Brasil
- Agradeceram: 6585 vezes
- Contato:
Pelos valores mencionados, num sei nem se dá para montar um esquadrão de cada...
Aliás, que colcha de retalhos logística, né não? Já está feio, ficaria pior ainda, ponto para o Murphy...
Aliás, que colcha de retalhos logística, né não? Já está feio, ficaria pior ainda, ponto para o Murphy...
“Look at these people. Wandering around with absolutely no idea what's about to happen.”
P. Sullivan (Margin Call, 2011)
P. Sullivan (Margin Call, 2011)
Putz, esqueçam isso.
A aviação rotativa da FAB já tá uma zona: Iroquois, Esquilo Mono, Esquilo Bi, Jet Ranger, Super Puma, Cougar e Blackhawk!
Temos que diminuir isso urgentemente! Pelo menos os Iroquois e Pumas pelos Blackhawk já é um bom começo!
Alias, acho que um helicoptero de ataque deveria servir ao EB e não a FAB.
A aviação rotativa da FAB já tá uma zona: Iroquois, Esquilo Mono, Esquilo Bi, Jet Ranger, Super Puma, Cougar e Blackhawk!
Temos que diminuir isso urgentemente! Pelo menos os Iroquois e Pumas pelos Blackhawk já é um bom começo!
Alias, acho que um helicoptero de ataque deveria servir ao EB e não a FAB.
"Eu detestaria estar no lugar de quem me venceu."
Darcy Ribeiro (1922 - 1997)
Darcy Ribeiro (1922 - 1997)
- LEO
- Sênior
- Mensagens: 3469
- Registrado em: Sáb Fev 22, 2003 6:07 pm
- Localização: Campinas/SP
- Contato:
Como o Skyway já postou, não dá pra ter idéia da credibilidade desta notícia. Eu, a princípio, não levo muita fé nisso por enquanto, até haver a confirmação - ou não.
Embora deva-se ressaltar a qualidade do material, mas eu acho que seria uma compra desnecessária no atual momento da FAB.
Embora deva-se ressaltar a qualidade do material, mas eu acho que seria uma compra desnecessária no atual momento da FAB.
"Veni, vidi, vinci" - Júlio Cesar
http://www.jornalopcao.com.br/index.asp ... djornal=43
Every time you feed a troll, God kills a kitten. Please, think of the kittens
http://www.jornalopcao.com.br/index.asp ... djornal=43
Every time you feed a troll, God kills a kitten. Please, think of the kittens
- Luís Henrique
- Sênior
- Mensagens: 8391
- Registrado em: Sex Mai 07, 2004 12:25 pm
- Agradeceram: 184 vezes
Perai pessoal. Temos uma salada de helicópteros mas quais são novos?????????
A aquisição de helicópteros russos NOVOS é excelente. No futuro poderemos substituir todas as velharias por MAIS helicópteros russos.
Seria um sonho. Uma boa quantidade de Mi-17 apoiados pelo poder de fogo dos Mi-35 e uma quantidade menor de Mi-26.
não sei se a informação procede mas se for verdade é uma EXCELENTE notícia. Teriamos um dos melhores helicópteros do mundo pelo melhor preço.
Depois dessa eu até aceito o Rafale na FAB, nem precisa de Su-35.
A aquisição de helicópteros russos NOVOS é excelente. No futuro poderemos substituir todas as velharias por MAIS helicópteros russos.
Seria um sonho. Uma boa quantidade de Mi-17 apoiados pelo poder de fogo dos Mi-35 e uma quantidade menor de Mi-26.
não sei se a informação procede mas se for verdade é uma EXCELENTE notícia. Teriamos um dos melhores helicópteros do mundo pelo melhor preço.
Depois dessa eu até aceito o Rafale na FAB, nem precisa de Su-35.
Su-35BM - 4ª++ Geração.
Simplesmente um GRANDE caça.
Simplesmente um GRANDE caça.
-
- Intermediário
- Mensagens: 288
- Registrado em: Sex Nov 10, 2006 4:31 pm
- Localização: Sorocaba - SP
- Contato:
Que porcaria!!!
não to falando da qualidade nem dos detalhes dos helis... to falando da necessidade de ter esses helis feitos aki... e com tecnoligia nacional (no maximo possivel) e eu me pergunto, a helibras vai produzir helis russos? ou vamos ter mais um equipamento dependente de outro pais? ja ta sem padrão... e pior... com muita dependencia em empresas estrangeiras. se as relações internacionais ficarem ruin nos seremos "sitting ducks" quando precisarmos de peças e outras melhorias... stagnados