Os EUA e as suas políticas para o Médio Oriente

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Clermont
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Re: Os EUA e as suas políticas para o Médio Oriente

#106 Mensagem por Clermont » Qua Nov 13, 2013 8:37 am

UM ACORDO, OU UMA GUERRA COM O IRÃ?

Patrick J. Buchanan - 12 de novembro de 2013.

Se Bibi Netanyahu tiver sucesso em interromper o caminho diplomáico de Obama com o Irã, apenas a trilha da guerra permanecerá aberta.

O que é, exatamente, o que Bibi quer.

Pois, o que aterroriza Tel Aviv e estremece Riyadh, não é uma guerra americana contra o Irã, mas a dolorosa espectativa de uma aproximação dos Estados Unidos com o Irã, uma detente.

Portanto, quando o ministro do exterior da França torpedeou o acordo que Jonh Kerry voou para assinar em Genebra, a França cresceu na estima dos neocons. Os "macacos rendidos comedores-de-queijo" de 2003, que se opuseram a guerra no Iraque, de repente, voltaram a ser os heróis de Verdun e do Marne.

"Vive La France, bradou o editorial do Wall Street Journal, proclamando, "O governo socialista de François Hollande salvou o Ocidente de um acordo que praticamente garantiria que o Irã se transformaria numa potência nuclear."

Hollande realmente salvou o Ocidente? Ou ele apenas marcou pontos com os príncipes sauditas para o dia em que o próximo grande contrato de armas for apresentado?

O que vai acontecer é uma matéria muito séria.

Se a cabala de Netanyahu obtiver sucesso em sabotar as negociações americanas com o Irã, é difícil ver como evitaremos outra guerra que poderá atear fogo na região do Golfo Pérsico e afundar a economia global.

E o que exatamente está deixando Netanyahu apoplético?

Um acordo de seis meses sob o qual o Irã congelaria todo o enriquecimento de urânio, em troca de um modesto levantamento das sanções, enquanto o acordo final é negociado. Este colocaria limites e controles permanentes sobre o programa nuclear do Irã para assegurar que não seja utilizado para construir bombas.

E haveria mais e mais inspeções intrusivas.

Como isto põe em perigo Israel?

Hoje, o Irã não tem nenhuma bomba atômica. Nunca testou uma. Nunca explodiu um dispositivo nuclear. Não possui um único grama de urânio enriquecido à 90 porcento, que é essencial para uma bomba de urânio.

Nem tem o Irã bastante urânio à 20 porcento para fazer uma bomba. E parte do estoque que possui foi convertido em varetas combustíveis. Há inspetores em todas as instalações nucleares em operação no Irã.

O aiatolá declarou uma fatwa contra armas nucleares. O regime de Hassan Rouhani diz que não tem um programa de armas nucleares.

E a comunidade de informações dos Estados Unidos concorda com o Irã.

Todas as dezesseis agências de informações americanas em 2007, e de novo, dois anos atrás, disseram, com alta confiança, que o Irã não tinha tomado nenhuma decisão de construir uma bomba e não tinha programa algum de armas nucleares.

Como iriam novas restrições e reduções sobre um programa nuclear iraniano que nunca produziu um grama de urânio de grau bélico, que dirá uma bomba, ameaçar Israel e suas centenas de bombas atômicas?

"Você não pode confiar nos iranianos. Eles estão mentindo sobre seu programa nuclear," disse o senador Lindsey Graham.

A comunidade de informações dos Estados Unidos também está mentindo?

Dez anos atrás, ficou comprovado que Saddam estava dizendo a verdade e eram os amigos de Lindsey que mentiram sobre as armas de destruição em massa do Iraque.

Parece que o mesmo velho bando voltou com os mesmos velhos truques.

Para abortar o iniciativa iraniana de Obama, Bibi está se mexendo em quatro trilhas.

Primeiro, conseguir que o Congresso americano aceite a exigência inegociável de Israel - o Irã deve desistir de todo enriquecimento, fechar todas suas instalações nucleares e embarcar todo o urânio enriquecido para o exterior - antes que quaisquer sanções sejam erguidas.

Isto é um ultimato mascarado de negociação.

Sua aceitação significaria uma rendição iraniana que Rouhani nunca poderia apresentar em casa. É um assassínio das negociações. Todo mundo sabe disto, mesmo os republicanos agora abraçando a posição de Israel como a deles mesmo.

Segundo, persuadir os colaboracionistas de Israel no Congresso dos Estados Unidos a impor novas sanções mais duras, esfregá-las no nariz do Irã, e afundar as conversações.

Terceiro, excitar as comunidades judias em todo o mundo a fazer pressão sobre os governos domésticos para bloquear qualquer acordo.

Domingo, Bibi disse a Assembléia Geral das Federações Judaicas da América do Norte que isto que Kerry se preparava para assinar era um "acordo mau e perigoso" que ameaçava a sobrevivência judia e, "sobre questões da sobrevivência judia, eu não silenciarei."

Bibi tencionar usar a explosiva questão da sobrevivência judia para bloquear Obama e Kerry e obrigá-los a abandonar sua iniciativa iraniana.

Finalmente, o lobby israelense está por detrás da pressão de Lindsey Graham e do representante Trent Franks para forçar o Congresso, preventivamente, a render seus poderes de guerra, autorizando Obama a desfechar uma guerra contra o Irã em qualquer momento de sua própria escolha, sem qualquer consulta anterior com o Congresso.

É notável. Os autoproclamados republicanos constitucionalistas estão para votar a concessão à Obama de um cheque em branco para a guerra.

O que o Partido Republicano teme é outro episódio igual ao do último verão, quando a América se ergueu com uma só voz e disse ao Congresso para não autorizar qualquer guerra com a Síria. Um Congresso em pânico capitulou, e não houve guerra.

Hoje, embora Obama e Kerry insistam que "todas as opções estão na mesa", Obama não tem mais autoridade para atacar o Irã do que tinha para atacar a Síria no verão passado. Os republicanos da "Colina" buscam remediar isso por uma rendição congressual preventiva do seu poder de guerra.

Alguém poderia se admirar se Netanyahu e seus puxa-sacos no Congresso já consideraram a repercussão mundial se eles tiverem sucesso em afundar as conversações em Genebra e colocarem esta nação na trilha certa para mais outra guerra no Oriente Médio, que Israel e a Arábia Saudita podem querer, mas a América não quer.




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Re: Os EUA e as suas políticas para o Médio Oriente

#107 Mensagem por joaozinho » Qui Nov 14, 2013 8:39 am

A Arábia Saudita investiu em projetos de desenvolvimento de armas nucleares paquistanesas e que crê que poderia obter armas nucleares quando quiser, revelaram várias fontes à BBC.
Embora a possibilidade de um programa nuclear do reino saudita tem sido muitas vezes enquadrada no contexto da luta contra o programa nuclear do Irã, agora é possível que os sauditas sejam capazes de implementar tais dispositivos mais rápido do que a República Islâmica.
Os Segredos do Plano Nuclear da Arábia Saudita

A potência xiita não pode permitir que os sunitas tenha poder muito mais poder militar. Durante décadas, o reino saudita tem contado com o seu grande aliado, os Estados Unidos, para evitar que os iranianos avancem com seu programa nuclear. Mas a administração Obama não inspira muita confiança para Riad e a a aproximação entre Washington e Teerã está preocupando os sauditas.

Armas prontas
No início deste ano, uma alta autoridade da OTAN disse à Mark Urban, jornalistas da BBC, que havia visto informes de inteligência que as armas nucleares feitas no Paquistão para a Arábia Saudita estava prontas para ser entregues.

No mês passado, Amos Yadlin, ex-chefe da inteligência militar israelense, disse em uma conferência na Suécia que se o Irã conseguisse a bomba, "os sauditas não esperaria um mês. Eles já pagaram pela bomba, iriam ao Paquistão e levariam o necessário", disse Yadlin.

Desde 2009, quando o Rei Abdullah da Arábia Saudita advertiu o enviado especial americano, Dennis Ross, que se o Irã cruzar o limar, "conseguiremos armas nucleares", e o reino enviou muitos sinais aos americanos de suas intenções.

Gary Samore, quem até março de 2013 foi assessor de Obama na lutra contra a proliferação nuclear, disse à BBC: "Os sauditas creem que tem uma sorte de acordo com o Paquistão de quem, in extremis, teriam o direito de adquirir armas nucleares do Paquistão".

De longa data
A história do projeto da Arábia Saudita - incluindo a aquisição de mísseis de transportar ogivas nucleares a longas distâncias - se remonta décadas atrás.

Nos anos 80, os sauditas compraram secretamente mísseis balísticos CSS-2 da China.

Esses foguetes, considerados por muitos especialistas como imprecisos para usá-los como armas convencionais, foram implantados há 20 anos.

Recentemente, especialistas da revista britânica Jane's Defence Weekly, informaram que os sauditas haviam completado a construção de uma nova base de CSS-2, cujo os trilhos de lançamento eram apontados para o Irã e Israel.

Também está claro há muitos anos que a Arábia Saudita tem dado assistência financeira generosa ao setor de defesa do Paquistão, incluindo, argumentam os especialistas ocidentais, o programa de desenvolvimento de mísseis e armas nucleares.

Visitas do então ministro da Defesa da Arábia Saudita, o príncipe Sultão bin Abdul Aziz Al Saud, ao centro de pesquisa nuclear paquistanês em 1999 e 2002, destacaram a intimidade da relação.

Afirmações e negações
Na década de 90 começaram a circular denuncias sobre o acordo nuclear entre o Paquistão e a Arábia Saudita, mas foram negadas pelas autoridades sauditas.

À época o governo saudita afirmou que eles tinham assinado o Tratado de Não-Proliferação de Armas Nucleares, pois acreditava em um Oriente Médio livre dessas armas. O país também vivia acusando Israel de ter tais armas.

O fato é que fornecer armas nucleares para um governo estrangeiro implicaria em graves problemas políticos para o Paquistão, em particular em órgãos importantes como o Banco Mundial e análogos.

No livre "Eating Grass: The Making of the Pakistani Bomb", o general Feroz Hassan Khan conta a história semi-oficial do programa nuclear iraniano. Nele escrevera sobre as visitas do príncipe Sultão bin Abdul Aziz Al Saud aos laboratórios atômicos do Paquistão, porém deixa claro que isso não é uma prova do acordo de ambos os países, mas reconheceu que a "Arábia Saudita deu apoio financeiro ao Paquistão e permitiu que o programa nuclear continuassem".

O que fazer
Como ou sem acordo entre os dois países, na década de 90 e por volta de 2003, o reino saudita começou a pensar seriamente estrategicamente acerca de sua mudança entorno de segurança e perspectiva de proliferação nuclear.

Um documento vazado esse ano por funcionários sauditas trazia 3 respostas possíveis:

Adquirir suas próprias armas nucleares
Fazer um acordo com uma potência para proteger o reino
Confiar no estabelecimento de uma zona sem armas nucleares no Oriente Médio

Mas ao mesmo tempo, depois da invasão americana do Iraque, começaram a notar tensões graves na relação entre os EUA e a Arábia Saudita, assim assinalou Gary Samore, ex-assessor de Obama.

Os sauditas ressentiam a eliminação de Saddam Hussein, estava há muito tempo descontentes com as políticas americanas para com Israel e o programa nuclear iraniano os preocupava.

É lógico
Os anos se seguiram, as conversas diplomáticas sobre a cooperação nuclear entre os paquistaneses e os sauditas se intensificaram.

Em 2007, uma missão americana em Riad notou que diplomatas paquistaneses faziam perguntas para os americanos sobre o nível de conhecimento deles sobre a cooperação nuclear entre o Paquistão e Arábia Saudita.

Paquistaneses sem serem nomeados, opinavam que "é lógico que os sauditas intervenham como protetores físicos do mundo árabe e procurem por armas nucleares", assim revelou um telegrama do Departamento de Estado dos EUA vazado pelo WikiLeaks.

No final dessa década, os funcionários e os príncipes sauditas estavam dando advertências explícitas de sua intenção de adquirir armas nucleares se o Irã o fazia.

Prontas para o uso imediato
Depois de alertar os americanos em privado por anos, no ano passado os funcionários sauditas em Riad fizeram uma advertência pública a um jornalista do jornal britânico "The Times", que "seria inaceitávek que o Irã tivesse capacidade nuclear e o reino não".

Mas essa declaração foi destinada a forçar os EUA endurecerem contra o Irã ou era uma evidência de um plano deliberado a longo prazo da Arábia Saudita para obter bombas nucleares? Ambas, foi a resposta que recebeu Mark Urban de vários ex-funcionários.

Um alto funcionário paquistanês, falando em termos gerais, confirmou a natureza ampla do acordo - provavelmente não escrito - que seu país havia alcançado com Road e perguntou retoricamente: "Por que os sauditas nos deram todo esse dinheiro? É caridade?

Um ex-oficial da inteligência do Paquistão, disse que cria "sem dúvidas, que os paquistaneses mantinham um certo número de ogivas nucleares sob a condição que se os sauditas requeressem a qualquer momento, elas poderia ser imediatamente transferidas".

Concretar o acordo
Depois de falar com muitos funcionários da ativa e aposentados nos últimos meses, Mark Urban diz que o único debate que enfrentou é sobre como exatamente os sauditas efetivariam o tratado com Paquistão.

Alguns pensam que uma transação de pagamento por ogiva nuclear; Outros, que se trata de um acordo bajo o qual as Forças Nucleares Paquistanesas poderiam se instalar em solo saudita.

"Creio que simplesmente dar um punhado de armas nucleares seria uma ação muito provocativa", argumenta Gary Samore, acrescentando que "é muito mais provável que se o Paquistão quiser honrar qualquer acordo, enviaria suas tropas armadas com armas nucleares e sistemas de entrega para ser instalados na Arábia Saudita".

Isso daria uma vantagem política para o Paquistão já que isso permitira negar que simplesmente entregou armas nucleares, mas implica que ela teria de estabelecer um sistema de chave dupla para lançar os mísseis.

Outros pensam que a opção não é credível, pois a Arábia Saudita, que é considerada líder da "Umma" ou a grande comunidade islâmica sunita, quer o controle total de sua dissuasão nuclear, especialmente neste momento de agravamento da confrontação sectária com o Irã xiita.

Deixá-los lá
Há muitas boas razões para que a Arábia Saudita deixe suas ogivas nucleares no Paquistão no momento.

Isso permite que o reino negue que as tenha em seu território, evita desafiar o Irã a cruzar o limiar nuclear em resposta a isolar o Paquistão na comunidade internacional.

No entanto, és provável que esses supostos não se mantenham por muito tempo.

O degelo diplomático dos EUA com o Irã causou profunda insegurança em Riad, que teme que qualquer acordo para restringir o programa nuclear da República Islâmica seria ineficaz.

No início deste mês, o chefe da inteligência saudita e ex-embaixador em Washington, o príncipe Bandar, anunciou que o reino se distanciaria mais sobre os Estados Unidos.

Enquanto pesquisava isso, Mark Urban ouviu rumores entre diplomatas que o Paquistão forneceu recentemente à Arábia Saudita mísseis balísticos Shaheen móveis sem ogivas.

ps.: arábia saudita pode, israel pode! irã não pode?!




Nem petista, nem tucano, sou nacionalista!
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Re: Os EUA e as suas políticas para o Médio Oriente

#108 Mensagem por LeandroGCard » Qui Nov 14, 2013 12:28 pm

joaozinho escreveu:ps.: arábia saudita pode, israel pode! irã não pode?!
Exatamente.

A se confirmar o acordo entre a Arábia e o Paquistão isso significa que o Irã JÁ ESTÁ sob a ameaça de um ataque nuclear por parte dos sauditas, com no máximo alguns dias de sobreaviso (o tempo das ogivas serem entregues e instaladas, o que não deve chegar a uma semana). Isso significa que em caso de turbulência mais séria no OM (expansão do conflito sírio, estouro de uma guerra civil entre facções religiosas no Iraque, revolta de populações xiitas em monarquias do golfo e etc..., motivos é que não faltam) o Irã ficaria acuado, pois as populações xiitias sem dúvida solicitariam sua proteção mas se atendessem ao pedido (o que até poderia ser a melhor coisa para os interesses do próprio ocidente!) os persas poderiam ser vitimas de um holocausto nuclear.

Se estivesse na mesma situação em que o Irã está agora, o que acham que por exemplo o Brasil deveria fazer?


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Re: Os EUA e as suas políticas para o Médio Oriente

#109 Mensagem por Sterrius » Qui Nov 14, 2013 4:57 pm

Eu como presidente? Tipo kennedy fez na crise dos misseis!

Por onde, como e quando, interceptação e mandava de volta ou a guerra começava ali mesmo.

Mas nesse caso o iran teria Casus Belli mais que comprovado e garantido! Seria difícil d+ obter apoio no ocidente para uma intervenção contra ele (Ou a hipocrisia ficaria tão descarada que teria repercussões). E ficaria difícil o oriente ficar calado, a nível nuclear tão perto do "quintal", eles dificilmente recuariam e ficariam apenas no campo das palavras. Pois da mesma maneira que os EUA não quer um iran nuclear, China e Russia não iriam querer uma arabia saudita nuclear.

No final esse conflito todo depende de apoio popular. Os EUA sabem jogar esse jogo, os iranianos asbem jogar esse jogo. Ja israel ao menos sabe ser discreto.

Arabia saudita não sabe jogar e nem ser discreta! E podem por tudo a perder caso se precipite.




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Re: Os EUA e as suas políticas para o Médio Oriente

#110 Mensagem por Wingate » Qui Nov 14, 2013 7:36 pm

Clermont escreveu:UM ACORDO, OU UMA GUERRA COM O IRÃ?

Patrick J. Buchanan - 12 de novembro de 2013.

Se Bibi Netanyahu tiver sucesso em interromper o caminho diplomáico de Obama com o Irã, apenas a trilha da guerra permanecerá aberta.

O que é, exatamente, o que Bibi quer.

Pois, o que aterroriza Tel Aviv e estremece Riyadh, não é uma guerra americana contra o Irã, mas a dolorosa espectativa de uma aproximação dos Estados Unidos com o Irã, uma detente.

Portanto, quando o ministro do exterior da França torpedeou o acordo que Jonh Kerry voou para assinar em Genebra, a França cresceu na estima dos neocons. Os "macacos rendidos comedores-de-queijo" de 2003, que se opuseram a guerra no Iraque, de repente, voltaram a ser os heróis de Verdun e do Marne.

"Vive La France, bradou o editorial do Wall Street Journal, proclamando, "O governo socialista de François Hollande salvou o Ocidente de um acordo que praticamente garantiria que o Irã se transformaria numa potência nuclear."

Hollande realmente salvou o Ocidente? Ou ele apenas marcou pontos com os príncipes sauditas para o dia em que o próximo grande contrato de armas for apresentado?

O que vai acontecer é uma matéria muito séria.

Se a cabala de Netanyahu obtiver sucesso em sabotar as negociações americanas com o Irã, é difícil ver como evitaremos outra guerra que poderá atear fogo na região do Golfo Pérsico e afundar a economia global.

E o que exatamente está deixando Netanyahu apoplético?

Um acordo de seis meses sob o qual o Irã congelaria todo o enriquecimento de urânio, em troca de um modesto levantamento das sanções, enquanto o acordo final é negociado. Este colocaria limites e controles permanentes sobre o programa nuclear do Irã para assegurar que não seja utilizado para construir bombas.

E haveria mais e mais inspeções intrusivas.

Como isto põe em perigo Israel?

Hoje, o Irã não tem nenhuma bomba atômica. Nunca testou uma. Nunca explodiu um dispositivo nuclear. Não possui um único grama de urânio enriquecido à 90 porcento, que é essencial para uma bomba de urânio.

Nem tem o Irã bastante urânio à 20 porcento para fazer uma bomba. E parte do estoque que possui foi convertido em varetas combustíveis. Há inspetores em todas as instalações nucleares em operação no Irã.

O aiatolá declarou uma fatwa contra armas nucleares. O regime de Hassan Rouhani diz que não tem um programa de armas nucleares.

E a comunidade de informações dos Estados Unidos concorda com o Irã.

Todas as dezesseis agências de informações americanas em 2007, e de novo, dois anos atrás, disseram, com alta confiança, que o Irã não tinha tomado nenhuma decisão de construir uma bomba e não tinha programa algum de armas nucleares.

Como iriam novas restrições e reduções sobre um programa nuclear iraniano que nunca produziu um grama de urânio de grau bélico, que dirá uma bomba, ameaçar Israel e suas centenas de bombas atômicas?

"Você não pode confiar nos iranianos. Eles estão mentindo sobre seu programa nuclear," disse o senador Lindsey Graham.

A comunidade de informações dos Estados Unidos também está mentindo?

Dez anos atrás, ficou comprovado que Saddam estava dizendo a verdade e eram os amigos de Lindsey que mentiram sobre as armas de destruição em massa do Iraque.

Parece que o mesmo velho bando voltou com os mesmos velhos truques.

Para abortar o iniciativa iraniana de Obama, Bibi está se mexendo em quatro trilhas.

Primeiro, conseguir que o Congresso americano aceite a exigência inegociável de Israel - o Irã deve desistir de todo enriquecimento, fechar todas suas instalações nucleares e embarcar todo o urânio enriquecido para o exterior - antes que quaisquer sanções sejam erguidas.

Isto é um ultimato mascarado de negociação.

Sua aceitação significaria uma rendição iraniana que Rouhani nunca poderia apresentar em casa. É um assassínio das negociações. Todo mundo sabe disto, mesmo os republicanos agora abraçando a posição de Israel como a deles mesmo.

Segundo, persuadir os colaboracionistas de Israel no Congresso dos Estados Unidos a impor novas sanções mais duras, esfregá-las no nariz do Irã, e afundar as conversações.

Terceiro, excitar as comunidades judias em todo o mundo a fazer pressão sobre os governos domésticos para bloquear qualquer acordo.

Domingo, Bibi disse a Assembléia Geral das Federações Judaicas da América do Norte que isto que Kerry se preparava para assinar era um "acordo mau e perigoso" que ameaçava a sobrevivência judia e, "sobre questões da sobrevivência judia, eu não silenciarei."

Bibi tencionar usar a explosiva questão da sobrevivência judia para bloquear Obama e Kerry e obrigá-los a abandonar sua iniciativa iraniana.

Finalmente, o lobby israelense está por detrás da pressão de Lindsey Graham e do representante Trent Franks para forçar o Congresso, preventivamente, a render seus poderes de guerra, autorizando Obama a desfechar uma guerra contra o Irã em qualquer momento de sua própria escolha, sem qualquer consulta anterior com o Congresso.

É notável. Os autoproclamados republicanos constitucionalistas estão para votar a concessão à Obama de um cheque em branco para a guerra.

O que o Partido Republicano teme é outro episódio igual ao do último verão, quando a América se ergueu com uma só voz e disse ao Congresso para não autorizar qualquer guerra com a Síria. Um Congresso em pânico capitulou, e não houve guerra.

Hoje, embora Obama e Kerry insistam que "todas as opções estão na mesa", Obama não tem mais autoridade para atacar o Irã do que tinha para atacar a Síria no verão passado. Os republicanos da "Colina" buscam remediar isso por uma rendição congressual preventiva do seu poder de guerra.

Alguém poderia se admirar se Netanyahu e seus puxa-sacos no Congresso já consideraram a repercussão mundial se eles tiverem sucesso em afundar as conversações em Genebra e colocarem esta nação na trilha certa para mais outra guerra no Oriente Médio, que Israel e a Arábia Saudita podem querer, mas a América não quer.
Sei não...Esse possível acordo EUA-Irã me lembra aquela famosa fala de Don Corleone em "O Poderoso Chefão I" na reunião com as principais famílias de Nova Iorque: "Juro pela minha família que eu, Vito Corleone, não me vingarei...".

E aí armam ainda mais ISRAEL... :twisted:

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Re: Os EUA e as suas políticas para o Médio Oriente

#111 Mensagem por rodrigo » Qua Nov 20, 2013 4:08 pm

ps.: arábia saudita pode, israel pode! irã não pode?!
Esse tipo de coisa não se pede permissão a ninguém. A diferença no sucesso final tem sido a obstinação com que se toca o projeto, e o segredo com quem que desenvolve o armamento. Israel e África do Sul fizeram suas armas com boca fechada, e nem mesmo seus aliados tinham certeza das bombas. Nunca ameaçaram ninguém e sempre ficou claro que suas armas não eram ofensivas. A África do Sul foi ainda mais longe, pois construiu, deixou todo mundo saber e depois afirmou (?) que desmontou. Israel tinha e não usou nem quando teve legitimidade. Depois disso desenvolveu, proporcionalmente, a maior indústria de defesa convencional do mundo, sem nunca ter se descuidado do ponto de vista da tecnologia de ogivas e vetores. Então, se o Irã não tivesse se colocado como inimigo aberto do ocidente, personificado no discurso de destruição de Israel, não estava no meio desse redemoinho todo. Os israelenses sabem até onde podem esperar, e a administração Obama é desastrosa e omissa nesse ponto, pois além de não pressionar ninguém, agora se deixar pressionar pela Arábia Saudita, antes uma marionete comportada, e agora um bando de piratas atômicos. Isso está virando uma confusão tão grande que eu acho que o Tom Clancy morreu foi de inveja do Obama, porque ninguém imaginaria uma atuação americana tão patética!




"O correr da vida embrulha tudo,
a vida é assim: esquenta e esfria,
aperta e daí afrouxa,
sossega e depois desinquieta.
O que ela quer da gente é coragem."

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Re: Os EUA e as suas políticas para o Médio Oriente

#112 Mensagem por LeandroGCard » Qua Nov 20, 2013 8:10 pm

rodrigo escreveu:Então, se o Irã não tivesse se colocado como inimigo aberto do ocidente, personificado no discurso de destruição de Israel, não estava no meio desse redemoinho todo.
A verdade é que o Irã foi considerado inimigo do ocidente desde a revolução que derrubou o Xá, que era apoiado e mantido basicamente pelos EUA. De lá para cá o país foi mantido sob forte pressão diplomática e política mesmo jamais tendo atacado nenhuma nação vizinha, a ponto dos países ocidentais armarem o Iraque durante a guerra de agressão contra ele (em um evidente contraste com relação à ação ocidental na invasão do Kuwait :roll: ). E seu comércio internacional nunca foi plenamente normalizado.

As declarações (altamente distorcidas) do Ahmadinejad vieram e passaram, mas as as pressões políticas e sanções comerciais já existiam antes dele e continuam até hoje. E sempre que alguém menciona a possibilidade de amenizá-las o lobby israelense e os falcões de Washington levantam as bandeiras de guerra e sepultam qualquer chance de paz com o país persa.

A hostilidade ocidental contra o Irã não vem de nenhuma postura assumida por aquele país (fora é claro a derrubada de uma ditadura violenta e corrupta), e sim da necessidade do ocidente e de Israel de terem os seus espantalhos para apontar, assim como das maquinações da casa de Saud que ninguém quer contrariar por conta do mercado de petróleo. Israel, África do Sul e Paquistão tinham costas quentes no ocidente em função de suas posições na Guerra-Fria, e por conta disso jamais sofreram este tipo de pressão. Já o Irã pós-revolução permaneceu neutro entre os EUA e a URSS, e por isso era a vitima perfeita (não era aliado dos EUA nem tinha a proteção dos comunistas), e não se livrou disso até hoje porque mesmo após o final da Guerra-Fria os espantalhos ainda são muito interessantes para os países ocidentais.


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Re: Os EUA e as suas políticas para o Médio Oriente

#113 Mensagem por Wingate » Qua Nov 20, 2013 9:18 pm

LeandroGCard escreveu:
rodrigo escreveu:Então, se o Irã não tivesse se colocado como inimigo aberto do ocidente, personificado no discurso de destruição de Israel, não estava no meio desse redemoinho todo.
A verdade é que o Irã foi considerado inimigo do ocidente desde a revolução que derrubou o Xá, que era apoiado e mantido basicamente pelos EUA. De lá para cá o país foi mantido sob forte pressão diplomática e política mesmo jamais tendo atacado nenhuma nação vizinha, a ponto dos países ocidentais armarem o Iraque durante a guerra de agressão contra ele (em um evidente contraste com relação à ação ocidental na invasão do Kuwait :roll: ). E seu comércio internacional nunca foi plenamente normalizado.

As declarações (altamente distorcidas) do Ahmadinejad vieram e passaram, mas as as pressões políticas e sanções comerciais já existiam antes dele e continuam até hoje. E sempre que alguém menciona a possibilidade de amenizá-las o lobby israelense e os falcões de Washington levantam as bandeiras de guerra e sepultam qualquer chance de paz com o país persa.

A hostilidade ocidental contra o Irã não vem de nenhuma postura assumida por aquele país (fora é claro a derrubada de uma ditadura violenta e corrupta), e sim da necessidade do ocidente e de Israel de terem os seus espantalhos para apontar, assim como das maquinações da casa de Saud que ninguém quer contrariar por conta do mercado de petróleo. Israel, África do Sul e Paquistão tinham costas quentes no ocidente em função de suas posições na Guerra-Fria, e por conta disso jamais sofreram este tipo de pressão. Já o Irã pós-revolução permaneceu neutro entre os EUA e a URSS, e por isso era a vitima perfeita (não era aliado dos EUA nem tinha a proteção dos comunistas), e não se livrou disso até hoje porque mesmo após o final da Guerra-Fria os espantalhos ainda são muito interessantes para os países ocidentais.


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Gringolândia não engoliu até hoje aquele sequestro dos funcionários da Embaixada dos EUA em Teerã, de 4 de novembro de 1979 a 20 de janeiro de 1981, tendo como brinde uma fracassada (tremendo fiasco!) tentativa de resgate.

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Re: Os EUA e as suas políticas para o Médio Oriente

#114 Mensagem por Sterrius » Qua Nov 20, 2013 9:32 pm

O golpe de Estado e o sequestro da embaixada são os 2 casos que ambos os países não esquecem. E ao mesmo tempo exigem que o outro lado ignore e esqueça isso como "algo menor".

No caso do iran tb tem o abate do 707 civil que matou todos os tripulantes e o uso das armas químicas iraquianas fornecidas pelo ocidente.


Mas combinemo que ambos os países trocariam figurinhas o dia todo, e ambos teriam razão em guardar algum rancor por isso.




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Re: Os EUA e as suas políticas para o Médio Oriente

#115 Mensagem por LeandroGCard » Qui Nov 21, 2013 12:10 am

Wingate escreveu:Gringolândia não engoliu até hoje aquele sequestro dos funcionários da Embaixada dos EUA em Teerã, de 4 de novembro de 1979 a 20 de janeiro de 1981, tendo como brinde uma fracassada (tremendo fiasco!) tentativa de resgate.

Wingate
É verdade, os EUA não engoliram bem o fiasco até hoje. Mas como os reféns acabaram sendo devolvidos sãos e salvos este caso sozinho não justificaria a animosidade do ocidente contra o Irã. Já o Irã sim, tem muitas razões mais sérias para não gostar nem um pouco do ocidente.

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Re: Os EUA e as suas políticas para o Médio Oriente

#116 Mensagem por Bourne » Qui Nov 21, 2013 12:49 am

Nas relações internacionais não tem espaço para sentimentos e ressentimentos.

Os perderam milhares de homens em uma longa guerra no Vietnam, foram humilhados por uma bando de descamisados desnutridos. Porém nos últimos 20 anos as relações são cada vez melhores.

No oriente médio a guerra é entre Irã e monarquias árabes. Entre os dois o ocidente prefere os árabes. São aliados tradicionais e confiáveis na região.




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Re: Os EUA e as suas políticas para o Médio Oriente

#117 Mensagem por romeo » Qui Nov 21, 2013 1:18 am

Haja ressentimentos profundos e mútuos... Isso tudo que foi citado e mais ainda o assassinato sistemático dos cientistas iranianos nos dias atuais...

Não nos esqueçamos também do contecido na nossa base de Alcântara que vitimou toda a equipe dos nossos cientistas e técnicos... Ou alguém acredia em "acidente" ?

O jogo é sujo, sejam jogado por israelenses, americanos, persas, russos, argentinos ou brasileiros...




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Re: Os EUA e as suas políticas para o Médio Oriente

#118 Mensagem por Bourne » Qui Nov 21, 2013 1:51 am

Não assassinam cientistas por ressentimento. É uma solução simples para atrasar um programa sofisticado. Em conjunto com sequestros e ameaças a famílias. São medidas recorrentes e preocupação de qualquer serviço de inteligência.

O brasil não precisa de ajuda. Se sabota sozinho. Só ver o orçamento, gastos, tamanho e remuneração da equipe. Mostra não apenas que o país não se importa, mas ignora o programa. Tanto que hoje não reconstruíram a estrutura e contrataram mais gente.




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Re: Os EUA e as suas políticas para o Médio Oriente

#119 Mensagem por LeandroGCard » Qui Nov 21, 2013 10:21 am

Bourne escreveu:Não assassinam cientistas por ressentimento. É uma solução simples para atrasar um programa sofisticado. Em conjunto com sequestros e ameaças a famílias. São medidas recorrentes e preocupação de qualquer serviço de inteligência.
Ele estava mencionando a morte dos cientistas iranianos como mais um motivo de ressentimento DOS IRANIANOS com relação ao ocidente. É até engraçado como os iranianos são de tal forma demonizados no ocidente que a primeira reação é sempre de imaginar que os outros estão "chateadinhos" com eles, mas nem passa pela cabeça que eles possam ter razões para estar chateados com alguém :wink: .
O Brasil não precisa de ajuda. Se sabota sozinho. Só ver o orçamento, gastos, tamanho e remuneração da equipe. Mostra não apenas que o país não se importa, mas ignora o programa. Tanto que hoje não reconstruíram a estrutura e contrataram mais gente.
Este ponto é a mais pura verdade. Nós mesmos sabotamos os nossos programas mais estratégicos e importantes muito melhor do que qualquer gringo o faria. E não apenas no setor espacial, isso vai de estradas a refinarias, passando por fábricas, instituições de pesquisa e etc... . Os gringos nunca precisaram se preocupar em nos sabotar, sempre bastou apenas esperar nossas próprias ações.


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Re: Os EUA e as suas políticas para o Médio Oriente

#120 Mensagem por LeandroGCard » Seg Nov 25, 2013 11:02 am

Ainda não é um acordo de verdade, mas apenas uma distensão de 6 meses para tentar negociar algum acordo de fato. Mas já é um começo.

Israel e as monarquias do Golfo Pérsico estão criticando fortemente este pré-acordo, pois a elas interessa muito mais ver o Irã ser economicamente esmagado por sanções crescentes.
Irã, EUA e potências mundiais fecham acordo que congela programa nuclear
Pacto histórico alivia sanções comerciais contra Teerã em troca de pausa no enriquecimento de urânio

Agência Estado - 24 de novembro de 2013

GENEBRA - O Irã fechou um acordo histórico neste domingo com os Estados Unidos e outras cinco potências mundiais, aceitando congelar temporariamente seu programa de enriquecimento de urânio. É o avanço mais significativo das negociações entre Washington e Teerã em mais de três décadas de estranhamento.

O presidente iraniano, Hassan Rohani, endossou o acordo, que implica na suspensão das atividades nucleares por seis meses em troca de alívio limitado e gradual das sanções comerciais, incluindo o acesso aos US$ 4,2 bilhões gerados pelas vendas de petróleo. O período de seis meses dará aos diplomatas tempo para negociar um pacto mais abrangente.

A decisão resulta do diálogo público aberto no encontro anual da Organização das Nações Unidas (ONU) em setembro, durante o qual o presidente norte-americano, Barack Obama, teve uma conversa de 15 minutos por telefone com Rohani, eleito em junho deste ano.

O acordo congela a capacidade do Irã para enriquecer urânio no nível máximo de 5%, que está bem abaixo do limite necessário para produção de armas nucleares, e visa a minimizar as preocupações de que um dia Teerã terá a sua própria bomba atômica.

Obama saudou o pacto, que inclui restrições ao enriquecimento de urânio e outros projetos que podem ser destinados à fabricação de armas, como essencial para impedir o Irã de se tornar uma ameaça nuclear. "Simplificando, eles cortaram os caminhos mais prováveis do Irã para uma bomba", disse a repórteres em Washington.
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