Oposição dá ultimato de 72 horas a Morales

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antunsousa
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Oposição dá ultimato de 72 horas a Morales

#1 Mensagem por antunsousa » Ter Nov 28, 2006 12:26 am

Oposição dá ultimato de 72 horas a Morales


Opositores do governo do presidente da Bolívia, Evo Morales, deram-lhe prazo de 72 horas para atender às suas reivindicações, sob ameaça de reagirem com uma greve geral de 24 horas, no sábado, além de manifestações em todo o país.



Eles também anunciaram “greve geral de fome”, a partir da próxima segunda-feira.

Atualmente, segundo estimativas da imprensa boliviana, pelo menos 270 pessoas já aderiram à dieta de líquidos em diferentes pontos da Bolívia, incluindo grupos de mulheres do departamento (Estado) de Santa Cruz de la Sierra.

O ultimato contra Evo Morales foi decidido por oito dos nove “Comitês Cívicos” bolivianos, durante reunião nesta segunda-feira, em Cochabamba.

Estes comitês reúnem médicos, advogados e ruralistas, entre outros, e vêm protestando há mais de dois meses contra medidas do governo Morales, empossado em janeiro passado.

Os comitês costumam ter a simpatia dos partidos de oposição a Morales, como o “Podemos” (Poder Democrático).

"Situação dramática"

Num documento com cinco tópicos, eles definiram a atual situação da Bolívia como “dramática” e destacaram as diferenças pontuais com o governo: o projeto de lei de reforma agrária, as regras para aprovação das iniciativas na Assembléia Constituinte, o projeto de lei oficial que permite a “censura” (demissão) dos prefeitos (governadores), o pedido de "respeito às autonomias" dos departamentos do governo central, aprovado num referendo realizado em julho último.

Para a oposição, os projetos da nova constituinte devem ser aprovados por dois terços, evitando que o governo (que tem a maioria) termine redigindo, como afirmaram integrantes do “Podemos”, a carta “sozinho”.

O documento, divulgado nesta segunda-feira, foi assinado pelos comitês cívicos de La Paz, Beni, Chuquisaca, Oruro, Santa Cruz de la Sierra, Tarija, Pando e Santa Cruz de la Sierra.

O mesmo grupo já tinha realizado duas reuniões, em setembro, para definir a “estratégia de ação”, como afirmou à BBC Brasil Daniel Castro, porta-voz do Comitê Pró-Santa Cruz. “Não podemos deixar o governo atuar de forma autoritária e sem ouvir nossas opiniões e preocupações”, disse, antes da reunião desta segunda-feira.

“Vexame”

Nesta queda de braço entre oposição e governo, o vice-ministro de Terras, Alejandro Almaraz, voltou a divulgar nomes dos ruralistas de diferentes pontos do país que teriam recebido, gratuitamente, terras durante governos anteriores.

“Não se pode esconder esse vexame do povo boliviano”, disse Almaraz, segundo a Agência Boliviana de Informaçao (ABI), que é oficial.

Ele declarou ainda que muitos destes proprietários não as tornaram produtivas e chegaram a vendê-las.

Foi por isso, disse, que os senadores decidiram suspender, há cerca de dez dias, as sessões no parlamento e não votar o projeto de lei de reforma agrária, já aprovado na Câmara dos Deputados.

Muitos dos parlamentares, argumentou, são donos das terras presenteadas no passado.

Poucas horas antes, o ministro da Presidência da Bolívia, Juan Ramón Quintana, criticou a postura da oposição, quando ainda não se sabia qual seria o resultado do encontro em Cochabamba.

“O objetivo dos partidos de oposição é evitar o desenvolvimento da Assembléia Constituinte e, para isso, usam como desculpa a rejeição às mudanças na lei de reforma agrária e a fiscalização aos prefeitos”, disse.

Confrontos

De acordo com estimativas do governo, cerca de 2,5 mil pessoas chegarão nesta terça-feira a La Paz, após vários dias de caminhada.

Com bandeiras de diferentes movimentos indígenas e do campo, eles pretendem cercar o Senado pedindo aprovação da lei de reforma agrária.

Num clima tenso, integrantes da Associação dos Jovens para o Desenvolvimento da Bolívia (ADJIBOL), que ajudam grupos indígenas, denunciaram que foram agredidos por representantes do partido opositor “Podemos”.

A foto da que seria uma das vítimas foi publicada na página da ABI.

Por sua vez, em Santa Cruz de la Sierra e em Cochabamba, integrantes dos respectivos comitês cívicos denunciaram que seus seguidores também teriam sido agredidos por simpatizantes do governo Morales.


A coisa vai esquentar...




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