Vôo GLO 1907 - CTA inexperiente monitorava o Legacy
Enviado: Sex Nov 24, 2006 9:00 am
Meus prezados:
Operador inexperiente monitorava Legacy
A insistência das autoridades aeronáuticas em habilitar controladores de vôo pela grave carência de pessoal pode ter levado à maior tragédia da aviação civil do país, a colisão entre o jato Legacy com o Boeing da Gol, no dia 29 de setembro.
O controlador que estava vigiando o Legacy quando ele passou por Brasília tinha, de acordo com outros operadores, pouca experiência e havia sido homologado no início deste ano, após os colegas de turma.
Isto ocorre quando o controlador não consegue ser aprovado em cinco das seis provas práticas a que é submetido, e precisa repetir o treinamento e refazer os testes. Ultimamente, segundo controladores, justamente pela carência de pessoal, a insistência para que os militares continuassem tentando a habilitação era grande. Os controladores lembram que o profissional responsável pelo monitoramento do Legacy ao passar por Brasília pode ter se distraído ou estava ocupado com outras aeronaves e não acompanhou as trocas de altitude do jato. Pode, ainda, ter sido induzido a erro pelos equipamentos, que não consideram confiáveis.
Controlador teria "dificuldade de se concentrar"
Conforme colegas, o controlador que monitorava o Legacy não tinha perfil para executar a função.
- Não por incompetência, mas por ser uma pessoa com dificuldade em se concentrar e que, por várias vezes, já havia sido avisado de que não poderia ser tão disperso. Não era culpa dele, é uma característica, que o impediria, naturalmente, para ser habilitado para o posto. Mas, depois de muita insistência, ele conseguiu ser aprovado - disse um instrutor.
A Aeronáutica diz que todos os controladores passam por testes antes de serem habilitados. Mesmo depois do choque, dizem controladores, houve tentativas de se trazer sargentos da Defesa Aérea, que não são habilitados para o tráfego civil, para exercerem a função. Mas instrutores se recusaram a aceitá-los sem treinamento.
Tragédia quase se repetiu 16 dias após acidente
Vôo que partiu de Porto Alegre em direção ao Rio de Janeiro passou a pouco mais de 60 metros de outra aeronave
O Jornal Nacional de ontem mostrou mais um relato da insegurança no espaço aéreo brasileiro. Segundo a reportagem, duas semanas depois do maior acidente da aviação do país, entre o Boeing da Gol e o jato Legacy, o céu do Rio de Janeiro quase foi o cenário de uma outra tragédia.
Este foi só um dos mais de 20 casos de incidentes registrados este ano. No dia 15 de outubro, depois das 21h, um Boeing da Gol que partiu de Porto Alegre se aproximava do Aeroporto Internacional Tom Jobim, no Rio. Era o vôo 1805. O Fokker-100 da TAM, que fazia o vôo 3831, tinha acabado de decolar do aeroporto Tom Jobim e seguia para Campinas, interior de São Paulo.
A aeronave da Gol começava a descer para 16,1 mil pés. A da TAM subia e estava a 15,9 mil. Os dois jatos, que iam em sentidos contrários, passaram a pouco mais de 60 metros de distância um do outro. Quando deveriam estar separados por, no mínimo, 300 metros.
O caso, confirmado pela Aeronáutica, aconteceu 16 dias depois do acidente entre o avião da Gol e o Legacy, em que morreram 154 pessoas.
No fim de semana, o Fantástico e a Revista Época mostraram registros de três situações semelhantes. Numa delas, um piloto diz que passou a menos de 50 metros de outro avião comercial. A Aeronáutica trata esses casos como incidentes. Um documento do Comando da Aeronáutica mostra que, até julho deste ano, foram 22 incidentes. O número foi maior no ano passado e chegou a 134 casos em 1998.
Os controladores dizem que, para melhorar a segurança nos pontos críticos, está sendo aumentada a distância mínima entre as aeronaves.
A Aeronáutica diz que os índices de ocorrências estão dentro dos padrões internacionais.
- Eles são muito próximos a qualquer índice mundial - afirmou o coronel Hygino Rolim, segurança do Controle do Espaço Aéreo.
fonte: jornal "Zero Hora" 24 nov 2006
Um abraço e até mais...
Operador inexperiente monitorava Legacy
A insistência das autoridades aeronáuticas em habilitar controladores de vôo pela grave carência de pessoal pode ter levado à maior tragédia da aviação civil do país, a colisão entre o jato Legacy com o Boeing da Gol, no dia 29 de setembro.
O controlador que estava vigiando o Legacy quando ele passou por Brasília tinha, de acordo com outros operadores, pouca experiência e havia sido homologado no início deste ano, após os colegas de turma.
Isto ocorre quando o controlador não consegue ser aprovado em cinco das seis provas práticas a que é submetido, e precisa repetir o treinamento e refazer os testes. Ultimamente, segundo controladores, justamente pela carência de pessoal, a insistência para que os militares continuassem tentando a habilitação era grande. Os controladores lembram que o profissional responsável pelo monitoramento do Legacy ao passar por Brasília pode ter se distraído ou estava ocupado com outras aeronaves e não acompanhou as trocas de altitude do jato. Pode, ainda, ter sido induzido a erro pelos equipamentos, que não consideram confiáveis.
Controlador teria "dificuldade de se concentrar"
Conforme colegas, o controlador que monitorava o Legacy não tinha perfil para executar a função.
- Não por incompetência, mas por ser uma pessoa com dificuldade em se concentrar e que, por várias vezes, já havia sido avisado de que não poderia ser tão disperso. Não era culpa dele, é uma característica, que o impediria, naturalmente, para ser habilitado para o posto. Mas, depois de muita insistência, ele conseguiu ser aprovado - disse um instrutor.
A Aeronáutica diz que todos os controladores passam por testes antes de serem habilitados. Mesmo depois do choque, dizem controladores, houve tentativas de se trazer sargentos da Defesa Aérea, que não são habilitados para o tráfego civil, para exercerem a função. Mas instrutores se recusaram a aceitá-los sem treinamento.
Tragédia quase se repetiu 16 dias após acidente
Vôo que partiu de Porto Alegre em direção ao Rio de Janeiro passou a pouco mais de 60 metros de outra aeronave
O Jornal Nacional de ontem mostrou mais um relato da insegurança no espaço aéreo brasileiro. Segundo a reportagem, duas semanas depois do maior acidente da aviação do país, entre o Boeing da Gol e o jato Legacy, o céu do Rio de Janeiro quase foi o cenário de uma outra tragédia.
Este foi só um dos mais de 20 casos de incidentes registrados este ano. No dia 15 de outubro, depois das 21h, um Boeing da Gol que partiu de Porto Alegre se aproximava do Aeroporto Internacional Tom Jobim, no Rio. Era o vôo 1805. O Fokker-100 da TAM, que fazia o vôo 3831, tinha acabado de decolar do aeroporto Tom Jobim e seguia para Campinas, interior de São Paulo.
A aeronave da Gol começava a descer para 16,1 mil pés. A da TAM subia e estava a 15,9 mil. Os dois jatos, que iam em sentidos contrários, passaram a pouco mais de 60 metros de distância um do outro. Quando deveriam estar separados por, no mínimo, 300 metros.
O caso, confirmado pela Aeronáutica, aconteceu 16 dias depois do acidente entre o avião da Gol e o Legacy, em que morreram 154 pessoas.
No fim de semana, o Fantástico e a Revista Época mostraram registros de três situações semelhantes. Numa delas, um piloto diz que passou a menos de 50 metros de outro avião comercial. A Aeronáutica trata esses casos como incidentes. Um documento do Comando da Aeronáutica mostra que, até julho deste ano, foram 22 incidentes. O número foi maior no ano passado e chegou a 134 casos em 1998.
Os controladores dizem que, para melhorar a segurança nos pontos críticos, está sendo aumentada a distância mínima entre as aeronaves.
A Aeronáutica diz que os índices de ocorrências estão dentro dos padrões internacionais.
- Eles são muito próximos a qualquer índice mundial - afirmou o coronel Hygino Rolim, segurança do Controle do Espaço Aéreo.
fonte: jornal "Zero Hora" 24 nov 2006
Um abraço e até mais...