Por que os juros não baixam?
Moderador: Conselho de Moderação
- Penguin
- Sênior
- Mensagens: 18983
- Registrado em: Seg Mai 19, 2003 10:07 pm
- Agradeceu: 5 vezes
- Agradeceram: 374 vezes
Por que os juros não baixam?
Ponto de vista: Stephen Kanitz
Por que os juros não baixam?
"Se o governo devolvesse aos bancos o
dinheiro de seus empréstimos caríssimos,
eles ficariam com um monte de recursos parados
nas mãos e teriam de reduzir os juros"
É impressionante e assustador o número de políticos, líderes sociais, empresários, advogados, candidatos à Presidência da República, jornalistas e leitores que ainda não entendem por que o Banco Central não baixa os juros em termos reais. O que caiu até agora foi a inflação, os juros reais até subiram nestes últimos doze meses. Muitos ainda acham que quem decide a taxa de juro é o Banco Central, que pode reduzi-la por canetada, ou pensam que falta "vontade política" para reduzir os juros a patamares decentes. Se você é um desses, lembre-se desta singela lição de economia e administração econômica: só existe uma maneira de reduzir os juros em um país onde o Estado toma emprestados para si 80% da poupança do povo. A única forma de baixar os juros nesses casos é reduzir a dívida, devolvendo o dinheiro emprestado aos seus legítimos donos, o poupador brasileiro.
Ilustração Atômica Studio
Se o governo dissesse para os bancos: "Tomem seu dinheiro de volta, não queremos mais esses empréstimos caríssimos", os bancos ficariam com um monte de recursos parados nas mãos, sem remuneração, e perderiam dinheiro. Para emprestarem de novo, teriam de reduzir os juros. Administradores financeiros competentes muitas vezes conseguem essas reduções simplesmente "ameaçando" devolver suas dívidas. Se o governo começasse devolvendo pelo menos 10% da dívida, e "ameaçasse" devolver mais 20% nos próximos anos, o juro real, aí sim, despencaria.
Nenhum governo até hoje nestes 500 anos devolveu as dívidas que governos anteriores contraíram. Não há interesse nem estímulo político em pagar o que o governo anterior tomou emprestado e gastou. Isso até dá para entender. Todo governo quer ser reeleito e para isso tem de gastar mais do que o governo anterior, e não pagar o que é devido.
O ex-ministro da Fazenda Delfim Netto ficou famoso por defender abertamente, em 1982, a seguinte heterodoxia econômica: "Dívida não se paga. Dívida se rola". Delfim felizmente já mudou de idéia, e talvez seja o único deputado federal que percebe que a única forma de baixar os juros é reduzindo o montante da dívida em termos absolutos, via seu plano de déficit zero. Reduzir a dívida como proporção do PIB, política defendida atualmente pela maioria de seus colegas economistas, não reduz necessariamente o montante da dívida. Só a faz crescer num ritmo menos acelerado.
A história mostra que governo algum devolveu aos seus legítimos donos a dívida interna que contraiu. Pelo contrário, de tempos em tempos, na época de inflação brava, o governo tungava os investidores em 30%, e a famosa correção monetária ao longo de sua vida só "corrigiu" 10% da inflação, e não os 100% prometidos. Os 5 milhões de famílias que poupam e investem em títulos públicos, via seus fundos de pensão ou esses fundos DI, estão obviamente ressabiados. A maioria acha que a dívida nunca será devolvida, por isso os juros são elevados. Elas tentam recuperar o investido via juros, e não via devolução do principal. Para piorar a situação, a cada eleição aparece um candidato ou candidata que culpa os bancos e os poupadores pela alta dos juros e anuncia o repúdio da dívida ou o seu calote, o que confirma as piores suspeitas e eleva os juros reais para os níveis que temos.
Quem determina os juros, como tudo, é o mercado, nesse caso os milhões de poupadores brasileiros, gente que tem medo de investir em bolsa ou abrir sua própria empresa. Como prova do que estou dizendo, o governo Lula devolveu 100% da dívida externa aos poupadores americanos, e o risco Brasil, os juros que cobram das empresas, nunca esteve tão baixo. Falta agora devolver a dívida interna.
A primeira lição ética que cada mãe ensina aos seus filhos é "devolver sempre o que tomou emprestado", algo que muitos bandidos, políticos e governos ainda não aprenderam. Se você é um daqueles que querem ver este país crescer novamente, saiba que ninguém irá "reduzir" os juros. Lute para que o governo devolva a dívida que contraiu e nunca devolveu. Aí, sim, o governo reduzirá suas despesas de juros para zero e a taxa de juro cairá a um nível que fará o país crescer. Além do mais, nem seria ético nossa geração deixar para a próxima uma dívida que é nossa obrigação pagar.
Por que os juros não baixam?
"Se o governo devolvesse aos bancos o
dinheiro de seus empréstimos caríssimos,
eles ficariam com um monte de recursos parados
nas mãos e teriam de reduzir os juros"
É impressionante e assustador o número de políticos, líderes sociais, empresários, advogados, candidatos à Presidência da República, jornalistas e leitores que ainda não entendem por que o Banco Central não baixa os juros em termos reais. O que caiu até agora foi a inflação, os juros reais até subiram nestes últimos doze meses. Muitos ainda acham que quem decide a taxa de juro é o Banco Central, que pode reduzi-la por canetada, ou pensam que falta "vontade política" para reduzir os juros a patamares decentes. Se você é um desses, lembre-se desta singela lição de economia e administração econômica: só existe uma maneira de reduzir os juros em um país onde o Estado toma emprestados para si 80% da poupança do povo. A única forma de baixar os juros nesses casos é reduzir a dívida, devolvendo o dinheiro emprestado aos seus legítimos donos, o poupador brasileiro.
Ilustração Atômica Studio
Se o governo dissesse para os bancos: "Tomem seu dinheiro de volta, não queremos mais esses empréstimos caríssimos", os bancos ficariam com um monte de recursos parados nas mãos, sem remuneração, e perderiam dinheiro. Para emprestarem de novo, teriam de reduzir os juros. Administradores financeiros competentes muitas vezes conseguem essas reduções simplesmente "ameaçando" devolver suas dívidas. Se o governo começasse devolvendo pelo menos 10% da dívida, e "ameaçasse" devolver mais 20% nos próximos anos, o juro real, aí sim, despencaria.
Nenhum governo até hoje nestes 500 anos devolveu as dívidas que governos anteriores contraíram. Não há interesse nem estímulo político em pagar o que o governo anterior tomou emprestado e gastou. Isso até dá para entender. Todo governo quer ser reeleito e para isso tem de gastar mais do que o governo anterior, e não pagar o que é devido.
O ex-ministro da Fazenda Delfim Netto ficou famoso por defender abertamente, em 1982, a seguinte heterodoxia econômica: "Dívida não se paga. Dívida se rola". Delfim felizmente já mudou de idéia, e talvez seja o único deputado federal que percebe que a única forma de baixar os juros é reduzindo o montante da dívida em termos absolutos, via seu plano de déficit zero. Reduzir a dívida como proporção do PIB, política defendida atualmente pela maioria de seus colegas economistas, não reduz necessariamente o montante da dívida. Só a faz crescer num ritmo menos acelerado.
A história mostra que governo algum devolveu aos seus legítimos donos a dívida interna que contraiu. Pelo contrário, de tempos em tempos, na época de inflação brava, o governo tungava os investidores em 30%, e a famosa correção monetária ao longo de sua vida só "corrigiu" 10% da inflação, e não os 100% prometidos. Os 5 milhões de famílias que poupam e investem em títulos públicos, via seus fundos de pensão ou esses fundos DI, estão obviamente ressabiados. A maioria acha que a dívida nunca será devolvida, por isso os juros são elevados. Elas tentam recuperar o investido via juros, e não via devolução do principal. Para piorar a situação, a cada eleição aparece um candidato ou candidata que culpa os bancos e os poupadores pela alta dos juros e anuncia o repúdio da dívida ou o seu calote, o que confirma as piores suspeitas e eleva os juros reais para os níveis que temos.
Quem determina os juros, como tudo, é o mercado, nesse caso os milhões de poupadores brasileiros, gente que tem medo de investir em bolsa ou abrir sua própria empresa. Como prova do que estou dizendo, o governo Lula devolveu 100% da dívida externa aos poupadores americanos, e o risco Brasil, os juros que cobram das empresas, nunca esteve tão baixo. Falta agora devolver a dívida interna.
A primeira lição ética que cada mãe ensina aos seus filhos é "devolver sempre o que tomou emprestado", algo que muitos bandidos, políticos e governos ainda não aprenderam. Se você é um daqueles que querem ver este país crescer novamente, saiba que ninguém irá "reduzir" os juros. Lute para que o governo devolva a dívida que contraiu e nunca devolveu. Aí, sim, o governo reduzirá suas despesas de juros para zero e a taxa de juro cairá a um nível que fará o país crescer. Além do mais, nem seria ético nossa geração deixar para a próxima uma dívida que é nossa obrigação pagar.
- cesarw
- Avançado
- Mensagens: 617
- Registrado em: Ter Mai 30, 2006 11:32 pm
- Localização: Rio de Janeiro-RJ
- Agradeceu: 2 vezes
- Agradeceram: 3 vezes
Sverdlov escreveu:É óbvio -ao contrário do que diz o texto- que a taxa de juros pode cair mediante ação política. Isso não é feito, contudo, pelo argumento de que a taxa alta inibe a inflação.
O setor bancário agradece. E torce pela releição de Lula.
Sverdlov, para baixar os juros as ações tem que ser econômicas, e não políticas. A intervenção por manobras políticas não sustentam o mercado, e pinta o quadro que muitos de nós vimos no passado, de inflações galopantes até a recessão.
Agora concordo com você, que enquanto os banqueiros forem os principais lucradores dessa situação, o país não cresce e a distribuição de renda não acontece. Esse quadro tem que mudar.
"A guerra, a princípio, é a esperança de q a gente vai se dar bem; em seguida, é a expectativa de q o outro vai se ferrar; depois, a satisfação de ver q o outro não se deu bem; e finalmente, a surpresa de ver q todo mundo se ferrou!"
KK
KK
cesarw escreveu:Sverdlov, para baixar os juros as ações tem que ser econômicas, e não políticas. A intervenção por manobras políticas não sustentam o mercado, e pinta o quadro que muitos de nós vimos no passado, de inflações galopantes até a recessão.
Bem, ao menos você admite ações econômicas, o que denota recusa à falácia liberal de que o mercado se rege por si só.
Pois seria um ledo engano. A "mão invisível" de Adam Smith já restou desmistificada. O mercado precisa de ações, econômicas, como prefere Cesarw, ou políticas, como defendo eu.
E vejamos: as ações políticas são mais comuns do que pensamos. Quando um País fornece subsídios cedendo a lobbies, ou quando por razões diplomáticas reduz barreiras tributárias...Isso tudo é política, e isso tudo influi na economia.
Não é mesmo?
- FinkenHeinle
- Sênior
- Mensagens: 11930
- Registrado em: Qua Jan 28, 2004 4:07 am
- Localização: Criciúma/SC
- Agradeceu: 6 vezes
- Agradeceram: 19 vezes
- Contato:
Sverdlov escreveu:É óbvio -ao contrário do que diz o texto- que a taxa de juros pode cair mediante ação política. Isso não é feito, contudo, pelo argumento de que a taxa alta inibe a inflação.
O setor bancário agradece. E torce pela releição de Lula.
Sim! Está correto!
A Ação Política pode sim fazer baixar a Taxa de Juro Básica da Economia, isto é, a Taxa Selic!
Mas não, a Ação Política não pode fazer baixar as Taxas de Juro do Mercado!
E mesmo no primeiro caso, uma queda abrupta e eminentemente política da Selic traria no bojo perigosas consequencias econômicas.
Uma das mais importantes lições da história do país é que Economia se gere com princípios de Economia, e não com princípios Econômicos. O País tentou quase uma dezena de vezes inverter e subverter esta ordem, acreditando ser possível moldar a Economia ao gosto da Política. Marcante e coincidente é a frase de Max Weber que eu coloquei em minha assinatura, logo aqui embaixo. A política é a utopia alegre da abundância.
Sempre que um Governo tabela preços, ele impõe também prejuízos para o conjunto da sociedade, ainda que seja uma atitude popular (ou populista) e que em primeira análise estaria beneficiando os consumidores. Tabelar preços parece ser sempre tentador, mas igualmente sempre trás prejuízos!
Faça um exercício, Sverdlov! Imagine o que aconteceria se o Gov. continuasse sugando 80% do Crédito disponível, e neste cenário tabelasse o Juro ao Consumidor!
Atte.
André R. Finken Heinle
"If the battle for civilization comes down to the wimps versus the barbarians, the barbarians are going to win."
Thomas Sowell
André R. Finken Heinle
"If the battle for civilization comes down to the wimps versus the barbarians, the barbarians are going to win."
Thomas Sowell
- FinkenHeinle
- Sênior
- Mensagens: 11930
- Registrado em: Qua Jan 28, 2004 4:07 am
- Localização: Criciúma/SC
- Agradeceu: 6 vezes
- Agradeceram: 19 vezes
- Contato:
Sverdlov escreveu:Bem, ao menos você admite ações econômicas, o que denota recusa à falácia liberal de que o mercado se rege por si só.
Pois seria um ledo engano. A "mão invisível" de Adam Smith já restou desmistificada. O mercado precisa de ações, econômicas, como prefere Cesarw, ou políticas, como defendo eu.
E vejamos: as ações políticas são mais comuns do que pensamos. Quando um País fornece subsídios cedendo a lobbies, ou quando por razões diplomáticas reduz barreiras tributárias...Isso tudo é política, e isso tudo influi na economia.
Não é mesmo?
Falácia para quem?! Adam Smith fez um trabalho muito profícuo para que alguém leigo venha aqui fazer este tipo de comentário desinteressado e arrogante.
É arquievidente que a ação política influencia na Economia. Mas isto não significa que a ação política possa moldar a Economia ao seu bel prazer. O Estado, independente se sua orientação, terá sempre uma influência sobre a Economia, porque é um agente econômico. Ele tem demandas, e responde à demandas.
O Estado pode, sem dúvida, influenciar a Economia, mas como disse, não poderá moldá-la, e terá de agir mais por meio de sua influência em que pese aspectos puramente econômicos. Exemplo, se o Gov. reduz ou aumenta seu grau de endividamento, ou o resultado fiscal, terá uma influência sobre a Economia, que será INDIRETA, e não DIRETA!
É sobre isso que fala o Sr. Kanitz. O Gov. não tem como determinar Taxas de Juro mediante Leis, sem que isso implique também em prejuízos, mas poderá afetar tais Taxas de Juro se atuar indiretamente sobre a Economia, atuando por meios Econômicos.
Atte.
André R. Finken Heinle
"If the battle for civilization comes down to the wimps versus the barbarians, the barbarians are going to win."
Thomas Sowell
André R. Finken Heinle
"If the battle for civilization comes down to the wimps versus the barbarians, the barbarians are going to win."
Thomas Sowell
- cesarw
- Avançado
- Mensagens: 617
- Registrado em: Ter Mai 30, 2006 11:32 pm
- Localização: Rio de Janeiro-RJ
- Agradeceu: 2 vezes
- Agradeceram: 3 vezes
Sverdlov escreveu:cesarw escreveu:Sverdlov, para baixar os juros as ações tem que ser econômicas, e não políticas. A intervenção por manobras políticas não sustentam o mercado, e pinta o quadro que muitos de nós vimos no passado, de inflações galopantes até a recessão.
Bem, ao menos você admite ações econômicas, o que denota recusa à falácia liberal de que o mercado se rege por si só.
Pois seria um ledo engano. A "mão invisível" de Adam Smith já restou desmistificada. O mercado precisa de ações, econômicas, como prefere Cesarw, ou políticas, como defendo eu.
E vejamos: as ações políticas são mais comuns do que pensamos. Quando um País fornece subsídios cedendo a lobbies, ou quando por razões diplomáticas reduz barreiras tributárias...Isso tudo é política, e isso tudo influi na economia.
Não é mesmo?
Claro! Neste contexto você está correto.
A ação política que não pode acontecer é a direta, sem sustentação e com visão a curto prazo. Tabelamento por exemplo não funciona, a prova clara é a Constituição Federal que, em sua tragédia de criação, tabelou até os juros em 6%. Mas da forma por você descrita, sim, é plausível.
"A guerra, a princípio, é a esperança de q a gente vai se dar bem; em seguida, é a expectativa de q o outro vai se ferrar; depois, a satisfação de ver q o outro não se deu bem; e finalmente, a surpresa de ver q todo mundo se ferrou!"
KK
KK
- FinkenHeinle
- Sênior
- Mensagens: 11930
- Registrado em: Qua Jan 28, 2004 4:07 am
- Localização: Criciúma/SC
- Agradeceu: 6 vezes
- Agradeceram: 19 vezes
- Contato:
cesarw escreveu:Agora concordo com você, que enquanto os banqueiros forem os principais lucradores dessa situação, o país não cresce e a distribuição de renda não acontece. Esse quadro tem que mudar.
Mas esta situação mudará um dia?!
Ou terá um dia em que os Bancos lucrarão mais com Juros Baixos do que com Juros Altos?!
Atte.
André R. Finken Heinle
"If the battle for civilization comes down to the wimps versus the barbarians, the barbarians are going to win."
Thomas Sowell
André R. Finken Heinle
"If the battle for civilization comes down to the wimps versus the barbarians, the barbarians are going to win."
Thomas Sowell
- cesarw
- Avançado
- Mensagens: 617
- Registrado em: Ter Mai 30, 2006 11:32 pm
- Localização: Rio de Janeiro-RJ
- Agradeceu: 2 vezes
- Agradeceram: 3 vezes
FinkenHeinle escreveu:cesarw escreveu:Agora concordo com você, que enquanto os banqueiros forem os principais lucradores dessa situação, o país não cresce e a distribuição de renda não acontece. Esse quadro tem que mudar.
Mas esta situação mudará um dia?!
Ou terá um dia em que os Bancos lucrarão mais com Juros Baixos do que com Juros Altos?!
Que os bancos deixarão de ganhar, isso nunca vai acontecer. O que não pode é ganharem tão absurdamente mais, que a força produtiva do país.
Os daqui ganham dessa maneira, por que quase todo o valor liberado para empréstimos, está concentrado no governo. Perdem de um lado (porque não recebem destes) , mas ganham no mercado com os juros altos. O dia que esse montante for pulverizado na força produtiva, aí sim, acontecerá o milagre do crescimento.
OS EUA tem o maior dívida interna do mundo, mas os bancos não passam os juros para o capital produtivo, continuam em seus 2,5% chegando a 5%. Porque será que aqui não pode ser igual?
Lá eles ganham na quantidade pulverizada, aqui se ganha na concentração.
"A guerra, a princípio, é a esperança de q a gente vai se dar bem; em seguida, é a expectativa de q o outro vai se ferrar; depois, a satisfação de ver q o outro não se deu bem; e finalmente, a surpresa de ver q todo mundo se ferrou!"
KK
KK
- FinkenHeinle
- Sênior
- Mensagens: 11930
- Registrado em: Qua Jan 28, 2004 4:07 am
- Localização: Criciúma/SC
- Agradeceu: 6 vezes
- Agradeceram: 19 vezes
- Contato:
cesarw escreveu:Que os bancos deixarão de ganhar, isso nunca vai acontecer. O que não pode é ganharem tão absurdamente mais, que a força produtiva do país.
Os daqui ganham dessa maneira, por que quase todo o valor liberado para empréstimos, está concentrado no governo. Perdem de um lado (porque não recebem destes) , mas ganham no mercado com os juros altos. O dia que esse montante for pulverizado na força produtiva, aí sim, acontecerá o milagre do crescimento.
OS EUA tem o maior dívida interna do mundo, mas os bancos não passam os juros para o capital produtivo, continuam em seus 2,5% chegando a 5%. Porque será que aqui não pode ser igual?
Lá eles ganham na quantidade pulverizada, aqui se ganha na concentração.
Não compreendeste!
Tu colocou o seguinte post:
cesarw escreveu:Agora concordo com você, que enquanto os banqueiros forem os principais lucradores dessa situação, o país não cresce e a distribuição de renda não acontece. Esse quadro tem que mudar.
Esta situação (presumo que seja a de Juros Altos) via de regra beneficiará os Bancos. Se "enquanto os banqueiros forem os principais lucradores dessa situação (de Juros Altos)", dá a conotação de moto-perpétuo que de fato não existe.
Cesar, quanto à questão de ganhar na pulverização, vale o mesmo desafio que fiz ao Sverdlov: mantenha constante o mesmo endividamento e déficit fiscal do Estado, e tabele os Juros ao consumidor. Faça um exercício de futurologia e imagine o que ocorreria!
Atte.
André R. Finken Heinle
"If the battle for civilization comes down to the wimps versus the barbarians, the barbarians are going to win."
Thomas Sowell
André R. Finken Heinle
"If the battle for civilization comes down to the wimps versus the barbarians, the barbarians are going to win."
Thomas Sowell
- cesarw
- Avançado
- Mensagens: 617
- Registrado em: Ter Mai 30, 2006 11:32 pm
- Localização: Rio de Janeiro-RJ
- Agradeceu: 2 vezes
- Agradeceram: 3 vezes
FinkenHeinle escreveu:Não compreendeste!
Tu colocou o seguinte post:cesarw escreveu:Agora concordo com você, que enquanto os banqueiros forem os principais lucradores dessa situação, o país não cresce e a distribuição de renda não acontece. Esse quadro tem que mudar.
Esta situação (presumo que seja a de Juros Altos) via de regra beneficiará os Bancos. Se "enquanto os banqueiros forem os principais lucradores dessa situação (de Juros Altos)", dá a conotação de moto-perpétuo que de fato não existe.
ahhhhh... entendi. Desculpe-me! Tico ainda está desmaiado com a ressonância da instrução de tiro de hoje. Teco tá trabalhando sozinho.
Quando eu falei "dessa situação" , quis dizer "desse cenário econômico brasileuiro atual".
FinkenHeinle escreveu:Cesar, quanto à questão de ganhar na pulverização, vale o mesmo desafio que fiz ao Sverdlov: mantenha constante o mesmo endividamento e déficit fiscal do Estado, e tabele os Juros ao consumidor. Faça um exercício de futurologia e imagine o que ocorreria!
Retrocesso absoluto.
Do mesmo jeito que o plano Cruzado provocou a retirada das mercadorias das prateleiras dos supermercados, tabelamento de juro provocaria a retirada do crédito nacional. O bancos prefeririam aplicar em mercados abertos no exterior. Sei disso.
O juros tem que descer por uma série de variáveis mercadológicas e não políticas imediatistas, foi isso que eu disse.
"A guerra, a princípio, é a esperança de q a gente vai se dar bem; em seguida, é a expectativa de q o outro vai se ferrar; depois, a satisfação de ver q o outro não se deu bem; e finalmente, a surpresa de ver q todo mundo se ferrou!"
KK
KK
- FinkenHeinle
- Sênior
- Mensagens: 11930
- Registrado em: Qua Jan 28, 2004 4:07 am
- Localização: Criciúma/SC
- Agradeceu: 6 vezes
- Agradeceram: 19 vezes
- Contato:
cesarw escreveu:Retrocesso absoluto.
Do mesmo jeito que o plano Cruzado provocou a retirada das mercadorias das prateleiras dos supermercados, tabelamento de juro provocaria a retirada do crédito nacional. O bancos prefeririam aplicar em mercados abertos no exterior. Sei disso.
O juros tem que descer por uma série de variáveis mercadológicas e não políticas imediatistas, foi isso que eu disse.
Bingo!
Exatamente por isto que discordo totalmente quando culpa-se a "falta de vontade política" por este e outros problemas que assolam o Brasil!
Atte.
André R. Finken Heinle
"If the battle for civilization comes down to the wimps versus the barbarians, the barbarians are going to win."
Thomas Sowell
André R. Finken Heinle
"If the battle for civilization comes down to the wimps versus the barbarians, the barbarians are going to win."
Thomas Sowell
-
- Sênior
- Mensagens: 4297
- Registrado em: Qua Fev 19, 2003 7:14 pm
- Localização: Florianópolis
- Contato:
De qualquer forma, e sem querer ficar fazendo propaganda do governo, me lembro que em 2003 a SELIC estava na casa dos 26%, e hoje está próxima de 13%...
O problema da ingerência da política na economia é que, via de regra, políticos querem resultados imediatos para mostrarem a população e sua legenda(ou eles mesmos) se reelegerem, mas a economia não pode funcionar por esta lógica. Imediatismos em economia geralmente resultam em desastre econômico e aumento da pobreza.
Agora, mesmo eu acho que a taxa de juros poderia cair um pouco mais rápido do que a fraca redução que ocorre atualmente.
Abraços
César
O problema da ingerência da política na economia é que, via de regra, políticos querem resultados imediatos para mostrarem a população e sua legenda(ou eles mesmos) se reelegerem, mas a economia não pode funcionar por esta lógica. Imediatismos em economia geralmente resultam em desastre econômico e aumento da pobreza.
Agora, mesmo eu acho que a taxa de juros poderia cair um pouco mais rápido do que a fraca redução que ocorre atualmente.
Abraços
César
"- Tú julgarás a ti mesmo- respondeu-lhe o rei - É o mais difícil. É bem mais difícil julgar a si mesmo que julgar os outros. Se consegues fazer um bom julgamento de ti, és um verdadeiro sábio."
Antoine de Saint-Exupéry
Antoine de Saint-Exupéry
- FinkenHeinle
- Sênior
- Mensagens: 11930
- Registrado em: Qua Jan 28, 2004 4:07 am
- Localização: Criciúma/SC
- Agradeceu: 6 vezes
- Agradeceram: 19 vezes
- Contato:
César escreveu:De qualquer forma, e sem querer ficar fazendo propaganda do governo, me lembro que em 2003 a SELIC estava na casa dos 26%, e hoje está próxima de 13%...
De fato! Mas a Taxa de Juro Real em ambas as oportunidades era semelhante, e a diferença é que vivemos um período ímpar com uma Taxa de Juro Real pouco maior do que 10%, mas com a inflação sob estrito controle.
Em tempo, o problema é que a queda da Selic não ensejou uma queda proporcional nas Taxas de Juro ao Consumidor!
Atte.
André R. Finken Heinle
"If the battle for civilization comes down to the wimps versus the barbarians, the barbarians are going to win."
Thomas Sowell
André R. Finken Heinle
"If the battle for civilization comes down to the wimps versus the barbarians, the barbarians are going to win."
Thomas Sowell