País apressa compra de caça para manter poder regional
Enviado: Seg Jul 03, 2006 3:07 pm
Eu fiquei bem animado ao ler o título da notícia. Mas no texto se revela a mesma lenga lenga de sempre (ver trecho grifado).
Frota
País apressa compra de caça para manter poder regional
Venezuela anuncia aquisição de Sukhoi e FAB retoma projeto FX
Leandro Mazzini
O Brasil recebe em dezembro os quatro primeiros caças Mirage 2000-C de um total de 12 comprados da Força Aérea Francesa, em um acordo de R$ 222,4 milhões. Com a frota aérea reduzida depois da aposentadoria dos Mirage III, ano passado, é o mínimo que a Aeronáutica pode fazer, por enquanto, frente ao poderio aéreo dos países vizinhos.
Pilotos do Chile já voam com os potentes F-16 americanos e o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, fez um anúncio recente que deixou a América do Sul em alerta: encomendou 30 caças russos Sukhoi, o avião de combate mais potente do mundo.
A intenção de Chávez com o novo arsenal aéreo permanece um mistério para o governo brasileiro, que tem o líder venezuelano como aliado. O caso, no entanto, coloca em questão o chamado “equilíbrio regional”de forças e obrigou a Força Aérea Brasileira (FAB) a apressar a retomada do Projeto FX BR, abortado há dois anos pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Orçado em US$ 760 milhões – algo em torno de R$ 1,67 bilhão – o projeto prevê a compra de 12 caças modernos. A encomenda dos Mirage 2000-C usados, reforça o governo, é paliativa. “A aquisição é uma solução intermediária. O pensamento da FAB é o de retomar, tão logo seja possível, o processo do Projeto FX”, informou a Aeronáutica.
Agora, a FAB reforça a pressão para a licitação. O artifício de Lula de abortar o projeto foi político e não orçamentário. É o que diz o Brigadeiro do Ar Delano Teixeira Menezes, terceiro subchefe de Planejamentos Estratégicos da Aeronáutica entre 1998 e 99. Ele participou do grupo que originou o projeto FX no governo de Fernando Henrique.
- Lula disse que o dinheiro seria usado no Fome Zero – lembra Delano. – Mas o desembolso só vem cinco anos depois de os primeiros aviões chegarem.
O país adquiriu 12 Mirage 2000-C por meio de um acordo, assinado em julho do ano passado entre Brasil e França, que inclui também a aquisição do suprimento necessário e o treinamento de pilotos e mecânicos. Os Mirage – que têm mais de 20 anos de vida útil – são usados pela França desde os anos 90, quanto foram fabricados. No Brasil, os aparelhos ficarão na Base de Anápolis, em Goiás.
- No caso do FX, a FAB escolheu só 12 aviões porque são caças de “defesa aérea pura”, ou seja, para defender a capital – explica Delano. – Mas podem operar em todo o território.
De acordo com a Aeronáutica, o Brasil tem hoje em operação 54 caças AMX, de fabricação ítalo-brasileira, e 47 F-5, modelo norte-americano, distribuídos em bases pelo país. Os novos caças franceses já foram testados e serão entregues ao Brasil com a mesma versão utilizada pelo país europeu, com transferência de tecnologia primordial exigido pela FAB.