Portugal vende 12 aviões F16
Enviado: Qui Jun 01, 2006 5:24 pm
Da lista Sistema de armas
Há F16 comprados pelo Governo de António Guterres que nunca voaram e ainda estão "encaixotados"
Portugal vai vender 12 aviões F16. As duas esquadras, que têm actualmente 20 aviões cada, ficarão com 12 e mais dois suplementares. Os caças, contudo, só serão vendidos depois da modernização (Midle Life Up-grade). O segundo pacote de F16 foi comprado há poucos anos pelo Governo de António Guterres.
Desses aviões, apenas quatro foram modernizados e estão a voar. Os outros ainda estão "encaixotados".
A Lei de Programação Militar (LPM), que é hoje aprovada em Conselho de Ministros, prevê, pela primeira vez, um programa de alienação de equipamentos, entre os quais está a venda de F16, dez helicópteros Puma, duas fragatas João Belo e alguns helicópteros Alouette. Segundo as contas do Governo, isto pode render 290 milhões de euros, que vão ser gastos em novos equipamentos. O Governo quer fazer essas vendas até 2011, mas, ao ritmo da modernização dos F16, será quase impossível.
O ministro da Defesa, Luís Amado, destacou que este programa "deve ser encarado como uma rotina no futuro" para que o tempo útil de vida dos equipamentos militares "não se esgote" e, assim, Portugal possa vender material e aproximar-se do ritmo de modernização das Forças Armadas dos outros países.
A LPM "dá" aos ramos 5450 milhões de euros para gastar durante 18 anos, um valor ligeiramente abaixo da lei de 2003 (5563 milhões).
Hélis todos concentrados no Montijo
Outra das novidades da LPM é a constituição de um programa de capacidades conjuntas, que constitui um passo para o reforço dos poderes do chefe de Estado-Maior General das Forças Armadas (CEMGFA) e a criação do futuro comando conjunto, que ficará em Monsanto.
Nesse programa de capacidades conjuntas está o dinheiro para os novos helicópteros ligeiros do Exército e Força Aérea, os NH90, o up-grade dos C130, o navio polivalente logístico, viaturas tácticas ligeiras de rodas, rádios e protecção NBQ.
Segundo Amado, o objectivo é "passar de uma visão do sistema de forças muito atomizada para uma perspectiva mais estruturada, que garanta a interoperacionalidade, racionalidade e equilíbrio". O ministro reconheceu algumas dificuldades na negociação desta parte com os três ramos, referindo-se a "um diálogo muito prolongado" que se arrastou nos últimos meses e que obrigou a três reuniões de Conselho Superior Militar.
Os quatro modelos diferentes de helicópteros que servem os três ramos vão ficar sediados na base área do Montijo e sob comando operacional do CEMGFA. Ao todo, deverão vir a ser 34 aparelhos - cinco da Marinha, dez EH101 (helicópteros pesados), nove NH90 e oito a nove ligeiros, que vão ser comprados.
A verba para aquisição e manutenção destas frotas é superior ao dinheiro dos novos submarinos e Amado pretende poupar na cadeia logística e de manutenção.
Os programas dos helicópteros sofrem algumas alterações. Os NH90 são atrasados em três anos (só começarão a chegar em 2011) e serão apenas nove.
Ao fazer a LPM, o Governo quis forçar o processo de transferência de competências dos ramos para o EMGFA, matéria que está a ser estudada pelo gabinete do ministro e que obrigará à revisão da Lei Orgânica de Bases da Organização das Forças Armadas.
O Ministério da Defesa reduz ainda para 39 por cento a percentagem de aquisições feitas em leasing. Este valor estava em 52 por cento.
Hoje, o Conselho de Ministros aprova também o novo sistema de contrapartidas da indústria de defesa.