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Mensagem
por eu sou eu » Seg Set 26, 2005 8:35 pm
O Pelotão de Infantaria e seu Armamento
Nosso Pelotão de Infantaria tem a seguinte organização:
O Grupo de Comando é composto por seis homens, sendo um Oficial Comandante de Pelotão, um Sargento Auxiliar que é seu Subcomandante, um Cabo Rádio-Operador que é o responsável pelo estabelecimento de comunicações com os outros pelotões e com o Comando da Companhia ou do Batalhão, um Sargento “Caçador” que, juntamente com seu Cabo Observador, exercem as funções de equipe “Sniper” do Pelotão e Observador Avançado para o Grupo de Morteiros integrante do Pelotão de Armas de Apoio da Companhia, bem como para o Pelotão de Morteiros do Batalhão, e, por fim, um Sargento Enfermeiro, responsável pelo tratamento e evacuação de feridos. Os três primeiros combatentes são armados com Fuzil de Assalto, ao passo que o Caçador é armado com um fuzil apropriado para tiros de precisão, e seu Observador, que é responsável por sua cobertura e proteção, com uma Metralhadora Leve. O Sargento Enfermeiro também leva um Fuzil de Assalto.
O uso de pistolas ou de outras armas de defesa pessoal (PDW) por parte do Comandante de Pelotão e seus Sargentos, no Exército Brasileiro, merece ser ponderado. O porte de uma pistola num coldre de cintura ou do tipo alongado é um fator que denuncia seu usuário como alguém de importância hierárquica ou funcional para os “Snipers” inimigos, tornando-se assim um alvo prioritário em meio à tropa. No Exército Norte-Americano, qualquer combatente, de Soldado a General, pode adquirir por meios próprios e portar sua pistola em combate, desde que esta atenda a certos requisitos, como a padronização de calibre, por exemplo. Isto torna a identificação dos Comandantes, por parte dos Caçadores inimigos, uma tarefa mais complexa, deixando a pistola de ser um “dedo duro”, como também o é a submetralhadora MT-12, que é a arma de dotação dos Graduados em muitas unidades de Infantaria. A realidade Norte-Americana no tocante ao uso de pistolas, acima mencionada, é, contudo, inimaginavelmente distante da nossa, principalmente quando levamos em consideração o atual Estatuto do Desarmamento (do Cidadão, e não dos bandidos), o que lamentavelmente reduz a possibilidade de demanda de produtos de empresas nacionais de material bélico, como a IMBEL e a TAURUS, as quais vir-se-iam extremamente beneficiadas caso todos os combatentes do efetivo fixo das FFAA pudessem ter e portar suas pistolas. É válido também considerarmos que caso se utilize uma veste de combate para portar a arma, que ficaria assim oculta entre outros equipamentos, tal problema é reduzido.
Outro aspecto importante a ser considerado, no tocante ao uso de pistolas, é que nos exércitos mais avançados o operador de Metralhadora Leve ou de Metralhadora Média porta pistola. Isto se deve ao fato de sua arma principal ter alimentação por cinta de elos metálicos, o que torna seu remuniciamento um pouco mais lento do que aquelas armas que utilizam carregadores destacáveis, fazendo com que seus operadores, peças chave para a superioridade de fogo, fiquem mais vulneráveis ao inimigo durante combates aproximados, como os em ambiente urbano ou de selva. É justamente para minimizar esta fraqueza que eles são dotados de pistolas: para terem a possibilidade de se defenderem enquanto municiam suas armas. Como o fato de operarem as metralhadoras já os torna alvos prioritários dos Caçadores inimigos, o porte da pistola não muda em nada sua situação no tocante a este aspecto. É definitivamente uma medida a ser considerada por nossas FFAA.
O Grupo de Combate é composto por nove homens, existindo três Grupos de Combate por Pelotão de Infantaria. Integram-no o Sargento Comandante de Grupo, dois Cabos, que são os Comandantes dos Escalões em que se subdivide o Grupo de Combate, dois Soldados Fuzileiros, dois Soldados Granadeiros e dois Soldados Metralhadores. Todos são armados de Fuzil de Assalto, à exceção dos Soldados Metralhadores, que são armados com Metralhadoras Leves. Cada um dos Soldados Granadeiros têm um lançador de granadas acoplado sob o cano de seu fuzil. Um dos Cabos é responsável por manejar um Canhão Sem Recuo, cabendo ao Soldado Fuzileiro de seu Escalão o transporte da munição para o mesmo. No outro Escalão, o Cabo e o Soldado Fuzileiro que o acompanha portam, cada um, além de seu fuzil, uma Arma Leve Anti-Carro e cargas explosivas de ação horizontal.
O Grupo de Armas de Apoio é constituído por nove homens, sendo um Sargento Comandante, dois Cabos Metralhadores, dois Cabos Atiradores de Arma Anti-Carro e quatro Soldados Municiadores. O Sargento Comandante, os Cabos Atiradores de Arma Anti-Carro e todos os Soldados Municiadores são armados de Fuzil de Assalto. Os Cabos Metralhadores portam as Metralhadoras Médias. Dois dos Soldados Municiadores transportam munição reserva para as Metralhadoras Médias, os outros dois transportando cargas reserva (mísseis) para as Armas Anti-Carro. Esta é a configuração para o caso de transporte de Armas Anti-Carro de peso médio, tais como o europeu MILAN 3 da EADS, ou o israelense GILL da Rafael. No caso de uso de Armas Anti-Carro mais pesadas, tais como o brasileiro MSS 1.2 da Mectron, ou o russo KORNET da KBP, apenas um posto de tiro pode ser transportado, dado o maior peso de seus componentes e do míssil em si. Assim, um dos Cabos Atiradores de Arma AC é suprimido, entrando em seu lugar um outro Soldado Municiador, que ajuda no transporte do material.
O Escalão de Combate é a menor unidade militar capaz de ser destacada e agir como um grupo coordenado, sendo o resultado da subdivisão de um Grupo de Combate. Sua composição é claramente mostrada acima.
O exemplo de um Pelotão de Infantaria mostrado anteriormente corresponde àquilo que pode ser esperado de um Exército de primeira linha, podendo ser considerado superdimensionado por algumas FFAA de países em desenvolvimento, mas também como o mínimo necessário por aqueles que já combateram em conflitos recentes. O que importa é que ele claramente dá uma idéia da enorme variedade e quantidade de armamentos necessários para sua dotação, de acordo com a missão ou tarefa desempenhada por cada combatente dentro de seu grupo, sem mencionar os diversos outros equipamentos necessários e que não foram ainda mencionados neste capítulo, mas o serão em capítulos posteriores, tais como: rádios transceptores criptografados para o Rádio-Operador e para o Observador, rádios transceptores de curto alcance (HT) para todos os integrantes do Pelotão, Óculos de Visão Noturna (OVN) para a maioria dos integrantes, Lunetas de Tiro com ampliação de Luz Residual para os Metralhadores, Apontadores Laser para tiro noturno com as armas, Binóculos Estabilizados com telêmetro e designador laser, aparelhos de GPS, entre outros.
É claro que o modelo demonstrado não tem a pretensão de ser um padrão a ser adotado, mesmo porque o cenário e o ambiente, além da missão, podem influir na composição de armas e homens. Por exemplo: num ambiente de selva, as Armas Anti-Carro do Grupo de Armas de Apoio poderiam ser substituídas por mísseis terra-ar do tipo IGLA, as equipes das Metralhadoras Médias poderiam ser substituídas por uma equipe de Lançador Automático de Granadas de 40mm, ou ainda todo o Grupo de Armas de Apoio ser constituído por uma equipe de Lançador Automático de Granadas e por uma equipe de Metralhadora pesada calibre .50, entre outras inúmeras possibilidades. Vale salientar que tal configuração foi idealizada visando sua melhor adaptação às tarefas da Infantaria Motorizada, Blindada, Pára-quedista, de Selva ou Aeromóvel, na medida em que cada Pelotão pode ser facilmente transportável por:
- Duas viaturas MB1720A, do tipo caminhão;
- Quatro Viaturas Blindadas de Transporte de Pessoal (VBTP) dos modelos M-113, Urutu ou Patria AMV;
- Uma aeronave C-295M (um Pelotão Pára-quedista);
- Duas Lanchas de Assalto CB90H;
- Duas aeronaves HM-3 Cougar ou três aeronaves HM-2 Black Hawk.
Passemos então para a análise dos armamentos em si.
FUZIS DE ASSALTO
isso e apenas um exemplo que eu tinha em maos, espero que ajude