Diminuir para crescer?

Assuntos em discussão: Exército Brasileiro e exércitos estrangeiros, armamentos, equipamentos de exércitos em geral.

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Guerra
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Diminuir para crescer?

#1 Mensagem por Guerra » Ter Ago 30, 2005 12:51 pm

A muito tempo o EB vem tentando manter a estrutura atual e tentando aumentar o orçamento da força. Esperando por um dinheiro que não veio e parece que não vem mais, e mesmo se viesse não seria suficiente para reequipar a força com a estrutura atual. Pelo o que eu vejo e ouço, o EB parece que esta tomando o caminho do “diminuir para crescer”. Eu tenho acompanhado a extinção e transformação de unidades e cheguei a conclusão que não tem jeito, o caminho é esse mesmo, porque se para diminuir gasta pra caramba, imagino para manter ou até mesmo aumentar a estrutura. Eu fico na duvida com essa história. Quem garante que depois de adequar sua estrutura o governo não vai dimuir o orçamento do EB? Mas também tem uma vantagem. Ao inves de ficar parado esperando boa vontade de politicos, essa transformação depende do próprio EB.
Na minha opinião o EB deveria começar acabando com algumas OMs que estão fora da atividade-fim da força, guarnições em campos de instrução etc. Esse assunto é muito pano para a manga e tem outros aspectos complicados e que devem ser discutidos, como por exemplo: o que fazer com o patrimonio do EB, o que fazer com o pessoal, onde os meios ficariam concentrados etc
Qual a opinião de vocês sobre o assunto?




A HONESTIDADE É UM PRESENTE MUITO CARO, NÃO ESPERE ISSO DE PESSOAS BARATAS!
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#2 Mensagem por Lauro Melo » Ter Ago 30, 2005 1:02 pm

SGT GUERRA,

Acho que seria um ótima idéia.
Acho que mais racional a ser tomada.
A mais inteligente.
Não a ideal.

Não é ideal porque se o Brasil for realmente um País "forte".
Um país que busca o crescimento econômico o fortalecimento do seu povo, deve aumentar seu Exercito.
Aumentar de forma racional e inteligente.

Mas como sabemos isto esta longe de acontecer então teremos diante da situação diminuir.

Abraços,




"Os guerreiros não caem se ajoelham e levantam ainda mais fortes."
TOG: 22 anos de garra, determinação e respeito.
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#3 Mensagem por Pablo Maica » Ter Ago 30, 2005 2:25 pm

Guerra eu tbm acho que essa é a solução ideal, para o momento atual, e na minha opinião um grande passo seria o fim do serviço militar obriogatório, e tranforma-lo em voluntário, onde o soldado fica pelo menos 4 anos servindo após volutariar-se e completar o curso de formação, do qual o centro de formação poderia ser unico para uma determinada região, falando por cima mais ou menos nos moldes do us army.


Um abraço e t+ :D




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#4 Mensagem por AGaspar » Ter Ago 30, 2005 3:43 pm

Senhores, esta é a primeira vez que estou participando deste fórum, mas já fiz um reconhecimento preliminar, e estou bastante satisfeito pela maturidade em que os assuntos são tratados, com pequenas exceções, mas o que importa é a forma como esta sendo comandado.

Quanto ao assunto em questão, acredito sim ser necessário uma drástica redução na estrutura inchada e obsoleta de nossas forças, estive no último dia 21 de agosto, em Belém, participando de um evento do exército, e como já disse um de nossos especialistas, a maioria dos apresentadores nos estandes são recrutas, que mal sabem amarrar seus coturnos, ou oficiais passeando sem dar a devida atenção ao público.

Minha opinião é :

1º Reduzir a estrutura física, eliminando prédios antigos, a maioria do século passado ou anterior, substituindo-os por construções modernas, onde os sistemas de comunicação fossem os mais modernos com equipamentos de informática/telemática de última geração(Ainda melhores que o SIVAM está utilizando), estruturas subterrâneas com acesso a rotas de fuga e/ou contra-ataques, sistemas de inibição e bloqueio a captura de dados por meios externos, etc.
2º Redução no número de tropas, com o conseqüente aumento em sua qualidade, para evitarmos as “burradas” que os militares americanos estão fazendo no Iraque, com um grande contingente de jovens e esforçados combatentes, mas sem uma real experiência em exercícios de combate, com idade média de 21 a 22 anos entre as maiores baixas. Pois acredito que homens mais bem treinados, com um tempo de permanência maior em serviço, seriam capazes de se adaptar melhor ao campo de batalha improvisando novas formas de ofensiva, principalmente quando o inimigo já conhece algo sobre o “manual de combate” e pode antecipar os passos que estão ali contidos.
3º Conhecer não somente nossos recursos tecnológicos, mas também aqueles utilizados pelas principais forças existentes em outros continentes, capacitando nossas tropas a utilizar estes recursos, através do conhecimento de pelo menos mais duas línguas, Inglês e Espanhol, além de outras que estão entrando em evidência no cenário mundial, Chinês(Mandarim) e Mulçumano.

Continua...




"Mas, se ergues da justiça a clava forte,
Verás que um filho teu não foge à luta,
Nem teme, quem te adora, a própria morte."

Hino Nacional Brasileiro
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Concordo colegas, mas...

#5 Mensagem por Balena » Ter Ago 30, 2005 9:04 pm

Infelizmente não há como preparar um soldado confiável nas atuais condições orçamentárias do país, mas digo que é triste ver os colegas comentarem acerca da redução da força, particularmente da força terrestre, a maior e mais poderosa das três...




Editado pela última vez por Balena em Ter Mar 14, 2006 11:04 am, em um total de 1 vez.
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#6 Mensagem por Don Pascual » Ter Ago 30, 2005 11:47 pm

através do conhecimento de pelo menos mais duas línguas, Inglês e Espanhol, além de outras que estão entrando em evidência no cenário mundial, Chinês(Mandarim) e Mulçumano.


Ola AGaspar, bem vindo ao forúm! Só queria fazer uma correção, não exite um idioma muçulmano, no mundo islamico existem dezenas de linguas e dialetos, sendo os principais o Árabe (só este com mais de 30 dialetos), o Persa, o Turco (que na verdade é uma familia linguistica, existem uma dezena de linguas turcas!), o Urdu e o Indonesio. :wink:




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#7 Mensagem por Túlio » Qua Ago 31, 2005 12:27 am

Aí, AGaspar, bem-vindo. Gostei muito do que escreveste e concordo quase que inteiramente, ainda que com a ressalva que exércitos tendem ao tradicionalismo e seus prédios, sua arquitetura, dificilmente seriam - de boa vontade - substituídos por outros mais modernos e funcionais. Mas que a idéia é boa, isso é. Guerra, não poderias aprofundar tuas sugestões para termos um quadro mais nítido? Estás na tropa, eu não - buááááááa, por quê fui ter miopia aos treze anos????? :evil:




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#8 Mensagem por A-29 » Qua Ago 31, 2005 12:44 am

Sobre a questão levantado pelo Sgt. Guerra acerca do patrimônio do exército, reside aí uma oportunidade. Em Curitiba havia um quartel pequeno e antiquíssimo em local central da cidade. O imóvel foi cedido para construção de um shopping, com manutenção da fachada por questões históricas, e em troca o exército recebeu instalações incomparavelmente maiores e melhores em um bairo mais afastado. Não sei exatamente quais foram os termos do acordo e as cifras envolvidas, mas a idéia básica foi essa.
Tenho certeza de que essa situação pode se repetir em outros lugares do país, pois o EB possui um sem número de edificações centenárias em locais que se tornaram centrais e, justamente por isso, valiosos. Em Porto Alegre sei que isso também ocorre.




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#9 Mensagem por Túlio » Qua Ago 31, 2005 1:00 am

Tens que ver o quartel do 8.º BIMTZ em Santa Cruz do Sul, A29. É praticamente no centro e é imenso. Vendendo para, p. ex., um megashoping e um conjunto habitacional classe média-alta e um centro comercial - tem espaço, podes acreditar - dava para equipar o bom e velho 'oito' tão bem quanto qualquer FE, além de prover instalações de primeiro mundo. Agora, como gaúcho, sabes o que as tradições valem por aqui...




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Re: Concordo colegas, mas...

#10 Mensagem por Guerra » Qua Ago 31, 2005 8:27 am

Balena escreveu:Infelizmente não há como preparar um soldado confiável nas atuais condições orçamentárias do país, mas digo que é triste ver os colegas comentarem acerca da redução da força, particularmente da força terrestre, a maior e mais poderosa das três... Não acredito que os políticos irão ter projetos para manter uma força pequena e profissional, mesmo porque isto custa muito caro e não dá visibilidade. O projeto deles é simplesmente reduzir o efetivo do exército a médio prazo ao ponto mantendo o padrão atual, ou seja, efetivos não profissionais.
O nível de treinamento dos sodados do EB encontra-se sofrível; a maioria dos batalhões trabalha com efetivos totalmente despreparados para empregar o Fuzil M964 em combate contra alvos móveis. Cito como exemplo o evento que o ocorreu em Minas Gerais na greve da PM, onde os policiais em greve se aglomeraram em volta do Palácio da Liberdade que, por sua vez, foi prontamente protegido pelo 12 Batalhão de Infantaria. Graças a Deus não houve confronto, mas naquele evento ficou patente que somente os oficiais e sargentos (que são profissionais) teriam alguma capacidade de defender o local. Isto é reflexo da falta de treinamento e da ausência de unidades capazes de dar pronta-resposta espalhadas por todo o território nacional. Ainda bem que com a chegada dos reforços de Juiz de Fora (se não me engano) houve uma melhora da situação...
Acredito que não há como reduzir mais o efetivo de nossas FFAA, na verdade precisaríamos de triplicar o efetivo atual de todas as FFAA, mas isto é outra história...


Balena, não sei se voce entendeu, mas a ideia não é só reduzir efetivo é fechar quarteis e até memso mexer na estrutura atual do EB.




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#11 Mensagem por Guerra » Qua Ago 31, 2005 8:38 am

A-29 escreveu:Sobre a questão levantado pelo Sgt. Guerra acerca do patrimônio do exército, reside aí uma oportunidade. Em Curitiba havia um quartel pequeno e antiquíssimo em local central da cidade. O imóvel foi cedido para construção de um shopping, com manutenção da fachada por questões históricas, e em troca o exército recebeu instalações incomparavelmente maiores e melhores em um bairo mais afastado. Não sei exatamente quais foram os termos do acordo e as cifras envolvidas, mas a idéia básica foi essa.
Tenho certeza de que essa situação pode se repetir em outros lugares do país, pois o EB possui um sem número de edificações centenárias em locais que se tornaram centrais e, justamente por isso, valiosos. Em Porto Alegre sei que isso também ocorre.


Voce esta falando sobre o 5º BLOG. O negocio foi bem simples. Um quartel novo projetado pelo EB por aquele terreno (Imagina o valor do terreno). A garagem do antigo quartel que fica do outro lado da rua, não entrou no negocio. Dizem que só preço dessa garagem da para construir outro quartel.




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#12 Mensagem por Guerra » Qua Ago 31, 2005 8:40 am

tulio escreveu:Tens que ver o quartel do 8.º BIMTZ em Santa Cruz do Sul, A29. É praticamente no centro e é imenso. Vendendo para, p. ex., um megashoping e um conjunto habitacional classe média-alta e um centro comercial - tem espaço, podes acreditar - dava para equipar o bom e velho 'oito' tão bem quanto qualquer FE, além de prover instalações de primeiro mundo. Agora, como gaúcho, sabes o que as tradições valem por aqui...


No negocio com o 5º BLOG, parece que a empresa tinha que manter a faixada do predio do antigo quartel. Não sei se foi feito.




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#13 Mensagem por Guerra » Qua Ago 31, 2005 9:07 am

tulio escreveu:Aí, AGaspar, bem-vindo. Gostei muito do que escreveste e concordo quase que inteiramente, ainda que com a ressalva que exércitos tendem ao tradicionalismo e seus prédios, sua arquitetura, dificilmente seriam - de boa vontade - substituídos por outros mais modernos e funcionais. Mas que a idéia é boa, isso é. Guerra, não poderias aprofundar tuas sugestões para termos um quadro mais nítido? Estás na tropa, eu não - buááááááa, por quê fui ter miopia aos treze anos????? :evil:



Tulio, a uns 5 anos que essa ideia de redução foi ganahndo força, até chegar na Escola de Estado-Maior, e ate hoje esta sendo discutido. Assim como tem muita gente a favor tem muita gente contra (gente que eu digo é quem tem poder de mudança). Como resultado dessas ideias o EB acabou com brigadas inteiras e trasnformou outras. A maior mudança foi a extinção da 5ª brigada de cavalaria do Rio, na minha opinião. Seus equipamentos foram distribuidos entre duas brigadas no sul do pais. Essas brigadas que antigamente tinham dois batalhoes de infantaria blindado (a 3 companhia de fuzileiros) e um regimento de cavalaria (a 3 esquadrões) receberam mais um regimento e cada unidade (regiemnto e batalhão) vai receber mais uma subunidade. A ideia é que com tempo essas subunidades sejam remanejadas dentro da brigada. Então um batalhão de infantaria vai ficar com 3 cias de fuzileiros e um esquadrão de cavalaria, e o regimento vai ficar com 3 esquadrões e uma cia de infantaria. Mas isso ainda esta em fase de implantação. Como é um terreno perigoso e é um preojeto caro o EB esta andando com cautela.




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#14 Mensagem por A-29 » Qua Ago 31, 2005 9:49 am

Olha aí o antigo quartel do 5º BLOG, atualmente ocupado pelo Shopping Curitiba:



Imagem

Ah, e Túlio, na verdade eu não sou gaúcho não. Sou curitibano mesmo, vim pro Rio Grande a Trabalho. Mas falando sério, os prédios do EB em Porto Alegre devem valer uma fortuna...




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Guilherme
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#15 Mensagem por Guilherme » Qua Ago 31, 2005 9:58 am

O terreno da 14ª Brigada de Infantaria Motorizada, no Centro de Florianópolis, também deve valer uma fortuna. É uma das áreas mais valorizadas, e o terreno é enorme. Diria que vale alguns milhões de reais.




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