Aeronáutica quer a retomada do Projeto FX
Enviado: Seg Ago 08, 2005 2:46 pm
Aeronáutica quer a retomada do Projeto FX
De Anápolis
O comandante da Aeronáutica, tenente-brigadeiro Luiz Carlos da Silva Bueno, garante que o projeto do governo brasileiro de comprar um lote de caças novos e modernos não morreu e será concluído, "no mais tardar", em cinco anos. Deixado de lado oficialmente no início do ano, quando expirou uma licitação internacional que recebeu cinco propostas dos maiores fabricantes de equipamentos de defesa do mundo, o Projeto FX será retomado em novas condições.
Bueno afirma ser contra a abertura de uma nova licitação e prefere uma compra direta, o que é permitido pela Constituição no caso de equipamentos diretamente envolvidos com a segurança nacional. "É a Força Aérea quem tem de definir os requisitos e dizer que tipo de avião ela precisa", argumentou o comandante na semana passada, ao fazer uma visita para os pilotos e técnicos do Grupo de Defesa Aérea, em Anápolis (GO).
Segundo o comandante, são 22 passos para a obtenção de financiamento e compra dos caças. Ele ressalta que é necessário deslanchar o processo "daqui a pouco" para ter uma definição em até cinco anos. Caso contrário, avalia o comandante Bueno, uma nova geração de aviões entrará em operação e tudo voltará à estaca zero.
Muita gente pensou que os militares tinham ficado irritados com a demora em bater o martelo para comprar um dos caças oferecidos no FX - os favoritos eram o Su-35 Flanker (da russa Sukhoi), o Mirage 2000-BR (da Dassault-Embraer), embora tecnicamente boa parte dos pilotos preferisse o JAS Gripen (do consórcio anglo-sueco BAE-Saab).
Na verdade, o adiamento da compra foi tido pela Aeronáutica como a decisão mais correta para as atuais circunstâncias. Uma nova geração começou a ser projetada no fim dos anos 80, passou por testes em toda a década de 90 e só recentemente foi colocado nos ares para valer. Nessa categoria aparecem o francês Rafale, o americano F-35 Joint Strike Fighter e o Eurofighter Typhoon (fabricado por um consórcio inglês, alemão, italiano e espanhol).
O preço da nova geração de caças tem baixado à medida que mais encomendas vêm sendo feitas. Em julho de 2003, a Áustria comprou 18 aeronaves Eurofighter Typhoon por quase 2 bilhões de euros. Recentes aquisições da Armée de l'Air francesa fizeram diminuir o valor do Rafale. A FAB quer aproveitar essa queda de preços e acredita ser bom negócio esperar um pouco mais. Prefere adquirir caças mais modernos no futuro próximo do que negociar agora, por cerca de US$ 700 milhões, uns dez ou 12 aviões modernos que logo estarão razoavelmente defasados.
Na retomada do Projeto FX, um caça já desponta como franco favorito: o Rafale, fabricado pela Dassault, preferido pela maioria dos oficiais experientes da Aeronáutica. Questionado pelo Valor se confirma essa preferência, o comandante Bueno foi sucinto: "A indústria aeronáutica brasileira precisa ser privilegiada".
A Dassault faz parte de um consórcio de empresas francesas que tem 20% de participação acionária na Embraer. Em um ambiente cercado de informações sigilosas e estratégicas, a declaração dada por Bueno é uma pista que não pode ser menosprezada. (DR)
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Matéria: Valor Online
Ver NOTIMP nº 220
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Leiam com atenção o slide da foto
De Anápolis
O comandante da Aeronáutica, tenente-brigadeiro Luiz Carlos da Silva Bueno, garante que o projeto do governo brasileiro de comprar um lote de caças novos e modernos não morreu e será concluído, "no mais tardar", em cinco anos. Deixado de lado oficialmente no início do ano, quando expirou uma licitação internacional que recebeu cinco propostas dos maiores fabricantes de equipamentos de defesa do mundo, o Projeto FX será retomado em novas condições.
Bueno afirma ser contra a abertura de uma nova licitação e prefere uma compra direta, o que é permitido pela Constituição no caso de equipamentos diretamente envolvidos com a segurança nacional. "É a Força Aérea quem tem de definir os requisitos e dizer que tipo de avião ela precisa", argumentou o comandante na semana passada, ao fazer uma visita para os pilotos e técnicos do Grupo de Defesa Aérea, em Anápolis (GO).
Segundo o comandante, são 22 passos para a obtenção de financiamento e compra dos caças. Ele ressalta que é necessário deslanchar o processo "daqui a pouco" para ter uma definição em até cinco anos. Caso contrário, avalia o comandante Bueno, uma nova geração de aviões entrará em operação e tudo voltará à estaca zero.
Muita gente pensou que os militares tinham ficado irritados com a demora em bater o martelo para comprar um dos caças oferecidos no FX - os favoritos eram o Su-35 Flanker (da russa Sukhoi), o Mirage 2000-BR (da Dassault-Embraer), embora tecnicamente boa parte dos pilotos preferisse o JAS Gripen (do consórcio anglo-sueco BAE-Saab).
Na verdade, o adiamento da compra foi tido pela Aeronáutica como a decisão mais correta para as atuais circunstâncias. Uma nova geração começou a ser projetada no fim dos anos 80, passou por testes em toda a década de 90 e só recentemente foi colocado nos ares para valer. Nessa categoria aparecem o francês Rafale, o americano F-35 Joint Strike Fighter e o Eurofighter Typhoon (fabricado por um consórcio inglês, alemão, italiano e espanhol).
O preço da nova geração de caças tem baixado à medida que mais encomendas vêm sendo feitas. Em julho de 2003, a Áustria comprou 18 aeronaves Eurofighter Typhoon por quase 2 bilhões de euros. Recentes aquisições da Armée de l'Air francesa fizeram diminuir o valor do Rafale. A FAB quer aproveitar essa queda de preços e acredita ser bom negócio esperar um pouco mais. Prefere adquirir caças mais modernos no futuro próximo do que negociar agora, por cerca de US$ 700 milhões, uns dez ou 12 aviões modernos que logo estarão razoavelmente defasados.
Na retomada do Projeto FX, um caça já desponta como franco favorito: o Rafale, fabricado pela Dassault, preferido pela maioria dos oficiais experientes da Aeronáutica. Questionado pelo Valor se confirma essa preferência, o comandante Bueno foi sucinto: "A indústria aeronáutica brasileira precisa ser privilegiada".
A Dassault faz parte de um consórcio de empresas francesas que tem 20% de participação acionária na Embraer. Em um ambiente cercado de informações sigilosas e estratégicas, a declaração dada por Bueno é uma pista que não pode ser menosprezada. (DR)
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Matéria: Valor Online
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