Operação Paz na Galiléia - Junho de 1982

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Operação Paz na Galiléia - Junho de 1982

#1 Mensagem por Slip Junior » Sex Jan 28, 2005 3:43 pm

Espero que gostem... Deu um trabalhão traduzir tudo isso.

Operação Paz na Galiléia

Em 4 de junho de 1982, Shlomo Argov, embaixador de Israel em Londres, ficou bastante ferido após ter sido alvo de um disparo feito por um terrorista Arábe. Em retaliação, no dia seguinte aeronaves de combate israelenses realizaram mais que sessenta ataques aéreos contra alvos da OLP no sul do Líbano. A OLP respondeu lançando uma chuva de artilharia e foguetes sobre assentamentos israelenses.

Forças blindadas israelenses atravessaram a fronteira às 11:00 AM do dia 6 de junho de 1982, iniciando uma invasão em larga-escala do sul do Líbano. A operação, conhecida em Israel como "Paz na Galiléia", foi designada para eliminar a OLP e outros grupos terroristas, deslocar as unidades sírias que ocupavam grande parte do centro do Líbano, e desmilitarizar a area do sul do Líbano aonde foguetes e tiros de artilharia podiam ser disparados contra os assentamentos israelenses. Cerca de 60.000 homens e maís que 800 tanques avançaram para o norte ao longo de 3 rotas principais. Cada força-tarefa multidivisional foi pesadamente apoiada pela artilharia, helicópteros de ataque e ataques aéreos.

A OLP e outros grupos terroristas arábes baseados no sul do Líbano contavam com aproximadamente 15.000 homens equipados com mais de 100 tanques e centenas de morteiros pesados, canhões e lançadores de foguetes. No entanto, essa força não é páreo para as poderosas colunas blindadas israelenses. A luta se tornou intensa, mas a OLP e outros soldados arábes foram derrotados e rapidamente recuaram.

No segundo dia de luta, forças israelenses se confrontaram com tanques sírios da 85ª Brigada Blindada. Israel anunciou que não iria atacar unidades sírias a mesmo que as mesmas disparassem primeiro. Após essa declaração, forças da OLP buscaram refúgio atrás das unidades sírias e se misturaram às suas colunas de suprimentos para diminuir a probabilidade de serem atacadas pela artilharia ou ataques aéreos. A Síria reagiu movendo forças adicionais para o país, aumentando as defesas de mísseis terra-ar (incluindo assistência de conselheiros soviéticos) no Vale do Bekaa, e provendo defesa aérea para suas unidades no centro do Líbano.

Em 9 de junho, forças israelenses continuaram à avançar para o norte contra a resistência síria e da OLP. Às 2:00 PM, aeronaves israelenses, trabalhando em conjunto com iscas e artilharia, atacaram o sistema de defesa sírio no Vale do Bekaa. As defesas sírias eram formidáveis: quinze baterias de mísseis SA-6s, duas de SA-3s e duas de SA-2s contabilizando cerca de 200 mísseis prontos para serem disparados e canhões anti-aéreos complementares estavam concentrados no vale e ao longo da fronteira síria. Contudo, os israelenses tinham estudado por quase uma década (com assistência dos Estados Unidos) em técnicas para contrapor a rede de defesa aérea árabe. Essa foi a primeira vez em que o sistema de defesas aéreas integradas do estilo soviético que proveram grandes danos à IDF/AF em 1973 foram derrotados.

Artilharia de longo alcance e foguetes superfície-superfície foram disparados contra os sistemas de mísseis e canhões, ao mesmo tempo que uma variedade de técnicas de “jamming” e “deception” eram empregadas para cegar os radares sírios e confundir os sensores dos mísseis de guiagem por infra-vermelho. Caças-bombardeiros israelenses então atacaram os sítios de defesa-aérea sírios com bombas e mísseis. Dez das dezenove baterias sírias foram postas fora de ação nos primeiros dez minutos, e os israelenses clamaram ter destruído dezessete baterias e danificado mais duas durante o ataque sem perder uma única aeronave.

Os sírios enviaram formações de MiG-21s e MiG-23s para protegerem os golpeados sítios de defesa-aérea e afastarem os caças-bombardeiros israelenses. F-15s e F-16s israelenses fazendo a escolta das aeronaves de ataque se engajaram com os MiGs sírios, resultando em um dos mais intensos dogfights desde a II Guerra Mundial. Os israelenses clamaram ter destruído 29 aeronaves sírias sem sofrer nenhuma perda. A Síria admitiu a perda de 16 aeronaves mas declarou vitórias sobre 23 aeronaves israelenses, incluindo o abate de inúmeros F-4s e F-16s israelenses por pilotos de MiG-23s. A União Soviética, chocada com os resultados dos ataques israelenses, imediatamente enviaram o Cel. Gen. Yevgeny S. Yusasov, vice-comandante da força de defesa-aérea soviética, e um time de experts para a Síria para analisar o que realmente havia acontecido.

Durante as próximas vinte e quatro horas, a Síria enviou apressadamente baterias de mísseis, tanques e tropas adicionais para o Líbano para deter o avanço das forças israelenses e reconstituir um escudo de defesa-aérea eficiente. Aeronaves israelenses e helicópteros de ataque atacaram esses reforços e unidades de defesa aérea, e reportaram terem abatidos 23 MiGs sírios e 3 helicópteros de ataque. Contudo, nem toda luta favorecia Israel. As tripulações dos helicópteros de ataque Gazelle sírios destruíram vários tanques e veículos blindados israelenses com mísseis filo-guiados HOT, e outros foram perdidos em emboscadas realizadas por times de comandos.

A ação aérea e terrestre entre forças israelenses e sírias continuou até 11 de junho, e ambos lados sofreram perdas. Dezoito aeronaves sírias foram dadas como abatidas durante uma série de batalhas aéreas de manhã, mas a Síria clamou ter destruído várias aeronaves israelenses. A luta entre Síria e Israel cessou à meia-noite, quando um cessar-fogo tomou efeito, mas as forças da OLP continuavam a serem repelidas para o norte. Em 12 de junho, o comando sírio reportou ter perdido mais que oitenta aeronaves MiG-21, MiG-23, Su-22 e cinco helicópteros. Israel não admitiu ter perdido alguma aeronave para aeronaves sírias mas um A-4 Skyhawk e dois helicópteros foram dados como abatidos pelo fogo anti-aéreo.

A OLP não havia sido incluída no cessar-fogo, logo as batalhas continuaram. Colunas blindadas se reagruparam nas saídas de Beirute e vagarosamente adentraram a cidade, forçando as forças árabes à recuar. A luta entre unidades sírias e israelenses se reiniciou,e em 24 de junho aeronaves israelenses destruíram uma posição de SA-6 no Vale do Bekaa. No mesmo dia, caças israelenses interceptaram e destruíram 2 MiG-23 Floggers sírios.

A batalha por Beirute continuou por mais um mês, e em 24 de julho de 1982 uma série de ataques israelenses destruiu várias baterias de mísseis sírias, incluindo pelo menos um avançado sistema de defesa aérea móvel ZRK Romb (chamado pela OTAN de SA-8 ). Mais tarde naquele dia, um F-4 israelense foi reportado como abatido por uma bateria de mísseis ZRK Romb guarnecida por soviéticos. O SA-8 foi o primeiro sistema de defesa aéreo soviético que combinava um radar de controle de tiro e lançador de mísseis em um mesmo veículo. O míssil guiado por radar 9M33 era capaz de atingir alvos à uma distância maior que 6 milhas e à altitudes de 21.000 pés. Para contrapor as aeronaves israelenses, a União Soviética supriu a Síria com várias baterias de mísseis superfície-ar de longo alcance S200 (designado pela OTAN SA-5). Essa arma constituía uma ameaça até mesmo à aeronaves voando no espaço aéreo israelense devido ao seu alcance de 180 milhas e altitude máxima de 100.000 pés.

Em 3 de agosto de 1982, um MiG-25 Foxbat sírio voando sobre Beirute foi atingido por um míssil superfície-ar Hawk e depois destruído por um AIM-7 disparado de um F-15. No final de agosto a OLP e os sírios concordaram em evacuar Beirute, e uma força multinacional e o Exército Libanês entrou na cidade para restabelecer a paz. As forças israelenses recuaram para uma linha ao sul de Beirute. Apesar desses eventos positivos, aeronaves de combate israelenses continuaram a voar missões de reconhecimento sobre o Líbano para monitorar as atividades sírias.

O cessar-fogo foi definitivamente observado por Israel e Síria depois de outubro e 1983, mas a luta continuou entre as facções rivais libanesas e forças de ocupação. Uma força de manutenção da paz incluindo unidades americanas, britânicas, francesas e italianas foi posicionada entre as forças israelenses, sírias e libanesas para supervisar o recuo das forças da OLP e manter a ordem. Em 24 de outubro de 1983, a explosão de um caminhão-bomba vitimou 242 marines norte-americanos e 58 soldados franceses tiveram o mesmo destino dias depois. Em retaliação aos atentados, jatos Super Etendard da marinha francesa decolaram do porta-aviões Clemenceau e atacaram posições à leste de Beirute.

Aeronaves americanas também atacaram de volta em resposta aos tiros de artilharia disparados por forças sírias e da OLP. Em 4 de dezembro de 1982, jatos da USN decolaram do USS John F. Kennedy e atacaram posições de metralhadoras. Um A-6E e um A-7E foram perdidos para SAMs (possivelmente SA-9s e SA-7s) durante os ataques. O piloto do A-7E foi resgatado, mas o piloto do A-6E foi morto e o operador do sistemas de armas capturado. A perda de duas aeronaves da USN e a intervenção de Jessie Jackson, que resultaram no retorno do oficial capturado, foi um embaraço significante para os líderes americanos.

Análise

Destruindo os SAMs


O aspecto da guerra aérea que sem dúvidas atraiu a maior atenção na invasão do Líbano em 1982 foi a destruição do sistema de defesa aérea sírio. Os israelenses mutilaram o sistema de defesa aérea sírio no Vale do Bekaa, mas por razões óbvias o quantidade de dano infligido assim como as precisas técnicas e equipamentos utilizados nunca foram completamente revelados. Contudo, um número de detalhes relativos aos engajamentos foram descobertos. De acordo com fontes norte-americanas, Israel destruiu vinte e três instalações de SAM no Vale do Bekaa, incluindo baterias de SA-2, SA-3 e SA-6 e, até mesmo sistemas SA-8 foram postos fora de combate.

Esse foi conseguido porque Israel havia feito seu dever de casa. Por mais de um ano desde que unidades de defesa aérea sírias tinham se instalado no Vale do Bekaa, veículos remotamente pilotados (RPVs) equipados com sensores ópticos e eletrônicos haviam monitorado as baterias e providenciado reconhecimento atualizado. As táticas empregadas para destruir as defesas aéreas sírias foram similares aquelas usadas no Vietnam por forças dos EUA mas com algumas inovações. “Jamming” e “deception” foram usados extensivamente, e iscas de radar e infravermelho foram lançadas por foguetes, drones e aeronaves tripuladas.

De acordo com o israelense Ten. Cel. Rafael Eiton, as “posições das baterias de SAM não estavam apenas ao alcance da força de artilharia terrestre mas também dentro do alcance de nossa nova família de mísseis superfície – superfície guiados por computador; no avanço dos ataques diretos nós usamos artilharia de longo alcance. Então quando nós mais ou menos neutralizamos o efetividade de cada bateria, nós vínhamos com bombardeio aéreo pesado, destruindo todas posições.” Foram usados mísseis anti-radiação Shrike lançados a partir de aeronaves e uma série de reportagens falou sobre um novo míssil superfície – superfície Zeev (Lobo) (provavelmente o norte-americano ARM Standard) equipado com um sensor anti-radiação.

Grande parte da culpa pela destruição do sistema de defesa aérea no Vale do Bekaa repousa sobre os sírios. Tem-se a impressão a partir das informações disponíveis que os mesmos não foram capazes de se capitalizar nas suas vantagens táticas. Uma vez posicionadas no Vale do Bekaa, muitas baterias de mísseis não eram reposicionadas ou entricheiradas no terreno para aumentar suas chances de sobrevivência. O controle de emissões de radar era outro problema. Muitos radares eram ativados para rastrear os drones, dando assim suas freqüências de operação e posições. A falta de emissores falsos ou maquetes de baterias de SAM diminuiram as chances sobrevivência dos radares. Os sírios reportadamente utilizavam bombas de fumaça para esconder suas posições uma vez que os ataques se iniciavam, mas dado a natureza do terreno aberto e o extensivo uso das informações obtidas pelos RPVs anteriormente, tal ação se mostrou de pouco valia. Enquanto as missões de supressão de defesas atraíram muita atenção, F-4E Phantoms, Kfirs, A-4 Skyhawks, F-16s e helicópteros de ataque AH-1S israelenses voaram centenas de sortidas de ataque contra as forças da OLP e sírias e alvos táticos.

Superioridade Aérea

Do começo da invasão do Líbano em 6 de junho de 1982 até o fim da luta em larga escala em agosto, caças israelenses reportaram terem abatidos 86 jatos sírios mais um numero de helicópteros para a perda admitida de nenhuma aeronave em combates ar-ar. Algumas fontes sugerem que as perdas de Israel foram subestimadas; oficiais norte-americanos disserem que dois A-4s, um F-4 e alguns helicópteros foram abatidos, e sete outras aeronaves, incluindo um F-16, foram destruídas por fogo terrestre ou SAMs. O volume de aeronaves sírias foram destruídas entre 8 e 11 de junho em um série de massivos dogfights. Formações sírias de interceptores MiG-21s e MiG-23s, aeronaves de ataque Su-22 e helicópteros de ataque Gazelle e Hind voou para o Líbano para desafiar as aeronaves israelenses e forças terrestres.Quando entraram no Líbano, caças israelenses, principalmente F-15s e F-16s, atacaram, resultando em um enorme dogfight envolvendo inúmeras aeronaves.

O F-16 Fighting Falcon, em serviço em Israel por menos de 2 anos, foi responsável pela destruição de 48 aeronaves sírias. Em torno de quarenta aeronaves sírias abatidas foram creditadas aos F-15s israelenses dando assim um recorde de 58 x 0 para os Eagles da IDF/AF contra MiGs sírios. Um jato sírio foi abatido por um F-4 israelense. A maioria das perdas sírias foi de MiG-21s, mas um número substancial de MiG-23s, alguns caças-bombardeiros Su-22s e alguns helicópteros também foram abatidos.

De acordo com fontes dos EUA, menos que 7% desses abates foram obtidos com fogo de canhão. A maior parte das aeronaves sírias foi abatida com mísseis guiados por infravermelho. Esses incluíam os israelenses Shafrir 2 e Python 3, e as versões AIM-9D/G e L do SideWinder. O AIM-9L foi dito como tem agido magnificamente e ele permitiu aos pilotos atacar de todos quadrantes pela primeira vez com mísseis de guiagem por IR. O guiado por radar AIM-7F Sparrow, que armava os F-15s, também foi usado com considerável sucesso. Os fatores que contribuíram para o avassalador recorde de combate aéreos incluíam a confiabilidade e efetividade das aeronaves e armamentos israelenses, pilotos altamente treinados e táticas inovativas. A IDF/AF lista cerca de 30 de seus pilotos como tendo se tornado ases de 1966 à 1982. O Cel. Giora Epstein encabeça a lista com dezessete vitórias confirmadas. No entanto, uma vez que muitas deles ainda servem como reservistas, a completa história do sucesso desses homens ainda está para ser revelada.

Os fatores chave que contribuíram para o sucesso das vitórias anti-SAM e ar-ar foram as capacidades israelenses de reconhecimento e C2. As informações dos drones, mini-RPVs (como o Scout e o Mastiff); EC-707s; aeronaves de alerta-antecipado EC-2C Hawkeye; aeronaves de reconhecimento tático RF-4E, OV-10 e RC-12D; e fonte em solo transmitiam em tempo-real para o sistema de comando. As decisões eram feitas e rapidamente disseminadas para os pilotos e comandantes em campo. Na arena do combate aéreo, comandantes israelenses sabiam quando as aeronaves sírias decolavam, seu curso e número. Pode-se assumir que os comunicações táticas entre aeronaves sírias e controladores terrestres era também monitorado e “jammeado”.

O conflito de 1982 foi um sucesso tático para Israel: a OLP foi forçada a abandonar o Líbano, as forças sírias foram mutiladas e forças israelenses controlavam um grande parte do sul do Líbano. O custo foi de aproximadamente 500 soldados mortos, mais que 2500 feridos e a destruição de aproximadamente 100 tanques e APCs mais um pequeno número de aeronaves. No entanto, quando observada à longo prazo, o assalto foi um erro estratégico. Enquanto a OLP foi forçada a sair, uma grande porção de sua força foi para a Tunísia e o restante para a Síria. Muitos desses soldados retornou ao Líbano, à Faixa de Gaza e Cisjordânia, aonde eles iniciaram suas atividades anti-Israel. Em adição à invasão mobilizou a população Shi’ite (xiita) contra Israel sobre a bandeira do Hezbollah.

As forças terrestres israelenses mantiveram o controle de uma porção do sul libanês conhecida como zona de segurança por aproximadamente duas décadas, até meados de 2000. Tanto israelenses quanto árabes sofreram pesadas perdas durante esta longa e custosa guerra. O poder aéreo tem sido uma peça chave nas ações anti-terrorismo israelenses.

Em 1º de outubro de 1985, F-15s israelenses voaram cerca de 1500 milhas e bombardearam o quartel-geral da OLP na Tunísia para demonstrar a sua capacidade de ataque de longo alcance. Seguido a este ataque os sírios começaram a confrontar as operações aéreas israelenses sobre o Líbano. Em 20 de novembro de 1985, F-15s israelenses abateram dois MiG-23 sírios que ameaçavam um vôo de reconhecimento.

As aeronaves israelenses tem se mantido ativas sobre o Líbano e tem sido repetidamente usadas para atacar alvos terroristas em ataques preemptivos ou em retaliação à ataques contra forças israelenses ou assentamentos. Durante a Guerra do Golfo a IDF/AF estava sempre no ar pronta para atacar o Iraque como resposta aos ataques de SCUDs mas foi segurada pelos esforços diplomáticos norte-americanos e pela rápida entrega de baterias de Patriot para defesa anti-mísseis. Não ocorreram novas batalhas aéreas entre aeronaves árabes e da IDF/AF desde 1985 e tratados de paz foram assinados entre Israel, Egito e Jordânia.

Fonte: NORDEEN, Lon O. e BOYNE, Walter J. Air Warfare in the Missile Age. Páginas 158-163.

Tradução: eu mesmo. :wink: :D

Abraços




Editado pela última vez por Slip Junior em Sex Jan 28, 2005 6:13 pm, em um total de 2 vezes.
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#2 Mensagem por Lauro Melo » Sex Jan 28, 2005 5:47 pm

Slip Jr,

Por coincidência, hoje estava lendo sua tradução livro Fighter Wing - A Guided Tour of an Air Force Combat Wing - GBU-28/B - A História .
Por sinal excelente. Recomendo a todos lerem ( vou até subir o tópico ).
Obrigado pela tradução e pelo precioso tempo que gastou para deixar este outro artigo aqui.
Elogiar a ótima qualidade seria chover no molhado.

Sobre as operações no VALE DE BEKAA - LÍBANO – 1982, podemos notar gigantesca importância das missões para Destruição dos SAM's. Em 1982 foram utilizados ASM Hughes, AGM-65 Mavericks, foguetes e bombas guiadas Rockwell GBU-15 s.
Acho que Atualmente estas missões, com o empregos de mísseis anti-radiação (HARM), são consideradas umas das mais importantes, se não a mais importante ( depende do nível de defesa antiaéreo do inimigo ).
Pois destruindo as defesas antiaéreas inimigas; abra-se caminho para destruição de toda rede de radares em terra e centrais de comandos.

Uma questão ?

Será que depois de 67, 73 e 82 a Síria iria tentar mais alguma coisa contra Israel ? :wink: :wink: :wink:

Que o Irã não pague pra ver.

Abraços,




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Carlos Mathias

#3 Mensagem por Carlos Mathias » Sex Jan 28, 2005 6:06 pm

Interesante que um dos poucos abates sírios foi quando uma bateria SAM era operada por russos. Como disse anteriormente, é o cérebro que ganha.




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#4 Mensagem por Slip Junior » Sex Jan 28, 2005 6:33 pm

Carlos Mathias, eu vou meio que repetir o que disse em uma mensagem no tópico "FX em 2007!" porque não tinha visto essa sua mensagem quando escrevi aquela.

Eu atribuo grande parte das deficiências arábes ao longo dos mais variados conflitos que ocorreram nas décadas de 60-90 exatamente aos soviéticos uma vez que foram eles quem preconizavam e criavam a estrutura doutrinária dessas forças armadas que acabaram por resultar nos mais variados desastres militares.

O povo árabe é um povo bastante guerreiro e capaz de encarar as mais duras guerras. Também não considero certo atribuir as deficiências arábes à sua suposta incapacidade de se tornarem bons comandantes; Saladino, que repeliu várias cruzadas e obteve um grande número de vitórias gloriosas contra os exércitos cristãos é uma prova disso.

De volta ao conflito de 1982, acho que muito mais importante do que o fato de que o SAM estar sendo operado por russos é o fato de ser um sistema atualmente moderno na época. Esse sistema tinha entrado em serviço junto às forças soviéticas apenas em 1975 e nunca havia sido combatido antes. É fácil pressumir a partir daqui que os israelenses desconheciam as reais capacidades (e deficiências) desse sistema.

Abraços




Carlos Mathias

#5 Mensagem por Carlos Mathias » Sex Jan 28, 2005 6:54 pm

Mas eu não disse que a culpa é dos árebes nem que eles são frouxos, muito pelo contrário, me perdoem os Árabes. O que eu quiz dizer é que faltou estado maior, cabeças inteligentes e com certeza a rigidez tática russa foi um grande complicador, assim como qualquer outra doutrina que não uma adequada a realidade de cada país, não adianta comprar uma coleção de armas e não se ter capacidade de explorar toda a capacidade deste material, exatamente este é o caso dos Árabes. Tem uma coleção de armas, mas não sabem usá-las em sua plenitude. Com certeza a cabeça dos russos mudou muito daqueles tempos para cá, até por que comercialmente falando isto é uma desgraça. Quanto àquele sistema AAE, na verdade os mísseis em sí são relativamente fáceis de evadir, daí eles desenvolverem o BUK, este sim mais chatinho de escapar




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#6 Mensagem por Slip Junior » Sex Jan 28, 2005 6:58 pm

Lauro Melo escreveu:Por coincidência, hoje estava lendo sua tradução livro Fighter Wing - A Guided Tour of an Air Force Combat Wing - GBU-28/B - A História .
Por sinal excelente. Recomendo a todos lerem ( vou até subir o tópico ).
Obrigado pela tradução e pelo precioso tempo que gastou para deixar este outro artigo aqui.
Elogiar a ótima qualidade seria chover no molhado.

Não precisa me elogiar, Lauro. Agradeça aos autores dos livros comprando um exemplar (ambos são muito bons, especialmente este do qual eu traduzi esse texto postado nesse tópico). :wink: Eu só estou ocupando meu tempo livre nas férias (se prestar atenção, a outra tradução também foi feita no mês de janeiro) e aproveitando para treinar o meu inglês que anda meio enferrujado.

Sobre as operações no VALE DE BEKAA - LÍBANO – 1982, podemos notar gigantesca importância das missões para Destruição dos SAM's. Em 1982 foram utilizados ASM Hughes, AGM-65 Mavericks, foguetes e bombas guiadas Rockwell GBU-15 s.
Acho que Atualmente estas missões, com o empregos de mísseis anti-radiação (HARM), são consideradas umas das mais importantes, se não a mais importante ( depende do nível de defesa antiaéreo do inimigo ).
Pois destruindo as defesas antiaéreas inimigas; abra-se caminho para destruição de toda rede de radares em terra e centrais de comandos.

Israel já havia combatido em outras inúmeras vezes SAMs árabes como durante a Guerra dos Seis Dias e a Guerra do Yom Kippur e logo o comando da IDF/AF tinha perfeita consciência da importância das missões de SEAD (Supression of Enemy Air Defenses - Supressão das Defesas Aéreas Inimigas) no contexto regional em que estava localizada.

Muitos dos desenvolvimentos nas áreas da guerra eletrônica foram frutos das necessidades da IDF/AF em lutar em ambientes saturados pelas mais variadas armas anti-aéreas de origem soviética.

Uma questão ?

Será que depois de 67, 73 e 82 a Síria iria tentar mais alguma coisa contra Israel ? :wink: :wink: :wink:

Já fazem mais de 2 décadas que a Síria não realiza movimentos mais ousados e continuam a ficar apenas resmungando lá no seu ladinho da fronteira. :wink:

Abraços




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#7 Mensagem por Plinio Jr » Sex Jan 28, 2005 10:50 pm

Citação:
Uma questão ?

Será que depois de 67, 73 e 82 a Síria iria tentar mais alguma coisa contra Israel ?

Já fazem mais de 2 décadas que a Síria não realiza movimentos mais ousados e continuam a ficar apenas resmungando lá no seu ladinho da fronteira.


A resposta a isto tudo é muito simples, a perda do irrestrito apoio que tinham da então URSS fizeram com que o abismo tecnologico em relação aos israelenses se tornasse ainda maior, dando a eles a sensação de inferioridade definitiva.

Enquanto os israelenses desenvolvem equipamentos de ponta e recebem aeronaves de última geração, os sírios receberam um punhado de caças
Mig-29s, aviões de ataque Su-24M e algumas baterias de SAM´s mais modernas que cobrem um ou outro alvo estratégico.




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#8 Mensagem por Lauro Melo » Qua Jan 11, 2006 1:18 pm

Vale do Bekaa, 1982 - Rasgando os Mitos
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#9 Mensagem por Slip Junior » Qua Jan 11, 2006 2:21 pm

Lauro, realmente muito bom o artigo publicado.

Um tira-gosto:

"Talvez nunca, nos 80 primeiros anos da história da aviação, uma força aérea tenha conquistado triunfo tão completo quanto o da Israel Defence Force/Air Force (IDF/AF) durante a Guerra do Líbano, em 1982. Talvez também nunca antes uma força aérea tenha sido tão absolutamente derrotada quanto a Força Aérea Árabe da Síria (Syrian Arab Air Force, SyAAF), durante o mesmo conflito. Num único e espetacular combate no céu libânes, a doutrina do poder aéreo moderno deu um salto adiante - a IDF não apenas destruiu um "sistema integrado de defesa aérea" (Integrated Air Defence System, IADS), compreendendo 19 posições sírias de mísseis antiaéreos (Surface-to-Air Missile, SAM), mas também abateu entre 82 e 87 caças sírios em combate, sem sofrer uma única perda. Tais assombrosos registros israelenses da operação resulturam na criação de uma legítima lenda moderna, na qual somos levados a crer, e apesar de terem se passado mais de 20 anos de tais combates, seus têm emergido de forma muito lendo - mas o que vem emergindo pinta um cenário bastante diferente do contado até hoje"

Fonte: COOPER, Tom. Vale do Beeka, 1982 - Rasgando os Mitos in Revista Asas, n. 28, p. 60.

Lista de vitórias* sírias mencionadas no artigo:

7 de outubro: dois MiG-23MF interceptaram e abateram um UAV israelense.

26 de abril: MiG-21's e MiG-23's abatem de dois A-4Skyhawk, contra a perda de um único MiG-23 (abatido pelo "fogo amigo" de uma bateria palestina).

24 de maio: um MiG-25 abate um F-15 vítima de um R-40R.

6 de junho: dois MiG-23MF abatem um UAV BQM-34.

7 de junho: dois MiG-23MS interceptam alguns F-16 e abatem um desses.

9 de junho: sírios abatem 18 aeronaves israelenses, incluindo três conquistadas pelos MiG-23MF com mísseis R-23.

10 de junho: grupo de MiG-23MF encontra grupo de F-16 e os sírios anunciam vitórias.

11 de junho: um F-15 é abatido por um MiG-23MF e dois F-4E caem vítimas dos MiG-23MS.

Outubro: Um RF-4E israelense é abatido por um MiG-23ML.

-----------------------------------

*: muitas dessas vitórias permanecem longe de serem confirmadas até hoje. Mais informações na revista e nos seguintes links:

GD/L-M F-16A/B Netz in Israeli Service
Early MiG-23M/MS Floggers in Action
Syrian Tank-Hunters in Lebanon, 1982
Israeli Air-to-Air Victories since 1974
Syrian Air-to-Air Victories since 1948

Abraços




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#10 Mensagem por Guilherme » Qua Jan 11, 2006 2:27 pm





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#11 Mensagem por Lauro Melo » Qua Jan 11, 2006 3:47 pm

Também gostei muito Slip.
Meu lembrou aquela boa reportagem de ASAS sobre os F-14 A no Irã. Mandei um e-mail pedindo uma reportagem sobre os Mig-23 ( Angola & Cuba ) x Mirage F-1 ( África do Sul ) na África.
abraços,




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#12 Mensagem por Bolovo » Qua Jan 11, 2006 5:35 pm

Na edição nº27 da RFA, tem a materia "Punhos de Ferro - Junho de 1982 - O Avião Vence o Míssil no Vale do Bekaa."

Imagem


Vou pegar a revista aqui e depois eu transcrevo a materia toda aqui no DB.




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#13 Mensagem por talharim » Qua Jan 11, 2006 9:53 pm

Esse tópico é muito bom.

Parabéns para o Slip e o Lauro.




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#14 Mensagem por thicogo » Qui Jan 12, 2006 3:18 pm

Slip Junior escreveu:Lauro, realmente muito bom o artigo publicado.

Um tira-gosto:

"Talvez nunca, nos 80 primeiros anos da história da aviação, uma força aérea tenha conquistado triunfo tão completo quanto o da Israel Defence Force/Air Force (IDF/AF) durante a Guerra do Líbano, em 1982. Talvez também nunca antes uma força aérea tenha sido tão absolutamente derrotada quanto a Força Aérea Árabe da Síria (Syrian Arab Air Force, SyAAF), durante o mesmo conflito. Num único e espetacular combate no céu libânes, a doutrina do poder aéreo moderno deu um salto adiante - a IDF não apenas destruiu um "sistema integrado de defesa aérea" (Integrated Air Defence System, IADS), compreendendo 19 posições sírias de mísseis antiaéreos (Surface-to-Air Missile, SAM), mas também abateu entre 82 e 87 caças sírios em combate, sem sofrer uma única perda. Tais assombrosos registros israelenses da operação resulturam na criação de uma legítima lenda moderna, na qual somos levados a crer, e apesar de terem se passado mais de 20 anos de tais combates, seus têm emergido de forma muito lendo - mas o que vem emergindo pinta um cenário bastante diferente do contado até hoje"

Fonte: COOPER, Tom. Vale do Beeka, 1982 - Rasgando os Mitos in Revista Asas, n. 28, p. 60.

Lista de vitórias* sírias mencionadas no artigo:

7 de outubro: dois MiG-23MF interceptaram e abateram um UAV israelense.

26 de abril: MiG-21's e MiG-23's abatem de dois A-4Skyhawk, contra a perda de um único MiG-23 (abatido pelo "fogo amigo" de uma bateria palestina).

24 de maio: um MiG-25 abate um F-15 vítima de um R-40R.

6 de junho: dois MiG-23MF abatem um UAV BQM-34.

7 de junho: dois MiG-23MS interceptam alguns F-16 e abatem um desses.

9 de junho: sírios abatem 18 aeronaves israelenses, incluindo três conquistadas pelos MiG-23MF com mísseis R-23.

10 de junho: grupo de MiG-23MF encontra grupo de F-16 e os sírios anunciam vitórias.

11 de junho: um F-15 é abatido por um MiG-23MF e dois F-4E caem vítimas dos MiG-23MS.

Outubro: Um RF-4E israelense é abatido por um MiG-23ML.

-----------------------------------

*: muitas dessas vitórias permanecem longe de serem confirmadas até hoje. Mais informações na revista e nos seguintes links:

GD/L-M F-16A/B Netz in Israeli Service
Early MiG-23M/MS Floggers in Action
Syrian Tank-Hunters in Lebanon, 1982
Israeli Air-to-Air Victories since 1974
Syrian Air-to-Air Victories since 1948

Abraços

Pessoal,me desculpe mudar o contexto discutido,mas o F-16 foi ou não foi abatido em combates aéreos,pelo pouco que eu sei, dizem que ele :wink: s foi o unico caça moderno que nunca foi abatido em modo AR-AR.VALEU




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Slip Junior
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#15 Mensagem por Slip Junior » Qui Jan 12, 2006 4:56 pm

thicogo escreveu:Pessoal,me desculpe mudar o contexto discutido,mas o F-16 foi ou não foi abatido em combates aéreos,pelo pouco que eu sei, dizem que ele :wink: s foi o unico caça moderno que nunca foi abatido em modo AR-AR.VALEU

Nesse conflito, ao que tudo indica, nenhum F-16 foi abatido. Mas o "mito" perde um pouco mais de força quando falamos das escaramuças entre gregos e turcos. :wink:

Abraços




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