O game do Exército

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Marcelo Ponciano
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O game do Exército

#1 Mensagem por Marcelo Ponciano » Seg Jun 22, 2020 9:09 pm

Não sei se já foi postada a notícia em algum outro tópico, se foi eu não vi. Mas acho que se a iniciativa for para frente o assunto merece um tópico próprio:
Exército produz jogo em estilo videogame que prevê Brasil invadido em 2025
Estado Maior do Exército criou grupo de trabalho para bolar um game on-line gratuito em que jogadores combatem país invasor fictício

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22/06/2020 17:19,
ATUALIZADO 22/06/2020 17:19

OExército Brasileiro estabeleceu a missão de lançar até 2021 um jogo on-line de combate em primeira pessoa, no estilo Counter Strike para melhorar a imagem da instituição entre o público jovem. A ideia é que os jogadores vivam combatentes brasileiros em um cenário de guerra contra um país fictício.


“Para evitar desdobramentos ligados ao atual contexto político”, registra a portaria que institui um grupo para dar forma ao projeto, o jogo “será ambientado no futuro, em 2025”.

No documento fica nítida a preocupação com a possibilidade de a iniciativa sofrer críticas por incitar a violência. Por isso, o chefe do Estado Maior do Exército, general Marcos Antonio Amaro dos Santos, escreve no despacho que “o game não deverá mostrar sangue em demasia para evitar a ideia de violência exagerada”.

Ainda na linha da preocupação com os possíveis efeitos negativos, o documento define que o jogo “deverá mostrar combate urbano, mas não em áreas de comunidades em situação de fragilidade social”.


Uma das diretrizes resume os cuidados a serem tomados: “Nenhuma cena com potencial para gerar desgaste da imagem ou crise institucional deverá estar presente”.

O Projeto Missão Verde-Oliva foi instituído pela portaria 110 do Estado Maior do Exército, de 30 de abril de 2020. Ela foi publicada na edição 24/2020 do Boletim do Exército, um calhamaço burocrático que é público, mas não costuma chamar muita atenção. Quem achou a portaria foi o projeto Fiquem Sabendo, especializado em pesquisas via Lei de Acesso à Informação.

Para o Exército, “o game pode conscientizar a sociedade brasileira da importância dos assuntos de defesa do País ao divulgar possíveis missões do Exército Brasileiro em tempo de guerra, como a defesa de instalações estratégicas”.


Inspirações
Famosos jogos de tiro como Counter Strike e Fortnite são citados no documento como inspiração para o Missão Verde-Oliva, mas a ideia que o guia é o America’s Army Proving Grounds, desenvolvido pelo exército dos Estados Unidos há 9 anos e que, segundo os brasileiros, causou um aumento de 30% nas impressões positivas que os jovens jogadores cultivam da instituição militar.

Hoje, o jogo do exército americano está em consoles famosos como o Play Station 4. É uma imagem dele que ilustra esta reportagem.

Regras nacionais
A ideia na versão brasileira é que só seja possível jogar como combatente nacional. O invasor será sempre o computador.

“Caso alguma regra não seja respeitada e/ou o jogador atrapalhe ou impossibilite o cumprimento da missão, ele será condenado por um tribunal fictício”, estipula o despacho do general. A punição é a exclusão do game por um tempo a ser estabelecido.

O game, segundo a portaria, “será disponibilizado na rede mundial de computadores, gratuitamente, para até 15 mil jogadores ao mesmo tempo, 24 horas por dia. Ele “deverá ter muita ação e ser vibrante emocionalmente”. Mas “não poderá apresentar nenhuma informação sensível ou qualquer tipo de conteúdo discriminatório, contra os princípios que norteiam a Instituição Exército Brasileiro, os direitos humanos e/ou contra os Direitos Internacionais do Conflitos Armados (DICA).”

O Metrópoles procurou o Exército nesta segunda-feira (22/06) para saber se havia mais informações sobre o desenvolvimento do Projeto Missão Verde-Oliva, mas não houve resposta até a publicação desta reportagem.
https://www.metropoles.com/brasil/exerc ... do-em-2025
Não só acho que a iniciativa é extremamente inteligente, como acho que deveria ser feito o mesmo pela MB e pela FAB. E nos três casos colocar o jogador para lidar com situações que demonstrem a necessidade de ter material de ponta e atualizado.

Não adianta ano após ano reclamar que não há investimento nas forças se a população não enxergar a necessidade deles. E um bom começo é mostrar isso para os jovens.




Tudo estaria perdido se o mesmo homem, ou o mesmo corpo dos principais, ou dos nobres, ou do povo exercesse os três poderes: o de fazer as leis, o de executar as resoluções públicas e o de julgar. (MONTESQUIEU. O Espírito das Leis. Livro XI, Cap. VI)
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Re: O game do Exército

#2 Mensagem por FCarvalho » Seg Jun 22, 2020 10:42 pm

Aparentemente, pelo menos no jogo os soldados estão equipados de forma decente. A ver se a realidade daqui a 5 anos consegue corresponder à ficção.

Excelente iniciativa.

abs




Um mal é um mal. Menor, maior, médio, tanto faz… As proporções são convencionadas e as fronteiras, imprecisas. Não sou um santo eremita e não pratiquei apenas o bem ao longo de minha vida. Mas, se me couber escolher entre dois males, prefiro abster-me por completo da escolha.
A. Sapkowski
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