Guerra na Selva

Assuntos em discussão: Exército Brasileiro e exércitos estrangeiros, armamentos, equipamentos de exércitos em geral.

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Re: Guerra na Selva

#196 Mensagem por Alfa BR » Qui Set 09, 2021 8:09 pm

"Chindit vs Japanese Infantryman: 1943-44"

O livro analisa o confronto entre os Chindits britânicos e a Infantaria do Império do Japão nas selvas da Birmânia, durante a Segunda Guerra Mundial.

Editora: Osprey Publishing.
Autor: Jon Diamond
Ilustrador: Peter Dennis

Link para download em formato PDF:

https://pt.scribd.com/document/52319392 ... aoQFzPRFt2

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Re: Guerra na Selva

#197 Mensagem por knigh7 » Dom Out 10, 2021 7:39 pm

Saiba como é a atuação e estratégia do Exército na Floresta Amazônica


"Há em conversas reservadas um certo receio com a presença de integrantes de nações específicas como é o caso da França". Os franceses estão virando personae non gratae para o Exército...




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Re: Guerra na Selva

#198 Mensagem por Alfa BR » Qui Out 21, 2021 10:38 pm

Uma das bíblias do combate na selva.

"Military Training Pamphlet No. 52: Warfare in the Far East (Provisional)" de dezembro de 1944.

Os tópicos abordados neste manual incluem topografia, técnicas de sobrevivência, táticas, atendimento médico, higiene, comunicações e treinamento para a guerra na selva. Os apêndices também fornecem informações sobre o terreno, vegetação, clima e vida animal dos principais países no Extremo Oriente, onde britânicos e as tropas da Commonwealth eram esperados combater, além de um breve esboço das táticas usadas pelos japoneses.

Link para download:

https://www.sikhnationalarchives.com/bo ... -far-east/

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Re: Guerra na Selva

#199 Mensagem por Alfa BR » Sex Out 29, 2021 9:37 pm

"Instruções Provisórias - Sobrevivência na Selva" (IP 21-80)

O material tem por finalidade divulgar conhecimentos gerais, técnicas e processos que poderão contribuir para a sobrevivência na selva, particularmente na Selva Amazônica, de indivíduos isolados ou em grupos, seja em tempo de paz, ou seja no curso de operações militares.

Link para download:

https://www.scribd.com/document/4811835 ... a-na-Selva

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Re: Guerra na Selva

#200 Mensagem por knigh7 » Sáb Nov 13, 2021 1:03 am





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Re: Guerra na Selva

#201 Mensagem por Alfa BR » Qua Dez 29, 2021 1:38 am

A doutrina de Guerra de Resistência do Exército Brasileiro para a Amazônia

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O Combate de Resistência ou Guerra de Resistência é o conflito armado em que nacionais de um país ocupado por outro país ou coligação de países, total ou parcialmente, lutam contra o poder de ocupação para restabelecer a soberania e a independência. As operações nesse ambiente se caracterizam pelo desenvolvimento de ações militares em um conflito prolongado, de caráter restrito, na maioria das vezes de baixa intensidade, onde normalmente empregam-se táticas e técnicas não convencionais e inovadoras. Visa a obter a vitória pelo enfraquecimento moral, físico e material do inimigo, por sua desarticulação estratégica e tática, além da obtenção do apoio político e da opinião pública interna e externa. Ressalta-se a necessidade de desgastar o inimigo, caracterizado como detentor de poder militar incontestavelmente superior.

A atual doutrina de resistência nasceu nos anos 90, quando o Estado-Maior do Exército (EME), atentos as nova conjuntura global pós-Guerra Fria, elaborou a Doutrina Gama, na qual são estipulados métodos de resolução de conflitos na Região Amazônica. A doutrina Gama orienta o preparo e emprego da força terrestre na Amazônia e divide-se entre Doutrina Gama-C (Convencional), destinada ao combate a inimigos de poder semelhante ou inferior ao Brasil com emprego da força regular em combate predominantemente convencional, e a Doutrina Gama-R (Resistência), conhecida como “Estratégia da Resistência”, para o combate a um inimigo de poder militar incontestavelmente superior, com o emprego da força regular e de irregulares em ações não-convencionais (incursões, destruições, sabotagens).

Conforme dito, o Combate de Resistência seria realizado na hipótese de violação da integridade territorial, na área estratégica da Amazônia, por país, ou coligação de países de incontestável superioridade militar, que seguindo determinação de organismo internacional, realizariam intervenção militar com base no chamado "dever de ingerência". Este tem origem na concepção da soberania limitada das nações, cabendo a organismos internacionais, como por exemplo, o Conselho de Segurança das Nações Unidas, determinar o limite dessa soberania.

O princípio de soberania limitada, ou compartilhada, contesta a legitimidade dos estados nacionais soberanos, por considerá-los obstáculos às soluções de problemas ditos humanitários, tais como violações de direitos humanos, preservação do meio ambiente, populações indígenas, narcotráfico e outros. Coincidentemente, todos estes problemas são, no momento, evidenciados quando estudamos a Amazônia Brasileira.

Assim, as Nações Unidas, ou outro órgão internacional teriam, "em nome da Humanidade", o dever de ingerência em países que apresentem problemas classificados como "humanitários", justificando, desse modo, a intervenção de potências do chamado "primeiro mundo" em países periféricos.

A doutrina Gama-R pressupõe que a uma ocupação total da Amazônia Brasileira por forças estrangeiras seria inviável, considerando a vastidão de seu território. O poder de combate necessário seria de tal vulto que tornaria inaceitável a relação custo-benefício para qualquer das atuais potências mundiais, ou até mesmo de possíveis coligações.

Muito mais provável, é considerar a intervenção estrangeira a um território limitado, denominado como Área de Exclusão. Tal área possuiria uma ou mais das seguintes características: ser despovoada ou habitada por grupos étnicos não integrados à comunidade nacional, estar situada na faixa de fronteira, conter ou estar próxima de um grande centro urbano regional. Um exemplo é a Reserva Indígena lanomâmi, com 94.000 km2 de área e 900 km de fronteira com a Venezuela. O certo é que quanto mais isolada a região mais difícil será a capacidade de apoiar a resistência.

Neste quadro visualizado, o invasor inicialmente buscaria criar um clima favorável à intervenção. Agindo no campo político, econômico e psicossocial, tentando isolar o país frente à opinião pública internacional, reduzindo-lhe o moral e a vontade de lutar. Planejaria a invasão partindo de um país plataforma, deslocando grande massa de suprimentos, equipamentos e unidades de combate.

Após levar à cabo a ação militar, o invasor empregaria técnicas do conflito de baixa intensidade, procurando em uma primeira fase, após a ocupação da área, implementar a Zona de Exclusão abrangendo a área ocupada e realizar ações psicossociais e econômicas para angariar apoio da população local.

Mas o que faria o Exército Brasileiro em face a isso?

A incontestável superioridade de meios de uma força invasora obrigaria o Exército Brasileiro a evitar o combate decisivo, conservando o máximo possível suas forças enquanto prolonga o conflito.

A rarefação demográfica da Amazônia, sua massa florestal, sua civilização dissolvida ao longo dos caudais e sua economia primitiva incapazes de atender às complexas necessidades militares, são fatores que apontam para que a resistência na Amazônia deve ser conduzida, pelo menos em sua fase inicial, com pequenos efetivos, raramente ultrapassando o valor de uma companhia.

O empenho da estratégia de resistência se iniciaria com o agravamento das tensões, no momento em que o organismo internacional determinaria a desmilitarização da área contestada e ameaça empregar uma força multinacional para fazer valer a sua decisão. O Governo Brasileiro, diante de grave ameaça à sua soberania, decreta a mobilização geral e ativa a estrutura militar de guerra. É criado o Teatro de Operações Terrestres Amazônico, com sua organização e emprego característicos.

A aplicação militar da estratégia da resistência será realizada nas seguintes fases:

- 1ª fase - Preparação da Área de Resistência
- 2ª fase - Resistência inicial e internamento
- 3ª fase - Combate de Resistência
- 4ª fase - Expulsão do invasor

Preparação da Área de Resistência

Na fase de preparação, serão desencadeadas ações preliminares. Como no cenário levantado pressupõe-se uma evolução temporal considerável antes da invasão, será possível uma certa previsibilidade, o que possibilitará a realizacão de preparativos.

A área de operações é organizada da seguinte maneira:

- Área de Resistência: onde se dará as operações de resistência e seu apoio logístico. Será estabelecida pela força invasora ao decretar uma Área de Exclusão.

- Área de Combate: onde se executará as operações de combate pelas Brigadas, Batalhões e Companhias da Infantaria de Selva.

- Área de Operação de Forças Especiais: onde se executará as ações de combate por civis mobilizados por Forças Especiais.

As operações de resistência serão conduzidas empregando-se Forças de Resistência nas Áreas de Combate de sua responsabilidade, organizadas da seguinte forma:

Força Principal:

Nas Áreas de Combate é constituída por tropas regulares apoiadas por elementos de apoio ao combate, apoio logístico comunicação e etc.

Na Área de Forças Especiais é constituida por civis treinados e mobilizados por For Esp na chamada Força de Guerrilha.

Força de Sustentação:

Elementos civis que prestarão apoio logístico à Força Principal.

Força Subterrânea:

Constituída por elementos civis, principalmente das áreas urbanas, treinados para causar dificuldades, danos ou baixas ao invasor, por meio de ações de Guerra Irregular.

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Assim, as medidas referentes à Concentração Estratégica e à infiltração de elementos dos diferentes Destacamentos de Operações de Forças Especiais (DOFEsp) na provável área de ocupação poderão ser iniciadas. Da mesma forma, serão estocados os suprimentos, trabalhos de construção serão feitos, população local mobilizada, trabalhos de sabotagem e demolição de infra-estrutura que poderá ser utilizada pelo invasor…

Também se admite uma grande operação de
demonstração de força coordenada pelo Comando da Força Terretre. Não se tem a pretensão de dissuadir o invasor pela força militar pois se sabe que as Forças Armadas nacionais não têm capacidade de revide. Entretanto, a demonstração pode contribuir com o esforço dissuasório do Governo ao caracterizar, através do envio de tropas para a área objeto do conflito, a firme intenção da Nação de nãoaceitar a decisão do organismo internacional de segurança. Sob a ótica militar, a demonstração de força contribui para a diminuição do moral da força invasora que, ao levantar a ordem de batalha, preverá combate acirrado ao invés de um ocupação pacífica. As principais ações de demonstração de força são o preparo de posições defensivas nas principais localidades e execução de exercícios de diversas naturezas, em locais variados e que impliquem em intenso movimento de tropas. Algo similiar foi visto com a recente Operação Amazônia.

Resistência inicial e internamento

A resistência inicial é tênue e de curta duração. Não é previsto o engajamento de elementos de combate. Tem a finalidade maior de causar impacto psicológico imediato, através da destruição das primeiras aeronaves que adentrem o espaço aéreo nacional. Constitui-se na concretização daquelas ações definidas anteriormente: destruição de estruturas e equipamento não transportável para que não sejam utilizadas pelo inimigo, implantação de sensores e armamento antiaéreo, além de outras ações planejadas.

As frações partem para o internamento na selva e permanecem sem atuação temporariamente, por um período que caracterize um certo relaxamento das medidas de segurança do invasor.

Com relação às ações de combate, esses elementos internados poderão atuar na destruição de aeronaves de transporte de tropas por misseis antiaéreos, nas operações contra zonas de lançamento e pouso do inimigo, na realização do fogo fortuito por atiradores de precisão, nas emboscadas, na colocação de armadilhas dispersas em pontos importantes do terreno e de passagem obrigatória de tropa, tudo com a finalidade de causar o maior número de baixas ao inimigo.

Importantes missões terá, também, a Força Subterrânea. Atos de terrorismo
contra o agressor e sabotagens em instalações serão realizados, aproveitando-se da confusa situação dos combates iniciais. Nesta fase, faz-se necessário ressaltar a importância das Operações Psicológicas a serem desencadeadas, por exemplo, através da ação de elementos de Comunicação Social, filmando e fotografando as operações e divulgando para o mundo, procurando desenvolver uma campanha de conquista da opinião pública internacional. Nesse aspecto, torna-se obrigatório uma "censura" naquelas matérias favoráveis ao agressor e que não deverão ser divulgadas ao público interno, sob pena de chocar a população e, consequentemente, ocasionar uma possivel perda do apoio da comunidade naciona.

Combate de resistência

Nessa fase, a mais duradoura, serão desencadeadas ações subsequentes de combate, ou seja, serão intensificadas todas aquelas ações iniciais realizadas com a finalidade precípua de desgastar o agressor.

Considera-se nesta etapa que o inimigo consolidou seus objetivos e instalou suas Bases de Operações e de Combate. Seria o momento adequado para o início das ações de Guerra Irregular, particularmente ações de guerrilha, cujos objetivos principais seriam: provocar o maior número de baixas em pessoal e material ao inimigo; obter a simpatia da opinião pública internacional, inclusive da população do invasor; impedir a interdição da área e sua exploração comercial; e, por último, destruir ou expulsar o agressor.

Essas ações incluirão atos de sabotagem e terrorismo nas bases do agressor, golpes de mão, assassinatos de lideres (oficiais), emboscadas e outras que fazem parte de um rosário de pequenas ações dos guerrilheiros, complementadas, ainda, por ações de maior vulto, tais como as incursões de longo alcance executadas pelas reservas amigas e as ações de retaliação contra países vizinhos colaboradores do invasor. Nesta fase serão utilizadas Operações Psicológicas, visando a abater o moral do inimigo. Ao mesmo tempo dever-se-á limitar ao máximo a mobilidade aérea do inimigo pelo emprego de armas antiaéreas isoladas por pequenas frações, em regiões favoráveis à aproximação do inimigo.

Expulsão do Invasor:

Posteriormente, em função da evolução da situação, se buscará a expulsão da Força Invasora, desgastada pelo conflito prologando e enfraquecida moral, físico e materialmente por sua desarticulação estratégica e tática, além da perda do apoio político e da opinião pública interna e externa.

Nesta fase haverá a predominância das ações convencionais e, consequentemente, serão empregados maiores efetivos, que através de manobras ofensivas de maior vulto, buscarão a retomada da Área de Exclusão,reestabelecendo o controle nacional.

Ótimo vídeo sobre essa doutrina:





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Re: Guerra na Selva

#202 Mensagem por Alfa BR » Qua Dez 29, 2021 9:47 pm

A ORGANIZAÇÃO LOGÍSTICA DO EXÉRCITO BRASILEIRO NA GUERRA DE RESISTÊNCIA NA AMAZÔNIA

"O desdobramento dos elementos de apoio logístico dar-se-ia da seguinte maneira: o escalão superior apoiaria um Batalhão Logístico de Selva (B Log SI) desdobrado em uma Área de Apoio Logístico* (A Ap Log) e uma Subárea de Apoio Logístico (SA Ap Log) nas Bases de Combate de Brigada e Batalhão, respectivamente. O fluxo de suprimento seria normal, uma vez que ambas estariam localizadas fora da área de exclusão. No interior da área de resistência (A Rst) não estariam desdobradas nenhuma instalação logística, pois tal instalação não teria a fluidez necessária às operações na selva.

* Área delimitada, destinada ao desdobramento de instalação logísticas para o apoio a determinado escalão ou força.

A responsabilidade principal pela execução do apoio logístico às tropas internadas ficaria a cargo do Btl, acrescido de subunidades de produção de alimentos, de carregadores e de meios especiais de transporte ( terrestres, aéreos e fluviais), oriundos da A Ap Log Bda ou da SA Ap Log.

O apoio seria feito diretamente ao escalão internado, seja ele de valor GC, pelotão ou companhia. Em princípio, antecipadamente à infiltração da tropa, equipes de carregadores realizariam quantas patrulhas fossem necessárias para escalonar suprimentos ao longo dos itinerários de deslocamento. Uma vez que quanto menor o escalão, mais fácil seria o apoio, recomenda-se que, pelo menos nas fases iniciais do conflito, tenha, no máximo, o valor pelotão.

Suprimentos necessários à tropa no decorrer de seu internamento, seriam conduzidos o mais rápido possível, para aquele momento específico. Não se estipulando, a prióri, o processo empregado (aéreo, fluvial, terrestre, força de sustentação, contrabando ou através depósitos clandestinos). O restabelecimento de níveis de estoque dos depósitos clandestinos seria realizado paulatinamente, sempre que utilizados pela tropa no interior da área de exclusão."

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- Trecho extraído do trabalho acadêmico "A Logística do Vietnam do Norte aplicada a um conflito prolongado (usura) no teatro de operações Amazônico: estudo comparativo e sugestões".




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Re: Guerra na Selva

#203 Mensagem por Alfa BR » Sex Jan 07, 2022 7:23 pm

Estrutura do Curso de Operações na Selva categoria B conduzido pelo Centro de Instrução de Guerra na Selva do Exército Brasileiro (CIGS)

O COS Categoria B é voltado para capitães e tenentes das Armas/Quadros/Serviços do Comando Militar da Amazônia, da Marinha, da Força Aérea e de Nações Amigas. Tem duração de dez semanas e é dividido em três fases: Vida na Selva, Técnicas Especiais e Operações na Selva.

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As instruções da fase de Vida na Selva, que tem 148 horas de carga horária, têm o objetivo de habilitar o aluno a sobreviver em área de selva. Nesta fase são ministradas instruções sobre as noções básicas de sobrevivência, animais peçonhentos, animais selvagens, flora amazônica, construção de abrigos, rastreamento de animais, tiro de caça, obtenção do pescado, armadilhas para caça e
pesca, obtenção de água e fogo, alimentos vegetais, alimentos animais, higiene, profilaxia e primeiros socorros, dentre outras. Ao final da fase, é realizado um exercício de sobrevivência, onde os alunos, enquadrados em equipes, têm que sobreviver durante vários dias e demonstrar os conhecimentos adquiridos durante as instruções.

Na segunda fase do curso, o aluno é submetido a uma série de instruções que buscam habilitá-lo a realizar as diversas atividades técnicas que o combate na selva poderá exigir dele.

Na disciplina Técnicas Básicas, com 36 horas de carga horária, são ministradas instruções de mira laser, tiro de ação reflexa, comunicações na selva, antenas improvisadas, explosivos e destruições, dentre outras.

Na disciplina Técnicas Especiais, com 32 horas de carga, são ministradas instruções de armadilhas antipessoal improvisadas, abertura de clareiras, equipamento de visão noturna, infiltração noturna, rastreamento de pessoal,
silenciamento de sentinelas, transposição de obstáculos verticais, transposição de aquavias, dentre outras.

Na disciplina Técnica Aeromóvel e Fluvial, com carga horária de 22 horas, são ministradas instruções de navegação fluvial, motores de popa, embarque e desembarque de embarcações em movimento, desova de helicóptero em meio aquático, rapel de helicóptero, extração vertical por helicóptero, locais de aterragem, dentre outras.

Na disciplina Orientação e Navegação, com 48 horas de carga horária, são ministradas instruções de orientação e navegação terrestres em selva e orientação e navegação fluviais.

Esta fase do curso se caracteriza pelo grande volume de conhecimentos e habilidades que devem ser assimilados pelo aluno.

A terceira fase, a de Operações na Selva, é a maior e mais importante do curso. Nela é ministrada a disciplina Técnicas de Patrulha, com 129 horas de carga horária, onde o aluno planeja e conduz patrulhas em ambiente de selva.

Esta disciplina é muito importante pois as técnicas de patrulha são muito utilizadas nas operações convencionais e no combate de resistência. Após uma série de instruções teóricas e práticas sobre técnicas de patrulha, são executadas três patrulhas-escola que coroam as instruções ministradas; uma de
reconhecimento, uma de combate e uma de emboscada.

A disciplina Operações na Selva, com 446 horas de carga horária, encerra, em si, a razão de ser do curso de Operações na Selva. Seus objetivos são: compreender os fundamentos doutrinários que regem as operações na selva; planejar o emprego e conduzir frações de tropa, até o valor subunidade, em operações na selva; aplicar as técnicas de planejamento, coordenação e execução das atividades de operações psicológicas; e aplicar as técnicas de planejamento, condução e emprego de frações de tropa, valor Pelotão e Companhia, no combate de resistência, com ênfase nas tropas internadas em áreas de combate.

Esta disciplina é conduzida por meio da aplicação de exercícios de longa duração (ELD) que buscam, ao máximo, imitar o combate real.

Um ELD de operações convencionais é realizado como coroamento da Unidade Didática Emprego da Infantaria de Selva em Operações, e consta de ações táticas de marcha para o combate fluvial, marcha para o combate em área de selva e ataque e defesa de ponto forte.

As Operações com Características Especiais, que constituem outra Unidade Didática, constam de exercícios de operações contraguerrilha, operações ribeirinhas, patrulha de combate motorizada, operações aeromóveis, dentre outras. Cabe ressaltar que está sendo priorizada a inclusão, em todos os exercícios táticos, do planejamento e da execução de operações psicológicas.

Finalmente, o mais importante ELD se refere ao Combate de Resistência. Com carga horária de 104 horas, trata-se de um exercício em que os alunos permanecem por longo tempo internados no interior da selva, realizando as atividades e operações típicas do combate de resistência. Trata-se de um exercício em que o desgaste físico e psicológico é muito grande. Essa é a parte em que os alunos estrangeiros não participam.




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Re: Guerra na Selva

#204 Mensagem por Alfa BR » Sex Jan 07, 2022 7:25 pm

Sobre a taxa de desligamento dos alunos dos cursos ministrados pelo Centro de Instrução de Guerra na Selva (CIGS) do Exército Brasileiro:

"Conforme as Informações Estatísticas do CIGS de 2013 a 2017, foram matriculados 1020 alunos, dos quais 792 concluíram e 288 foram desligados. Desses desligados, 176 foram desligados por desistência voluntária, 71 foram desligados por falta de aproveitamento técnico e 41 foram desligados por problemas de saúde. Por fase, foram desligados no período: vida na selva (86 alunos), técnicas especiais (135 alunos) e operações (67 alunos)."




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Re: Guerra na Selva

#205 Mensagem por Alfa BR » Ter Fev 01, 2022 10:47 pm

O Grupo de Combate dos Pelotões de Fuzileiros de Selva do Exército Brasileiro da adoção do AT4 nos anos 90 até a introdução dos IA2 e Minimi a partir da metade da década passada.

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Se diferencia do GC das demais unidades por:

- Possuir 10 homens. O 10° elemento é o Soldado Atendente, militar especializado em prestar socorro médico. Ele porta uma pistola para autodefesa.

- Um dos Soldados Esclarecedores portar uma espingarda calibre 12 ao invés da granada de bocal.




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Re: Guerra na Selva

#206 Mensagem por Alfa BR » Ter Fev 01, 2022 11:10 pm

Organização e dotação de armamento do Grupo de Combate dos Pelotões de Fuzileiros de Selva do Exército Brasileiro com a substituição do PARAFAL pelo IA2 e do FAP pela MINIMI

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Com apenas 20 mil IA2 entregues para toda força e poucas centenas de MINIMI adquiridas é possível concluir que a norma no Exército Brasileiro ainda é FAL/PARAFAL e FAP. Mas no caso dos Batalhões de Infantaria de Selva onde houve a quase total ou pelo menos parcial substituição das armas supracitadas, poderá se encontrar a seguinte dotação de armamento para o Grupo de Combate de Selva.

*A dotação do soldado granadeiro (3° esclarecedor) é uma especulação com base no lança-granadas da ST Kinetics em teste pela tropa Paraquedista e Aeromóvel.




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Re: Guerra na Selva

#207 Mensagem por LM » Qua Fev 02, 2022 8:49 am

HOLANDESES NA FLORESTA DO BELIZE
Belize, América-Central
2019

Um operacional dos "Korps Mariniers" (literalmente "Corpo de Fuzileiros"), unidade de elite da Marinha Real Holandesa, equipado com espingarda automática Colt Canada C7NLD em calibre 5.56×45mm NATO, em exercícios na floresta do Belize, em 2019.

Estes exercícios contaram com os
=> https://www.facebook.com/EspadaEscudoPo ... 600906393/




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Re: Guerra na Selva

#208 Mensagem por FCarvalho » Qua Fev 02, 2022 12:18 pm

Não raro eles também aparecem por aqui no vizinho Suriname, assim como tropas do exército holandês.
Na Rep Guiana e na Guiana francesa é costumeira a presença de Royal Marines e de tropas da brigada anfíbia do exército francês.
Ocorrem diversos exercícios ao longo do ano nas 3 'guianas' que são acompanhados via de regra por representantes do EB a convite. Mas não é sempre que isso acontece. Principalmente quando há presença norte americana.




Um mal é um mal. Menor, maior, médio, tanto faz… As proporções são convencionadas e as fronteiras, imprecisas. Não sou um santo eremita e não pratiquei apenas o bem ao longo de minha vida. Mas, se me couber escolher entre dois males, prefiro abster-me por completo da escolha.
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Re: Guerra na Selva

#209 Mensagem por Alfa BR » Dom Fev 06, 2022 4:40 pm

Organização e dotação de armamento do Pelotão de Fuzileiros de Selva do Exército Brasileiro considerando as recentes aquisições e substituições de material em curso: gradual substituição do PARAFAL pelo IA2 e do FAP pela MINIMI, aquisicão de miras óticas e optrônicos, lança-granadas em avaliação...

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O Pelotão de Fuzileiros de Selva é constituído por 35 homens, distribuídos em um Grupo de Comando de 5 homens e três Grupos de Combate de 10 homens cada.

O Grupo de Comando possui constituíção e dotação de armamento similar ao do Pelotão de Fuzileiros Leve.

O Grupo de Combate de Selva já foi coberto anteriormente.

Diferente dos pelotões de fuzileiros Paraquedista e Motorizado, o Pelotão de Fuzileiros de Selva não possui Grupo de Apoio, tendo o apoio de fogo nível pelotão provido pela peça de metralhadora MAG 7,62 mm orgânica do Grupo de Comando. Qualquer outro apoio de fogo adicional será provido pelo Pelotão de Apoio da Companhia de Fuzileiros Leve que integra e pelos escalões superiores.




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Re: Guerra na Selva

#210 Mensagem por J.Ricardo » Seg Fev 07, 2022 11:44 am

Alfa Br, as imagens não estão abrindo.
Mais alguém esta com esse problema?




Não temais ímpias falanges,
Que apresentam face hostil,
Vossos peitos, vossos braços,
São muralhas do Brasil!
Responder