BOMBEIROS DOS CÉUS

Assuntos em discussão: Força Aérea Brasileira, forças aéreas estrangeiras e aviação militar.

Moderadores: Glauber Prestes, Conselho de Moderação

BOMBEIROS DOS CÉUS

FAB
15
34%
Estados
20
45%
Certos municípios
0
Não há votos registrados
Empresas privadas
9
20%
 
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#1 Mensagem por J.Ricardo » Ter Ago 20, 2019 4:34 pm

essa temporada de estiagem esta castigando mesmo o Brasil.

https://www.windy.com/pt/-Concentra%C3% ... ,-51.680,3




Não temais ímpias falanges,
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#2 Mensagem por J.Ricardo » Qua Ago 21, 2019 10:46 am

Voltando as queimadas, sempre achei que um absurdo o país não contar com aviões como esse da Berev ou o CL-415 da Bombardier:

Imagem

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Poderiam ser adquiridos por uma parceria entre Ministério do Meio Ambiente e Defesa e cedidos para a FAB operar.
E como são anfíbios poderiam ser aproveitados em outras variadas missões na Amazônia, inclusive com forças especiais e fiscalização.




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#3 Mensagem por Túlio » Qua Ago 21, 2019 12:25 pm

Se há algo que todos os Países que possuem extensas áreas florestais têm em comum é a ocorrência sazonal de incêndios, com as mais variáveis causas, desde a mais popular no Brasil, que é o cabôco fumando o paiêro e jogando ainda aceso no mato, só pra ver se pega fogo, até a realmente mais comum, que é um curto em uma linha de transmissão de energia sobre uma floresta durante uma temporada de seca. Os métodos de combate vão desde os mais primitivos - homens com motosserras, pás e extintores - passando por mais modernos, como o caminhão Ural 6x6 (o único que sei que existe no Brasil foi doado para o Corpo de Bombeiros de Santa Maria, RS) e chegando ao ar, onde o mais comum são os chamados aviões-bombeiros (que me parece ter sido o melhor pretexto do Governo de Portugal para cimentar a aquisição do KC-390, pois é uma das suas funções, desde que devidamente adaptado) e mesmo helicópteros, como temos aqui Esquilos com o chamado Bambi Bucket, nada mais do que um grande cesto maleável que é enchido no ponto mais acessível de água. Mas há aeronaves especializadas na função, duas das quais podem ser vistas nos posts acima, movidos de uma área onde estavam OT.

Imagem
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Este post de abertura é também uma enquete, na qual a pergunta é:

QUAL FORÇA OU ENTIDADE DEVERIA POSSUIR AERONAVES ASSIM?

São quatro opções e até dois votos por Forista. De preferência, justifiquem também o voto, não apenas a aeronave, que aliás, não é alvo da enquete mas poderá sem problemas ser parte do debate. Notar que nas fotos acima uma aeronave é da FAB (Governo Federal) e a outra da PMERJ (Estado).




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Re: BOMBEIROS DOS CÉUS

#4 Mensagem por FCarvalho » Qua Ago 21, 2019 1:32 pm

A responsabilidade por combater incêndios no Brasil a priori é dos CBM nos Estados. Complementando essa atividade, a FAB e/ou outros órgãos do poder federal e estadual acionam os seus meios em apoio. Basicamente é isso.

O IBAMA assim como os órgãos estaduais de proteção e gestão ambiental, dependendo de cada caso, podem e devem conferir a si os recursos humanos e materiais para combater incéndios e queimadas em suas áreas de responsabilidade. Esta é uma opção também. Seja complementando os CBM ou agindo em seu lugar.

Na minha opinião, os CBM devem ser a ponta de lança dessa capacidade já que eles possuem a estrutura, preparo e organização mais adequados a este tipo de atividade, que não diz respeito somente ao combate dos incêndios em si, mas de seus efeitos colaterais também.

Em tempo, como o país é muito grande e nem todos os Estados tem capacidade financeira e de gestão para operacionalizar seus CBM com meios aéreos, a iniciativa privada deve ser buscada através de PPP que colaborem na missão. Isso já é feito em muitos países da Europa, USA, Canadá e Russia.

Agora, tem que se mudar algumas coisas na legislação e na orientação organizacional e institucional de vários CBM em relação a gestão nos Estados, pois muitos destes não tem sequer os meios adequados para combater incêndios urbanos, quanto mais desenvolver ações em áreas rurais e com aeronaves.

Existe uma eterna briga interna entre PM e CBM por atenção e prioridades eletivas de recursos e poder. Algo que nunca ajudou em nada a um e outro.

O Brasil, por ser um país com uma das três maiores redes hidrográficas do mundo deveria priorizar aeronaves anfíbias para o trabalho de combate a incêndios, visto que é mais fácil encontrar um rio próximo do que uma estrada ou pista de pouso.

abs




Um mal é um mal. Menor, maior, médio, tanto faz… As proporções são convencionadas e as fronteiras, imprecisas. Não sou um santo eremita e não pratiquei apenas o bem ao longo de minha vida. Mas, se me couber escolher entre dois males, prefiro abster-me por completo da escolha.
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Re: BOMBEIROS DOS CÉUS

#5 Mensagem por FCarvalho » Qua Ago 21, 2019 1:38 pm

Versão Bombeiro do AW-189

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A linha de helos da Leonardo praticamente atende todos os requisitos para operações anti-incêndio. Do AW-109 ao AW-189.

Da mesma forma os modelos da Helibrás.

abs




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Re: BOMBEIROS DOS CÉUS

#6 Mensagem por FCarvalho » Qua Ago 21, 2019 1:40 pm

Visão do AVIC AG-600 chinês, que também apresenta versão bombeiro.

Imagem

Interessante que tanto China como Japão e Russia são grandes produtores de aviões anfíbios. E todos os modelos possuem capacidade de operar como bombeiros.

O AG-600 é praticamente um 737 que pousa e decola da água.

abs




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Re: BOMBEIROS DOS CÉUS

#7 Mensagem por FCarvalho » Qua Ago 21, 2019 1:44 pm

O avião US2i: o futuro do combate a incêndios florestais?

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https://www.pilotopolicial.com.br/o-avi ... lorestais/




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Re: BOMBEIROS DOS CÉUS

#8 Mensagem por Túlio » Qua Ago 21, 2019 1:49 pm

Penso parecido. Coloquei a FAB na enquete porque é ela que irá receber os -390, assim, é tolice ter um meio que serve a um determinado fim e não usar. Porém como segunda (mas principal) opção, me parece que uma empresa privada, de âmbito nacional ou regional (porque incêndio florestal tem do Oiapoque ao Chuí) seria o ideal, podendo mover-se rapidamente, mediante contrato emergencial previsto em lei, até o local do sinistro e começar a atuar. Descarto meios como o Beriev pelo custo operacional, necessidade de rios muito grandes para operar uma aeronave daquele tamanho/velocidade e incerteza logística mas o segundo mostrado pelo @jricardo véio é sonho de consumo para mim, CL-415 voando operacionalmente no Brasil. Como nas vizinhanças também acontece incêndio de grandes proporções e há muitas lâminas d'água aproveitáveis, haveria inclusive a possibilidade de a empresa exportar serviços deste tipo, creio eu.

Imagem

PS.: notar que, até onde me consta, a aeronave Canadense não está mais em produção mas, dado o interesse suscitado pelos frequentes incêndios florestais na Europa, há interesse em reabrir a linha. Já quadrimotores me parecem a pior opção para nós, pelos custos mais altos, venham de onde vierem.




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Re: BOMBEIROS DOS CÉUS

#9 Mensagem por FCarvalho » Qua Ago 21, 2019 2:10 pm

Há de se procurar um equilíbrio.

O Brasil não tem, via de regra, grandes incêndios florestais como costuma acontecer na Europa e USA regularmente, o nosso problema aqui são muitos, mas muitos mesmo, focos pequenos e espalhados pelo território. Esse tipo de incêndios geralmente estão ligados a descuidos individuais - diria irresponsabilidade e estupidez - e a atividades ligadas a agricultara familiar em vários locais onde a tecnologia ainda não chegou. Há também vários motivos naturais, mas até onde eu consigo saber, a maior parte dos incêndios no Brasil tem origem humana.

No caso dos anfíbios, penso que deve-se fomentar várias empresas em todo o país que possam fazer isso, inclusive concorrendo entre si. E sempre que necessário for, devem ser chamadas ou contratadas pelo Estado com fins de prestação de serviço, mas sempre olhando a concorrência. Estas empresas podem optar pelos meios determinados pelo poder público ou encampar suas próprias aeronaves, seja na forma de avião anfíbios, ou terrestres e helos, e até mesmo todos. Como é iniciativa privada, os riscos e custos são todos privados também.

Os Beriev e demais teriam uso mais do que adequado na região norte e centro oeste onde o que não falta são rios utilizáveis como pista de pouso. Mas acredito que seu uso é proibitivo pelos CBM ou qualquer outro órgão público. Ademais, como bem disseste, não temos logística e mesmo cultura para operar tais aviões por aqui. Ainda.

Me parece que quanto menor a aeronave mais plausível se torna o seu uso pelos CBM, incluindo aí, principalmente, os helos, que podem realizar uma miríade de tarefas além desta, o que no interior do Brasil é muito mais importante do que propriamente se ter uma aeronave exclusivamente contra incêndio.

abs




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Re: BOMBEIROS DOS CÉUS

#10 Mensagem por J.Ricardo » Qua Ago 21, 2019 3:00 pm

Imagino esse serviço sendo feito por uma agência, aos moldes da Força Nacional de Segurança, onde o Estado solicitaria o apoio e o Governo Federal, após análise, enviaria a força para o local.
Esse tipo de avião também seria muito útil em ações de apoio na Amazônia (tanto militar, quanto civil) e também como plataforma de busca e salvamento.

Uma ação muito interessante nessa área é a praticada por São Paulo, que contrata empresas de aviação agrícola para apoiar o combate a incêndios no estado.

Imagem
Bombeiros de SP e aeroagrícolas treinam para operações com aviões contra incêndios
15 / 08 / 18

A terça-feira (14) foi de treinamentos de bombeiros e pilotos para combate a incêndios em vegetação com uso de aviões agrícolas em São Paulo. A movimentação envolveu as empresas Imagem Aviação Agrícola, em São José do Rio Preto, e Pachu Aviação Agrícola, em Rio Caro, contando ainda com a participação de quase 200 bombeiros. O Estado segue o modelo operacional da Califórnia, nos Estados Unidos, e tem um dos mais bem articulados sistemas no Brasil envolvendo aviões na cobertura contra chamas em seu território. Para isso, o governo paulista (através dos bombeiros e Defesa Civil) contrata as empresas aeroagrícolas por licitação, ficando cada uma responsável pela prontidão contra emergências em sua região.
http://sindag.org.br/bombeiros-de-sp-e- ... incendios/

Mas são aviões pequenos e até limitados.




Editado pela última vez por J.Ricardo em Qua Ago 21, 2019 3:20 pm, em um total de 1 vez.
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Re: BOMBEIROS DOS CÉUS

#11 Mensagem por J.Ricardo » Qua Ago 21, 2019 3:14 pm

Bombeiros do MT em ação.

Imagem

http://www.cbm.mt.gov.br/bea.php?id=215




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Re: BOMBEIROS DOS CÉUS

#12 Mensagem por Túlio » Qua Ago 21, 2019 3:31 pm

J.Ricardo escreveu: Qua Ago 21, 2019 3:14 pm Bombeiros do MT em ação.

Imagem

http://www.cbm.mt.gov.br/bea.php?id=215
Sim, tinha lembrado da Aviação Agrícola mas, devido à pequena capacidade e longo turnaround (do mesmo modo que o -390, precisam de pista para pousar, parar e reabastecer com combustível, água e reagente), desconsiderei como contramedida principal, do mesmo modo que os helis, para mim um meio muito mais importante para busca e resgate de vítimas potenciais dos fogos do que para apagá-los com seus pequenos Bambi Buckets. Quadrimotores são grandes e caros demais (nem vou perguntar pelo custo horário do Beriev e do Chinês aquele), assim, sigo com o Canadair na iniciativa privada e o -390 na FAB. A meu ver, dariam uma bela dupla...




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Re: BOMBEIROS DOS CÉUS

#13 Mensagem por Marcelo Ponciano » Qua Ago 21, 2019 5:30 pm

Esses incêndios ocorrem em toda extensão do território nacional, com mais intensidade no Centro Oeste. Faz parte do ciclo de vida do Cerrado a ocorrência de incêndios de tempos em tempos. A vegetação já é acostumada, muitas árvores possuem uma espécie de cortiça para resistir ao fogo. O que não é comum é a frequência com que tem ocorrido.

Em uma federação ideal, como a americana, cada estado que se vire e pague seu próprio avião, infraestrutura, pilotos e etc. Mas na nossa federação estados não conseguem nem pagar salário de bombeiro, imagine pagar um avião desses.

Por isso, na minha opinião, no atual estágio das coisas, a competência é federal. No caso, das duas uma: ou GF cria uma força nacional de combate a incêndios (nos moldes da força nacional de segurança pública) e arca com todos os custos de montar a infraestrutura necessária, ou joga o pepino no colo da FAB. No último caso sairia mais barato, pois a FAB já tem seu corpo de pilotos, mecânicos, hangares, etc, etc. Mas certamente não é a opção mais feliz para o Oficialato, que não costuma ver com bons olhos a assunção de atividades outras que não seja a defesa nacional pura e simples.

Então seria algo como etapas:

1º momento a FAB;
2º momento uma Força Nacional;
3º momento (daqui a 100 anos quando uma reforma tributária descente for feita no Brasil e os estados tiverem dinheiro) os estados.

PS: Há exatos dez anos o Distrito Federal foi consumido por um intenso incêndio florestal em diversos parques que nos rodeiam. O clima aqui que já é seco nessa época do ano ficou irrespirável. Lembro que na época a FAB disponibilizou uma aeronave para jogar água, mas não sei qual modelo. No fim da temporada da seca lembro de ter visto fotos do avião com a pintura completamente chamuscada em baixo.

PS 2: minha votação na enquete foi FAB e estados.




Editado pela última vez por Marcelo Ponciano em Qua Ago 21, 2019 6:11 pm, em um total de 1 vez.
Tudo estaria perdido se o mesmo homem, ou o mesmo corpo dos principais, ou dos nobres, ou do povo exercesse os três poderes: o de fazer as leis, o de executar as resoluções públicas e o de julgar. (MONTESQUIEU. O Espírito das Leis. Livro XI, Cap. VI)
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Re: BOMBEIROS DOS CÉUS

#14 Mensagem por J.Ricardo » Qua Ago 21, 2019 5:49 pm

Nesse atual momento, estou estranhando a FAB não estar envolvida nesse combate a incêndios, ou não foi solicitado, ou nossos C-130 já não dão mais conta do recado...




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Re: BOMBEIROS DOS CÉUS

#15 Mensagem por FCarvalho » Qua Ago 21, 2019 7:01 pm

Não dá para usar C-130 ou KC-390 na maioria dos incêndios que ocorrem no país. São avião muito grandes e com um elevado custo para desviá-los de suas funções primárias e aplicar em combate a incêndios. Tem milhares de focos pelo país inteiro. Uns mais perigosos, outros nem tanto.

Me parece que a capacitação dos CBM com aeronaves próprias seria uma saída plausível e adequada pois já temos concentração demais de poderes em Brasília. Isso causa muita dependência e financia a negligência da administração pública nos Estados e Municípios, e só colabora para reforçar o velho sistema coronelista político e econômico brasileiro.

Aliás, poderia se começar um processo com apoio federal na gestão financeira, organizacional e material. Podemos, por exemplo, eleger um helo padrão que possa ser utilizado em todo o país e dotar todos os CBM com eles. Um modelo que chamou a atenção este ano é o SH09 da Kopter, uma empresa suiça, que inclusive se propôs a engendrar uma linha de produção no país:

Imagem

https://airway.uol.com.br/kopter-chega- ... a-no-pais/

O uso de helos em um primeiro momento visa antes de tudo equipar os CBM com um vetor que seja mais versátil, e principalmente, que tenha múltiplos usos. Assim ao mesmo tempo que se cria aos poucos a infraestrutura necessária - humana e material - vai-se também ocupando estes órgãos com a capacidade de atuar em mais de um tipo de ocorrência, inclusive o combate a incêndios quando e onde necessário e adequado for.

A partir daí, em um período de 10 dez anos, digamos, é possível criar nos Estados uma cultura hoje inexistente que é a operação de helos em funções para-públicas além das forças armadas. Isso é imprescindível para livrar os Estados, e quiçá municípios, dessa dependência escrota que ferra com a economia do país e que só interessa a uns poucos.

No médio e longo prazo, a partir dessa experiência inicial podemos formar pessoal habilitado e oportunizar o conhecimento necessário para que os próprios Estados criem ou adequem as soluções que melhor caibam à realidade de cada um.

Neste aspecto, paralelamente, o incentivo a criação e operação de empresas privadas que atuem nesta área deve ser feita pelo GF em parceria com os Estados. E junto com o setor da aviação civil e a comunidade aeronáutica, envidar os caminhos necessários a uma ou mais soluções que sejam perenes e longevas neste tipo de função.

Não me parece justo e nem necessário colocar mais este opróbrio nas costas da FAB. O IBAMA pode fazer isso a nível federal se lhe forem dadas as condições necessárias para tanto. É uma questão de decisão. E diria até de bom senso.

É preciso estabelecer uma cultura aeronáutica no meio civil do poder público, tanto no âmbito federal como estadual e municipal. A função para-pública da aviação é um elemento fulcral para o desempenho de muitas atividades que hoje, e ao longo das décadas, foram concentradas nas ffaa's por pura e simples inépcia da administração pública. É mais fácil usar os militares em ACISO e MMI, já que eles não podem reclamar de desvio de função do que investir no aparelhamento dos demais órgãos, que eventualmente podem vir a ser uma pedra de tropeço nos planos políticos de qualquer governo.

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