Bolsonaro e o futuro do Exército Brasileiro

Assuntos em discussão: Exército Brasileiro e exércitos estrangeiros, armamentos, equipamentos de exércitos em geral.

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JL
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Bolsonaro e o futuro do Exército Brasileiro

#1 Mensagem por JL » Qua Nov 28, 2018 10:30 am

Caros colegas, tomei a liberdade de criar este novo tópico para concentrar todas notícias e comentários a respeito das novas relações do governo eleito com as forças militares, tendo em vista que, além de sua origem militar este novo governo tem uma forte participação de componentes vinculados as forças armadas, bem como projeta um novo alinhamento geopolítico com os EUA, formando aqui na América do Sul uma aliança com a Colômbia e o Chile e também ampliará enormemente as relações com Israel. Tendo como oposição a tríade Cuba - Nicarágua - Venezuela aqui na América Latina e um amplo global poderá a vir a antagonizar os interesses da China.

Considerando também os seguintes fatos: O crescente fornecimento de equipamentos militares norte americanos pelos programas de assistência dos EUA nos últimos tempos e novas perspectivas de ampliação; O fato da empresa norte americana Boeing esta se associando com a Embraer e que no passado foi preterida pelo governo anterior na escolha do caça FX.

Bem como, que o Sr. Bolsonaro é oriundo do Exército Brasileiro, tendo um conhecimento técnico da área da artilharia e da força de paraquedistas.

Para o futuro, restam muitas questões e certamente a partir de 2019 muitos novos fatos vão acontecer ligado a todas as três forças, espero que este novo tópico agrade todos os participantes.




Dos cosas te pido señor, la victoria y el regreso, pero si una sola haz de darme, que sea la victoria.
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Re: Bolsonaro e o futuro do Exército Brasileiro

#2 Mensagem por FCarvalho » Qua Nov 28, 2018 6:20 pm

Há tantas coisas por fazer no exército em termos de modernização que não sei muito bem por onde começar.
Mas podemos começar pelo básico, que é tentar organizar todas as OM's do EB com dotação completa de material e recursos humanos, físicos e financeiros. Isso não depende da influência americana, mas do nosso bom senso.
Uma completa reorganização da localização das OM's do EB também é necessária. Unir, eliminar, modificar, extinguir, transformar, aperfeiçoar dotações humanas e organizacionais é mais do que necessário.
No que compete a questão humana em específico, penso que ampliar nossa participação em cursos e atividades de formação e integração nos USA e aliados é algo necessário. Isso pode ser arranjado entre os MD daqui e de lá.
A cessão de material via FMS pode ser oportunizada aqui e ali onde não implique danos ao desenvolvimento de nossa própria produção tecnológica via BID.
A aquisição de itens mais baratos e/ou de uso geral pela tropa - geralmente em quantidades expressivas - também pode ser obtido em condições mais interessantes nos USA, quando isso não compensar fazer internamente.
No mais, essa aproximação com os americanos deve valer principalmente para ajudar na manutenção da nossa operacionalidade, principalmente no que tange o emprego de tropas em treinamento e formação.
De resto, é fazer o dever de casa e tirar o tal do PAED do papel na medida do exequível, sem prejuízos de eventuais negócios benéficos que possam ser conseguidos lá fora.

abs




Um mal é um mal. Menor, maior, médio, tanto faz… As proporções são convencionadas e as fronteiras, imprecisas. Não sou um santo eremita e não pratiquei apenas o bem ao longo de minha vida. Mas, se me couber escolher entre dois males, prefiro abster-me por completo da escolha.
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Re: Bolsonaro e o futuro do Exército Brasileiro

#3 Mensagem por Guerra » Sex Mar 08, 2019 4:11 pm

FCarvalho escreveu: Qua Nov 28, 2018 6:20 pm
Mas podemos começar pelo básico, que é tentar organizar todas as OM's do EB com dotação completa de material e recursos humanos, físicos e financeiros. Isso não depende da influência americana, mas do nosso bom senso.
Uma completa reorganização da localização das OM's do EB também é necessária. Unir, eliminar, modificar, extinguir, transformar, aperfeiçoar dotações humanas e organizacionais é mais do que necessário.
La vamos nós de novo, FCarvalho :D :D :D :D

Primeira coisa que o governo fez foi recolher todo o dinheiro! Os quarteis estão todos parados! Dizem que vão mudar todos os processos!
Eu não espero muita coisa a curto prazo! O que esta rolando nos quarteis não é nada animador! Agora que os militares estão mais perto do poder é que se pode ver o tamanho do estrago que fizeram no pais! Em 4 anos o governo não vai afzer nada!




A HONESTIDADE É UM PRESENTE MUITO CARO, NÃO ESPERE ISSO DE PESSOAS BARATAS!
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Re: Bolsonaro e o futuro do Exército Brasileiro

#4 Mensagem por Viktor Reznov » Sex Mar 08, 2019 5:41 pm

Guerra escreveu: Sex Mar 08, 2019 4:11 pm
FCarvalho escreveu: Qua Nov 28, 2018 6:20 pm
Mas podemos começar pelo básico, que é tentar organizar todas as OM's do EB com dotação completa de material e recursos humanos, físicos e financeiros. Isso não depende da influência americana, mas do nosso bom senso.
Uma completa reorganização da localização das OM's do EB também é necessária. Unir, eliminar, modificar, extinguir, transformar, aperfeiçoar dotações humanas e organizacionais é mais do que necessário.
La vamos nós de novo, FCarvalho :D :D :D :D

Primeira coisa que o governo fez foi recolher todo o dinheiro! Os quarteis estão todos parados! Dizem que vão mudar todos os processos!
Eu não espero muita coisa a curto prazo! O que esta rolando nos quarteis não é nada animador! Agora que os militares estão mais perto do poder é que se pode ver o tamanho do estrago que fizeram no pais! Em 4 anos o governo não vai afzer nada!
É o que eu também acho, não da pra consertar em 4 anos o que mais de 20 anos de descaso e negligência causaram.




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Re: Bolsonaro e o futuro do Exército Brasileiro

#5 Mensagem por RobsonBCruz » Sex Dez 20, 2019 3:17 pm

Não identificando um tópico já existente melhor, aproveito esse (sem viés político) para informar que o Boletim do Exército nº 51/2019 publicado hoje e seus anexos estão ricos em informações, incluindo a revisão/atualização da Politica Militar Terrestre e o Plano Estratégico do Exército - PEEx 2020-2023.

Nesse último documento, destaco os seguintes itens do planejamento:

1.1.2.1 Equipar a Força Terrestre com módulo (s) subunidade do Sistema Combatente Brasileiro - COBRA. (2020-2023)
1.1.2.2 Implantar os núcleos/fração de Sistema de Aeronaves Remotamente Pilotadas (SARP) na Força Terrestre. (2020-2023)
1.1.3.4 Implantar o núcleo do 2º B Com GE Sl no Comando Militar do Norte. (2021-2023)
1.1.3.5 Transformar o 1º B Com Sl em 1º Batalhão de Comunicações e Guerra Eletrônica de Selva (1º B Com GE Sl). (2020-2023)
1.1.3.8 Propor a transformação do 12º Esqd C Mec em OM valor Regimento. (2022-2023)
1.1.3.10 Propor a transformação da 3ª Cia FE em Batalhão de Operações Especiais. (2022-2023)
1.1.4.2 Propor a implantação de uma OM na área compreendida entre o norte do Mato Grosso e o sudeste de Rondônia. (2022-2023)
1.1.4.3 Propor a implantação de uma OM na área do semiárido nordestino ou a rearticulação das OM do CMNE, incluindo mudanças de tipo (I, II e III). (2022-2023)
1.1.5.3 Implantar a Bateria de Busca de Alvos do Comando de Artilharia do Exército em Formosa-GO. (2020-2023)
1.1.5.4 Obter SMEM, o Míssil Tático de Cruzeiro e Foguetes Guiados para o Sistema ASTROS. (2020-2023)
1.1.5.5 Implantar a Bateria de Busca de Alvos da AD/3 no Comando Militar do Sul, após a validação da experimentação doutrinária da Bia BA do Comando de Artilharia do Exército. (2022-2023)
1.1.6.8 Transformar um GAC em Grupo de Artilharia Antiaérea de Média Altura (GAAAe Me Altu). (2022-2023)
1.1.8.6 Transformar o 3º Batalhão de Comunicações em 3º Batalhão de Comunicações e Guerra Eletrônica. (2020-2023)
1.1.9.2 Implantar um Núcleo de Batalhão de Inteligência Militar no CMS. (2020-2023)
1.2.3.2 Obter e/ou modernizar as forças blindadas, inclusive os RCB aquisição/desenvolvimento de SMEM). (2020-2023)
3.1.1.4 Implantar o SISFRON na área da 18ª Bda Inf Fron, 15ª Bda Inf Mec, 13ª Bda Inf Mtz, 2ª, 16ª e 17ª Bda Inf Sl, 14º RC Mec e OMDS dos G Cmdo enquadrantes. (2020-2023)
3.2.1.5 Implantar (2) (3), por reestruturação da 9ª Cia Gd e da 14ª Cia PE, o 9º Batalhão de Polícia do Exército em Campo Grande - MS. (2021-2023)

http://www.sgex.eb.mil.br/sistemas/be/boletins.php
http://www.sgex.eb.mil.br/sistemas/be/separatas.php




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Re: Bolsonaro e o futuro do Exército Brasileiro

#6 Mensagem por gabriel219 » Sex Dez 20, 2019 5:28 pm

Coisas lindas de se ver:

Brigada no Semi-árido - provavelmente Mec, colocar Inf Lv na região é desperdício -, transformar o 12º Esq Cav Mec em Regimento e uma Brigada no Centro-Oeste - provavelmente Mec.

Só falta agora excluírem os RCC's e BIB's, transforma-los em RCB's e adquirir K2, KF-41...

Ta bom, viajei demais :mrgreen:




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Re: Bolsonaro e o futuro do Exército Brasileiro

#7 Mensagem por FCarvalho » Sáb Dez 21, 2019 12:00 am

Notar um esforço para implantar e expandir o SISFRONT para toda a fronteira centro-oeste, além dos estados do Paraná, Acre e Rondõnia. É algo bem grande, complicado e caro de se fazer. Mas vamos torcer para que no próximo quadriênio este objetivo possa ser alcançado na íntegra. Aí quem sabe em 2024-2027 pensamos no resto da fronteira sul e seguimos para o norte, abrangendo o meu Estado e quem sabe Roraima e Amapá.

A implantação de btl de comunicação e guerra eletrõnica aqui na região é também algo a se destacar. Mesmo sendo apenas dois.

Destaque também para a necessária criação do Btl de Forças Especiais a partir da 3a Cia em Manaus. Já passava da hora, e há motivos de sobra para isso. Tomara que este item seja uma prioridade.

A OM entre o MT e RO deve se referir ao valor Batalhão, acredito. Havia um projeto para colocar em Sinop um batalhão, algo bastante questionável já que a cidade fica bem ao norte do MT e não tem nada lá que justifique a presença de um btl do exército. A ver.

Por fim, achei muito estranha a ideia de transformar um GAC em GAAe, quando temos falta de artilharia aqui na região, e existem hoje 4 GAAe, um dos quais poderia servir de núcleo para este desenvolvimento doutrinário de média altura. Realmente não entendi a lógica.

No mais, é torcer para que o orçamento do MD seja poupado como está sendo agora até 2023. Se isto acontecer, podemos ter alguma esperança de que estes e outros projetos do EB para o período não sofram descontinuidade ou simplesmente sejam postergados ad infinitum.

abs




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Re: Bolsonaro e o futuro do Exército Brasileiro

#8 Mensagem por RobsonBCruz » Sáb Dez 21, 2019 9:12 am

gabriel219 escreveu: Sex Dez 20, 2019 5:28 pm Coisas lindas de se ver:

Brigada no Semi-árido - provavelmente Mec, colocar Inf Lv na região é desperdício -, transformar o 12º Esq Cav Mec em Regimento e uma Brigada no Centro-Oeste - provavelmente Mec.

Só falta agora excluírem os RCC's e BIB's, transforma-los em RCB's e adquirir K2, KF-41...

Ta bom, viajei demais :mrgreen:
O PEEX não indica uma GU no semiárido, mas uma OM. Acredito se tratar de um BI, por transferência de OM já existentes ou criação de um novo, a partir de SU de OM existentes (BI tipo III que passariam para tipo II).

A mesma coisa no MT, não se fala em GU mais sim e OM, provavelmente aquele anunciado BI em Juína.

Em relação ao 12º Esq C Mec, é a efetivação da criação do 18º RCM anunciada há uns 10 anos. Observa-se no PEEX a intenção de reforçar a FT em RR, com a ampliação do CFRR/7ºBIS hoje do tipo II, passando-o para o tipo III (3 Cia Inf Sl).




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Re: Bolsonaro e o futuro do Exército Brasileiro

#9 Mensagem por gabriel219 » Sáb Dez 21, 2019 9:22 am

RobsonBCruz escreveu: Sáb Dez 21, 2019 9:12 am
gabriel219 escreveu: Sex Dez 20, 2019 5:28 pm Coisas lindas de se ver:

Brigada no Semi-árido - provavelmente Mec, colocar Inf Lv na região é desperdício -, transformar o 12º Esq Cav Mec em Regimento e uma Brigada no Centro-Oeste - provavelmente Mec.

Só falta agora excluírem os RCC's e BIB's, transforma-los em RCB's e adquirir K2, KF-41...

Ta bom, viajei demais :mrgreen:
O PEEX não indica uma GU no semiárido, mas uma OM. Acredito se tratar de um BI, por transferência de OM já existentes ou criação de um novo, a partir de SU de OM existentes (BI tipo III que passariam para tipo II).

A mesma coisa no MT, não se fala em GU mais sim e OM, provavelmente aquele anunciado BI em Juína.

Em relação ao 12º Esq C Mec, é a efetivação da criação do 18º RCM anunciada há uns 10 anos. Observa-se no PEEX a intenção de reforçar a FT em RR, com a ampliação do CFRR/7ºBIS hoje do tipo II, passando-o para o tipo III (3 Cia Inf Sl).
Me deixa decepcionado e mais uma vez OM's avulsas, fora de vínculo com as Brigadas na região.

Esq Cav Mec/RCMec ou até RCB avulso, eu até entendo, mas nunca entendi BI avulso, fora de Brigadas. O que há de Batalhões avulsos, dá pra formar uma duas Brigadas.

Mas já é uma melhora.




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Re: Bolsonaro e o futuro do Exército Brasileiro

#10 Mensagem por RobsonBCruz » Sáb Dez 21, 2019 9:27 am

Em relação às versões anteriores (3 edições do PEEX 2016-2019), verifica-se que muitas ações previstas não foram implementadas (o que é justificado pelos cortes orçamentários) e que as metas atuais ficaram menos específicas e, em grande parte, sujeitas a obtenção de verba adicionais, frisando que o orçamento previsto para os próximos anos é de apenas 1/4 do que o EB entende ser minimamente necessário para poder promover a transformação necessária.

Entre as ações previstas anteriormente e não implementadas, de aparente baixo custo inicial (no meu entendimento), que sinto falta, estão a criação das 19ªBda Inf L em Salvador e 20ªVda Inf L em Fortaleza, a partir dos BI/BC existentes nas 6ªRM e 10ª RM (3 em cada).Seria basicamente o que está sendo feito com a criação da 22ªBda Inf Sl em Macapá.

Outro ponto em relação a esse PEEX é que ele está muito evasivo, ao não especificar o quanto quer transformar BI em BI Mec. Enquanto as versões anteriores quantificavam e até especificavam em parte, essa versão apenas fala em prosseguir com a transformação das OM em transformação.




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Re: Bolsonaro e o futuro do Exército Brasileiro

#11 Mensagem por FCarvalho » Sáb Dez 21, 2019 7:08 pm

Talvez o EB desta vez abriu mão de dispor de indicadores mais concretos para tentar emplacar o máximo que puder sempre que houver uma folga em termos de verbas, e ir alocando fundos de acordo com as necessidades do momento, e também de eventuais oportunidades orçamentárias que apareçam.

Isso possibilita uma maior flexibilidade no planejamento e também no investimento de recursos onde e quando necessário for ao longo do tempo, sem comprometer os programas como um todo.

É aquela velha história. Não tem como cobrir a cabeça e os pés ao mesmo tempo. Um vai ficar descoberto. Então, nesse período, é torcer para que as escolhas sejam bem feitas na hora de decidir quem vai ficar coberto.

A lamentar que o processo de evolução doutrinal e organizacional da AAe Média Altura aparentemente continua sendo postergada a cada plano apresentado. Agora foi para 2022/2023 dependendo das condições. A manter esse rítimo, vamos passar a próxima década incólumes mais uma vez sem qualquer avanço efetivo nesta área fulcral para a defesa do país. E creio que chegar em 2030 ainda a passos lentos e indecisos em AAe pode ser algo do qual ainda possamos nos arrepender amargamente. Tomara que não.

ps: para quem acreditou que com um militar na presidência a Defesa fosse ser levada mais a sério e privilegiada em seus projetos e programas, este novo plano do EB é um verdadeiro banho de água fria. Ao que parece, nem os militares acreditam mais nisso.

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Re: Bolsonaro e o futuro do Exército Brasileiro

#12 Mensagem por RobsonBCruz » Sáb Dez 21, 2019 7:22 pm

Como se joga $$$ fora:

O 1º Batalhão de Operações Psicológicas foi criado em 2012, com sede em Goiânia, e tempo depois passou a denominar-se 1º Batalhão de Operações de Apoio a Informação.

No PAEX 2016-2019 constava a sua transferência para Brasília, sendo que na 2ª versão daquele PAEX contava:

1.1.1.2 Concluir a implantação do Batalhão de Operações de Apoio à Informação em Brasília-DF.

Ou seja, a transferência já estava em fase de finalização.

Há uns dois anos a unidade voltou a ser denominada 1º B Op Psi.

Agora, no PAEX 2020-2023 consta:

1.1.1.2 Implantar(1) o Batalhão de Operações Psicológicas em Goiânia GO. (2020-2023)
Observação: (1) Atividade já iniciada

Depreende-se que depois de transferi-lo para Brasília, agora pretende-se gastar $$$ para transferi-lo de volta para Goiânia.




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Re: Bolsonaro e o futuro do Exército Brasileiro

#13 Mensagem por FCarvalho » Sáb Dez 21, 2019 7:36 pm

1.2.3.2 Obter e/ou modernizar as forças blindadas, inclusive os RCB aquisição/desenvolvimento de SMEM). (2020-2023)
Palavras chaves para o que se pretende neste período em relação à cav blda. Não necessariamente nesta ordem.

- obtenção/aquisição;
- modernização;
- desenvolvimento.

Sem o apoio do contrato de CLS da KMW, vai ficar cada vez mais difícil manter os Leo 1A5. Mesmo assim, a opção por modernizar/atualizar o bldo segue como uma opção. Resta saber quando essa decisão será tomada, e se será tomada.

Notar também que o desenvolvimento de bldos de desenho próprio também não está descartado, embora não esteja claro sobre qual vetor se refere tal opção.

Por fim, uma opção que misture ambas soluções, modernizar e obter meios bldos também não está descartada. Tudo vai depender da oportunidade de recursos que surgirem neste período.

Espero que ano que vem os resultados do GT Nova Couraça venham a público, para que possamos debater com mais embasamento as reais opções que temos neste tema.

Do contrário, ficar especulando muito tempo acaba fincando chato, em cima de situações e opções que talvez sequer passem perto das pretensões do EB.

Enfim, é necessário um substituto para os M-113 nos BIB, que pode ser ou não mais bldos alemães usados, ou arriscar e tentar projetar um bldo nacional, ou mesmo produzir um desenho estrangeiro. O que for mais viável. De qualquer forma, antes de 2023 acho muito difícil termos uma solução definitiva para os M-113.

No caso dos Leo, e derivados, continuo achando que a atualização dos sistemas e o mais que for possível, desde que provada uma relação custo x benefício favorável, até que se possa encontrar uma solução definitiva, deve ser o caminho para o bldo na próxima década. Aí, quem sabe no plano de 2024-2027 tenhamos a oportunidade de lançar um programa para a sua efetiva substituição.

Com alguma sorte, ou quem sabe, talvez, muita, ambos sejam substituídos por novos meios já na próxima década. Afinal, milagres ainda existem. Pelo menos para aqueles que ainda não perderam a fé.

Mesmo que fé não tenha nada a ver com política e economia.

abs




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Re: Bolsonaro e o futuro do Exército Brasileiro

#14 Mensagem por RobsonBCruz » Sáb Dez 21, 2019 7:40 pm

FCarvalho escreveu: Sáb Dez 21, 2019 7:08 pm Talvez o EB desta vez abriu mão de dispor de indicadores mais concretos para tentar emplacar o máximo que puder sempre que houver uma folga em termos de verbas, e ir alocando fundos de acordo com as necessidades do momento, e também de eventuais oportunidades orçamentárias que apareçam.

Isso possibilita uma maior flexibilidade no planejamento e também no investimento de recursos onde e quando necessário for ao longo do tempo, sem comprometer os programas como um todo.

É aquela velha história. Não tem como cobrir a cabeça e os pés ao mesmo tempo. Um vai ficar descoberto. Então, nesse período, é torcer para que as escolhas sejam bem feitas na hora de decidir quem vai ficar coberto.

A lamentar que o processo de evolução doutrinal e organizacional da AAe Média Altura aparentemente continua sendo postergada a cada plano apresentado. Agora foi para 2022/2023 dependendo das condições. A manter esse rítimo, vamos passar a próxima década incólumes mais uma vez sem qualquer avanço efetivo nesta área fulcral para a defesa do país. E creio que chegar em 2030 ainda a passos lentos e indecisos em AAe pode ser algo do qual ainda possamos nos arrepender amargamente. Tomara que não.

ps: para quem acreditou que com um militar na presidência a Defesa fosse ser levada mais a sério e privilegiada em seus projetos e programas, este novo plano do EB é um verdadeiro banho de água fria. Ao que parece, nem os militares acreditam mais nisso.

abs
Em relação à AAAe, ações inicialmente previstas no PAEX 2016-2019 que não evoluiram e não consta no novo PAEX:

1.1.6.4 Iniciar a implantação do Nu 9º GAAAe em Três Lagoas-MS por transformação da 3ª Bia AAAe de Uruguaiana-RS.
1.1.6.5 Iniciar a implantação do Nu 7º GAAAe na Área Estratégica Nordeste.
1.1.6.6 Iniciar a implantação do Nu 5º GAAAe em Foz do Iguaçu-PR por transformação da 2ª Bia AAAe de Santana do Livramento-RS.




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Re: Bolsonaro e o futuro do Exército Brasileiro

#15 Mensagem por FCarvalho » Sáb Dez 21, 2019 7:52 pm

RobsonBCruz escreveu: Sáb Dez 21, 2019 7:40 pm Em relação à AAAe, ações inicialmente previstas no PAEX 2016-2019 que não evoluiram e não consta no novo PAEX:
1.1.6.4 Iniciar a implantação do Nu 9º GAAAe em Três Lagoas-MS por transformação da 3ª Bia AAAe de Uruguaiana-RS.
1.1.6.5 Iniciar a implantação do Nu 7º GAAAe na Área Estratégica Nordeste.
1.1.6.6 Iniciar a implantação do Nu 5º GAAAe em Foz do Iguaçu-PR por transformação da 2ª Bia AAAe de Santana do Livramento-RS.
Olá Robson,

Lendo a T&D em banca com uma matéria sobre a AAe do exército, é possível notar que a maioria das OM em nível bgda sequer possui unidades AAe orgânicas. Sejam de cav ou inf. Se a situação está neste pé, e ainda não conseguimos evoluir de forma mais contundente e séria no aspecto organizacional, é porque de alguma forma a AAe, como disse, parece estar sendo levada a panos mornos. Fico pensando no descalabro que deve ser a defesa AAe de unidade de apoio, e outras armas, que sequer devem ter doutrina sobre o tema.

O acima exposto e sua ausência no atual plano é um exemplo do que falo. De fato, cada vez que um novo plano aparece, o que antes parecia ser uma prioridade ou algo elevado a categoria de importância antes não tida como tal, simplesmente desaparece.

Ainda não li o documento na íntegra, mas estou muito curioso para verificar o que será dos planos da Avex. Muito foi falado, mas pouco ou nada em termos materiais foi concretizado.

Imagino que se simples núcleos de GAAe não conseguiram ser implantados, a sua verdadeira concretização deve ser então um projeto quase que inalcançável para o EB. E isto porque estamos falando somente de OM supostamente ligadas a outras grandes unidades ou a defesa de áreas estratégicas do país.

Enfim, será que a artilharia como um todo perdeu o espaço que vinha conquistando a duras penas nestes últimos tempos?

A ver.

abs




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