Guerra Comercial

Área destinada para discussão sobre os conflitos do passado, do presente, futuro e missões de paz

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Guerra Comercial

#1 Mensagem por cabeça de martelo » Qua Jul 11, 2018 8:16 am

Guerra comercial entre Estados Unidos e China aumenta de intensidade






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Re: Guerra Comercial

#2 Mensagem por cabeça de martelo » Qua Jul 11, 2018 2:00 pm

Gráficos para alimentar a discussão:

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China 64%
Mexico 6%
Japan 4%
Netherlands 3%
Germany 2%
Spain 2%
Taiwan 3%

Eu pensava que os EUA não exportava para a China?

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Lá vão os EUA mamar a bucha! Metam na conta do Trump!




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Re: Guerra Comercial

#3 Mensagem por Túlio » Qua Jul 11, 2018 3:28 pm

Vamos todos invadir a China!!! :twisted: :twisted: :twisted: :twisted:




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Re: Guerra Comercial

#4 Mensagem por cabeça de martelo » Qua Jul 11, 2018 7:10 pm

Se calhar vai ser mais cedo do que imaginas...




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Re: Guerra Comercial

#5 Mensagem por Sterrius » Qua Jul 11, 2018 8:11 pm

Trump ta cogitando por +10% em TODOS os produtos chineses lol.




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Re: Guerra Comercial

#6 Mensagem por Túlio » Qua Jul 11, 2018 8:21 pm

Sterrius escreveu: Qua Jul 11, 2018 8:11 pm Trump ta cogitando por +10% em TODOS os produtos chineses lol.
Talvez esteja por aí uma possível saída para a encrenca em que estamos metidos; pelo que vi o Trump está sobretaxando exatamente o que os Chineses (e Europeus) mais nos vendem, e está sendo/será retaliado naquilo que os mesmos mais nos compram (commodities).

Para quem se recusa terminantemente a evoluir e segue teimando em viver apenas do que nos dá a terra e do nos que dá o mar, ou seja, apenas uma versão tecnologizada do que já se fazia há milênios, é uma excelente oportunidade. :roll: :roll: :roll: :roll:




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Re: Guerra Comercial

#7 Mensagem por gabriel219 » Qua Jul 11, 2018 10:03 pm

Mas vejam pelo lado bom, com a taxa de 25% sobre a soja do EUA e a baixa safra da Argentina, o Brasil tende a ser um grande beneficiado nas exportações.




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Re: Guerra Comercial

#8 Mensagem por Túlio » Qua Jul 11, 2018 10:14 pm

De commodities apenas... :roll: 8-]




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Re: Guerra Comercial

#9 Mensagem por delmar » Qua Jul 11, 2018 11:34 pm

O comércio não está separado dos demais segmentos (políticos, étnicos, culturais, religiosos, etc...) que compõem o relacionamento entre nações. Normalmente ele é o mais importante. Uma guerra comercial entre países vai enfraquecer também as demais relações entre eles. A própria existência de organismos como a NATO poderá ser comprometida. O Brasil é um país quase marginal dentro do comércio mundial, não temos muitos acordos comerciais, assim creio que seremos menos atingidos. Somos muito voltados, na parte industrial, ao mercado interno. Nossas exportações são muito de produtos agrícolas e, com crise ou sem crise, as pessoas necessitam de comida diariamente.




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Re: Guerra Comercial

#10 Mensagem por Bourne » Qui Jul 12, 2018 4:38 am

A Guerra comercial é algo compatível com a insanidade dos tempos atuais.

A insanidade devido a declaração de guerra comercial unilateral devido a competição desleal estrangeira e retirar empregos norte-americanos. O problema é que desconsidera o saldo positivo dos serviços sofisticados, atração de poupança e investimento direto estrangeiros nos EUA, existência de integração produtiva dos EUA com o resto do mundo. Assim, se declara guerra comercial e eleva tarifas, tem impactos diversos na estrutura produtiva norte-americana e realocação de fatores. Isso quer dizer realocação de produção de firmas americanas transnacionais, elevação de custos de insumos e componentes, maior nível de preços e redução de salário real. Além do fechamento dos mercados externos pela retaliação dos países estrangeiros.

Na cabeça de quem montou essa guerra é fácil vencer. Os demais países atingidos não iriam retaliar porque é os EUA, assim aceitariam os termos. Ao mesmo tempo os trabalhadores de baixa qualificação e firmas americanas ficariam felizes porque teriam maior mercado ao limitar a competição estrangeira. Além de atrair o investimento das multinacionais que ficariam felizes em produzir na América. No fim das contas todos estariam mais felizes.

Vamos aos problemas e o que acontece na realidade.

Primeiro, as tarifas focam nos grandes vilões que estão destruindo a industria norte-americana, especialmente China, UE, Canadá e México. O erro básico é que as tarifas atacam majoritariamente bens finais ou de consumo. Enquanto o grosso do comércio internacional norte-americano é importar bens intermediários, componentes e insumos que são usados para produção de bens finais vendidos nos EUA e exportados. É o caso das montadoras estrangeiras instaladas nos EUA e são grandes exportadores. E quando taxa os componentes (aço e componentes, por exemplo) eleva os custos das firmas que usam esses componentes que vão ter que ser repassados para consumidores internos e externos. Assim motiva parar de exportar ou transferir a produção como a Harley, GM, Ford e outras andam fazendo.

Segundo, os países que estão retaliando com maiores tarifas e restrições a importação de bens norte-americanos focam nos bens finais e agrícolas. Os mesmos que ocupam grande parte das exportações norte-americanas e sustentam extensas áreas do interior e industrias menos competitivas. É o caso da China taxar os grãos, carne e petrolíferos norte-americanos que sabem que irá criar o caos nesses setores nos EUA. Assim forçar que eles pressionem o Congresso, governos estaduais e federal. Essas são reações preliminares. Caso ocorram novos pacotes de restrições e aumento de tarifas a resposta pode ser maior. A sequência pode incluir novos aumentos de tarifas por parte da China, UE e outros sobre bens finais e produtos agrícolas. Ao mesmo tempo atacar a exportação de serviços e bens sofisticados como aviões.

Terceiro, os EUA não são tão grandes no comércio internacional. Nas últimas duas décadas os países do sudeste asiático e emergentes em geral ganharam muito peso. Pelo lado do consumo e produção. Assim existem alternativas aos bens norte-americanos, muitos produzidos por terceirizadas ou planas de multinacionais norte-americanas. Mesmo países que tem forte destino de exportações com os EUA (Canadá e México), também importam muito porque é tudo integrado. É o caso da industria de alimentos mexicana que usa grãos e insumos produzidos nos EUA, posteriormente exportados para os próprio EUA. O Canadá idem em relação máquinas e equipamentos, veículos e outros. A implicação é que maiores tarifas não muda em nada a situação desses países. Ao contrário. Abre margem para importar os insumos de outros lugares. Já se fala do México importar milho do Brasil incentivado pelo governo e pelas empresas norte-americanas que produzem no méxico.

No final das contas a Guerra Comercial é um mero joguete para criar parecer que vai resolver um problema que na real é outro. Esse outro problema é que existe polarização na sociedade norte-americana entre não qualificados e de baixa renda e os de elevada qualificação e alta renda. O primeiro grupo acha que competição externa é o problema e culpa a China e o México. O segundo daqueles que ganham dinheiro com a globalização com vende de bens sofisticados, serviços e outros como o pessoal do Vale do Sicilio. E como funciona a sociedade norte-americana a polarização e polarização entre os dois grupos está explodindo.




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Re: Guerra Comercial

#11 Mensagem por Bourne » Qui Jul 12, 2018 6:53 am

Os mercados de alimentos e outros bens estão assim nos últimos meses. Cheio de novos contratos e fluxos de comércio. Já quando atacam ou ameaçam atacar as exportações norte-americanas surgem novos fornecedores e abrem novos mercados. Por exemplo, a exportação de milho do Brasil para México explodiu. A parte dos "mexicanos buscam diversificar os fornecedores de commodities agrícolas" são empresas norte-americanas instaladas no méxico.
Guerra comercial entre EUA e China altera mercado mundial de alimentos
Conheça culturas que devem ser afetadas por disputas entre gigantes

As tensões comerciais cada vez mais fortes entre os Estados Unidos e seus principais parceiros comerciais estão começando a gerar mudanças no mercado de commodities agrícolas.

Os plantadores de soja dos Estados Unidos podem sofrer perdas significativas, mas os produtores vietnamitas de linha e os suinocultores alemães talvez sejam beneficiados.

CANOLA
Os compradores chineses de soja, como a estatal Cofco, já se voltaram ao Brasil, como alternativa aos Estados Unidos, para o fornecimento de soja para ração animal. A soja é uma das commodities que Pequim selecionou para represálias contra as tarifas americanas de exportação. Mas os produtores de canola, ou colza —outra semente oleaginosa que pode ser usada para produzir ração animal—, talvez se beneficiem. Mesmo antes do surgimento de tensões com os Estados Unidos, os chineses já estavam comprando mais canola.

O país adquiriu cerca de 4,8 milhões de toneladas de canola no ano passado, um avanço de 33% ante o total de 2016; o principal fornecedor é o Canadá, o maior exportador mundial da commodity.

"A China quer importar mais canola e colza, desde que os preços sejam competitivos", disse Tracey Allen, analista do banco JPMorgan.

Ainda que as importações de canola representem apenas uma fração das importações chinesas de soja, que chegaram a 95 milhões de toneladas no ano passado, as esperanças de uma alta nas aquisições bastaram para manter firmes os preços da canola canadense. O contrato de canola para novembro na bolsa ICE subiu em quase 3% do começo do ano para cá, para cerca de 506 dólares canadenses por tonelada, e o ágio com relação á soja mais que dobrou, para mais de 85 dólares canadenses por tonelada. Já há investidores tentando tirar vantagem dessa movimentação.

"O spread entre [a canola e a soja] se alargou, porque os fundos de hedge estão comprando contratos futuros de canola e vendendo soja a descoberto", disse Mike Jubinville, analista do boletim noticioso Pro Farmer Canada.

MILHO
O medo quanto ao futuro do Acordo Norte-Americano de Livre Comércio (NAFTA), entre o Canadá, Estados Unidos e México, já encorajou os mexicanos a diversificarem suas fontes de commodities agrícolas.

A China colocou o milho em sua lista de produtos americanos que estão sujeitos a tarifas desde 6 de julho, e com isso o foco passou a ser determinar aonde irão as exportações americanas e como reagirá o México, o maior importador de milho produzido pelo seu vizinho ao norte.

O país latino-americano não incluiu quaisquer medidas quanto ao milho em sua resposta às tarifas impostas pelos Estados Unidos sobre os produtos de aço e alumínio. Mas no ano passado o México adquiriu pouco menos de 600 mil toneladas de milho brasileiro, 10 vezes mais que o total de 2016, de acordo com dados do International Trade Centre.

Ainda que isso represente apenas 4% das importações totais de milho mexicanas, os esforços do país para reduzir sua dependência quanto aos Estados Unidos só aumentarão, dizem os analistas.

"Será difícil substituir todas as importações dos Estados Unidos, mas até 30% do necessário pode ser adquirido do Brasil, Argentina e outros países", disse Stefan Vogel, diretor de pesquisa de commodities agrícolas do Rabobank.

ALGODÃO
O algodão é outra commodity na lista de tarifas impostas por Pequim. Porque a China é o segundo maior comprador de algodão americano, os preços despencaram, em Chicago, com a escalada das tensões comerciais.

A China tentará comprar mais algodão da Austrália, do oeste da África e do Brasil, de acordo com a Plexus, uma empresa de comércio internacional de algodão.

A Índia, outro dos grandes produtores, também pode elevar sua fatia de mercado, como resultado. Os produtores de linha do Vietnã também poderiam se beneficiar; eles importam algodão americano e exportam linha a compradores internacionais como a China.

Os produtores de linha vietnamitas já estão colhendo ganhos com a queda dos preços do algodão, que elevou suas margens de lucros.

"Os vietnamitas podem ser os beneficiários da queda do preço [do algodão nos Estados Unidos]", disse Allen, do JPMorgan.

CARNE DE PORCO
Os criadores de porcos alemães viram as primeiras exportações de seus produtos ao México em junho, já que as tarifas mexicanas sobre a carne de porco americana criaram oportunidades para produtores concorrentes. Porque o México e a China, dois dos maiores compradores internacionais de carne de porco americana, devem anunciar novas tarifas sobre as importações esta semana, é provável que as ramificações para o mercado se aprofundem.

"Os embarques [dos Estados Unidos] para a China estão caindo, porque os compradores [chineses] estão em busca de outras fontes", disse Justin Sherrard, estrategista global para produtos de proteína animal do Rabobank.

Pequim elevou sua tarifa sobre a carne de porco americana de 12% para 37% em abril, e a elevará de novo em julho. A China é de longe o maior produtor, consumidor e importador de carne bovina, e a Alemanha é o segundo maior exportador, abaixo apenas dos Estados Unidos.

Analistas dizem que o Canadá e a Espanha poderão tirar vantagem das tensões comerciais entre os Estados Unidos e a China.

"Muitos fluxos comerciais serão reordenados, o que significa oportunidade para alguns e riscos para outros", disse Sherrard.

CARNE BOVINA
Pequim está se preparando para impor tarifas à carne bovina americana, e os pecuaristas australianos podem se beneficiar. O produto não ocupa muito espaço no varejo da China, mas a carne bovina dos Estados Unidos é vista como mercadoria de primeira linha.

Os produtores de carne bovina americanos reconquistaram o acesso ao mercado chinês depois de 14 anos, em 2017; sua carne, bem como a australiana, é vendida com ágio.

Em contraste, a carne bovina brasileira, a mais exportada para a China, é vista como "produto de alto volume", de acordo com um relatório do Departamento a Agricultura americano.

Vender carne bovina no mercado chinês de primeira linha envolve estabelecer uma marca e construir confiança, de acordo com analistas, que apontam para os danos que as tarifas podem causar. As tarifas "podem em última análise restringir o acesso ao mercado e enfraquecer um importante competidor dos exportadores australianos de carne bovina", disse Mark Bennett, diretor de agribusiness australiano no banco ANZ.

https://www1.folha.uol.com.br/mercado/2 ... ntos.shtml




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Re: Guerra Comercial

#12 Mensagem por Bourne » Qui Jul 12, 2018 8:36 am

Outro efeito colateral.

Lembram da limitação da importação de aço? Pois bem, as firmas norte-americanas não tem condições de abastecer o mercado interno. Então, as importações continuam. E logo o governo norte-americano vai ter que autorizar mais quotas. Porém como a taxação deixou livre Brasil, Coreia e Argentina as exportações desses países explodiram. E como o preço no mercado interno norte-americano subiu, também tem receita ficou muito maior. Isso vai estourar na inflação e no aumento de custos das firmas americanas que usam aço. Os efeitos já estão sendo observados.
Brasil eleva vendas e ganha mais exportando aço para os EUA

Forte demanda americana e alta no preço beneficiam países que estão fora da taxação
BRASÍLIA

As siderúrgicas brasileiras ampliaram fortemente as vendas para os Estados Unidos em junho, no primeiro mês de vigência das cotas criadas pelo governo de Donald Trump para limitar a entrada de aço e alumínio do exterior.

Em relação a junho do ano passado, as exportações de aço do Brasil aos EUA quase triplicaram.

Na comparação com maio (quando a produção caiu sob impacto da greve dos caminhoneiros), as vendas aumentaram 395%, segundo dados do Ministério da Indústria e Comércio Exterior levantados a pedido da Folha.

A alta ocorreu apesar da iniciativa do governo do republicano de frear as compras no exterior para incentivar a indústria americana.

Brasil, Coreia do Sul e Argentina se livraram da tarifa extra de 25%. Mas se comprometeram em limitar as exportações à média dos últimos três anos, o que no caso do Brasil deve implicar uma redução das vendas do aço semiacabado neste ano em 7% —o que até agora está longe de ocorrer.

De janeiro a junho, as siderúrgicas brasileiras elevaram em 10% o volume de aço vendido aos Estados Unidos. Com a escalada de preços, as receitas com as exportações subiram 32,5%.

Ganhos para brasileiros

+10% É a alta na quantidade de aço vendida aos EUA neste ano, de janeiro a junho

+32,53% É a alta na receita obtida com a venda de aço aos EUA, na esteira da alta de preços provocada pela barreira de Trump


Um empresário do ramo siderúrgico contou à reportagem, sob a condição de anonimato, que, com a sobretaxa imposta à maioria dos países, todos passaram a vender aço pelo menos 25% mais caro aos EUA.

Os que ainda têm espaço dentro da cota para vender, como o Brasil, estão tentando exportar o mais rapidamente possível, para tentar aproveitar alta da demanda durante a temporada de preços elevados.

A bobina de aço laminado a quente, negociada em contratos com vencimento em julho na Bolsa de Nova York, alcançou US$ 916 (R$ 3.518) nesta quarta-feira (11), alta de 48% em relação à cotação esperada um ano atrás.

Alguns produtos, no entanto, como os tubos de aço revestidos sem costura, já bateram no limite. Novas vendas, só em 2019.

Os preços começaram a acelerar no fim de fevereiro, quando Trump indicou que levantaria as barreiras ao produto importado.

A alta de preços no último mês levou o secretário de Comércio, Wilbur Ross, a ameaçar punir empresas que, segundo ele, estejam lucrando de maneira ilegítima com as tarifas que elevaram do dia para a noite o aço importado em 25%.

A forte demanda por aço importado somada à limitação de oferta levou empresários americanos a especularem se o governo dos EUA vai autorizar a ampliação da compra de Brasil, Argentina e Coreia do Sul, mediante pedido de importadores locais. O Itamaraty nega que haja negociação neste sentido.

Por ora, o governo Trump tenta administrar os milhares de pedidos de importação sem taxa extra do aço vindo de países como China, Suécia, Bélgica, Alemanha e Japão. Todos estão hoje sujeitos à sobretaxa de 25%.

Em audiência no Senado americano, no último dia 20, Ross afirmou que o Departamento de Comércio recebeu mais de 20 mil pedidos de exclusão da sobretaxa por importadores americanos.
Naquele momento, o secretário disse que havia concluído a análise de 98 solicitações, das quais 42 foram aprovadas.

O efeito de alta de preços era esperado por economistas críticos ao protecionismo de Trump, que viam na tentativa de barrar importações, no momento em que a economia dos EUA acelera, um sinal verde para remarcações.

O presidente da AEB (associação de comércio exterior do Brasil), José Augusto de Castro, observa que a expectativa é que o preço do aço siga sob pressão nos EUA, na esteira do maior crescimento da economia americana, o que dará ganhos adicionais ao exportador brasileiro que ainda tiver espaço na cota para vender.

Haveria também uma razão para a alta das exportações ligada ao mercado brasileiro: os embarques foram afetados pela paralisação dos caminhoneiros e foram recompostos.

AS MEDIDAS DE TRUMP

Qual foi a barreira levantada pelo presidente dos EUA?
Desde o fim de maio, o governo americano deu duas opções às siderúrgicas brasileiras: limitar, de forma voluntária, exportações para os EUA ou serem taxadas em 25%. As siderúrgicas brasileiras optaram pela limitação

Qual foi o impacto na indústria brasileira?
Segundo cálculos do Instituto Aço Brasil, que reúne as siderúrgicas que produzem no país, isso representa uma redução de 7% na quantidade de aço semiacabado vendido aos EUA e um corte de pelo menos 20% na exportação de aço acabado

O que está acontecendo agora?
Com a alta de preços do aço nos EUA e após o impacto da greve dos caminhoneiros, as exportações em junho dispararam

https://www1.folha.uol.com.br/mercado/2 ... -eua.shtml




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Re: Guerra Comercial

#13 Mensagem por Marechal-do-ar » Qui Jul 12, 2018 9:33 am

Túlio escreveu: Qua Jul 11, 2018 10:14 pm De commodities apenas... :roll: 8-]
Ai depende do Brasil saber aproveitar a oportunidade.




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Re: Guerra Comercial

#14 Mensagem por cabeça de martelo » Sáb Jul 28, 2018 8:05 am

The End is Near For the Economic Boom

Growth will slow. The bull market will expire. Here’s why and what you need to do about it.

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...

A Trade War Makes Other Problems Worse

BY ITSELF, the Trump administration’s immigration policies may not be enough to stop growth in its tracks. But another federal policy is making even more trouble at the border—this time with America’s long-standing trading partners. Nascent trade wars with China, Europe, Canada, and Mexico—even if they don’t last—have become yet another comorbidity for our aging expansion. U.S. companies that do most of their business abroad grew faster and were more profitable than the rest last year, just as in previous years, FactSet reports. Waging a trade war thus disproportionately hurts America’s strongest engines of economic growth.


By the numbers, the trade-related skirmishes so far are insignificant in America’s $20 trillion-a-year economy. Even the tit-for-tat imposition of tariffs on $34 billion of trade by the U.S. and China in early July will not, by itself, noticeably reduce GDP. Yet the effects could easily mushroom, in two intertwined ways.

First, even the biggest wars typically start with minor battles that spark an unstoppable cycle of escalation. In the current trade war, that appears to be underway. Hostilities with China began in March when President Trump imposed tariffs on aluminum and steel imports, only about $2.7 billion of which come from Chinese producers. China responded with new tariffs on an equivalent amount of U.S. exports. The next day, Trump proposed tariffs on $50 billion of Chinese imports; China proposed retaliatory tariffs the day after that. On and on this went until the U.S. has now threatened tariffs on nearly all of America’s $500 billion of Chinese imports, and China has vowed to retaliate “at any cost.”
Economic stimulus “is going to hit the economy in a big way this year and next year, and then, in 2020. Wile.e Coyote is going to go off the cliff.”
Ben Bernanke, Former Federal Reserve chairman
As the stakes get higher, the rhetoric gets more bellicose. China is “threatening United States companies, workers, and farmers who have done nothing wrong,” Trump said in June. China’s Trade Ministry called the speech “blackmail.” When the latest tariffs took effect in July, a Chinese Communist Party newspaper warned that “Washington has obviously underestimated the giant force that the world’s opposition and China’s retaliation can produce.”

As public threats become more explicit, backing down from them appears ever less likely. That’s how a piddling spat between the world’s two largest economies, jointly the foundation of global economic growth, could become a historic trade war.

But the second way the current dispute could damage the U.S. economy doesn’t even require that hostilities get worse. It requires only that people become less certain about where all this is headed. That effect—an “uncertainty shock,” as Bank of America Merrill Lynch economist Michelle Meyer called it in a recent note—is happening already, and it worries the Fed. “Contacts in some Districts indicated that plans for capital spending had been scaled back or postponed as a result of uncertainty over trade policy,” the Federal Open Market Committee reported from its June meeting, adding that “most participants” were concerned such uncertainty could depress “business sentiment”—confidence, that is—“and investment spending.”

Don’t expect much more clarity anytime soon. No one can predict where a large-scale trade war would lead. The last one occurred in the 1930s, when today’s intricate, light-speed global supply chains would have been nearly unfathomable. Which leaves business decisionmakers only to wonder how all this shakes out.

Uncertainty prompts paralysis—and that’s no good for growth.

...

:arrow: http://fortune.com/longform/economic-ex ... d-is-near/




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Re: Guerra Comercial

#15 Mensagem por delmar » Sáb Jul 28, 2018 2:03 pm

Preço da Sucata
,Apenas uma curiosidade sobre os efeitos da chamada "guerra comercial". Pela minha rua passa seguidamente um coletor de resíduos sólidos, um auto proclamado reciclador. Ficou meu amigo e leva embora as latas vazias da cerveja que consumimos. Agora ele anda recolhendo, também, restos de ferro. Segundo ele o quilograma da sucata de ferro passou de 8 centavos para 20 ou 25 centavos nos ferro velhos que compram dos sucateiros. As siderúrgicas, aqui no caso a Gerdau, estariam enlouquecidas atras de sucata e pagando muito bem. Tudo isto fruto da guerra comercial. A decisão do Trump atinge de imediato até o coletor de sucata de minha rua. Está tudo interligado.




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