Caças na América do Sul - Atual e Futuro

Assuntos em discussão: Força Aérea Brasileira, forças aéreas estrangeiras e aviação militar.

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Re: Caças na América do Sul - Atual e Futuro

#121 Mensagem por Túlio » Qua Nov 15, 2017 1:53 pm

FCarvalho escreveu:
Há aqui um equívoco de interpretação. Vocês dois estão pensando a questão unicamente a partir do pressuposto de uma guerra e/ou ataques as bases aéreas da FAB, e eu estou pensando no dia-a-dia dela. São coisas diferentes, mas não exclusivas.

Notar que a FAB em tempos de paz tem a tarefa de policiamento aéreo, o que quer dizer que ela tem de ter capacidade de vigiar e controlar o espaço aéreo nacional nos seus 12 milhões de km2 como no mapa acima exposto. Isso se faz com F-39, ST, Mi-35 e o que mais tiver.
Enfim, um post teu aqui que me sinto mais à vontade para debater, cupincha véio. Sabes que gosto de charlar contigo mas andava brabo de fazer, pois com essa de ficar contando avião e escolhendo base eu sou automaticamente excluído.

Bueno, se estás também pensando no dia a dia da Força, somos no mínimo três então. Notes, treinar e planejar operações em dispersão como uma parte da Doutrina não significa - de modo algum! - fazer isso o tempo todo, tipo uma regra fixa, imutável. Nem os Suecos, aliás, agem assim, eles também têm suas bases, parques de manutenção & quetales.

Sobre Policiamento Aéreo, vamos ver se temos a mesma definição: acreditas que seja possível monitorar 100% de um espaço durante 100% do tempo e com 100% de eficiência, tipo "lacrar" completamente os céus de algum País 24/7? Notes, os EUA têm um orçamento anual de Defesa que levamos mais de 1/4 de SÉCULO para igualar (se acrescentarmos os eternos contingenciamentos, bobear e podemos dobrar este tempo) e mesmo isso não evitou o 11 de Setembro, porque há muitas maneiras de fazer maldade e muita gente esperta bolando alguma, agora mesmo, se duvidares...
FCarvalho escreveu:Já dei o exemplo de um caça ter de sair de Manaus e interceptar um alvo a 300kms do litoral do Pará. É apenas um exemplo hipotético, mas nem um pouco longe da realidade da minha região, que vocês não por acaso desconhecem quase que completamente. Pior, ajuízam as suas opiniões a partir da realidade de vocês aí no sul, como se valesses categoricamente para a minha. Horas, uma coisa é a realidade do centro-sul do país, bem outra é a do norte. É fácil falar em defesa aérea, concentração de meios, espalhamento de caças por bases de desdobramento quando sempre se teve caças historicamente bem do lado de casa. Nós nunca tivemos isso aqui. E a imensa maioria da região norte continua e continuará a não ter.
Novamente noto aquele laivo de amargura, de se considerar excluído/menosprezado. De minha parte não há isso, embora concorde contigo sobre desconhecer a realidade em que vives, as características e especificidades da tua Região. Mas olhes de novo para o teu próprio exemplo, partes da premissa de que o caça em questão estaria necessariamente estacionado numa base fixa em Manaus. De onde surgiu este hipotético alvo a 300 km da costa do Pará? Foi assim, tipo "de graça" ou já havia algum princípio de hostilidade rolando, tipo "é, acho que deu pra Diplomacia, tem jeito não, o couro vai comer"? Porque se já tem beligerância se formando, voltamos à Dispersão: o caça não vai ter que sair de Manaus apenas após o alvo já ter começado a atacar, ele vai estar próximo a uma das vias de acesso a um ponto de interesse para o In e, dessa forma, poderá até já estar em PAC quando o alvo for detectado. Ou seja, se entendi direito, esse teu lance (e do LH) de ter "X" bases fixas, todas com caças, além de caro, seria ineficiente pois, na iminência de um ataque, nada melhor do que estar discretamente em uma posição bem próxima e otimizada para tempo ultracurto de reação. Resumindo, qual o cenário mais favorável ao In: saber onde são as bases e, portanto, de onde virão os caças e com razoável antecipação do seu ETA ou estar abandonado ao Princípio da Incerteza, porque os caças podem estar em qualquer lugar e surgir de surpresa de qualquer direção e a qualquer momento?
FCarvalho escreveu:Vigiar e controlar o espaço aéreo requer a presença física de meios e recursos presentes na área onde são necessários. Nada disso existe por aqui, até pelo contrário, a FAB está retirando meios daqui para outras regiões e deixando Manaus como a única referencia concreta da sua capacidade de exercer controle e vigilância do espaço aéreo na região norte. Bem, sorte para ela. E para nós também.
Novamente, tua amargura não te permite enxergar coisas óbvias: que eu saiba, há mais interceptações feitas pela FAB no Norte do que em todas as demais Regiões juntas; os -99 voam mais aí do que em todo o resto do Brasil junto; o EB e FAB têm mais radares móveis aí do que em todo o resto; mesmo no meu tempo na mídia, jamais vi um IGLA de perto, coisa que tenho certeza de que ou já viste ou podes ver, basta ires a uma exposição de material do EB, porque todo mundo sabe que aí tá cheio deles, aqui é BEM brabo (parece que tem uns no 3º GAAAe, de Caxias do Sul, mas é longe pra burro). Ainda restaria perguntar qual a ameaça tão grave que exija uma cobertura tão densa quanto a que postulas; eu mesmo não entendo a razão Estratégica de termos tantos MBTs e Art aqui no RS (a única ameaça real - Argentina - já o deixou de ser faz décadas), do mesmo modo que a frota inteira de AMX e ainda os F-5M da BACO. A rigor, estamos melhor defendidos do que SP e RJ juntos, e estas são províncias muito mais importantes do que nós.
FCarvalho escreveu:Ademais, é preciso chamar a atenção para um simples fato: dos nossos vizinhos amazônicos, todos eles, indiferentemente, possuem suas bases aéreas - e seus caças - do outro lado da cordilheira, ou seja, não tem qualquer condição de, vindo na nossa direção, não serem detectados e identificados pelo CINDACTA IV, que não por acaso possui capacidade de varredura bem dentro do território de todos eles. Uma espécie de AEW em terra. E para não dizer que eles podem simplesmente voar baixo e adentrar nosso território, bem, é preciso dizer também que a distância entre a cordilheira e a fronteira brasileira é tal que os caças deles não teriam como fazer isso antes de cair por pane seca. Se usarem revo serão detectados, se não, caem secos. No mais, no futuro, se tudo der certo, o uso de radares do tipo M-60 ao longo dos pel fronteira do EB nas fronteiras. Isso faz parte dos planos, então, um ataque surpresa é algo simplesmente pouco provável contra nós, para não dizer inexequível. Isso de dispersar caças é até uma boa ideia, mas na nossa realidade é uma coisa que mais parece aquelas teorias da conspiração anti-yankee de invasão da amazõnia. E convenhamos meus caros amigos, quando e se um dia o tio Sam resolver vir aqui bater com o pé na nossa porta, f...-se se vamos ter Gripen ou o X-Wings do guerra nas estrelas. O negócio vai ser simplesmente negociar as condições da rendição antes de arrebentarem tudo, o que para eles, dadas a nossa falta de consciência com a defesa, será meio que mamão com açúcar.
Aqui não entendi: desmentes o que tens sustentado por vários posts? Antes havia inimigos potenciais por toda parte e bem pertinho, moleza de nos destroçar e dar no pé; agora estão longe a ponto de serem inofensivos: o que queres dizer, cupincha?
FCarvalho escreveu:Por fim, vou repetir o que já disse, dois esquadrões, ou grupos, como gostaria, em Belém e Manaus, não vai deixar o centro-sul do país menos protegido e nem a região norte super-protegida. Vai, no máximo, e se muito, nos dar a capacidade de não permitir cotidianamente, as dezenas de voos sem qualquer identificação/registro simplesmente passarem por nosso espaço aéreo incólumes e despreocupados como acontece desde que a FAB foi criada. Os esquadrões do 3o Gav tem um tipo de serviço muito importante para nós aqui, e indispensável, tanto que são necessários mais esquadrões de A-29 por aqui. Mas isso é apenas parte do trabalho da FAB. A outra parte, cabe, ou caberá, aos F-39 fazerem, pois sem isso, vamos continuar a brincar de defesa aérea neste país.
Por fim voltas ao feijão com arroz: tem que ter Grupo ou Esquadrão fixo no(s) lugar(es) que determinaste, e apenas porque sim, punto. Não entendo isso.
FCarvalho escreveu:Nem só de HE's de guerras vive o planejamento de uma força aérea. Deve ser por isso que a FAB também pensa em colocar KC-390 por aqui, e até helos de ataque para perseguir teco-teco de traficantes na falta de polícia para isso... :roll:

abs.
Não obstante, Hipótese de Emprego é o que norteia boa parte do planejamento de qualquer Força, não apenas Aérea nem sequer Militar, até Polícia tem isso. É com base nela que se determinam quantos e quais meios são necessários, e onde posicioná-los (OrBat). Como o assunto aqui é caças, o Gripen E/F, dadas suas especificações, é o que melhor se encaixa nas da FAB (e que incluem máxima capacidade, a custo mínimo, de operar em Dispersão). As quantidades irão depender de fatores diversos do planejamento da Força, pois dependem de outros fatores, incluindo a existência ou não de verbas (na prática, o fator mais relevante).




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Re: Caças na América do Sul - Atual e Futuro

#122 Mensagem por Túlio » Qua Nov 15, 2017 2:44 pm

SUT escreveu: Es grave acusar a alguien de mentir...en este foro parece ser frecuente. Es una lastima

(...)

No entiendo tu reaccion...realmente
Eu é que não entendo como se pode dizer a verdade e postar fuentes credíveis só para depois ser interpretado como algum tipo de agressor ou mesmo TROLL! Se um informativo oficial da FACh, dirigido por um de seus Coronéis, não é uma boa fuente a respeito, então não sei qual o seria. Wikipédia? Jane's? Eles sabem mais sobre a FACh do que ela própria?

Já tu podes, por Direito Divino, desmerecer todo e qualquer equipamento Brasileiro, ainda que de modo tortuoso e sem fuente alguma que valha algo e temos que engolir quietinhos. Justo, não?

E isso não é de hoje, na verdade é recorrente, e evidenciava-se ainda mais quando tínhamos vários Foristas Chilenos aqui no DB, o que ocasionou muitas e muitas flames, dados sua soberba e seu indisfarçável desprezo para com tudo o que diga respeito ao Brasil, como se fossem Cidadãos de um País que ocupa metade da América do Sul e tem metade de sua população, além da terceira maior indústria aeronáutica do mundo, e não o contrário. No fim partiram (e não deixaram saudades).

Sou membro de vários Fóruns castelhanos (inclusive Chilenos) mas faz anos que não frequento, Brasileiro é tratado como lixo, começando pela invariável menção no Regulamento de que ou se fala castelhano ou melhor nem falar nada para não ser humilhado em público e depois punido; procures algo assim em Fórum Brasileiro, conheço vários e nenhum tem este requisito.

Queres saber? Nem vou me estender mais, tergiversaste direto, distorceste com frequência o que falei - e provavelmente o farás de novo a seguir - & quetales, quem duvidar só precisa ler os posts acima.

Saludos cordiales


Túlio




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Re: Caças na América do Sul - Atual e Futuro

#123 Mensagem por FCarvalho » Qua Nov 15, 2017 9:20 pm

Penguin escreveu:Carvalho, que tipo de aeronave estaria a 300km no Atlântico de Belém?
Basicamente:
- Aeronave de carreira
- Aeronave de pequeno porte legal ou ilegal
Seriam basicamente aeronaves não-militares.
SE alguém começasse a enviar aeronaves militares, provavelmente de patrulha, e isso não fosse resolvido diplomaticamente, a FAB poderia deslocar um grupamento de caças para Belém (F-5BR ou Gripen) para dissuadir maiores aproximações.
Não dá para ter caças e outros ativos militares permanentemente em todas as capitais. O factível é ter alta mobilidade e sim, monitoramento (radares, sensores etc).
[]s
Olá Penguin,

Eu estou tentando chamar a atenção justamente para isso: o cotidiano das operações da FAB.

Contatos ilegais é o que mais tem por aqui, desde os teco-teco do tráfico - que não raro agora usam também jatos executivos - passando por aeronaves legais sem plano de voo e/ou comerciais de vários tamanhos até aviões que se perdem ou tem problemas de orientação, etc, e por aí vamos. E isso é todo santo dia. De São Luís a Tabatinga, de Macapá a Cruzeiro do Sul. O que a FAB tem para atuar sobre isso? Mais ou menos 30 A-29 em dois esquadrões e 6 F-5 em Manaus.

O que parece está se propondo aqui é: um esquadrão em Manaus de F-39 e os mesmos A-29 no 3o Gav. Vai fazer alguma diferença efetiva? Eu acredito que não, pois não vamos estar mudando nada em termos de capacidade de controle e vigilância. Vamos se muito modificar os vetores da caça, que ainda assim, continuarão tendo problemas de alcance quando ativados pelo Cindacta para um alerta. E esse alerta pode ser em qualquer lugar da amazônia. :roll:

Agora em caso diferentes onde haja questões com aeronaves militares, já se caracteriza um outro problema. Mesmo assim, eu não vejo qual a dificuldade de um segundo esquadrão em Belém, que como citei pode até ser o 1o/16o Gav quando redivivo, e isto está nos planos, e que ficaria responsável pela amazônia oriental, inclusive na questão da dispersão de meios. Me parece que é complicado para vocês aí lidarem com esta questão da distâncias, algo até natural, pois a noção é mesmo bem diferente. Para nós aqui o conceito de longe e perto é bem diferente daí, inclusive no que compete a questão do apoio aos caças.

É bom lembrar também que aeronaves militares dentro da nossa ZEE é algo absolutamente natural, até normal, diria, tanto em tráfego quanto em missão operacional. O que não poderia ser normal ou natural, é a nossa incapacidade de interceptar e controlar estes voos. Aeronaves militares podem trafegar na nossa ZEE sem maiores problemas, desde que registrado o seu voo, conteúdo, destino, origem, rota e missão. Mas isso não é uma regra obedecida categoricamente. A FAB tem um histórico de milhares de registros sobre isso ao londo das décadas. Inclusive dos casos em que simplesmente ficamos apenas olhando, por não dispor de vetores em quantidade e qualidade onde necessário.

Não defendo caças em todas as capitais, mas nas 6 bases operacionais que o atual planejamento da FAB dispôs. Além destas, anotar à mais a base aérea de Belém. E só. Qual o problema nisso? Nenhum do meu ponto de vista. Até porque, provavelmente, quando os A-1 forem substituídos devem deixar o RS rumo a uma nova base. Provavelmente CG ou talvez Natal. Ou nada impede que ambas recebam um esquadrão cada do 10o Gav.

É esperar para ver.

abs




Um mal é um mal. Menor, maior, médio, tanto faz… As proporções são convencionadas e as fronteiras, imprecisas. Não sou um santo eremita e não pratiquei apenas o bem ao longo de minha vida. Mas, se me couber escolher entre dois males, prefiro abster-me por completo da escolha.
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Re: Caças na América do Sul - Atual e Futuro

#124 Mensagem por FCarvalho » Qua Nov 15, 2017 10:31 pm

Túlio escreveu:
FCarvalho escreveu: Há aqui um equívoco de interpretação. Vocês dois estão pensando a questão unicamente a partir do pressuposto de uma guerra e/ou ataques as bases aéreas da FAB, e eu estou pensando no dia-a-dia dela. São coisas diferentes, mas não exclusivas.
Notar que a FAB em tempos de paz tem a tarefa de policiamento aéreo, o que quer dizer que ela tem de ter capacidade de vigiar e controlar o espaço aéreo nacional nos seus 12 milhões de km2 como no mapa acima exposto. Isso se faz com F-39, ST, Mi-35 e o que mais tiver.
Enfim, um post teu aqui que me sinto mais à vontade para debater, cupincha véio. Sabes que gosto de charlar contigo mas andava brabo de fazer, pois com essa de ficar contando avião e escolhendo base eu sou automaticamente excluído.
Bueno, se estás também pensando no dia a dia da Força, somos no mínimo três então. Notes, treinar e planejar operações em dispersão como uma parte da Doutrina não significa - de modo algum! - fazer isso o tempo todo, tipo uma regra fixa, imutável. Nem os Suecos, aliás, agem assim, eles também têm suas bases, parques de manutenção & quetales.
Sobre Policiamento Aéreo, vamos ver se temos a mesma definição: acreditas que seja possível monitorar 100% de um espaço durante 100% do tempo e com 100% de eficiência, tipo "lacrar" completamente os céus de algum País 24/7? Notes, os EUA têm um orçamento anual de Defesa que levamos mais de 1/4 de SÉCULO para igualar (se acrescentarmos os eternos contingenciamentos, bobear e podemos dobrar este tempo) e mesmo isso não evitou o 11 de Setembro, porque há muitas maneiras de fazer maldade e muita gente esperta bolando alguma, agora mesmo, se duvidares...
Concordamos sobre a questão da dispersão, mas antes de dispersar, temos que concentrar. Para mim isso significa que em termos de amazônia precisamos de uma base a mais, qual seja Belém, para a tal da dispersão funcionar direito.
E aqui cabe dizer que o policiamento aéreo não visa cobrir ou fechar 100% do território, mas antes, dispor de meios e recursos adequados de forma à FAB estar onde e quando for necessário. Como disse ao Penguin, acho que temos noções bem diferentes em relação a distância. Isso talvez dificulte um pouco o entendimento e o debate. Ficar mandando caças de lá para cá de Brasília para baixo é uma coisa, aqui, vamos dizer assim, o buraco é mais em cima...
:mrgreen:
FCarvalho escreveu:Já dei o exemplo de um caça ter de sair de Manaus e interceptar um alvo a 300kms do litoral do Pará. É apenas um exemplo hipotético, mas nem um pouco longe da realidade da minha região, que vocês não por acaso desconhecem quase que completamente. Pior, ajuízam as suas opiniões a partir da realidade de vocês aí no sul, como se valesses categoricamente para a minha. Horas, uma coisa é a realidade do centro-sul do país, bem outra é a do norte. É fácil falar em defesa aérea, concentração de meios, espalhamento de caças por bases de desdobramento quando sempre se teve caças historicamente bem do lado de casa. Nós nunca tivemos isso aqui. E a imensa maioria da região norte continua e continuará a não ter.
Novamente noto aquele laivo de amargura, de se considerar excluído/menosprezado. De minha parte não há isso, embora concorde contigo sobre desconhecer a realidade em que vives, as características e especificidades da tua Região. Mas olhes de novo para o teu próprio exemplo, partes da premissa de que o caça em questão estaria necessariamente estacionado numa base fixa em Manaus. De onde surgiu este hipotético alvo a 300 km da costa do Pará? Foi assim, tipo "de graça" ou já havia algum princípio de hostilidade rolando, tipo "é, acho que deu pra Diplomacia, tem jeito não, o couro vai comer"? Porque se já tem beligerância se formando, voltamos à Dispersão: o caça não vai ter que sair de Manaus apenas após o alvo já ter começado a atacar, ele vai estar próximo a uma das vias de acesso a um ponto de interesse para o In e, dessa forma, poderá até já estar em PAC quando o alvo for detectado. Ou seja, se entendi direito, esse teu lance (e do LH) de ter "X" bases fixas, todas com caças, além de caro, seria ineficiente pois, na iminência de um ataque, nada melhor do que estar discretamente em uma posição bem próxima e otimizada para tempo ultracurto de reação. Resumindo, qual o cenário mais favorável ao In: saber onde são as bases e, portanto, de onde virão os caças e com razoável antecipação do seu ETA ou estar abandonado ao Princípio da Incerteza, porque os caças podem estar em qualquer lugar e surgir de surpresa de qualquer direção e a qualquer momento?
Aqui vamos tentar nos entender. A FAB determinou que irão existir apenas 6 bases aéreas operacionais. Tais bases, a priori, serão as que hoje basicamente já possuem undes aéreas de combate, a exceção do CG e NT. Eu entendo que elas serão fixas, e operarão os esquadrões de caça existentes hoje, e no futuro próximo. Ou seja, a FAB vai operar seus caças concentrados em algumas poucas bases, e a partir delas, fazer o seu trabalho. Dispersão será algo que acontecerá a partir delas. O que proponho? Nada demais. Apenas ao invés de 6, que sejam 7, com o acréscimo de Belém. Porque? Bem, o Pacau simplesmente não dá conta de dispersar, policiar, vigiar, defender e o que seja a mais sozinho. Simplesmente não dá.

FCarvalho escreveu:Vigiar e controlar o espaço aéreo requer a presença física de meios e recursos presentes na área onde são necessários. Nada disso existe por aqui, até pelo contrário, a FAB está retirando meios daqui para outras regiões e deixando Manaus como a única referencia concreta da sua capacidade de exercer controle e vigilância do espaço aéreo na região norte. Bem, sorte para ela. E para nós também.
Novamente, tua amargura não te permite enxergar coisas óbvias: que eu saiba, há mais interceptações feitas pela FAB no Norte do que em todas as demais Regiões juntas; os -99 voam mais aí do que em todo o resto do Brasil junto; o EB e FAB têm mais radares móveis aí do que em todo o resto; mesmo no meu tempo na mídia, jamais vi um IGLA de perto, coisa que tenho certeza de que ou já viste ou podes ver, basta ires a uma exposição de material do EB, porque todo mundo sabe que aí tá cheio deles, aqui é BEM brabo (parece que tem uns no 3º GAAAe, de Caxias do Sul, mas é longe pra burro). Ainda restaria perguntar qual a ameaça tão grave que exija uma cobertura tão densa quanto a que postulas; eu mesmo não entendo a razão Estratégica de termos tantos MBTs e Art aqui no RS (a única ameaça real - Argentina - já o deixou de ser faz décadas), do mesmo modo que a frota inteira de AMX e ainda os F-5M da BACO. A rigor, estamos melhor defendidos do que SP e RJ juntos, e estas são províncias muito mais importantes do que nós.
A FAB possui aqui muitos meios de transporte, inclusive fluviais, e os sistemas que pertencem hoje ao Cindacta IV. Radares móveis, comunicação e similares pertencem todos a estrutura do SIVAM herdada por aquele centro. Não conheço nenhum grupo de controle e comunicações baseado aqui, como os que existem por aí. Os E-99 voam muito por aqui pois foram justificados pela sua operação no projeto do SIVAM. Só não estão baseados em Manaus por questões de "eletrônica".
Por falar em ameaça, nós temos aqui 4 vizinhos equipados com caças, e apenas um esquadrão. São mais de 50 undes para apenas 6 F-5. Nossos vizinhos são ameaças para nós? Não. Hoje não. Amanhã eu já não sei. Por outro lado não creio que dois míseros esquadrões possam ser chamados de uma cobertura densa, já que estamos falando aqui de 5,2 milhões de km2 e mais de 10 mil kms de fronteiras, para não falar de mais de 2 mil kms de litoral. Achas mesmos que 2 esquadrões são mesmo um exagero?

FCarvalho escreveu:Ademais, é preciso chamar a atenção para um simples fato: dos nossos vizinhos amazônicos, todos eles, indiferentemente, possuem suas bases aéreas - e seus caças - do outro lado da cordilheira, ou seja, não tem qualquer condição de, vindo na nossa direção, não serem detectados e identificados pelo CINDACTA IV, que não por acaso possui capacidade de varredura bem dentro do território de todos eles. Uma espécie de AEW em terra. E para não dizer que eles podem simplesmente voar baixo e adentrar nosso território, bem, é preciso dizer também que a distância entre a cordilheira e a fronteira brasileira é tal que os caças deles não teriam como fazer isso antes de cair por pane seca. Se usarem revo serão detectados, se não, caem secos. No mais, no futuro, se tudo der certo, o uso de radares do tipo M-60 ao longo dos pel fronteira do EB nas fronteiras. Isso faz parte dos planos, então, um ataque surpresa é algo simplesmente pouco provável contra nós, para não dizer inexequível. Isso de dispersar caças é até uma boa ideia, mas na nossa realidade é uma coisa que mais parece aquelas teorias da conspiração anti-yankee de invasão da amazõnia. E convenhamos meus caros amigos, quando e se um dia o tio Sam resolver vir aqui bater com o pé na nossa porta, f...-se se vamos ter Gripen ou o X-Wings do guerra nas estrelas. O negócio vai ser simplesmente negociar as condições da rendição antes de arrebentarem tudo, o que para eles, dadas a nossa falta de consciência com a defesa, será meio que mamão com açúcar.
Aqui não entendi: desmentes o que tens sustentado por vários posts? Antes havia inimigos potenciais por toda parte e bem pertinho, moleza de nos destroçar e dar no pé; agora estão longe a ponto de serem inofensivos: o que queres dizer, cupincha?
Quando citei a questão dos caças na vizinhança foi para tentar exemplificar a capacidade de ataque deles em relação a nossa capacidade de defesa aérea na região norte. Colombia, Venezuela e Peru tem caças e undes de apoio e inteligência capaz de montar um ataque contra nós, que poderia dar certo, tendo em vista que nossos meios na região não estão em condições de apor uma oposição crível. Não antes de eles porem fora de operação algumas de nossas bases perto da fronteira e mesmo algumas mais longe, no caso do uso de revo. O que explicitei agora é apenas no sentido de dizer que nós temos capacidade de detectar um ataque contra o nosso território, mas de defender não. Conta a nosso favor a cobertura radar que temos para além de nossas fronteiras, mas é só isso. Não temos meios de impedir concretamente que qualquer dos caças vizinhos, se. por exemplo, baseados em pistas perto de nossas fronteiras virem aqui e fazer uns buracos no chão em vários lugares. Claro, depois o bicho pega do lado de lá, mas é preciso dizer que nossa defesa aérea na região é basicamente fictícia e baseada em premissas diplomáticas, comerciais e políticas pouco plausíveis no longo prazo. Todo mundo aqui é amigo e irmão enquanto tudo está bem, mas quando não está nossostros aqui non passan de mierdas imperialistas e opressores. :roll:
FCarvalho escreveu:Por fim, vou repetir o que já disse, dois esquadrões, ou grupos, como gostaria, em Belém e Manaus, não vai deixar o centro-sul do país menos protegido e nem a região norte super-protegida. Vai, no máximo, e se muito, nos dar a capacidade de não permitir cotidianamente, as dezenas de voos sem qualquer identificação/registro simplesmente passarem por nosso espaço aéreo incólumes e despreocupados como acontece desde que a FAB foi criada. Os esquadrões do 3o Gav tem um tipo de serviço muito importante para nós aqui, e indispensável, tanto que são necessários mais esquadrões de A-29 por aqui. Mas isso é apenas parte do trabalho da FAB. A outra parte, cabe, ou caberá, aos F-39 fazerem, pois sem isso, vamos continuar a brincar de defesa aérea neste país.
Por fim voltas ao feijão com arroz: tem que ter Grupo ou Esquadrão fixo no(s) lugar(es) que determinaste, e apenas porque sim, punto. Não entendo isso.
Um esquadrão e fico quieto. É o que a FAB poderia dispor, se conseguisse, por exemplo, um segundo lote de F-39 para substituir os F-5. O motivo é o mesmo porque temos 3 esq no RS, um em AN e outros 2 no RJ e 1 em Manaus. Nem mais e nem menos. Se podemos fazer dispersão a partir de Manaus e de qualquer outra base aérea da FAB, também podemos fazer a partir de Belém.
FCarvalho escreveu:Nem só de HE's de guerras vive o planejamento de uma força aérea. Deve ser por isso que a FAB também pensa em colocar KC-390 por aqui, e até helos de ataque para perseguir teco-teco de traficantes na falta de polícia para isso... :roll:
Não obstante, Hipótese de Emprego é o que norteia boa parte do planejamento de qualquer Força, não apenas Aérea nem sequer Militar, até Polícia tem isso. É com base nela que se determinam quantos e quais meios são necessários, e onde posicioná-los (OrBat). Como o assunto aqui é caças, o Gripen E/F, dadas suas especificações, é o que melhor se encaixa nas da FAB (e que incluem máxima capacidade, a custo mínimo, de operar em Dispersão). As quantidades irão depender de fatores diversos do planejamento da Força, pois dependem de outros fatores, incluindo a existência ou não de verbas (na prática, o fator mais relevante).
Aqui concordamos plenamente. O futuro dirá se o Gripen será um novo Mirage III na FAB ou se tá mais para F-5 do séc XXI.
abs




Um mal é um mal. Menor, maior, médio, tanto faz… As proporções são convencionadas e as fronteiras, imprecisas. Não sou um santo eremita e não pratiquei apenas o bem ao longo de minha vida. Mas, se me couber escolher entre dois males, prefiro abster-me por completo da escolha.
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Re: Caças na América do Sul - Atual e Futuro

#125 Mensagem por Marechal-do-ar » Qui Nov 16, 2017 3:06 am

Resolvi me meter na discussão de vocês, nem vou comentar em relação às possibilidades de sermos atacados porque, além dessas possibilidades serem muito remotas a quantidade de caças necessários dependeria do inimigo, mas vou falar em relação a uma das missões da FAB: O policiamento aéreo, e isso não é só abater teco-teco de traficante, vai desde escoltar aeronaves civis com problemas ou mesmo a identificação de aeronaves, é algo corriqueiro ao redor do mundo, mesmo no Brasil de tempos em tempos um F-5 decola com essa missão, é algo simples que torna os vôos pelo país mais seguros, mas será que a FAB realmente é capaz de cumprir essa missão?

Em países da Europa, com um território pequeno e grande número de caças, essa discussão nem estaria ocorrendo, a resposta seria: "Mas é claro que sim", já aqui no Basil temos um vasto território e pequeno número de caças, seria suficiente?

Para responder essa pergunta primeiro preciso determinar os requisitos, o tempo de resposta deve ser baixo, de nada adianta o caça chegar depois da tragédia, aqui vou definir esse tempo como 15 minutos, depois de decolar e viajar por 15 minutos o Gripen terá percorrido cerca de 300km (valor aproximado, já tinha visto um valor divulgado pela SAAB para esse tipo de missão e acho que era um pouco menos de 300km, mas não importa o valor preciso, é só um exemplo), e esse será o raio que cada "base" será capaz de cubrir.

Alias, coloquei "base" entre aspas porque aqui quero fazer uma distinção, a base,, sem aspas, onde o caça fica baseado com todo o equipamento para manutenção serão poucas por todo o território nacional, mas um caça pode se deslocar da base até um aeroporto mais distante, reabastecer e esperar ser necessário, se não for, depois de um tempo voa de volta para a base para manutenção, esses aeroportos espalhados seriam as "bases" entre aspas.

Em cada uma dessas "bases" vejo necessidade para apenas 2 caças, poderia ter mais, se tivéssemos mais caças, mas partindo do pressuposto que teremos poucos caças e um grande território a se cobrir melhor economizar, o primeiro lote serão 36 caças, dos quais 8 bipostos e 28 monopostos, só esse último interessa, desses assumirei pouco mais de 70% de disponibilidade, então são 20 caças disponíveis, 2 ficam na própria base, os outros 18 desdobrados por 9 aeroportos.

E quanto a necessidade de cobrir todo o território, para ser honesto boa parte do território é um grande vazio, ninguém se preocupa em cobrir esses vazios, por mais que exista aquele sentimento de proteger tudo o que é nosso também é preciso reconhecer que cobrir esses vazios não é uma boa forma de alocar os poucos recursos disponíveis. Então peguei um mapa da densidade demográfica do Brasil e fiz alguns círculos de "300km" de raio nas partes mais povoadas, é nessas regiões onde o policiamento aéreo é mais necessário, depois fiz mais alguns círculos para fechar as fronteiras, no total ficaram 22 círculos, que precisariam pouco mais de 2 lotes para ocupá-los, coincidentemente os 3 lotes propostos originalmente seriam suficientes, sendo mais criterioso em relação à que cobrir e deixando alguns círculos menos importantes de lado com 2 lotes daria para fazer o trabalho.

Para a base, Anápolis fica no alcance de translado do Gripen para quase todo o território, no norte uma segunda base cairia bem, no nordeste talvez caberia uma base e outra mais ao sul, mas talvez não tão ao sul quanto Santa Maria.

Enfim, o mapa, só lembrando aos críticos, não me preocupei em colocar o centro dos círculos em aeroportos já existentes, então uma versão mais elaborada poderia ter esses círculos um pouco mais para la ou para cá, também não me preocupei muito com a precisão dos números, é mais para exemplificar a ideia:
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Re: Caças na América do Sul - Atual e Futuro

#126 Mensagem por pmicchi » Qui Nov 16, 2017 9:32 am

FCarvalho escreveu:
pmicchi escreveu:Não consigo imaginar algum pais vizinho atacando alvos civis, portanto é prudente manter os meios principais suficientemente longe (Anapolis, por exemplo) de um ataque surpresa pois eles seriam os alvos principais . O ponto critico é a proteção das fronteiras e a hipotese de uma ocupação por forças terrestres apoiadas por meios aéreos. Nesse caso, como será sempre em resposta a um ataque, o rápido deslocamento de meios é possível, cabendo inclusive a destruição dos meios aéreos inimigos nos seus aeroportos de origem.
Novamente, a capacidade dos Gripen e ALX em operarem de pistas curtas e com pouco suporte em terra torna-se uma vantagem. A FAB deveria exercitar isso intensamente.
Não tem como nossos vizinhos fazer um ataque surpresa contra nossas bases aéreas sem antes serem detectados pelos Cindacta. As bases aéreas deles estão longe demais de nossas fronteiras, e mesmo com Revo seriam dectectados antes de chegarem perto de qualquer base da FAB.

Invasão de território só via desembarque no litoral ou pelo Centro-oeste e sul. Nada mais longe do inimaginável. A única outra via seriam as Guianas. Mas estas sequer tem ligação terrestre conosco capaz de fornecer vias de acesso ao nosso território. Os demais países é simplesmente mata fechada.

A base aérea mais próxima da fronteira dista pouco mais de 100mn da mesma. Isso significa, mesmo que em um hipotético ataque surpresa, mais do que tempo suficiente para uma reação.

Isso de dispersão é algo genérico que na nossa realidade só valeria contra um inimigo do tipo USA ou coisa parecida. Nada também mais longe da realidade. E se um dia acontecer, bem, é melhor ir abaixando as calças antes da gente sujar elas. Poupa água e lavanderia.

abs
Grato pelo esclarecimento sobre as condições de detecção pelo Cindacta. Só fiquei em dúvida se isso se aplica no caso da Venezuela, por conta do relevo mais baixo. Talvez esse seja o unico pais capaz de tomar a decisão imbecil de iniciar uma guerra com um vizinho, mesmo o Brasil.

Uma invasão dos EUA ou outra nação não-vizinha realmente é dificil de imaginar, em tempos que a tolerancia a perdas de vidas é muito baixa. Um cenario mais provavel é algum tipo de restrição do uso do mar - discussão para outra seção deste forum.




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Re: Caças na América do Sul - Atual e Futuro

#127 Mensagem por FCarvalho » Qui Nov 16, 2017 1:46 pm

Marechal-do-ar escreveu:Resolvi me meter na discussão de vocês, nem vou comentar em relação às possibilidades de sermos atacados porque, além dessas possibilidades serem muito remotas a quantidade de caças necessários dependeria do inimigo, mas vou falar em relação a uma das missões da FAB: O policiamento aéreo, e isso não é só abater teco-teco de traficante, vai desde escoltar aeronaves civis com problemas ou mesmo a identificação de aeronaves, é algo corriqueiro ao redor do mundo, mesmo no Brasil de tempos em tempos um F-5 decola com essa missão, é algo simples que torna os vôos pelo país mais seguros, mas será que a FAB realmente é capaz de cumprir essa missão?
Olá Marechal.

Em se falando em policiamento aéreo, a FAB vai dispor, segundo seu planejamento atual das seguintes bases aéreas permanentes:

1. Manaus
2. Natal
3. Santa Cruz.
4. Canoas
5. Santa Maria
6. Anápolis
7. Campo Grande

A demais bases serão fechadas e/ou terão seus efetivos e OM's diminuídos, ficando como bases de desdobramento. Tais bases aéreas acima seriam, em todo caso, responsáveis por abrigar as undes de caça que a FAB possui hoje.

Tirando Natal e Campo Grande, as outras 5 possuem caças nelas baseados. O RS possui a maior concentração, com 2 bases aéreas e 3 esquadrões de caça. Santa Cruz possui em teoria os 2 esquadrões do 1o GavCa, mas que na prática funciona como apenas 1. Anápolis terá os Gripen E/F, operando inicialmente com 36 undes formando um grupo de caça, com 2 esquadrões, sendo o 1o/16o Gav reativado após a integralidade das entregas daqueles caças. Após isso, presume-se que ele seja deslocado para outra base permanente. Qual, nãos e sabe ainda. Manaus possui o 1o/14o Gav também operando com apenas 1 esquadrão.

Se efetivamente o Adelphi for transferido para outra base, é muito provável que o seja para CG, deixando assim apenas o NE sem undes de caça. Para termos de policiamento aéreo é pouco e deixa enormes brechas tanto ao longo do litoral como das fronteiras terrestres.

Mas há a hipótese de que Santa Maria seja reduzida a base de desdobramento com o envio do 1o e 3o/10o Gav para outra base, caso eles venham a ser substituídos pelo Gripen E/F, em um eventual terceiro lote. Isso significaria, em tese, completar os 108 caças de que a FAB tanto fala, cobrindo assim os 6 esquadrões atuais.

Neste sentido, tanto CG quanto Natal poderiam ser aquinhoadas com estes estes caças. Mas aí fica a pergunta: quantos caças seriam dispostos a aqueles dois esquadrões? O suficiente para formar um, ou embasar ambos? De qualquer forma, se isso vier a acontecer, vamos ter hipoteticamente 3 esquadrões "sobrando" a partir de 2025, o que pode significar, ou não, cobrir tanto CG quanto Natal com esquadrões de caça, e ainda uma terceira base aérea, que poderia ser Belém. Tal disposição da caça no Brasil nos daria uma melhor condição de apor o policiamento aéreo que é de dever da FAB. Os 108 caças poderiam fazer isso, ou pouco mais, em todo caso, 126 undes, ficando assim com 7 esquadrões, que é o que tínhamos antes do Adelphi ser extinto.

Os desdobramentos podem ser feitos a partir destas bases permanentes ao longo do litoral e áreas fronteiriças, e sem comprometer o planejamento da FAB em relação à diminuição da sua estrutura. funcional e pessoal.

É importante dizer que para haver capacidade real de policiamento aéreo é preciso a presença física dos meios para tal. E isso só vamos conseguir dispondo de quantidades adequadas onde a presença física da FAB se faz necessário. A meu ver, isso é possível de se fazer e ainda cobrir o país como um todo sem qualquer prejuízo do planejamento atual da FAB.

abs.




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Re: Caças na América do Sul - Atual e Futuro

#128 Mensagem por FCarvalho » Qui Nov 16, 2017 1:57 pm

pmicchi escreveu:
FCarvalho escreveu:Não tem como nossos vizinhos fazer um ataque surpresa contra nossas bases aéreas sem antes serem detectados pelos Cindacta. As bases aéreas deles estão longe demais de nossas fronteiras, e mesmo com Revo seriam dectectados antes de chegarem perto de qualquer base da FAB...
Grato pelo esclarecimento sobre as condições de detecção pelo Cindacta. Só fiquei em dúvida se isso se aplica no caso da Venezuela, por conta do relevo mais baixo. Talvez esse seja o unico pais capaz de tomar a decisão imbecil de iniciar uma guerra com um vizinho, mesmo o Brasil.
Uma invasão dos EUA ou outra nação não-vizinha realmente é dificil de imaginar, em tempos que a tolerancia a perdas de vidas é muito baixa. Um cenario mais provavel é algum tipo de restrição do uso do mar - discussão para outra seção deste forum.
No caso da Venezuela não difere muito dos demais já que a parte andina do país dista mais de 200 kms da nossa fronteira mais próxima.

Não sei dizer exatamente, acho até que é um dado sigiloso, mas presume-se que o nossa cobertura radar vá bem além das 100 milhas adentro dos vizinhos, tendo em conta os tipos de radar usados e sua localização.

De qualquer forma, isso se aplica a nossa ZEE também. Falta somente os meios navais e aéreos para colocar ordem nessa e em outras zonas que nos pertencem. :mrgreen:

abs.




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Re: Caças na América do Sul - Atual e Futuro

#129 Mensagem por Penguin » Qui Nov 16, 2017 4:31 pm

Com relação à redarização, não estamos mal...

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Re: Caças na América do Sul - Atual e Futuro

#130 Mensagem por J.Ricardo » Qui Nov 16, 2017 4:49 pm

Não existem nenhum "buraco negro" ref a cobertura radar?
Lembro que diziam que entre o MT e o AM existiam áreas sem cobertura de radar.




Não temais ímpias falanges,
Que apresentam face hostil,
Vossos peitos, vossos braços,
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Re: Caças na América do Sul - Atual e Futuro

#131 Mensagem por Marechal-do-ar » Qui Nov 16, 2017 4:53 pm

Existem buracos, mas acredito que o problema é que uma região coberta pelos radares do Sivam era controlada pelo Cindacta I




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Re: Caças na América do Sul - Atual e Futuro

#132 Mensagem por FCarvalho » Qui Nov 16, 2017 8:15 pm

Levamos quase 30 anos para chegar neste patamar de cobertura radas do país. A FAB fez um esforço descomunal para conseguir manter quase em dia o projeto dos Cindacta. Hoje, por outro lado, ele precisa ser modernizado. Esta é uma das prioridades da gestão atual, tendo em vista as mudanças que vem por aí no que diz respeito ao controle do tráfego aéreo civil. Este é mais um desafio a ser abordado e superado, apesar da crise.

No mais, apesar desta cobertura, não temos os meios necessários para suprir a defesa aérea em todo o país. Mas isso como já disse acima, pode ser resolvido de acordo com as nossas condições. Não é preciso um esquadrão ou base aérea por Estado, mas deve-se perseguir insistentemente os valores apontados pela FAB como sendo o mínimo básico necessário para que ela possa efetivamente cumprir o seu dever.

E isso se faz através da presença física e ostensiva da nossa caça pela integralidade do nosso espaço aéreo.

abs




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Re: Caças na América do Sul - Atual e Futuro

#133 Mensagem por SUT » Qui Nov 16, 2017 10:06 pm

Eu é que não entendo como se pode dizer a verdade e postar fuentes credíveis só para depois ser interpretado como algum tipo de agressor ou mesmo TROLL! Se um informativo oficial da FACh, dirigido por um de seus Coronéis, não é uma boa fuente a respeito, então não sei qual o seria. Wikipédia? Jane's? Eles sabem mais sobre a FACh do que ela própria?
estas evidentemente fuera de control, por lo que me limitare a los hechos

te deje una fuente de que el trato coloquial de los MLU es de Block 20

No veo que sentido tiene seguir discutiendo eso
Já tu podes, por Direito Divino, desmerecer todo e qualquer equipamento Brasileiro, ainda que de modo tortuoso e sem fuente alguma que valha algo e temos que engolir quietinhos. Justo, não?
Cuando he hecho eso? veo mas vien un ataque de chauvinismo bastante fuerte de tu parte...
E isso não é de hoje, na verdade é recorrente, e evidenciava-se ainda mais quando tínhamos vários Foristas Chilenos aqui no DB, o que ocasionou muitas e muitas flames, dados sua soberba e seu indisfarçável desprezo para com tudo o que diga respeito ao Brasil, como se fossem Cidadãos de um País que ocupa metade da América do Sul e tem metade de sua população, além da terceira maior indústria aeronáutica do mundo, e não o contrário. No fim partiram (e não deixaram saudades).
Ahhh, me dices cosas por que "otros chilenos" te molestaron

¿Soy , entonces, una suerte de "Chivo expiatorio" para castigar a toda la maligna chilenidad?
Perdona Tulio, pero si..es un hecho que las FFAA brasileras estan pasando por un mal momento y con el recorte de 17% del presupuesto de defensa se les vienen incluso peores
Yo no tengo la culpa de eso
Sou membro de vários Fóruns castelhanos (inclusive Chilenos) mas faz anos que não frequento, Brasileiro é tratado como lixo, começando pela invariável menção no Regulamento de que ou se fala castelhano ou melhor nem falar nada para não ser humilhado em público e depois punido; procures algo assim em Fórum Brasileiro, conheço vários e nenhum tem este requisito.


hubieras partido por ahi!, tu problema es con Chile
OOOOkey
Ya
no me hubiera dado la molestia de contestarte
Veo que no tiene sentido
Todo parte por tu odio a mi pais
OK

Queres saber?
La verdad, no...pero veo que lo escribiste igual
Nem vou me estender mais, tergiversaste direto, distorceste com frequência o que falei - e provavelmente o farás de novo a seguir - & quetales, quem duvidar só precisa ler os posts acima.
te deje un link directo que plantea lo de los Block20 para los F16 Block15 europeos con nuevo computador de mision y radar V2.
Otra cosa es que eso no te interese, pues lo tuyo es insultar chilenos.
Saludos cordiales
no era necesario...

y, claramente, no los correspondo..pues es obvio que fue solo un triste intento de sarcasmo....

Suerte, Tulio, debe de ser triste odiar tanto...




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Re: Caças na América do Sul - Atual e Futuro

#134 Mensagem por Túlio » Qui Nov 16, 2017 10:37 pm

Tópico trancado para análise pelo Conselho.

O forista SUT é denunciado por TROLAGEM e ATAQUE A MODERADOR.




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Re: Caças na América do Sul - Atual e Futuro

#135 Mensagem por Túlio » Sáb Nov 18, 2017 12:28 pm

Analisada a denúncia e procedidos os debates internos, o Conselho da Moderação do Fórum Defesa Brasil

DECIDE

por unanimidade

impor sanção de SUSPENSÃO por 02 (dois) anos ao Forista SUT

por incurso nos artigos 7.1.2 (ofensa), 7.1.7 (sarcasmo e ironia para mascarar ofensa), 7.2 (críticas pessoais ofensivas), 7.7 (ataque a Moderador) e 7.10 (trolagem). Em acréscimo, várias das citadas irregularidades foram também cometidas por MP e mesmo com uso da assinatura do Forista, que teve de ser deletada.

Como agravante, todas as citadas irregularidades foram cometidas contra um Moderador do FDB.

Assim, se algum dia resolver voltar, o Forista em tela deve ter presente que comportamentos deste tipo não são tolerados neste Fórum, que temos instrumentos Regulamentares para coibi-los e que não tememos usá-los.

É A DECISÃO DO CMFDB



Tópico destrancado




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