PRONAE

Assuntos em discussão: Marinha do Brasil e marinhas estrangeiras, forças de superfície e submarinas, aviação naval e tecnologia naval.

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Re: PRONAE

#241 Mensagem por FCarvalho » Sex Mar 01, 2024 4:56 pm

mauri escreveu: Sex Mar 01, 2024 10:37 am
FCarvalho escreveu: Qui Fev 29, 2024 10:22 pm Não é por nada Mauri, mas os A-4 do VF-1 servem no máximo para manter a habilitação dos pilotos da marinha em dia, nada mais...
Verdade! Mas serve pra manter a Doutrina de Combate Naval.
Sim, é só o que dá para fazer hoje com eles com o orçamento que se tem.
Conquanto, os A-4 só duram até o final desta década, senão antes.
Mesmo com o Nae estando previsto no PEM2040, fato é que chegamos ao ponto que não dá para pensar em caças na marinha.
E como não teremos uma decisão sobre Nae em tempo previsto, julgo que o fim do VF-1 está próximo. O que é absurdo e lamentável. Mais de mais de trinta anos de investimentos serem simplesmente jogados fora por inépcia e irresponsabilidade política e institucional.




Um mal é um mal. Menor, maior, médio, tanto faz… As proporções são convencionadas e as fronteiras, imprecisas. Não sou um santo eremita e não pratiquei apenas o bem ao longo de minha vida. Mas, se me couber escolher entre dois males, prefiro abster-me por completo da escolha.
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Re: PRONAE

#242 Mensagem por FCarvalho » Sáb Mar 02, 2024 3:38 am

Foi só aparecer na internet boatos de que os ingleses podem vender o Nae Príncipe de Gales para aparecer um monte de gente dizendo que vamos comprar o navio da RN. :roll:
Rapidinho esqueceram o que o Alte Olsen falou outro dia sobre a esquadra e Nae.
Bom, 2028 tá logo aí.




Um mal é um mal. Menor, maior, médio, tanto faz… As proporções são convencionadas e as fronteiras, imprecisas. Não sou um santo eremita e não pratiquei apenas o bem ao longo de minha vida. Mas, se me couber escolher entre dois males, prefiro abster-me por completo da escolha.
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Re: PRONAE

#243 Mensagem por jbmattos » Sáb Mar 02, 2024 4:28 pm

FCarvalho escreveu: Sex Mar 01, 2024 4:46 pm
jbmattos escreveu: Ter Fev 27, 2024 10:28 pm Uma marinha de 80 mil homens para quantos navios?
Me permitam um pitaco de alguém que não vive o dia a dia da arma, mas acompanha o assunto a muitos anos..
Se dependesse de mim, só da minha vontade, eu criaria a guarda costeira, fruto de um convênio entre união e estados e transferiria para ela todos os recursos e meios da marinha - Capitanias dos Portos, embarcações de patrulha, etc. Porteira fechada com efetivo e tudo.
Faria um ajuste no efetivo, reduzindo para o "realmente" necessário e modificaria as aposentadorias. Seria no estilo previ/petros. O cidadão se aposenta com 30 anos de serviços prestados com o salário integral. Recebe o teto pelo INSS e o restante pelo plano de aposentadoria. Em 30 anos o estado não teria mais despesas com aposentadorias nas forças. Lógico que o estado continuaria pagando os que já recebem.
No que diz respeito a verba, ela seria dividida em duas partes: Custeio - levantamento anual, aprovado no orçamento, e investimento - Aquisição de armas, veículos, etc. Esse seria controlado pelo Ministério da Defesa a toda aquisição seria aprovada por projeto de Lei votado no congresso. Isso eliminaria as contingências e garantiria a tão sonhada continuidade.
Se reduzirmos em 10% o efetivo da Marinha é possível, com a economia gerada, se construir uma armada de respeito em 20 anos.

P.S.: não consigo trocar meu avatar. Apaguei o atual e o novo não carrega. Vou resolver em breve
olá @jbmattos

Vamos por partes.

A ideia de se criar uma guarda costeira no Brasil é antiquíssima, mas esbarra na oposição ferrenha e visceral da própria MB, temente que seja relegada, mais ainda, para escanteio em termos da divisão de recursos dentro do orçamento da União. Os almirantes de certa forma não deixam de ter razão, uma vez que não existe no país, diga-se sociedade e poder político, uma clara e inequívoca consciência de para quê e porque temos uma marinha de guerra.

Isto dito, já aludi diversas vezes no tópico da guarda costeira e patrulha naval que se poderia tirar das costelas da MB tudo o que é necessário para criar uma guarda costeira, posto que toda a infraestrutura e pessoal para isso já existe, e está em pleno funcionamento sob o comando direto da marinha. Tirar da marinha esse setor seria como arrançar 60 a 70 por cento de tudo o que ela possui hoje, e restringir, ainda mais, as suas condições.

Devemos levar em consideração, também, que o simples fato de realocar o orçamento da MB para uma guarda costeira, não significa necessariamente que teremos uma marinha melhor e uma guarda costeira melhor. Pelo contrário. A primeira coisa que vai acontecer é o ministério da fazenda alegar que, já que a MB diminuirá de tamanho, e a guarda costeira também será uma organização menor, por conseguinte, os gastos com pessoal, custeio e investimento do governo devem ser igualmente menores com ambas. E não vai haver quem no congresso e\ou palácio do planalto apresente qualquer argumento em contrário. As consequências nós já conhecemos.

No mais, apoio o conceito de centralização no MD das contas de investimento e custeio, uma vez que os militares devem ser agentes executores e não planejadores\definidores da ações e da política nacional de defesa do país. Mas para isso nós precisamos antes de mais nada de um MD que realmente funcione, e queira ser, mais do que um reles pau de escora dos interesses políticos frente às ffaa's, e nada mais.

Quanto ao papel dos estados e municípios no que tange as atividades de segurança no litoral, penso que o que nos falta é definir claramente quem, onde quando, como e porque fazer as coisas. Neste aspecto, a nossa legislação precisa ser melhorada, e muito, já que temos prefeituras, estados, DPF e marinha concorrendo para fazer, não raro, as mesmas atividades, quando deve haver uma separação clara e objetiva sobre as responsabilidades de cada ente, assim como planejamento e organização integrada entre todos.

abs.
Boa tarde @FCarvalho

Você está certo. Como eu disse, "SE dependesse" da minha vontade, ou seja, em um mundo ideal que não existe.
Hoje temos um "ajuntado" de quebra galhos, que devem capacidades que a Argentina tinha em 1982!
Ainda hoje não temos uma única aeronave com capacidade crível de ataque a navios. Na real, nem navios de guerra...
A discussão sobre porta aviões deveria começar em 2030, agora temos que brigar por uma marinha de fato, coisa que não temos.
Eu não concordo com o uso de caças embarcados. O que temos que buscar são navios como o Giuseppe Garibaldi, equipado com misseis, drones e aeronaves remotamente pilotadas. Mais efetivo e bem mais barato de manter e operar. Dá para termos dois.
Verba a marinha tem. SE, veja bem SE tivessem partido do zero para a compra da Meko 200 básica ao invés de reinventar a roda, teríamos 6 fragatas novas a um bom tempo.




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Re: PRONAE

#244 Mensagem por FCarvalho » Sáb Mar 02, 2024 6:40 pm

jbmattos escreveu: Sáb Mar 02, 2024 4:28 pm Boa tarde @FCarvalho
Você está certo. Como eu disse, "SE dependesse" da minha vontade, ou seja, em um mundo ideal que não existe.
Hoje temos um "ajuntado" de quebra galhos, que devem capacidades que a Argentina tinha em 1982!
Ainda hoje não temos uma única aeronave com capacidade crível de ataque a navios. Na real, nem navios de guerra...
A discussão sobre porta aviões deveria começar em 2030, agora temos que brigar por uma marinha de fato, coisa que não temos.
Eu não concordo com o uso de caças embarcados. O que temos que buscar são navios como o Giuseppe Garibaldi, equipado com misseis, drones e aeronaves remotamente pilotadas. Mais efetivo e bem mais barato de manter e operar. Dá para termos dois.
Verba a marinha tem. SE, veja bem SE tivessem partido do zero para a compra da Meko 200 básica ao invés de reinventar a roda, teríamos 6 fragatas novas a um bom tempo.
Olá jb.

A marinha trabalha em seus planos com a posse e uso de recursos que lhe emprestem capacidade efetiva para dar conta das 4 variantes do emprego da teoria do poder naval, com a projeção de poder sendo a justificativa para a existência de um Nae em uma esquadra.

Mesmo que se entenda a priori que não precisamos, e não queremos, projetar poder em lugar algum ou sobre quem quer que seja, esta parte do poder naval pode ser aplicada adequada e objetivamente dependendo de cada situação. E nós temos algumas aqui que pleiteiam e embasam o seu uso no entorno estratégico traçado para nós, que é o Atlântico Sul, com o caribe e a costa ocidental sul americana junto ao pacífico à reboque, conforme o PEM 2040.

Não estou advogando que se mande construir um Nae amanhã, visto que nem sequer entendemos a existência de uma esquadra para o Brasil, mas, precisamos começar a pensar nesta hipótese como descrevi acima bem antes do atual plano encerrar-se daqui a 16 anos. É o tempo que leva para nós pensarmos direito, e decidirmos o que queremos da vida como país, e nossa relação com o mundo. Mas isso, creio, é pedir demais a um país cujo povo de analfabetos literais e funcionais e anecéfalos político, está sempre as voltas com suas mesquinharias e tibieza.

Por enquanto, o que temos a nossa frente é um quadro de desmanche total que precisa ser reconhecido e, tomadas todas as providências para evitar-se o colápso geral da esquadra, a começar do básico até o mais complexo sistema de superfície. com navios de patrulha, distritais, e posteriormente, navios de apoio e auxiliares, e por fim pensar em fragatas e semelhantes. E investir pesadamente em PDI, que é o que de fato nos garantirá no futuro que tenhamos aqui as condições necessárias para empenhar um projeto de Nae, se um dia esta for a nossa escolha política, e só depois militar.

Na minha ignóbil opinião, o projeto UMK VARAN do escritório de projetos russo Nevsky Desing Bureau - PKB, com sua modularidade a moda Meko tem qualidades que nos seriam adequadas daqui a vinte anos, dado que ele oferece, em teoria, a capacidade, e custos, que o capacitam desdobrar a partir do desenho básico do navio, diversas versões que podem derivar navios que são, e serão, necessários no futuro para substituir o pouco ou nada que temos por agora. É uma proposta de navio de apenas 45 mil ton e 250 metros de comprimento. Bem abaixo do que sê vê em termos de Nae mundo afora, mas, na minha perspectiva, bem dentro do que a MB anda pensando hoje em relação a este tipo de navio. Talvez valesse a pena conversar com os russos uma hora dessas e ver o que acontece. Mas antes precisamos arrumar uma esquadra para ele, claro.




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Re: PRONAE

#245 Mensagem por mauri » Sáb Mar 02, 2024 7:29 pm

FCarvalho escreveu: Sáb Mar 02, 2024 6:40 pm
jbmattos escreveu: Sáb Mar 02, 2024 4:28 pm Boa tarde @FCarvalho
Você está certo. Como eu disse, "SE dependesse" da minha vontade, ou seja, em um mundo ideal que não existe.
Hoje temos um "ajuntado" de quebra galhos, que devem capacidades que a Argentina tinha em 1982!
Ainda hoje não temos uma única aeronave com capacidade crível de ataque a navios. Na real, nem navios de guerra...
A discussão sobre porta aviões deveria começar em 2030, agora temos que brigar por uma marinha de fato, coisa que não temos.
Eu não concordo com o uso de caças embarcados. O que temos que buscar são navios como o Giuseppe Garibaldi, equipado com misseis, drones e aeronaves remotamente pilotadas. Mais efetivo e bem mais barato de manter e operar. Dá para termos dois.
Verba a marinha tem. SE, veja bem SE tivessem partido do zero para a compra da Meko 200 básica ao invés de reinventar a roda, teríamos 6 fragatas novas a um bom tempo.
Olá jb.

A marinha trabalha em seus planos com a posse e uso de recursos que lhe emprestem capacidade efetiva para dar conta das 4 variantes do emprego da teoria do poder naval, com a projeção de poder sendo a justificativa para a existência de um Nae em uma esquadra.

Mesmo que se entenda a priori que não precisamos, e não queremos, projetar poder em lugar algum ou sobre quem quer que seja, esta parte do poder naval pode ser aplicada adequada e objetivamente dependendo de cada situação. E nós temos algumas aqui que pleiteiam e embasam o seu uso no entorno estratégico traçado para nós, que é o Atlântico Sul, com o caribe e a costa ocidental sul americana junto ao pacífico à reboque, conforme o PEM 2040.

Não estou advogando que se mande construir um Nae amanhã, visto que nem sequer entendemos a existência de uma esquadra para o Brasil, mas, precisamos começar a pensar nesta hipótese como descrevi acima bem antes do atual plano encerrar-se daqui a 16 anos. É o tempo que leva para nós pensarmos direito, e decidirmos o que queremos da vida como país, e nossa relação com o mundo. Mas isso, creio, é pedir demais a um país cujo povo de analfabetos literais e funcionais e anecéfalos político, está sempre as voltas com suas mesquinharias e tibieza.

Por enquanto, o que temos a nossa frente é um quadro de desmanche total que precisa ser reconhecido e, tomadas todas as providências para evitar-se o colápso geral da esquadra, a começar do básico até o mais complexo sistema de superfície. com navios de patrulha, distritais, e posteriormente, navios de apoio e auxiliares, e por fim pensar em fragatas e semelhantes. E investir pesadamente em PDI, que é o que de fato nos garantirá no futuro que tenhamos aqui as condições necessárias para empenhar um projeto de Nae, se um dia esta for a nossa escolha política, e só depois militar.

Na minha ignóbil opinião, o projeto UMK VARAN do escritório de projetos russo Nevsky Desing Bureau - PKB, com sua modularidade a moda Meko tem qualidades que nos seriam adequadas daqui a vinte anos, dado que ele oferece, em teoria, a capacidade, e custos, que o capacitam desdobrar a partir do desenho básico do navio, diversas versões que podem derivar navios que são, e serão, necessários no futuro para substituir o pouco ou nada que temos por agora. É uma proposta de navio de apenas 45 mil ton e 250 metros de comprimento. Bem abaixo do que sê vê em termos de Nae mundo afora, mas, na minha perspectiva, bem dentro do que a MB anda pensando hoje em relação a este tipo de navio. Talvez valesse a pena conversar com os russos uma hora dessas e ver o que acontece. Mas antes precisamos arrumar uma esquadra para ele, claro.
Esse projeto russo é muito grande pra nós, precisamos de um entre o Minas Gerias e o São Paulo, de preferência com propulsão nuclear, além de muito lento, só 26 nós na frente dos 30 nós que tínhamos antes, se bem que nem chegava isso....rsrsrsr

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Re: PRONAE

#246 Mensagem por FCarvalho » Dom Mar 03, 2024 2:45 pm

Olá @mauri

O projeto do VARAN ainda está na fase de concepção, e o pouco que se tem de informações sobre ele ainda não consegue revelar o que de fato este navio poderá vir a ser. No entanto, os dados disponibilizados pelo escritório russo dão a entender que ele será um navio dentro da perspectiva atual que o almirantado tem sobre um possível Nae para o futuro da esquadra, com o navio deslocando entre 45 e 50 mil toneladas usando o sistema Catobar.

Como disse antes, comparando com os Nae em operação e os projetados no futuro pelas grandes potências, incluindo aí Índia, Japão e Coréia do Sul, ele é aceitável para o que se pretende. E melhor, se o conceito de modularidade proposto vingar, podemos ter não um, mas uma família inteira de navios desenvolvida a partir do desenho básico. A meu ver isto é o mais importante, pois nos oferece a oportunidade de adequar os custos de aquisição, manutenção e operação ao nosso bolso.

Claro, é um projeto russo, e todos sabem os problemas que isto traria por hora ao país. Mas, também penso que há oportunidades a serem aproveitadas neste aspecto. Existem vários projetos concorrendo hoje para ser o novo Nae da esquadra russa, e o VARAN nem é o preferido deles. Fato é que eles não tem grana para comprar agora e nem no curto e médio prazo qualquer um deles. São cerca de 5 projetos oferecidos à marinha russa. O VARAN é o menor deles.

Esta pode ser a chance de termos um Nae de desenho e construção tupiniquim simplesmente comprando os direitos autorais sobre o projeto todo junto ao escritório russo que o criou. Comprar o projeto do navio pode ser feito hoje, amanhã, semana que vem, ano que vem, ou qualquer outra data que seja, pois o valor do projeto em si custa muito mais barato do que construir o navio propriamente. E são duas coisas diferentes sobre o mesmo projeto. É adquirir os direitos sobre o projeto do navio, ou diria, navios, já que ele pode gerar uma família, como as Tamandaré, e quando for o caso, dispor do mesmo para construção em que o momento econômico e político casarem outra vez no Brasil.

Bem, não vejo quando economia e política irão se dar bem novamente tão cedo no Brasil, mas, quando e se isto acontecer novamente, nada nos impede de já termos aqui o projeto de um Nae, e navios derivados, pronto para ser lançado quando o poder político achar oportuno. Melhor do que ficar feito barata tonta tentando arrumar por aí soluções de oportunidade sempre que der na telha de um algum PR desavisado das questões sobre a construção de um poder naval verdadeiramente crível. Dizem que a sorte não bate duas vezes na mesma porta.




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Re: PRONAE

#247 Mensagem por FCarvalho » Dom Mar 03, 2024 3:10 pm

Um adendo importante que penso deve ser levado em conta em relação ao projeto do VARAN. O navio está sendo feito de forma a operar misto de caças, helos e VANT. Os turcos estão avançando muito em relação à operação de VANT a partir de navios de convés corrido, mas, europeus e norte americanos não estão atrás, pelo contrário.

Todos sabemos que um bom equilíbrio entre caças, helos e VANT em um Nae pode nos oferecer um mundo de oportunidades em termos de custos a fim de manter este tipo de navio, e ainda oportunizar à BIDS e ao setor de PDI das ffaa's e indústria nacional vantagens competitivas em relação a estes vetores. É só colocar a cabeça para funcionar.

Fico imaginando que temos hoje no Brasil já a nossa disposição vetores em projeto e\ou produção que podem ser adaptados sem maiores dificuldades àquela plataforma naval, de forma a diminuir os custos de sua operação e manutenção, pelo menos no que diz respeito ao seu GAE.

Muitas das soluções propostas no projeto russo podem utilizar ou lançar mão de referenciais civis para construção, manutenção e\ou operação, o que pode ajudar a diminuir mais ainda seus custos, como as próprias MEKO fazem há tempos, e tantos outros projetos agora em construção na Europa.

Exemplo do que pode ser considerado em termos de uso de VANT em Nae.

REVO
COD
C4ISR
SAR
AEW
EW\CME\CCME\ESM
Posto Comando Aéreo
Retransmissão de Dados
Observação e Ligação
LINK com Satélites
Ataque
SEAD
Anti-navio
CAS - anti drone
Loyal wingman

Enfim, existe uma miríade de possibilidades em estudos hoje pelas nações que levam Defesa a sério para o uso de VANT em seus Nae. Resta-nos refletir sobre tais possibilidade e seus amplos empregos a nosso favor se viermos a operar novamente porta-aviões na esquadra.

Para não meter os pés pelas mãos, podemos começar de forma simples e humilde que é testando, e operando, todas essas funções, e dentre outras, a partir de terra. Temos plena capacidade para isso.

A aviação naval, a BIDS e a economia, e o erário nacional com certeza agradecem.

A ver.




Editado pela última vez por FCarvalho em Dom Mar 03, 2024 3:21 pm, em um total de 1 vez.
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Re: PRONAE

#248 Mensagem por FCarvalho » Dom Mar 03, 2024 3:16 pm

Eu não sei vocês, mas eu olho para o VARAN e logo me vem isso à mente. 8-]

https://uasweekly.com/wp-content/uploads/2021/04/Embraer_and_Brazilian_Air_Force_sign_a_MoU_to_study_Unmanned_Aircraft_System-min.jpghttps://i.ytimg.com/vi/wHvZxgWQAl8/maxresdefault.jpg

Até a turbina poderia ser nacional se a gente quisesse.




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Re: PRONAE

#249 Mensagem por FCarvalho » Qui Mar 07, 2024 8:52 pm

Outro dia lendo as notícias navais, vi que a marinha turca terá um Nae, além do NMP baseado no Juan Carlos I espanhol.

O navio que está entrando em operação por agora tem demonstrado que os turcos possuem uma visão bastante ampla e objetiva de suas capacidades navais com os meios que possuem. A introdução de drones e sua operação a partir daquele navio demonstram o quão comprometidos eles estão com o projeto de uma força naval de respeito no mediterrâneo.

Mesmo que o espaço de atuação deles seja bastante restrito do ponto de vista geográfico. Mas fato é que isto não limitou, e não limita, a inventividade turca em seus projetos. Os escoltas para o futuro Nae também já estão no papel sendo projetados. Espera-se que o navio entre em operação até o final da presente década, o que acho pouco provável.

A seguir, um apontamento de futuros operadores de Nae que prometem aumentar a lista atual a partir da próxima década:

Turquia
Japão
Coréia do Sul
Austrália*

Com Índia e China se firmando como grandes operadores de frotas nucleadas em Nae e seus grupos tarefa.

Na Europa, britânicos e franceses continuam na ponta, enquanto os italianos tem o Carvour e o Trieste. A Espanha anda pensando em uma segunda unidade do seu Juan Carlos I e também em um Nae de origem, mas é provável que fiquem aquele primeiro operando os F-35B recém comprados.

A Rússia é um caso a parte, pois a situação em que se encontra não permite gastos com navios do tamanho de Nae, e seus projetos de navios de escolta não superam, até agora, as 4 mil toneladas. Os maiores navios da esquadra russa ainda são modelos dos anos 1980 modernizados e que devem dar baixa em mais alguns anos. Tempo talvez curto para se construir escoltas decentes para o futuro Nae que Vladimir Putin deseja para a marinha russa.

* a Austrália pode vir a ser o destino do Nae Príncipe de Gales da Royal Navy caso o governo britânico não encontre uma solução aceitável ao estado quase moribundo em que se encontra ambos os navios, visto a falta de verbas e de pessoal. Anotar que os australianos estão com um novo plano de expansão da marinha com cerca de 10 a 15 novos navios, além dos dois NPM baseados no projeto do JC 1 espanhol, que irão operar os F-35B propalados, também, pelo governo.

Como se pode ver, além do aumento exponencial do deslocamento dos navios de escolta em projeto ou em operação, os candidatos a donos de Nae está aumentando paulatinamente. Eu quero crer que o Brasil cedo ou tarde se verá novamente diante de uma nova escolha de Sofia para a sua esquadra, e isto irá implicar em novas escolhas, e prioridades, também.

A presença cada vez maior de navios da OTAN no Atlântico Sul, a entrada da China e os muitos investimentos feitos na costa oeste africana em portos, aeroportos e sistemas viários, com a natural presença, ainda discreta mais efetiva e real da marinha chinesa, tem de levar em algum momento o poder político do país a pensar na questão, ou arriscar novamente sermos pegos com as calças nas mãos. Poder naval não se improvisa, e muito menos esquadras. Mas já deveríamos saber isso há mais de 120 anos não é mesmo...




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Re: PRONAE

#250 Mensagem por FCarvalho » Qui Mar 07, 2024 9:11 pm

Segundo o Alte Olsen em entrevista no Roda Viva da Bandeirantes, o subnuc Alte Álvaro Alberto só deverá ser lançado ao mar em 2034... :roll:

Ou seja, temos mais 7 anos de orçamento comprometido totalmente pelo Prosub, com pouca ou nenhuma margem para outros investimentos tão importantes quanto em para diversos setores da esquadra que também demandam recursos, e que a Marinha nega peremptoriamente em virtude do que se obriga a apor naquele programa.

Então, se até 2028 cerca de 40% da esquadra vai virar sucata, e não se tem até o momento vislumbre de modificação no escopo de investimento e custeio da mesma, podemos esquecer literalmente qualquer tentativa de discussão na marinha sobre Nae até 2040, pelo menos, já que a presença operacional do submarino nuclear na esquadra irá demandar mais recursos ainda para que ele seja sustentável e de fato um ativo operacional, e não um elefante branco no porto. E nem estou considerando novas encomendas da classe Riachuelo, por mais necessárias que elas sejam, após a entrega do último navio.

Bom, a classe Tamandaré está restrita a no máximo 6 navios, que podem ser entregues, talvez, até 2031. E disso não passa. Se a MB quiser mais navios escoltas, presumivelmente irá se virar novamente para um novo processo de seleção internacional com os mesmos problemas e burocracias que o atual tem. Ou seja, a substituição de todos os navios da esquadra que até então tínhamos nos anos 1990 está praticamente descartada. As próximas aquisições de meios de superfície devem se concentrar nos 12 NaPaOc que tanto se fala, mas dos quais não há expectativa real de aquisição. Para não falar nos já caros NaPa 500BR.

Enfim, não temos como falar em Nae até o fim do atual PEM 2040, ou seja, pelos próximos 16 anos. Até lá, a única e objetiva tarefa que os futuros almirantes terão na prática e tentar não deixar a esquadra morrer de vez enquanto tal, e buscar recursos incansavelmente junto aos políticos para isso.

Com alguma sorte, nada de novo acontecerá no Atlântico Sul que justifique sobressaltos e aquisições de oportunidade pela marinha. Porque elas não existirão.

Enquanto isso o mundo gira. [002]




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Re: PRONAE

#251 Mensagem por Viking » Sex Mar 08, 2024 2:20 am

FCarvalho escreveu: Qui Mar 07, 2024 9:11 pm Segundo o Alte Olsen em entrevista no Roda Viva da Bandeirantes, o subnuc Alte Álvaro Alberto só deverá ser lançado ao mar em 2034... :roll:

Ou seja, temos mais 7 anos de orçamento comprometido totalmente pelo Prosub, com pouca ou nenhuma margem para outros investimentos tão importantes quanto em para diversos setores da esquadra que também demandam recursos, e que a Marinha nega peremptoriamente em virtude do que se obriga a apor naquele programa.

Então, se até 2028 cerca de 40% da esquadra vai virar sucata, e não se tem até o momento vislumbre de modificação no escopo de investimento e custeio da mesma, podemos esquecer literalmente qualquer tentativa de discussão na marinha sobre Nae até 2040, pelo menos, já que a presença operacional do submarino nuclear na esquadra irá demandar mais recursos ainda para que ele seja sustentável e de fato um ativo operacional, e não um elefante branco no porto. E nem estou considerando novas encomendas da classe Riachuelo, por mais necessárias que elas sejam, após a entrega do último navio.

Bom, a classe Tamandaré está restrita a no máximo 6 navios, que podem ser entregues, talvez, até 2031. E disso não passa. Se a MB quiser mais navios escoltas, presumivelmente irá se virar novamente para um novo processo de seleção internacional com os mesmos problemas e burocracias que o atual tem. Ou seja, a substituição de todos os navios da esquadra que até então tínhamos nos anos 1990 está praticamente descartada. As próximas aquisições de meios de superfície devem se concentrar nos 12 NaPaOc que tanto se fala, mas dos quais não há expectativa real de aquisição. Para não falar nos já caros NaPa 500BR.

Enfim, não temos como falar em Nae até o fim do atual PEM 2040, ou seja, pelos próximos 16 anos. Até lá, a única e objetiva tarefa que os futuros almirantes terão na prática e tentar não deixar a esquadra morrer de vez enquanto tal, e buscar recursos incansavelmente junto aos políticos para isso.

Com alguma sorte, nada de novo acontecerá no Atlântico Sul que justifique sobressaltos e aquisições de oportunidade pela marinha. Porque elas não existirão.

Enquanto isso o mundo gira. [002]
O mundo gira e a Lusitana roda. :mrgreen: :mrgreen: :mrgreen:


Voto com o relator.
[009] [009] [009]

Em minha opinião discutir sobre NAe na atual penúria e desmantelamento da MB não passa de ''conversa fiada''. :evil: :evil: :evil:


Sds




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Re: PRONAE

#252 Mensagem por FCarvalho » Sex Mar 08, 2024 9:57 pm

Viking escreveu: Sex Mar 08, 2024 2:20 am O mundo gira e a Lusitana roda. :mrgreen: :mrgreen: :mrgreen:
Voto com o relator.
[009] [009] [009]
Em minha opinião discutir sobre NAe na atual penúria e desmantelamento da MB não passa de ''conversa fiada''. :evil: :evil: :evil:
Sds
Esse é o maior perigo, meu caro Lord, para o futuro da MB como expoente do poder naval brasileiro no Atlântico Sul.

Enquanto potências estrangeiras e países com consciência naval e oceânica debatem questões geoestratégicas e geopolíticas mundiais, no Brasil nós continuamos a choramingar e lamentar nossa eterna penúria. E sem que haja de fato o propósito de mudança real do status quo.

Até que se mude este quadro de inaptidão para o debate de Estado a nível de defesa nacional, jamais sairemos da condição de anão diplomático no mundo. Porque diplomacia sem porrete por trás dela não serve para nada, e não é respeitada por ninguém.

Mas já devíamos saber disso há muito tempo.

No entanto, o Big Brother está legal para caramba. :oops: :evil: :cry: :? :roll: [005]




Editado pela última vez por FCarvalho em Sáb Mar 09, 2024 2:34 pm, em um total de 1 vez.
Um mal é um mal. Menor, maior, médio, tanto faz… As proporções são convencionadas e as fronteiras, imprecisas. Não sou um santo eremita e não pratiquei apenas o bem ao longo de minha vida. Mas, se me couber escolher entre dois males, prefiro abster-me por completo da escolha.
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Re: PRONAE

#253 Mensagem por FCarvalho » Sáb Mar 09, 2024 2:31 pm

Os observadores relataram que a implantação de porta-aviões na China está alinhada com o padrão geral, onde um terço do tempo é gasto em manutenção, um terço em treinamento e apenas um terço em implantação. “Ter três porta-aviões significa que a Marinha do PLA só pode ter um porta-aviões à sua disposição em determinado momento”, observou um especialista. Com a adição de um quarto porta-aviões, a China pretende melhorar as suas capacidades estratégicas.
https://www.cavok.com.br/china-anuncia- ... ao-nuclear

Dizem que para bom entendedor meia palavra basta. :roll:
No no caso do Brasil, dois PEAMB depois, e um Plano Estratégico da Marinha 2040 inteiro, não foram capazes capazes de explicar, pior, convencer quem de obrigação deveria zelar pelo nosso poder naval de cumprir com suas obrigações.
E ainda queremos posar de esquadra de mar azul... :?
O resto todo mundo já sabe no que deu. Ou no que não deu, para falar a verdade.




Um mal é um mal. Menor, maior, médio, tanto faz… As proporções são convencionadas e as fronteiras, imprecisas. Não sou um santo eremita e não pratiquei apenas o bem ao longo de minha vida. Mas, se me couber escolher entre dois males, prefiro abster-me por completo da escolha.
A. Sapkowski
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