DEFESA AÉREA - A Lei do Abate

Assuntos em discussão: Força Aérea Brasileira, forças aéreas estrangeiras e aviação militar.

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DEFESA AÉREA - A Lei do Abate

#1 Mensagem por FCarvalho » Sáb Mai 28, 2016 5:49 pm

Boa tarde, não encontrei um tópico específico sobre esta questão, e como a intenção não é apenas discutir a lei do abate em si, mas todos os mecanismos que a FAB/COMDABRA dispõe para as ações de defesa aérea nacional, deixo aqui esta matéria e link para a referida lei, que finalmente foi regulamentada somente em função da pressão da própria FAB sobre a presidente DR mediante a questão da Copa do Mundo de 2014.

Tirando esta questão dos jogos olímpicos e da copa, por tudo que li sobre o assunto até agora, parece que foi somente em função destes eventos internacionais que a lei foi regulamentada.

Enfim, como na práxis regular politico-institucional tupiniquim, brasileiro só fecha mesmo a porta de casa depois que é assaltado. Ainda bem que desta vez bastou o medo do assalto virar um latrocínio.

COBERTURA ESPECIAL - EVENTOS - AVIAÇÃO

12 de Maio, 2016 - 16:00 ( Brasília )
DECRETO Nº 8.758 - Íntegra Lei Abate Rio 2016
Lei do Abate sancionada para os Jogos Olímpicos e Paralímpicos Rio 2016.

http://www.defesanet.com.br/eventos/not ... -Rio-2016/

Aeronaves sujeitas à medida de destruição - Decreto 8265/14 | Decreto nº 8.265, de 11 de junho de 2014

http://www.defesanet.com.br/eventos/not ... -de-2014-/

A Lei Nº 9.614/98: considerações acerca do tiro de destruição de aeronaves consideradas hostis ao Estado
Maria Denise Abeijon Pereira Gonçalves


http://www.ambito-juridico.com.br/site/ ... o_id=11373

O assunto é muito extenso, e acredito que mereça a atenção de todos aqui que se interessam não apenas pela questão militar em si do mesmo, mas e também, pelos aspectos técnico e jurídico e operacional do mesmo.

Afinal, defesa aérea não é apenas uma questão de ter ou não ter caças, mas de tendo-os, ou não, como manter a integridade e a inviolabilidade do espaço aéreo nacional, sem o quê, com isso, abre-se não apenas uma porta, mas uma verdadeira porteira para tudo, e qualquer um, país adentro.

abs.




Um mal é um mal. Menor, maior, médio, tanto faz… As proporções são convencionadas e as fronteiras, imprecisas. Não sou um santo eremita e não pratiquei apenas o bem ao longo de minha vida. Mas, se me couber escolher entre dois males, prefiro abster-me por completo da escolha.
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Re: DEFESA AÉREA - A Lei do Abate

#2 Mensagem por Túlio » Sáb Jul 09, 2016 4:21 pm

É, mas antes de ABATER, precisa ter radarização moderna e agilidade de comunicações/decisão para poder DETECTAR e RASTREAR, depois enviar os caças e partir pros finalmentes...




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Re: DEFESA AÉREA - A Lei do Abate

#3 Mensagem por FCarvalho » Seg Jul 11, 2016 1:19 pm

Sim concordo consigo. Por isso que é preciso superar esta discussão tosca que há no Brasil de que defesa aérea se faz com caças e esquece o resto.

A FAB, conhecedora da contradição desta querela, se dispões por isso, justamente a implementar por primeiro um sistema de comando, controle e vigilância do nosso espaço aéreo ainda na década de 1960, e que hoje é o SISDABRA. Um feito único e que serve até hoje como referencia mesmo para potencias como os USA.

A notar, e lamentar, somente que em se tratando de Brasil, apesar de levamos mais de 30 anos para conseguir toda a cobertura radárica do território nacional, o sistema já está em franca obsolescência, vide que os investimentos necessários a sua constante atualização nunca foram de fato levados a efeito. Assim, quando o CINDACTA IV (sivam/SIPAM) finalmente se tornou operacional no final dos anos 90, o resto do sistema já estava superado.

Agora a FAB tenta na medida do possível atualizar o que há do sistema tanto em termos de sofware quanto de hardware. Ou sejam como dá e onde dá. No ritmo que estamos, vamos levar outros 30 anos, ou mais, para por o sistema todo no mesmo nível. Apesar disso, já ha soluções nacionais para várias áreas de aplicação e que estão sendo utilizadas, embora não na medida e temporalidade necessárias. Mas já é algo melhor que nada.

Notar que até os argentinos já algum tempo tem projetos de radares nacionais que poderiam estar nos ajudando agora a atualizar o nossos sistemas de controle do tráfego aéreo, e ainda trazer recursos e manutenção à BID, e eles tem tido um relativo sucesso com eles. Entrementes, temos a necessidade hoje, ainda, de comprar no exterior a maioria dos modelos e insumos de radares do SISDABRA.

Enfim, temos melhorado, e ainda temos muito a melhorar. Alguns passos foram dados. Estamos avançando. Mas é preciso mais que boa vontade nesta seara. O contrário disso, e seus efeitos, podem não ser contabilizados em moeda, mas vidas.

abs




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Re: DEFESA AÉREA - A Lei do Abate

#4 Mensagem por FCarvalho » Ter Nov 15, 2016 11:40 pm

Com a nova reorganização da estrutura da FAB, como será que o alto comando está penando a evolução da nossa defesa aérea, já que aparentemente teremos apenas 6 bases aéreas operacionais, com algumas contando com esquadrões de caças, outras transporte, outras ainda apenas com aeronaves ISR, e uma tantas nem mesmo com isso?.

Os tais 108 caças Gripen NG se um dia chegarem às propostas 108 undes serão realmente capazes de fazer um trabalho eficiente de defesa aérea do país, ou estaremos simplesmente dando continuação a figuração já tradicional dos últimos 75 anos?

Opiniões?

abs,




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Re: DEFESA AÉREA - A Lei do Abate

#5 Mensagem por knigh7 » Qua Nov 16, 2016 12:43 am

O Código Brasileiro Aeronáutico prevê que se possa abater aeronaves hostis ou suspeitas de tráfico. Mas não em áreas povoadas.

Na Copa e Olimpíadas eles precisaram criar uma lei específica, que permitiam o abate com mais permissividade.

Quanto a unidades de caça para interceptação há aeronaves em alerta sob o comando do Comdabra em todas as bases com caça, exceto Santa Maria, ou seja: Manaus, Anápolis, Rio de Janeiro, Canoas, Campo Grande, Boa Vista e Porto Velho. Mas os A29 também se deslocam para alerta para São Gabriel da Cachoeira, Eirunepé e Tabatinga.

Só falta na verdade ter caças de interceptação no NE. O Comdabra pode deslocar um caça para lá para ficar de alerta. Mas isso não ocorre.




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Re: DEFESA AÉREA - A Lei do Abate

#6 Mensagem por FCarvalho » Ter Jun 27, 2017 12:28 am

A notícia é recente e a FAB atuou segundo os padrões estabelecidos pelo Comaer para missões deste tipo. A saber quem realmente estava fazendo o quê.

Fosse aqui na minha região seria como um passeio no parque a meia noite. Para os estrangeiros, claro. :roll:

http://www.cavok.com.br/blog/caca-da-fa ... rasileira/

abs.




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Re: DEFESA AÉREA - A Lei do Abate

#7 Mensagem por Thor » Ter Jun 27, 2017 5:40 pm

FCarvalho escreveu:A notícia é recente e a FAB atuou segundo os padrões estabelecidos pelo Comaer para missões deste tipo. A saber quem realmente estava fazendo o quê.

Fosse aqui na minha região seria como um passeio no parque a meia noite. Para os estrangeiros, claro. :roll:

http://www.cavok.com.br/blog/caca-da-fa ... rasileira/

abs.
Se estiver dentro do envelope de interceptação dos meios disponíveis (F-5EM e A-29), e em havendo motivo, isso será feito, como sempre foi.
Não existe treinamento de interceptação com aeronaves civis, exceto se combinado com o operador, em eventos especiais (chegada voo com seleção, p.ex.). As interceptações em aeronaves civis ocorrem normalmente para identificação, a fim de confirmar qualquer desconfiança em função do comportamento ou mesmo ausência de plano de voo (aeronave desconhecida), conforme regras mundiais, e poder discricionário de nosso Estado soberano. Talvez o Argentino tenha estranhado porque isso não deve existir lá na terra dele... mas aqui no Brasil funciona, mesmo que com nossas limitações de vetores decentes.
Abraços




Brasil acima de tudo!!!
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Re: DEFESA AÉREA - A Lei do Abate

#8 Mensagem por FCarvalho » Ter Jun 27, 2017 9:51 pm

Thor escreveu:
FCarvalho escreveu:A notícia é recente e a FAB atuou segundo os padrões estabelecidos pelo Comaer para missões deste tipo. A saber quem realmente estava fazendo o quê.
Fosse aqui na minha região seria como um passeio no parque a meia noite. Para os estrangeiros, claro. :roll:
http://www.cavok.com.br/blog/caca-da-fa ... rasileira/
abs.
Se estiver dentro do envelope de interceptação dos meios disponíveis (F-5EM e A-29), e em havendo motivo, isso será feito, como sempre foi.
Sabes bem que por aqui, onde passa boi passa boiada. A FAB vez em quando pega um ou outro desprevenido, mas se formos contabilizar, são mais de mil voos irregulares todo ano só aqui na região norte, e que passam, via de regra, bem longe do alcance, ou das (poucas) bases aéreas e vetores de interceptação de que dispões a FAB por aqui. Mas fazer o quê. É assim desde sempre.

Não existe treinamento de interceptação com aeronaves civis, exceto se combinado com o operador, em eventos especiais (chegada voo com seleção, p.ex.). As interceptações em aeronaves civis ocorrem normalmente para identificação, a fim de confirmar qualquer desconfiança em função do comportamento ou mesmo ausência de plano de voo (aeronave desconhecida), conforme regras mundiais, e poder discricionário de nosso Estado soberano. Talvez o Argentino tenha estranhado porque isso não deve existir lá na terra dele... mas aqui no Brasil funciona, mesmo que com nossas limitações de vetores decentes.
Abraços

Concordo. O que falta na Argentina em termos de defesa aérea nós aqui ainda estamos segurando com unhas e dentes. Lá já era faz tempo. Mas são argentinos. Não dava para esperar muita coisa diferente em relação a nós. :mrgreen:
abs.




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Re: DEFESA AÉREA - A Lei do Abate

#9 Mensagem por FCarvalho » Dom Jul 02, 2017 12:33 pm

Do DAN. Duas notícias que tem a ver com o tópico.

http://www.defesaaereanaval.com.br/a-du ... u-do-pais/

http://www.defesaaereanaval.com.br/o-qu ... es-da-fab/

Ainda temos muitas coisas para fazer se quisermos ter uma defesa aérea de verdade. Muito mesmo.

abs.




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Re: DEFESA AÉREA - A Lei do Abate

#10 Mensagem por FCarvalho » Seg Jul 03, 2017 2:06 pm

Do DAN. Reportagem mostrando o abete de uma aeronave que servia ao tráfico em 2015 e simulação de interceptação pelo 2o/3o Gav de PV.

http://www.defesaaereanaval.com.br/imag ... -suspeito/

Mais de 2 mil interceptações desde a aprovação da Lei do Abate. Isso, embora não afirmado na reportagem, pode se presumir aos contatos do tráfico e de voos não registrados que comumente acontecem pelo Brasil inteiro, e que passam ao largo do conhecimento das autoridades aeronáuticas.

Imaginem o que não deve acontecer no nosso espaço aéreo em relação a aviação comercial e o trânsíto militar. :?

E ainda há quem diga que está sobrando AT-29 na FAB ou que 4 ou 5 esquadrões de caças tá mais do que bom para nós.

Então tá. :roll:

abs.




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Re: DEFESA AÉREA - A Lei do Abate

#11 Mensagem por FCarvalho » Qui Mar 15, 2018 9:21 pm

A quem interessar possa, a Revista Força Aérea Edição 110, em banca, está começando uma série de matérias sobre o Visão 22, começando com o Controle.
É uma reportagem bastante extensa e muito interessante para se vislumbrar a atual estrutura do SISDACTA e como a FAB planeja o seu futuro nesta aérea tão importante

abs




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Re: DEFESA AÉREA - A Lei do Abate

#12 Mensagem por FCarvalho » Sáb Abr 14, 2018 1:31 pm

Acho que esses ataques a Síria devem estar sendo acompanhados bem de perto pelo alto comando da FAB e demais forças, afim de tentar tirar alguma lição.

Mas a lição que vejo como inequívoca e que não se pode mais esconder ou disfarçar é a nossa total inépcia em relação a capacidade de nos defendermos de um ataque como esse.

Dizem que foram usados mais de 100 mísseis hoje de madrugada.

Quantos seriam necessários para por fora de combate todo o nosso sistema C2 militar com as defesas que não temos hoje?

Só pelo tamanho do país com certeza bem mais que uma centena. Acho que, no mínimo, caberia cem mísseis individualmente para cada força, apenas para eliminar sua infraestrutura de comando e controle. Nem vou contar ataques a undes de combate. Se computarmos entre bombas e mísseis, talvez ceguemos a casa do milhar.

Acho que com razão, finalmente, ao menos a FAB começou a pensar em sistemas de médio e longo alcance, enquanto MB e EB apequenam-se a auto-defesa em termos de AAe.

Rezo para que as três forças cheguem logo a um consenso sobre quem manda afinal nesse negócio de AAe. Afinal, essa não pode ser mais uma daquelas decisões que se joga mais para frente a fim de tomá-la quando a realidade orçamentária ou a boa vontade política resolverem cooperar.

abs.




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Re: DEFESA AÉREA - A Lei do Abate

#13 Mensagem por Viktor Reznov » Seg Abr 16, 2018 10:00 pm

FCarvalho escreveu:Acho que esses ataques a Síria devem estar sendo acompanhados bem de perto pelo alto comando da FAB e demais forças, afim de tentar tirar alguma lição.

Mas a lição que vejo como inequívoca e que não se pode mais esconder ou disfarçar é a nossa total inépcia em relação a capacidade de nos defendermos de um ataque como esse.

Dizem que foram usados mais de 100 mísseis hoje de madrugada.

Quantos seriam necessários para por fora de combate todo o nosso sistema C2 militar com as defesas que não temos hoje?

Só pelo tamanho do país com certeza bem mais que uma centena. Acho que, no mínimo, caberia cem mísseis individualmente para cada força, apenas para eliminar sua infraestrutura de comando e controle. Nem vou contar ataques a undes de combate. Se computarmos entre bombas e mísseis, talvez ceguemos a casa do milhar.

Acho que com razão, finalmente, ao menos a FAB começou a pensar em sistemas de médio e longo alcance, enquanto MB e EB apequenam-se a auto-defesa em termos de AAe.

Rezo para que as três forças cheguem logo a um consenso sobre quem manda afinal nesse negócio de AAe. Afinal, essa não pode ser mais uma daquelas decisões que se joga mais para frente a fim de tomá-la quando a realidade orçamentária ou a boa vontade política resolverem cooperar.

abs.
No fim as três forças vão, cada uma e sem qualquer tipo de colaboração, fazer relatórios de milhares de páginas, cada uma vai comprar doses homeopáticas de sistemas interoperabilidade nenhuma (pra formar doutrina), e vai ficar por isso mesmo. Pelo o que andei lendo, os EUA e forças aliadas usaram um ataque de saturação de 150 mísseis e os sistemas Russos e Sírios derrubaram quase 100 deles. Aqui no Brasil com metade disso dá pra destruir toda a indústria de defesa do Brasil.




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Re: DEFESA AÉREA - A Lei do Abate

#14 Mensagem por FCarvalho » Seg Abr 16, 2018 10:46 pm

Viktor Reznov escreveu:No fim as três forças vão, cada uma e sem qualquer tipo de colaboração, fazer relatórios de milhares de páginas, cada uma vai comprar doses homeopáticas de sistemas interoperabilidade nenhuma (pra formar doutrina), e vai ficar por isso mesmo. Pelo o que andei lendo, os EUA e forças aliadas usaram um ataque de saturação de 150 mísseis e os sistemas Russos e Sírios derrubaram quase 100 deles. Aqui no Brasil com metade disso dá pra destruir toda a indústria de defesa do Brasil.
Se o nosso pensamento continuar o mesmo de sempre sobre a organização da AAe, diria que até a simples ameaça do uso deste recurso contra nós já geraria uma bandeira branca de imediato.

É incrível que este tipo de discussão ainda esteja acontecendo por aqui, com cada força puxando a corda pro seu lado.

Como não temos um projeto comum de desenvolvimento e análise do problema, o cada um por si e Deus por nós todos de sempre continua.

Mas a ver pelo andar da carruagem, mesmo depois de tudo o que vimos e ouvimos nos últimos vinte e poucos anos, nada disso foi suficiente para dar a celeridade e importância que o investimento em sistemas AAe deveria ter.

E olha que hoje não teríamos muitos problema em desenvolver qualquer coisa na área. Tecnologia e conhecimento tem. Bastava querer.

Há se eu fosse o MD.... :twisted:

abs




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Re: DEFESA AÉREA - A Lei do Abate

#15 Mensagem por FCarvalho » Dom Dez 02, 2018 2:30 pm

Foi noticiado esta semana que a FAB vai adquirir 3 radares móveis através de convênio com o min seg pública.
Hoje li que estes radares seriam os GM400 da Thales.
Mas não há qualquer outra fonte indicando qual seria o tipo de radar, apenas que seriam móveis e de baixa altura.
Alguém tem informações mais concretas a despeito?

Abs




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