Guerra Colonial Portuguesa

Área destinada para discussão sobre os conflitos do passado, do presente, futuro e missões de paz

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J.Ricardo
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Re: Guerra Colonial Portuguesa

#61 Mensagem por J.Ricardo » Sex Set 18, 2020 3:25 pm

Túlio escreveu: Qua Set 16, 2020 2:48 pm Imagem[/Justificar]
Quanto mimimi "minha filha", para de chorar e vê se procura um dermatologista pra arrancar essa pereba da boca. :lol: :lol:




Não temais ímpias falanges,
Que apresentam face hostil,
Vossos peitos, vossos braços,
São muralhas do Brasil!
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Re: Guerra Colonial Portuguesa

#62 Mensagem por Túlio » Sex Set 18, 2020 3:38 pm

J.Ricardo escreveu: Sex Set 18, 2020 3:25 pm
Túlio escreveu: Qua Set 16, 2020 2:48 pm Imagem[/Justificar]
Quanto mimimi "minha filha", para de chorar e vê se procura um dermatologista pra arrancar essa pereba da boca. :lol: :lol:
Isso é um tipo de garota muito comum (infelizmente até hoje) nas redes sociais, vulgarmente conhecida como BISCOITEIRA. Tipo é bonita e/ou gostosa e publica uma foto com uma frase deprê, só pra ser "consolada" e ganhar "joinha". Sempre mantenho no topo das imgs uma de pacote de biscoito bem à mão pra quando uma aparece (é quase todos os dias). Cada resposta que nem te conto, é FLAME em instantes (defensor de biscoiteira também tem apelido mas é um palavrão dos mais cabeludos :twisted: ). Próximo arranca-rabo eu posto o tweet e as respostas... [003] [003] [003] [003]


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Re: Guerra Colonial Portuguesa

#63 Mensagem por P44 » Ter Set 29, 2020 9:55 am

Luanda 1961

O começo do fim

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Re: Guerra Colonial Portuguesa

#64 Mensagem por joaolx » Ter Set 29, 2020 9:14 pm

Angola antes da independencia:






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Re: Guerra Colonial Portuguesa

#65 Mensagem por P44 » Qui Out 08, 2020 6:52 am

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Re: Guerra Colonial Portuguesa

#66 Mensagem por P44 » Seg Nov 02, 2020 4:32 am





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Re: Guerra Colonial Portuguesa

#67 Mensagem por cabeça de martelo » Qua Nov 04, 2020 10:50 am

GUINÉ 1973 - OPERAÇÃO “ COBRA ONDULANTE “

A partir de Maio de 1973 , os aquartelamentos do exército, instalados junto á fronteira com a Guiné Conakry, encontravam se sob enorme pressão , isolados e com um sistema de defesa deficiente , comparado com o poder bélico do Paigc , fazia com que os militares do exército vivessem um verdadeiro inferno, só quem lá esteve em Guileje e Gadamael , pode descrever o sacrifício destes militares, os constantes bombardeamentos, sempre com enorme precisão, com o inimigo a utilizar Morteiros 120 , Morteiros 82 , Canhões 130 mm , e canhões sem recuo com granadas explosivas e perfurantes.
“ Apenas quem esteve em Gadamael naquele famigerado período de Junho / Julho de 1973 , pode compreender o que se passou e dar o justo valor aos que lá ficaram, resistiram e conseguiram fazer a evacuação dos mortos e feridos em tão adversas condições.”
( Cor Moura Calheiros)
No dia 1 de Junho, é ordenado ao COP4 e ao Batalhão de Caçadores Paraquedistas marcharem para Gadamael , Spínola decide enviar o Batalhão de Paraquedistas em peso para Gadamael, duas companhias são enviadas de imediato.
A CCP 122 a primeira a chegar a Gadamael, era a mais “ folgada “ , tinha tido direito a dois dias de descanso, após estar empenhada em operações.
A CCP 123 , encontrava se em operações no Cantanhez , recebeu um pré aviso de duas horas , e foi recolhida por uma LGF e uma LDM rumo a Gadamael.
A CCP 121 estava na estrada de Guidage , depois da traumática operação do cerco em Guidage .
Com constantes ações de combate e patrulhamentos fora do perímetro de Gadamael, os Paras conseguiram empurrar o inimigo para lá da fronteira, e perceber o motivo da artilharia inimiga ser tão precisa : os postos de observação e regularização de tiro , estava praticamente junto ao aquartelamento, por isso a partir de 8 de Junho a artilharia inimiga tinha já perdido a sua habitual precisão.
Só em 2 e 3 de Julho a partir das bases situadas no interior da Guiné Conakry foram feitos intensos bombardeamentos a Gadamael.
Entretanto chegada a Gadamael, a CCP 121 , vai desencadear a operação “ Cobra Ondulante “ ( 23 de Junho de 1973)
Nas cartas e fotografias aéreas eram marcados a vermelho todos os pontos suspeitos , e havia um ponto, numa zona desabitada , que provocava a suspeita no oficial de operações do BCP 12 , (Major Paraquedista Moura Calheiros ), sobre a linha da fronteira a cerca de 10 Km a sueste de Gadamael .
Havia por ali algo suspeito, com rodados de viaturas bem visíveis nas fotografias aéreas.
Foi lançada de imediato para a zona a CCP 121 a três grupos de combate, comandada pelo Tenente Paraquedista Hugo Borges ( hoje general na reforma)
Aproveitando a noite escura e a maré baixa, deslocaram se como de se fantasmas se tratassem , e no maior silêncio chegaram junto ao local suspeito .
Já na a fronteira sob a Guiné Conakry , encontraram um caminho largo com marcas recentes de rodados de viaturas.
Por ali ficaram emboscados na esperança de surpreender a passagem do inimigo, passado algum tempo , o Tenente Hugo Borges manda levantar a emboscada, e continuaram em progressão á zona suspeita .
Percorridas algumas centenas de metros , ouviram se vozes , feito o reconhecimento, deram conta que havia um quartel inimigo dispondo de uma muito boa organização no terreno e fortificação.
Entretanto aproximava se uma grande tempestade, e foi decidido esperar que esta se desencadeasse para lançar o ataque .
Aproveitado o ruído e a chuva diluviana, os homens dos grupos de combate infiltram se nas fortificações inimigas , apanhado os guerrilheiros completamente de surpresa , causando pesadas baixas e capturando armamento.
“ Quando estavam a regressar a Gadamael surgiram quatro Fiat’s .
O Tenente Hugo Borges sugeriu que bombardeassem em redor do aquartelamento que acabara de atacar .
Fizeram um bombardeamento nessa zona e em outros alvos já bem no interior da Guiné Conakry, logo desencadeando uma maciça reação da artilharia inimiga.
Apesar da distância de alguns Quilómetros a que a CCP 121 se encontrava o estrondo das armas anti aéreas era ali fortíssimo.
Subitamente, pareceu lhes ouvir um ruído de chuva, de batégas de água a caírem no solo , acontecendo também algumas pequenas explosões.
Mas não estava a chover ...... Eram as Munições explosivas que o inimigo disparava contra os Fiat’s que, não se tendo auto-destruído, estavam a cair ali, junto da Companhia! “
( Coronel Moura Calheiros)
Após esse assalto ao quartel inimigo, não houve mais contactos de fogo dos nossos grupos de combate com o inimigo.
A Batalha de Gadamael tinha sido definitivamente ganha .
Daqueles homens que efectuaram aquela operação, nenhum foi louvado ou condecorado.
( consultado o Livro “ última missão “ de Coronel Paraquedista Moura Calheiros )
Foto 1 - Armamento capturado durante a operação “ Cobra Ondulante “
Foto do livro BCP12 )
Foto 2- Militares da CCP 121 em 1973
Foto de Ramiro Padrão)

Pedro Castanheira.

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Re: Guerra Colonial Portuguesa

#68 Mensagem por cabeça de martelo » Ter Nov 10, 2020 1:39 pm

A DAMA NEGRA

Esta é uma história verdadeira, similar a muitos jovens que na década de 60/ 70 , tiveram que servir a pátria, para defender um território Português.

Neste caso a história do Alferes Miliciano Paraquedista João Carlos Adão da Fonseca, o jovem João Carlos era estudante universitário, corria atrás do sonho de se formar em Arquitetura, e quando chegou a altura , a sua altura !

Não deu o salto para França, não adiou o inadiável, apresentou se com sentido pátrio ao chamamento militar, para ele não havia dúvidas , a pátria necessitava dele , e ele , como milhares de jovens , não faltou á chamada .

Apresenta se em Abril de 1970 na Escola Prática de Infantaria em Mafra , onde irá durante três meses frequentar o Curso de Oficiais Milicianos .
Após o fim do curso , decide tomar outro rumo :

“ Quando fui para a tropa não tinha a menor ideia do que era o serviço militar . Então, apercebi me de que seria, certeza, mobilizado para África integrado numa companhia de Infantaria onde as condições não seriam as melhores; assim, procurei outros caminhos: dei o meu nome quando apareceram as listas de candidatura para os Comandos, curso de Capitães e Paraquedistas. Fiz as três provas de admissão, mas foram os Paraquedistas os primeiros a confirmarem a aprovação. Findo o curso da especialidade de Infantaria ( havia seis meses que eu chegara a Mafra) , segui para Tancos ; já era graduado em Aspirante- a- Oficial.”
( Adão Fonseca)

Em Tancos no Regimento de Caçadores Paraquedistas frequenta o 63.º curso de pára-quedismo militar, para seguidamente ser preparado para a guerra com o curso de Caçador Paraquedista.
Marcha para Moçambique em Outubro de 1971 para o BCP 32 sediado em Nacala, onde fica a comandar um pelotão de combate pertencente à 1.ª CCP.

A ÚLTIMA MISSÃO

Operação “ BRASA “ realizada na zona da Nascentes do rio Muera , entre dia 27 de Maio a 2 de Junho de 1973 , 1.ª CCP a 2 GC .

Depois de várias missões, onde viu morrer camaradas seus , viria esta operação a marcar para sempre fisicamente e psicologicamente o Alferes Adão Fonseca , que com 22 anos já era casado e pai do seu primeiro filho .

“ Já tinha realizado aquela que teria sido a minha última operação, mas o imprevisto surgiu: haveria uma intervenção numa zona tradicional de implementação das bases da Frelimo. Um outro oficial tinha se oferecido para me substituir no comando do meu pelotão, mas o Capitão não aceitou; fiquei imensamente desconsolado e apreensivo ; por fim, conformei me .”

28 de Maio de 1973

“ Um matraquear seco , vindo da mata
Á frente, ali, a cinquenta metros rajadas não assobiavam, não chicoteavam, era uma emboscada dirigida para a testa da coluna
Todos nos agachámos , quietos, tentávamos saber de onde vinham os tiros .
Ordenei ao do Morteiro - vinha logo atrás
- Varre para aquela mata !!
Uma e duas , três granadas
Vi um turra que vigiava no cimo da árvore
Lá na frente á direita saltou para o chão, porque estávamos imóveis, dissimulados entre a folhagem , caiu na linha da nossa tropa
De arma pronta aguardei o que viesse a acontecer , corria e corria em ziguezague entre os da frente
Vinha na minha direcção sem saber para onde ia
Nem sequer se apercebeu do que lhe haveria de acontecer
A dois metros , eu de pé, pernas afastadas, G3 à cinta, dedo no gatilho numa rajada de balas à queima roupa
Esvaeceu se num sopro ali mesmo que nem um ai se ouviu , a meus pés estancou de bruços aquele turra da árvore.................................

O fogo inimigo continuava , indiferente às balas que não se viam
Logo corri a berrar
Na certeza que todos me seguiriam , os da frente comigo foram , assim chegamos á mata .
Onde estava antes o inimigo que fugiu .

Estabelecida a segurança
Deitado em alerta com a arma apontada junto à orla da mata sem cara
Estava como dantes, como se nada tivesse acontecido naqueles últimos minutos.
Amansada a malta da testa , estribada a serenidade
Voltei atrás e olhei o corpo morto
Uniforme verde escuro de guerrilheiro espoliado já sem cinto e sem arma
Não parei e continuei o meu passo .

Era uma vez um rapaz como eu
Que me foi indiferente pelo traquejo de tantas lides
- os mortos eram coisas da guerra , e tudo deixou de ter interesse naquele momento
Havia um estilhaço no meu olho direito e o Ferreira tinha uma bala nas costas .

Ali mesmo naquela machamba montou se a segurança
Foi pedida a evacuação dos feridos e assim aguardámos o helicóptero
A guerra tinha acabado para nós
Aquela porcaria de mato também
A Dama Negra .....? ainda não ! “

O FERIMENTO QUE TINHA.........QUE PARECER UM FERIMENTO.

“Fomos os dois, os feridos numa emboscada; um Helicóptero com uma enfermeira Paraquedista evacuou nos do mato .
Largaram me em Mueda, e eu que tratasse de mim: fui a pé da base aérea até ao hospital.
Observaram me, puseram me um líquido e um penso no olho direito e o assunto ficou encerrado .
Depois, mandaram me embora. Ponto final. Assim fui tratado como se o meu caso fosse igual ao de uma farpa num dedo.

Regressei novamente ao aeródromo e dirigi me ao clube de oficiais.
Estava ao balcão do bar o General Comandante da região aérea vestia o fato de voo.
Olhando para mim , não me ignorou - coisa que não esqueci , disse me

- Ó rapaz, o que tens aí ?
Depois de saber o que me tinha acontecido
Apontou para um táxi aéreo que estava na pista
Mandou que o apanhasse porque ia para Nampula

Cheguei a Nampula já era de noite
Dirigi me a pé para o hospital militar, apresentei me ao oficial médico de serviço
Disse lhe que estava ferido e que era oficial , e acreditando em mim - não trazia qualquer documento nem divisa de Alferes
Mandou me para um quarto individual

Ia vestido com o meu camuflado sujo e levava uma pequena caixa de madeira - uma embalagem vazia de granadas de morteiro- onde guardava os objetos de higiene pessoal, livros , um jogo de xadrez e outras coisas que trazia comigo quando ia para os períodos operacionais de dois meses no Norte ou na região de Tete.

De manhã cedo e ainda estava a dormir
Entrou de rompante pelo quarto a Polícia Militar
Procurava o caixote de granadas de Morteiro
Esclarecido e verificado o conteúdo da embalagem
Não fui autorizado a ter no quarto aquela ameaça de perigo em Nampula - que ficava longe da guerra- eles eram uns caguinchas danados.

No dia seguinte, entrei numa carrinha e fui á consulta de Oftalmologia

- Hum.... você tem um corpo estranho na vista ....
Venha cá amanhã

Ao terceiro dia
E assim sucessivamente durante uma semana
O médico observava me e dizia me
- Hum.... você tem um corpo estranho na vista ....
Venha cá amanhã..

Estava farto daquela estupidez
Sexta feira ao fim do dia
Decido ir me embora do hospital- não tinha nada a perder
Apanhei o comboio para Nacala

Telefonei ao meu pai
Contei lhe o que tinha acontecido, que não se preocupasse
Domingo, ao fim do dia , já vestido com roupa a civil regressei ao hospital de Nampula.
Percebi que não bastava ser se um ferido para ser tratado como tal
Seria necessário parecê lo . Afinal, não houve sirenes nem ambulâncias e , além do mais, que ferido é este que se apresenta pelos próprios pés e até foge do hospital.”

Na semana seguinte, o Alferes Adão Fonseca, é com todas as mordomias colocado de imediato num avião civil , e enviado para o Hospital militar em Lisboa.

“ No Sábado em que saí do Hospital de Nampula e já em Nacala .
Telefonei para o meu pai que depois falou ao meu sogro e este, sabendo que nesse mesmo dia ia de avião para Lourenço Marques o pai do Governador Geral, contou lhe acerca da assistência médica que, até então, eu recebera.
Tendo aquele chegado a Moçambique pediu a intercessão do filho que logo telefonou ao General; este ordenou que eu fosse recambiado para Lisboa.”

Quando cheguei ao hospital da Estrela fui directo para o serviço de oftalmologia.
O médico observou me, ponderou e decidiu .
Espetou um agulhão junto ao lóbulo da orelha direita
Uma outra agulha penetrou, bem de frente pelo meu olho ferido
Escorria como se perfurasse goma arábica- coisa horrorosa
A garganta apertava e mal conseguia respirar
Queixo apoiado
O olho no vértice dum mastodôntico cone de ferro- era um íman que puxava
Eu não conseguia contrariar o deslocamento do estilhaço metálico
Sentia uma força enorme que me impelia para a frente
Resistia, cerrava os dentes, prendia a respiração
Duas mãos seguravam me a cabeça
Por fim, saiu pela íris a lasca dourada de uma bala - tinha o tamanho duma cabeça de fósforo.

Dois dias depois, foi detectada uma infeção no olho, pelo que fui internado e fiquei num quarto com duas camas, e sempre deitado, recebia soro e antibiótico.

Tendo sido atingida a retina, porque permanecesse a infeção no meu olho direito, não fosse ela passar por simpatia para a outra vista
Fizeram me uma cirurgia radical
- Deram me alta
Havia dois meses que chegara ao hospital
Tinham me colocado um implante no globo ocular, um olho falso
Quando o lavava , acabava sempre por cair no lavatório
Como se fosse uma pulga.”

De seguida o jovem Alferes solicita uma Junta médica, onde passa mais um calvário, com as burocracias que faziam de tudo , mas não protegiam os combatentes, nem respeitavam os feridos em combate.
Passou á reforma extraordinária como deficiente das Forças Armadas em Setembro de 1975

É pela portaria de 31 de Maio de 1974 , condecorado com uma Cruz de Guerra 4.ª classe .

A CRUZ DE GUERRA

“ Treinado no espírito de grupo dos Boinas Verdes
Todos éramos um só, nunca para trás alguém ficaria
Cada um no seu posto, no seu lugar
Logo aprendi a guerrilha e chamaram me cobarde
Depois herói
Uma condecoração individual?
Se nos Paras o “ corpo” mandava
E não havendo lugar para o individualismo
Sem eles eu não seria nada
Fizeram o melhor que sabiam
Sabe se lá o esforço que fizeram
Muitos ficaram sem qualquer honra
- Não ligues, não tem importância
- Então? Porque recebê-la
As condecorações são para as excepções
Comigo não houve alguma
E se houve, algo de errado correu mal
Se todos éramos um só- era esta a coesão “

Adão Fonseca , terminou com brilhantismo o curso de Arquitetura no estrangeiro, o seu olho falso já não cai no lavatório, constitui o uma família orgulhosa da sua honra e do seu espírito de sacrifício, e escreveu um livro
A pedido da família e amigos, escreveu um livro só para os familiares e os mais chegados , de uma sensibilidade e inteligência raras , nele fala da guerra , dos seus fantasmas , da Dama negra e do homem negro de minério, sem o politicamente correto , sem fanfarronice, só com a verdade da guerra , para o bem e para o mal .

HONRA SE A PÁTRIA DE TAL GENTE

Pedro Castanheira




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Re: Guerra Colonial Portuguesa

#69 Mensagem por Túlio » Ter Nov 10, 2020 2:02 pm

Tá, mas quem era a tale de Dama Negra, POWS??? [085] [085] [085] [085]




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Re: Guerra Colonial Portuguesa

#70 Mensagem por cabeça de martelo » Ter Nov 10, 2020 2:14 pm

Penso que isto seja excertos de um livro com o dito nome.




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Re: Guerra Colonial Portuguesa

#71 Mensagem por cabeça de martelo » Sáb Nov 28, 2020 7:53 am

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Re: Guerra Colonial Portuguesa

#72 Mensagem por P44 » Sáb Nov 28, 2020 11:58 am

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Só hoje me chegou às mãos um livro editado em 2007, Holocausto em Angola, da autoria de Américo Cardoso Botelho (Edições Vega). O subtítulo diz: 'Memórias de entre o cárcere e o cemitério'. O livro é surpreendente. Chocante. Para mim, foi. E creio que o será para toda a gente, mesmo os que 'já sabiam'. Só o não será para os que sempre souberam tudo. O autor foi funcionário da Diamang, tendo chegado a Angola a 9 de Novembro de 1975, dois dias antes da proclamação da independência pelo MPLA. Passou três anos na cadeia, entre 1977 e 1980. Nunca foi julgado ou condenado. Aproveitou o papel dos maços de tabaco para tomar notas e escrever as memórias, que agora edita. Não é um livro de história, nem de análise política. É um testemunho. Ele viu tudo, soube de tudo. O que ali se lê é repugnante. Os assassínios, as prisões e a tortura que se praticaram até à independência, com a conivência, a cumplicidade, a ajuda e o incitamento das autoridades portuguesas. E os massacres, as torturas, as exacções e os assassinatos que se cometeram após a independência e que antecederam a guerra civil que viria a durar mais de vinte anos, fazendo centenas de milhares de mortos. O livro, de extensas 600 páginas, não pode ser resumido. Mas sobre ele algo se pode dizer.
O horror em Angola começou ainda durante a presença portuguesa. Em 1975, meses antes da independência, já se faziam 'julgamentos populares', perante a passividade das autoridades. Num caso relatado pelo autor, eram milhares os espectadores reunidos num estádio de futebol. Sete pessoas foram acusadas de crimes e traições, sumariamente julgadas, condenadas e executadas a tiro diante de toda a gente. As forças militares portuguesas e os serviços de ordem e segurança estavam ausentes. Ou presentes como espectadores.

A impotência ou a passividade cúmplice são uma coisa. A acção deliberada, outra. O que fizeram as autoridades portuguesas durante a transição foi crime de traição e crime contra a humanidade. O livro revela os actos do Alto-Comissário Almirante Rosa Coutinho, o modo como serviu o MPLA, tudo fez para derrotar os outros movimentos e se aliou explicitamente ao PCP, à União Soviética e a Cuba. Terá sido mesmo um dos autores dos planos de intervenção, em Angola, de dezenas de milhares de militares cubanos e de quantidades imensas de armamento soviético. O livro publica, em fac simile, uma carta do Alto-Comissário (em papel timbrado do antigo gabinete do Governador-geral) dirigida, em Dezembro de 1974, ao então Presidente do MPLA, Agostinho Neto, futuro presidente da República. Diz ele: 'Após a última reunião secreta que tivemos com os camaradas do PCP, resolvemos aconselhar-vos a dar execução imediata à segunda fase do plano. Não dizia Fanon que o complexo de inferioridade só se vence matando o colonizador? Camarada Agostinho Neto, dá, por isso, instruções secretas aos militantes do MPLA para aterrorizarem por todos os meios os brancos, matando, pilhando e incendiando, a fim de provocar a sua debandada de Angola. Sede cruéis sobretudo com as crianças, as mulheres e os velhos para desanimar os mais corajosos. Tão arreigados estão à terra esses cães exploradores brancos que só o terror os fará fugir. A FNLA e a UNITA deixarão assim de contar com o apoio dos brancos, de seus capitais e da sua experiência militar. Desenraízem-nos de tal maneira que com a queda dos brancos se arruíne toda a estrutura capitalista e se possa instaurar a nova sociedade socialista ou pelo menos se dificulte a reconstrução daquela'.

Estes gestos das autoridades portuguesas deixaram semente. Anos depois, aquando dos golpes e contragolpes de 27 de Maio de 1977 (em que foram assassinados e executados sem julgamento milhares de pessoas, entre os quais os mais conhecidos Nito Alves e a portuguesa e comunista Sita Valles), alguns portugueses encontravam-se ameaçados. Um deles era Manuel Ennes Ferreira, economista e professor. Tendo-lhe sido assegurada, pelas autoridades portuguesas, a protecção de que tanto necessitava, dirigiu-se à Embaixada de Portugal em Luanda. Aqui, foi informado de que o vice-cônsul tinha acabado de falar com o Ministro dos Negócios Estrangeiros. Estaria assim garantido um contacto com o Presidente da República. Tudo parecia em ordem. Pouco depois, foi conduzido de carro à Presidência da República, de onde transitou directamente para a cadeia, na qual foi interrogado e torturado vezes sem fim. Américo Botelho conheceu-o na prisão e viu o estado em que se encontrava cada vez que era interrogado.

Muitos dos responsáveis pelos interrogatórios, pela tortura e pelos massacres angolanos foram, por sua vez, torturados e assassinados. Muitos outros estão hoje vivos e ocupam cargos importantes. Os seus nomes aparecem frequentemente citados, tanto lá como cá. Eles são políticos democráticos aceites pela comunidade internacional. Gestores de grandes empresas com investimentos crescentes em Portugal. Escritores e intelectuais que se passeiam no Chiado e recebem prémios de consagração pelos seus contributos para a cultura lusófona. Este livro é, em certo sentido, desmoralizador. Confirma o que se sabia: que a esquerda perdoa o terror, desde que cometido em seu nome. Que a esquerda é capaz de tudo, da tortura e do assassinato, desde que ao serviço do seu poder. Que a direita perdoa tudo, desde que ganhe alguma coisa com isso. Que a direita esquece tudo, desde que os negócios floresçam. A esquerda e a direita portuguesas têm, em Angola, o seu retrato. Os portugueses, banqueiros e comerciantes, ministros e gestores, comunistas e democratas, correm hoje a Angola, onde aliás se cruzam com a melhor sociedade americana, chinesa ou francesa.

Para os portugueses, para a esquerda e para a direita, Angola sempre foi especial. Para os que dela aproveitaram e para os que lá julgavam ser possível a sociedade sem classes e os amanhãs que cantam.

Para os que lá estiveram, para os que esperavam lá ir, para os que querem lá fazer negócios e para os que imaginam que lá seja possível salvar a alma e a humanidade. Hoje, afirmado o poder em Angola e garantida a extracção de petróleo e o comércio de tudo, dos diamantes às obras públicas, todos, esquerdas e direitas, militantes e exploradores, retomaram os seus amores por Angola e preparam-se para abrir novas vias e grandes futuros. Angola é nossa! E nós? Somos de quem?

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Re: Guerra Colonial Portuguesa

#73 Mensagem por Túlio » Sáb Nov 28, 2020 7:27 pm

Mudei de tópico porque a minha resposta tem mais a ver com este:
cabeça de martelo escreveu: Sáb Nov 28, 2020 2:47 pm Vossa excelência tem toda a razão! :oops:
Outra coisa que notei é que os tugas falam em Angola e Moçambique como se fossem os únicos a terem tocado o horror por lá.

QUÁ! :mrgreen:

Dos Cubanos todos sabem, mas quantos sabem DOS BRAZUCAS? Teve desde xovem "bem nascido" (sempre é, pobre não tem tempo para essas frescuragens de querer salvar o mundo porque as contas a mamãe e a vovó pagam) indo participar das discussões (e a maioria quase tinha um troço quando lhes mandavam pegar num AK e ir pra guerra, porque gente só pra FALAR tinha sobrando) e volta e meia acabavam mal (como a citada tuga, que não foi assassinada e sim presa e EXECUTADA num dos muitos EXPURGOS que todo mundo (menos os xovens "bem nascidos") sabe que SEMPRE sucedem às revoluções que dão certo, simplesmente porque não tem tanta vaga para cacique e ninguém quer ser índio, só descobrem (muitos, muitas e muites TARDE DEMAIS :twisted: ) quando já estão no Paredón). A tale tentou dar "gópi du béim" no véio Agostinho e errou o pulo, o que costuma ser meio DARWINIANO nesses casos. Bueno, tem lugares neste planeta onde TROUXA dança logo... :lol: :lol: :lol: :lol:

Mas o interessante mesmo eu li num livro que procuro faz horas e não consigo achar, deve estar em algum lugar. É de um ex-Delegado do DOPS (um dos equivalentes da PIDE aqui) nos tempos da Dita Dura e que menciona umas "brincadeirinhas" bem curiosas que fizeram aquando da tentativa de golpe e posteriores expurgos lá, tipo matar uns caras, explodir umas bombinhas, coisas divertidas, em suma. Mas o que estou procurando - e só paro quando achar o livro, nem que tenha de comprar de novo - mesmo é ver se ele diz COMO conseguiram se infiltrar num lugar onde o idioma é tão diferente do nosso. Minha resposta pessoal mas, naturalmente, sem base sólida (ainda) é que tinha tanto mauricinho e patricinha brazuca pegando carona na revoluffão que queriam fazer aqui que puderam passar despercebidos.

E ainda fico com uma segunda questão em aberto, e para esta sequer sei de livro que responda (no dos FLECHAS, que tenho, não li nada de conclusivo a respeito), que seria sobre se Portugal não teve participações assim também, uma versão antiga das Black Ops, no citado "gópi"...


PS.: me empolguei e fui ler OS FLECHAS de novo (incrível quanta info de primeira eu esqueci, ser véio é sodas), o do Delegado ainda não achei.




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Re: Guerra Colonial Portuguesa

#74 Mensagem por Túlio » Sáb Nov 28, 2020 10:49 pm

Aliás, (ainda relendo) cada vez me convenço mais de que a Amazônia é a nossa Angola (os tugas de antanho não a viam como "colómnia" mas como Terra Pátria, ou seja, uma parte integrante de Portugal, não um domínio qualquer para sugar oiro e sei lá mais o que) e que os inimigos eram (e são) os mesmos. Lembrar, Kennedy (DP) fez a mais profana das alianças com a URSS no Conselho de Segurança da ONU para fazer com que Portugal se tornasse praticamente um País-pária.

Parece que somos os próximos, lamento dizer. Mas achei legal ter uns insights sobre o real valor dos FLECHAS, especialmente por não fazerem parte do Exército e sim de um serviço especializado em Inteligência. É possível que, se vencer a PREGUIÇA, eu escreva mais aprofundadamente a respeito.




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Re: Guerra Colonial Portuguesa

#75 Mensagem por joaolx » Dom Nov 29, 2020 8:19 am

Túlio escreveu: Sáb Nov 28, 2020 10:49 pm
Aliás, (ainda relendo) cada vez me convenço mais de que a Amazônia é a nossa Angola (os tugas de antanho não a viam como "colómnia" mas como Terra Pátria, ou seja, uma parte integrante de Portugal, não um domínio qualquer para sugar oiro e sei lá mais o que) e que os inimigos eram (e são) os mesmos. Lembrar, Kennedy (DP) fez a mais profana das alianças com a URSS no Conselho de Segurança da ONU para fazer com que Portugal se tornasse praticamente um País-pária.

Parece que somos os próximos, lamento dizer. Mas achei legal ter uns insights sobre o real valor dos FLECHAS, especialmente por não fazerem parte do Exército e sim de um serviço especializado em Inteligência. É possível que, se vencer a PREGUIÇA, eu escreva mais aprofundadamente a respeito.
Túlio o Estado Novo não era nem nunca foi o "monólito" de pensamento único que muitas vezes erradamente agora se querer dar a entender, havia dentro dele muita discussão sobre o destino a dar ás colonias neste mundo que emergiu da WW2. Desde quem assumisse que o melhor era deixar as mesmas e investir tudo a fim de desenvolver a metrópole até aos partidários do "Portugal do Minho a Timor", tendo entre estes dois extremos partidários de autonomias e federalismos em diversos graus.

Ao contrario do que a muita propaganda neocom gosta de propalar para dar a ideia que Portugal vivia á conta de explorar as colonias, a realidade é que de todas as colonias só Angola e Moçambique tinham saldos positivos e reais perspectivas de sucesso como estados independentes, todas as outras eram de uma forma ou de outra financiadas pela metrópole...

O grande e incontornável problema sempre foi o que fazer aos colonos de origem europeia e que residiam e trabalhavam, muitos deles já tinham nascido nesses territórios e nunca tinham sequer estado no Portugal europeu...

Com Marcello Caetano a autonomia progressiva com vista á independência era já um facto, tendo Angola e Moçambique ascendido com a revisão constitucional de 71 ao estatuto de estados...A transição pacifica e ordeira era possivel...Em 74 a guerra em Angola estava dominada...

Ora tal não interessava ás potencias que miravam as riquezas destes territorios...E que apressaram o seu plano...

O que aconteceu depois já sabes...

Ambos os povos, europeu e africano, foram traídos, por pseudoelites que não representavam a sua vontade, nem num caso nem noutro...Como é patente nesse vergonhoso documento acima publicado pelo P44...Centenas de milhares de retornados, guerra civil, morte e miséria, foi o amargo preço dos "amanhãs que cantam"...Cá e lá...

Num país sério o autor dessa carta tinha sido fuzilado, por cá optou-se pelo perdão e alguns ainda foram agraciados...Como heróis da liberdade...

A amizade entre os povos essa perdura tal como a língua que nos une...Basta veres no youtube vídeos da vitoria de Portugal no Euro 2016 e as manifestações de alegria em Luanda, em Dili, etc...

Podes ter a certeza que entre os mais velhotes há muitos que têm muitas saudades do tempo em que a bandeira verde e rubra ondulava por aquelas paragens...




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