Defesa das Fronteiras Terrestres

Assuntos em discussão: Exército Brasileiro e exércitos estrangeiros, armamentos, equipamentos de exércitos em geral.

Moderadores: J.Ricardo, Conselho de Moderação

Mensagem
Autor
JL
Sênior
Sênior
Mensagens: 1960
Registrado em: Dom Nov 14, 2004 9:17 pm
Localização: Santos
Agradeceram: 63 vezes

Defesa das Fronteiras Terrestres

#1 Mensagem por JL » Qua Set 30, 2015 9:21 am

Resolvi abri este tópico depois de ler uma notícia publicada no site www.defesaaereanaval.com.br, sobre um transporte de um carro de combate M 60 para a região norte, recentemente a mídia divulgou que a Venezuela estava transportando mísseis antiaéreos para as fronteiras, inclusive a brasileira, nas fotografias apareceu o antigo sistema russo S 125 Pechora, cheguei a comentar isto em um outro tópico. Mas o caso é que temos vizinhos meio nervosos, cito o Maduro na Venezuela e o Evo Morales, que também gosta de fazer demonstrações de força com exercícios militares, procurem no google o exercício militar SUMA´J WAYRA, apesar das armas usadas é um exercício bem ao estilo iraniano de mídia. Então abri o tópico para conversarmos sobre o o tema delicado que é as hipóteses de conflito sul americano. Aqui vai o link, veja lá no norte já opera uma unidade de Cascavel e parece que tem locais com terrenos adequados ao uso de carros de combate e lembro que o adversário é o T 72 chavista, será que o M 60 dá conta?

http://www.defesaaereanaval.com.br/9o-g ... boa-vista/




Dos cosas te pido señor, la victoria y el regreso, pero si una sola haz de darme, que sea la victoria.
Avatar do usuário
delmar
Sênior
Sênior
Mensagens: 5240
Registrado em: Qui Jun 16, 2005 10:24 pm
Localização: porto alegre
Agradeceram: 501 vezes

Re: Defesa das Fronteiras Terrestres

#2 Mensagem por delmar » Qua Set 30, 2015 4:43 pm

Já estive na fronteira do Brasil com a Venezuela,fomos até a cidade venezuelana de Santa Helena de Uairen que é, ou era, uma zona de livre comércio. Este caminho é a unica ligação terrestre entre o Brasil e a Venezuela. No lado brasileiro fica a cidade de Pacaraima. A linha divisória está num planalto a mais de 900 metros de altitude onde estão a duas cidades. Para ir de Boa Vista, capital de RR, até a fronteira é similar a ir do Rio de Janeiro a Petrópolis. A estrada segue por uma planície, sem floresta, até chegar perto da fronteira, quando começa a serra e uma subida acentuada até o topo.
Se o Brasil e a Venezuela posicionarem blindados na fronteira poderia haver sim um confronto, penso que a escolha é nossa. É muito mais fácil um blindado seguir a rodovia em direção ao interior da Venezuela que o contrário, pois o planalto continua na direção norte.
Já da Venezuela para o Brasil, logo após o fim da zona urbana de Pacaraima começa a descida da serra. A estrada poderia ser cortada em vários pontos com a derrubada de barreiras. Viaturas poderiam retidas por lá por muito tempo, mesmo com um efetivo reduzido de soldados.




Todas coisas que nós ouvimos são uma opinião, não um fato. Todas coisas que nós vemos são uma perspectiva, não a verdade. by Marco Aurélio, imperador romano.
JL
Sênior
Sênior
Mensagens: 1960
Registrado em: Dom Nov 14, 2004 9:17 pm
Localização: Santos
Agradeceram: 63 vezes

Re: Defesa das Fronteiras Terrestres

#3 Mensagem por JL » Qua Set 30, 2015 10:49 pm

Obrigado pelo comentário Delmar, parece que tem unidades com Cascavel no local, o que o Exército brasileiro tem nestas bandas.




Dos cosas te pido señor, la victoria y el regreso, pero si una sola haz de darme, que sea la victoria.
Avatar do usuário
Lucas Lasota
Avançado
Avançado
Mensagens: 692
Registrado em: Ter Nov 10, 2009 9:23 pm
Agradeceram: 91 vezes

Re: Defesa das Fronteiras Terrestres

#4 Mensagem por Lucas Lasota » Qui Out 01, 2015 6:02 am

Creio que a operação logística envolvendo o M-60 não tem a ver com os últimos movimentos da Venezuela, até porque seu planejamento envolve muito tempo, ou seja, algo pensado antes dos últimos acontecimentos.

Por outro lado, a defesa das fronteiras no sentido conceitual que englobe a "Defesa Nacional" e "Segurança Nacional", entrou de vez na atenção estratégica do EB e é provável que vejamos mais e mais operações logísticas como esta.




Avatar do usuário
FCarvalho
Sênior
Sênior
Mensagens: 36382
Registrado em: Sex Mai 02, 2003 6:55 pm
Localização: Manaus
Agradeceram: 3144 vezes

Re: Defesa das Fronteiras Terrestres

#5 Mensagem por FCarvalho » Qui Out 01, 2015 2:15 pm

Em termos gerais, para vislumbrar o que temos e o que teremos em termos de defesa fronteiriça é bom dar uma olhada no conceito do SISFRON.
A partir dele o EB espera implementar a sua estratégia de mobilidade, de acordo com as condicionantes de cada região fronteiriça.
Em todo caso, no estado de Roraima, existe apenas um Btl inf slv da 1a Bgda Inf Slv, e cerca de 6/8 PEF's subordinados naquele estado. Há também um esq cav mec com EE-9 Cascavel e EE-11 Urutu. Mas por seu quantitativo diminuto, é pouco expressivo e operacionalmente duvidoso em termos de capacidade militar. É mais para constar e "manter doutrina".
De resto, qualquer coisa que aconteça naquela área, a mais extrema ao norte do país. vamos ficar na dependência do envio de reforços das FAR-E, e depois, sei lá porque, das tropas do CMA/CMN.
Aliás, até prova em contrário, eu não entendo até hoje o porque de o EB priorizar, no caso da região norte, o envio de tropas pqdt's e aeromóveis para o local, distantes uns 3.500kms, e só depois disso começar a mover as próprias tropas da região. Não vejo nenhuma lógica nisso. Mas é o que se treina fazer, e é o que se faz de fato.
Em Manaus existe o 1o BIS, que é, salvo engano, a única OM de pronto emprego de infantaria de toda a região. E também o 1o/9o Gav equipado com os C-105 Amazonas além do 4o BAvex.
SE alguém quiser, ou puder me explicar esta lógica, meio que inversa, agradeço.

ps: esqueçam esse negócio de o enviar CC's e/ou bldos para a região norte. Na atual, e futura, situação em que se encontra o EB, levaríamos semanas entre preparo, envio, chegada e apronto destes veículos em direção à fronteira. Quando e se houver problemas aqui, vamos depender exclusivamente, em termos práticos, da nossa infantaria de slv. E de outras infantarias que vierem em seu apoio. O resto da história, a gente já sabe.

abs.




AVATAR INSERIDO PELA MODERAÇÃO

(pode ser substituído sem problemas)
Avatar do usuário
denilson
Sênior
Sênior
Mensagens: 1426
Registrado em: Qui Ago 13, 2009 9:10 pm
Agradeceram: 137 vezes

Re: Defesa das Fronteiras Terrestres

#6 Mensagem por denilson » Qui Out 01, 2015 3:53 pm

delmar escreveu:Já estive na fronteira do Brasil com a Venezuela,fomos até a cidade venezuelana de Santa Helena de Uairen que é, ou era, uma zona de livre comércio. Este caminho é a unica ligação terrestre entre o Brasil e a Venezuela. No lado brasileiro fica a cidade de Pacaraima. A linha divisória está num planalto a mais de 900 metros de altitude onde estão a duas cidades. Para ir de Boa Vista, capital de RR, até a fronteira é similar a ir do Rio de Janeiro a Petrópolis. A estrada segue por uma planície, sem floresta, até chegar perto da fronteira, quando começa a serra e uma subida acentuada até o topo.
Se o Brasil e a Venezuela posicionarem blindados na fronteira poderia haver sim um confronto, penso que a escolha é nossa. É muito mais fácil um blindado seguir a rodovia em direção ao interior da Venezuela que o contrário, pois o planalto continua na direção norte.
Já da Venezuela para o Brasil, logo após o fim da zona urbana de Pacaraima começa a descida da serra. A estrada poderia ser cortada em vários pontos com a derrubada de barreiras. Viaturas poderiam retidas por lá por muito tempo, mesmo com um efetivo reduzido de soldados.
Não é "só" isso, depois do planalto em direção a Boa Vista tem o Lavrado, nele só é possível trafegar pelas rodovias, qualquer saída de estrada pode se transformar num atoleiro impossível de ser superado, por causa do terreno arenoso e úmido. No lavrado qualquer força mecanizada é um alvo fácil de ser plotado pois só poderá utilizar as estradas existentes e por causa da topografia plana e vegetação rasteira pode ser vista de longe.




Avatar do usuário
delmar
Sênior
Sênior
Mensagens: 5240
Registrado em: Qui Jun 16, 2005 10:24 pm
Localização: porto alegre
Agradeceram: 501 vezes

Re: Defesa das Fronteiras Terrestres

#7 Mensagem por delmar » Qui Out 01, 2015 6:28 pm

O pessoal que mora no interior de Roraima, na regiao da savana o chamado Lavrado, conhece de longe os atoleiros pela vegetacao que cresce naqueles lugares. A cor e o tipo de capim e diferente, talvez pela existencia de agua proxima a superficie. Eu nao via nada de especial, andando no campo fora da estrada, mas o motorista fazia desvios dizendo " Ali onde tem aquele capim mais verde, e fininho, e um atoleiro". Eu, forasteiro no local, nao via nada muito diferente. Ou seja, contando com pessoas do local como guias nos poderemos nos movimentar no lavrado, ja um exercito de fora, sem guias, vai afundar por la em pouco tempo.




Todas coisas que nós ouvimos são uma opinião, não um fato. Todas coisas que nós vemos são uma perspectiva, não a verdade. by Marco Aurélio, imperador romano.
Avatar do usuário
delmar
Sênior
Sênior
Mensagens: 5240
Registrado em: Qui Jun 16, 2005 10:24 pm
Localização: porto alegre
Agradeceram: 501 vezes

Re: Defesa das Fronteiras Terrestres

#8 Mensagem por delmar » Qui Out 01, 2015 6:37 pm

FCarvalho escreveu:Em termos gerais, para vislumbrar o que temos e o que teremos em termos de defesa fronteiriça é bom dar uma olhada no conceito do SISFRON.
A partir dele o EB espera implementar a sua estratégia de mobilidade, de acordo com as condicionantes de cada região fronteiriça.
Em todo caso, no estado de Roraima, existe apenas um Btl inf slv da 1a Bgda Inf Slv, e cerca de 6/8 PEF's subordinados naquele estado. Há também um esq cav mec com EE-9 Cascavel e EE-11 Urutu. Mas por seu quantitativo diminuto, é pouco expressivo e operacionalmente duvidoso em termos de capacidade militar. É mais para constar e "manter doutrina".
De resto, qualquer coisa que aconteça naquela área, a mais extrema ao norte do país. vamos ficar na dependência do envio de reforços das FAR-E, e depois, sei lá porque, das tropas do CMA/CMN.
Aliás, até prova em contrário, eu não entendo até hoje o porque de o EB priorizar, no caso da região norte, o envio de tropas pqdt's e aeromóveis para o local, distantes uns 3.500kms, e só depois disso começar a mover as próprias tropas da região. Não vejo nenhuma lógica nisso. Mas é o que se treina fazer, e é o que se faz de fato.
Em Manaus existe o 1o BIS, que é, salvo engano, a única OM de pronto emprego de infantaria de toda a região. E também o 1o/9o Gav equipado com os C-105 Amazonas além do 4o BAvex.
SE alguém quiser, ou puder me explicar esta lógica, meio que inversa, agradeço.

ps: esqueçam esse negócio de o enviar CC's e/ou bldos para a região norte. Na atual, e futura, situação em que se encontra o EB, levaríamos semanas entre preparo, envio, chegada e apronto destes veículos em direção à fronteira. Quando e se houver problemas aqui, vamos depender exclusivamente, em termos práticos, da nossa infantaria de slv. E de outras infantarias que vierem em seu apoio. O resto da história, a gente já sabe.

abs.
Levaram, para treinamento, um M-60 de Campo Grande para Roraima. Foram 17 dias de viagem. Podemos dizer que em tres semanas seria possivel deslocar parte dos M-60 de Campo Grande ate Roraima.




Todas coisas que nós ouvimos são uma opinião, não um fato. Todas coisas que nós vemos são uma perspectiva, não a verdade. by Marco Aurélio, imperador romano.
Avatar do usuário
gabriel219
Sênior
Sênior
Mensagens: 13519
Registrado em: Qui Abr 18, 2013 9:03 am
Agradeceram: 2306 vezes

Re: Defesa das Fronteiras Terrestres

#9 Mensagem por gabriel219 » Qui Out 01, 2015 10:37 pm

Eu já estudei bastante a região. Seria um erro enorme avançar com blindados até Boa vista pela Br-174, único meio de entrada e saída da Venezuela. Mesmo que tragam Pechoras e os 23 mm, nossos R-99 dariam um belo apoio para os AMX usarem os MAR-1 quando estiverem prontos.

A região tem elevações, local fértil para manobras dos AH-2. Apesar os T-72 possuiem blindagem reativa, os Ataka-V ou bombas guiadas por laser disparados dos A-29 ou AMX seriam nossas principais armas contra os mesmos.

Os EE-9 poderiam avançar pelos flancos, passando pelo rio que fica as madgens de Boa vista. Estacionando tropas do Btl de inf Sl Aeromóvel nas regiões próximas, com apoio de outras unidades para impedir o avanço de infantaria até Boa vista.

A Venezuela poderia utilizar seus Su-30 para tentar proteger sua coluna blindada, ai teríamos que usar táticas bem refinadas com os F-5EM e os E-99, tentar jammear os radares dos Su-30 ou levar os F-5 até um ponto cego.

Creio que o maior perigo em relação a Venezuela são seus Su-30, de resto...

Abs.




Marechal-do-ar
Sênior
Sênior
Mensagens: 8789
Registrado em: Qua Set 10, 2003 8:28 pm
Agradeceram: 419 vezes

Re: Defesa das Fronteiras Terrestres

#10 Mensagem por Marechal-do-ar » Qui Out 01, 2015 10:50 pm

Eu não conheço essa região de Boa Vista, mas, pela descrição, os T-72 com o devido suporte das demais armas venezuelanas avançariam sem dificuldade por esse trecho...

Mas, por que fariam isso? Até onde sei não temos nada de valioso por lá e ainda seria preciso percorrer mais milhares de quilômetros até algum alvo de valor, levando defesa a sério ou não o Brasil ainda é um gigante, um ataque em uma região remota provocaria uma retaliação, que poderia chegar algum tempo depois e com muito mais poder de fogo do que o disponível atualmente no país, quem atacar Boa Vista precisa estar preparado para a jornada de milhares de quilômetros até pontos importantes para vencer antes da retaliação, e não acho que a Venezuela tenha condições disso.




"Quando um rico rouba, vira ministro" (Lula, 1988)
Avatar do usuário
gabriel219
Sênior
Sênior
Mensagens: 13519
Registrado em: Qui Abr 18, 2013 9:03 am
Agradeceram: 2306 vezes

Re: Defesa das Fronteiras Terrestres

#11 Mensagem por gabriel219 » Qui Out 01, 2015 11:10 pm

Nem tanto Marechal. Os T-72 venezuelanos estão em regimentos próximos da Colômbia e da Guiana, um pouco longe da fronteira. Levaria um dia ou mais para move-los até Normandia e passar a fronteira pela BR-174.

Se soubemos dos Pechora se movendo para perto de nossa fronteira por simples civis, nossa inteligência já deveria ter sabido disso bem antes. 1 dia de antecedência é o suficiente para mover os A-29 e os Ah-2 até Boa Vista, junto com um destacamento a mais de F-5, os posicionando em São Gabriel da Cachoeira e Boa vista, com 2 E-99 em voo de vigilância, trocando turno com outros 2.

Já daria para movimentar tropas e despacha-las usando os C-105 e até mesmo os EC-725. Eu faria um salto com forças especiais para regiões próximas á cidade fronteiriça, que já seria evacuada. Moveria algumas peças de 120 mm (morteiros) e 105 mm do GAC Sl. Os EE-9 seriam posicionados nos flancos da BR-174, sendo camuflados em matas próximas com redes de camuflagem, esperando serem empregados.

Não sei se um APFSDS 90 mm seria o suficiente para penetrar um T-72B1 com blindagem reativa, mas é o suficiente para atingir as polias e imobilizar os blindados. Ao menos para deixa-los vulneráveis aos A-29 e aos AH-2, caso não desse tempo da chegada dos AMX. Se não der tempo, poderíamos utilizar Forças Especiais para tentar abater os Pechoras, usando peças de artilharia ou até mesmo infiltração s disparos a distância com mísseis anticarro para inutilizar a viatura radar e diretora de tiro, sair do local em segurança e serem resgatados por BH's.

Acabando com a cobertura antiaérea dos Pechora, os A-29 poderam atingi-los com bombas a mais de 5 km de altitude, fugindo do alcance dos Igla e dos Zhu-23. Ai vira questão de tempo.

A maior preocupação seria os Su-30. A própria invasão terrestre poderia ser distração para um ataque com os Su-30 em regiões como base naval, bases aéreas e outros alvos e estruturas estratégicas, como hidrelétricas.

Isso seria tarefa dura para os F-5, mas com ajuda dos E-99 e jammers, talvez possamos diminuir a desvantagem ou ficar em vantagem.

Outra medida seria utilizar os P-3AM como bombardeiros, usando os Harpoon para atacar bases aéreas que possam abrigar os Su-30. Junto com os AMC atacando bases próximas as fronteiras, para inutilizarem o uso dos LIFT deles.

Temos apenas 2 problemas: tempo de mobilização e os Su-30

Abs




Marechal-do-ar
Sênior
Sênior
Mensagens: 8789
Registrado em: Qua Set 10, 2003 8:28 pm
Agradeceram: 419 vezes

Re: Defesa das Fronteiras Terrestres

#12 Mensagem por Marechal-do-ar » Qui Out 01, 2015 11:33 pm

gabriel219 escreveu:Não sei se um APFSDS 90 mm seria o suficiente para penetrar um T-72B1 com blindagem reativa, mas é o suficiente para atingir as polias e imobilizar os blindados.
Frontalmente nem a queima roupa, quanto a imobiliza-los, ai é contar com a sorte, eles precisam estar distantes o bastante dos T-72 para atacarem antes de serem detectados mas não distantes demais a ponto de não acertarem nada ou não ter efeito, e seria uma missão suicida.

E tudo isso contando que os Venezuelanos vão atacar pela estrada, se eu estivesse do lados deles coordenando o ataque eu atacaria pela estrada, mas não só pela estrada, em especial, se a estrada estiver em alguma espécie de planalto ou planície faria uma linha cobrindo uma grande área aos dois lados da estrada de forma a impedir ataques pelos flancos.




"Quando um rico rouba, vira ministro" (Lula, 1988)
Avatar do usuário
gabriel219
Sênior
Sênior
Mensagens: 13519
Registrado em: Qui Abr 18, 2013 9:03 am
Agradeceram: 2306 vezes

Re: Defesa das Fronteiras Terrestres

#13 Mensagem por gabriel219 » Qui Out 01, 2015 11:47 pm

Em uma dessas conversar de domingo, um amigo meu, militar aposentado, deu uma ideia para o SISFRON e pronto resposta a ameaça de invasões pelas fronteiras, no que seria uma reformulação dos Batalhões Especiais de fronteira. Achei interessante:

Toda a Brigada próxima a fronteira teria seus batalhões de infantaria de fronteira, ao todo 31 batalhões, sendo que cada um tomaria conta de cerca de 500 km da faixa de fronteira.

Seriam organizados com Cia's de fuzileiros com bases separadas próximas as fronteiraa e contariam com uma esquadra de aviação com 4 helis (poderiam ser os Huey modernizados, mais uns 22 Venom's adquiridos, complementados pelos Panteras e Esquilos que já estariam substituídos por outros modelos, ou seja, 2 de transporte e capacidade de apoio de fogo - huey e venom -, um para transporte - Pantera - e outro para transporte rápido e ataque com mísseis anticarro). Em tempos de paz, seriam usados para patrulha. Ou seja:

4 Cia's de fuzileiros com bases separadas (dispostas de uma forma em que cada uma fique responsável por 125 km);
1 Esq de Helis que ficaria no hq do Btl, separado das Cia's (atrás delas).
Cada cia com vant com alcance de 150 km;
1 Reg de Cavalaria, com EE-11 recauchutados (poderiam colocar aquela torre de 20 mm que os Venezuelanos usam), M-113 e EE-9 para pronto emprego, junto com 1 Gepard (não seria usado para fins anti-aéreos, quem viu o Shilka sendo utilizado na Síria entenderá), com alguns Leo 1A5; e
1 bateria de artilharia de campanha com peças de 155 mm de segunda mão (M198?) e lançadores múltiplos de foguetes mais leve, tipo um Astros mini.

Cada Cia de Fuzileiros dispondo de 3 Plt de Fz, 1 Pl de Ap Fg, 1 Bia de Mrt e 1 Pl de Epl (utilizando alguns Marruá para patrulha). No hq do Btl haveria um Grupo de Força de pronto emprego de rastreiamento, que seriam transportados pelo Pantera.

Os Plt de Fuz poderiam dispor de bases móveis ao longo da fronteira. Teriam a mesma organização, 3 GC's, 1 GApFg e 1 GAnti carro, adicionando apenas um Grupo de esclarecimento, dotado de drones portáteis e sistema de comunicação com outras forças, como tendo acesso a informações de vants ou aeronaves de patrulha da FAB que estejam usando câmeras flir, utilizando um computador móvel (tablet?) para acessar as informações. Sendo os GC's com uma formação de 13 homens, com 3 esquadras, sendo uma esquadra portando Fn Minimi e as outras duas com IA2 FAP.

Claro, isso ficaria mais caro de se fazer, embora tais unidades operariam como infantaria leve, achando o inimigo e impedindo seu avanço, com apoio de helis e blindados se necessário. Sendo forças com capacidade de mobilização inferior á 15 horas.

Teria equipamentos que já estariam sendo substituídos por outros meios (EE-11 e EE-9 pelo Guarani, Panther por BH ou EC-725, Esquilo e Huey por um vetor parecido talvez o EC-645, M-113 pelo VBTP-SL ou Marder, Leo1A5 por VBC CC novo ou Leo 2A4/A5/A6 e Gepard pelos Pantsir sob lagartas talvez).

Não sei se a ideia maluca. Eu achei interessante, porém complexa. Outra ideia seria o uso extensivo de balões com câmeras e radares SAR para vigilância e apoio aos Btl's Inf Fron.

Gostaria da opiniões de alguns, a respeito disso.

Abs.




Avatar do usuário
gabriel219
Sênior
Sênior
Mensagens: 13519
Registrado em: Qui Abr 18, 2013 9:03 am
Agradeceram: 2306 vezes

Re: Defesa das Fronteiras Terrestres

#14 Mensagem por gabriel219 » Sex Out 02, 2015 12:00 am

Marechal-do-ar escreveu:
gabriel219 escreveu:Não sei se um APFSDS 90 mm seria o suficiente para penetrar um T-72B1 com blindagem reativa, mas é o suficiente para atingir as polias e imobilizar os blindados.
Frontalmente nem a queima roupa, quanto a imobiliza-los, ai é contar com a sorte, eles precisam estar distantes o bastante dos T-72 para atacarem antes de serem detectados mas não distantes demais a ponto de não acertarem nada ou não ter efeito, e seria uma missão suicida.

E tudo isso contando que os Venezuelanos vão atacar pela estrada, se eu estivesse do lados deles coordenando o ataque eu atacaria pela estrada, mas não só pela estrada, em especial, se a estrada estiver em alguma espécie de planalto ou planície faria uma linha cobrindo uma grande área aos dois lados da estrada de forma a impedir ataques pelos flancos.
A parte inicial, depois de Normandia, são áreas abertas com planícieis por alguns km, mas vai afunilando, com matas mais próximas a pista e ai é que seria o ponto alto para os EE-9.

Há uma parte, uns 25 km a dentro, com alguns lugares altos com matas. Quem veio da fronteira não pode contornar, mas quem vem de boa vista consegue chegar até ambos os flancos. Pelo direito por estradas de terra e pelo esquerdo pelo Rio. Se quiser, chega até a retaguarda. Mas, para isso, precisaremo reforçar infantaria nos flancos para segurar as áreas e impedir que a infantaria deles cheguem até já, único meio para proteção dos flancos.

Os EE-9 já estariam estacionados no local, camuflados na vegetação, disparando de dentro da mata (local já seria preparado para disparo, cortando algumas árvores, e recuo de ré até uma posição que o contato visual seja zero). Seria mover os Cascavéis até lá, esperar a opoetunidade, realizar um disparo e sair de ré.

Mesmo que nem todos atinjam o alvo, só atingindo alguns, isso fará os Comandantes Venezuelanos terem mais cautela no avanço, atrasando-os de uma forma ou de outra.

É como você está sendo rastreado por um grupo de captura. Ai você coloca uma armadilha, se a mesma detonar, atrasando-os na base da força, melhor, mas se a força de captura encontrar o artefato, você fará com que eles botem na conciência que você não é um alvo apenas fugitivo, mas contra-atacante, fazendo andarem mais lentos e cautelosos.

O objetivo não é para-los. Se para-los, ótimo, mas a principal intenção é atrasa-los.

Fogo de artilharia, até mesmo dos 105 mm desmontáveis já faz um estrago no moral.

Infelizmente estou pelo celular e baixar mapas para explicar melhor fica complicado.

Abs.




jauro
Sênior
Sênior
Mensagens: 5309
Registrado em: Ter Ago 01, 2006 12:36 pm
Localização: Barra Velha, SC.
Agradeceram: 610 vezes

Re: Defesa das Fronteiras Terrestres

#15 Mensagem por jauro » Sex Out 02, 2015 5:57 pm

Campeando informações e concluindo algumas idéias.
O EB tem no seu patrimônio 91 M 60.
28 estão no 20º RCB; 05 no CIBld e EsLog e mais ou menos 50 no PqRMnt/9 para atender ao 20º RCB.
Parece que o Pq/9 dará conta de colocar (já colocou) operacionalmente rodando uma boa quantidade de M 60.
Em RR/BV, na época em que o Cmt MilAmaz era o atual cmtEB, houve a intenção de se criar o 18º RCMec a dois esquadrões.
Nada impede que agora este Regimento, se criado, receba um Esqd CC com 13 CC M 60.
Ainda restariam por volta de 35 a 40 M 60 para reposição de peças que poderiam ser distribuídos entre CG/MTS e BV/RR.
O EB teria em RR um RCMec atípico, mas perfeitamente aceitável dentro da doutrina atual. Basta adequar os meios logísticos para apoiar esta estrutura. O transporte do CC de CG para BV é a primeira atividade logística a ser avaliada.




"A disciplina militar prestante não se aprende senhor, sonhando e na fantasia, mas labutando e pelejando." (CAMÕES)
Jauro.
Responder