Aviação Naval Brasileira

Assuntos em discussão: Marinha do Brasil e marinhas estrangeiras, forças de superfície e submarinas, aviação naval e tecnologia naval.

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Re: Aviação Naval Brasileira

#751 Mensagem por henriquejr » Ter Ago 08, 2023 5:48 pm

Arrisco dizer que os turcos foram os que mais evoluíram, na última década, em termos de desenvolvimento de equipamentos militares! Eles estão criando soluções para praticamente tudo!




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Re: Aviação Naval Brasileira

#752 Mensagem por Viktor Reznov » Ter Ago 08, 2023 6:37 pm

henriquejr escreveu: Ter Ago 08, 2023 5:48 pm Arrisco dizer que os turcos foram os que mais evoluíram, na última década, em termos de desenvolvimento de equipamentos militares! Eles estão criando soluções para praticamente tudo!
REalmente a evolução deles nos últimos 15 anos foi quase tão impressionante quando a evolução dos Chineses na década de 1990 e na década 2000. Não duvido que daqui uns 15 anos a Turquia já esteja fabricando seus próprios motores pra helicópteros, aviões de transporte e seus treinadores a jato.




I know the weakness, I know the pain. I know the fear you do not name. And the one who comes to find me when my time is through. I know you, yeah I know you.
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Re: Aviação Naval Brasileira

#753 Mensagem por FCarvalho » Ter Ago 08, 2023 6:42 pm

Com o Erdogan à frente do país por mais cinco anos, a BIDS turca está assegura em seus projetos e tudo o que vemos agora em termos de investimento deve encontrar seu lugar no mundo em termos comerciais e tecnológicos.
Fabricar as próprias turbinas é apenas parte do que eles pretendem conseguir ate a próxima década. E devem conseguir se nada mudar radicalmente no cenário político interno.
E mesmo que outro governo assuma o poder, é pouco provável que vá dá para trás em tudo o que já foi feito até agora.




Um mal é um mal. Menor, maior, médio, tanto faz… As proporções são convencionadas e as fronteiras, imprecisas. Não sou um santo eremita e não pratiquei apenas o bem ao longo de minha vida. Mas, se me couber escolher entre dois males, prefiro abster-me por completo da escolha.
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Re: Aviação Naval Brasileira

#754 Mensagem por FCarvalho » Ter Ago 15, 2023 5:33 pm

Um pequeno resumo do que o PAC recentemente lançado pode afetar a vida da aviação naval brasileira.

Esquadrão Falcão VF-1 - Não faz parte dos projetos estratégicos da marinha e não foi relacionado no PAC. O esquadrão continua dependente das verbas orçamentárias da marinha para sua subsistência. Sem previsão de substituição, pelo menos, até o final desta década.

VEC-2 (REVO\AEW naval) - Projeto cancelado. Ainda a se saber o que será feito a despeito dos recursos empenhados neste programa.

HU-2 - o esquadrão perdeu um UH-15A recentemente na Operação Formosa 2023. A previsão do PAC é finalizar as entregas dos 5 últimos H225M. A MB deve receber apenas mais 1 unidade, como previsto, das 14 que tinha recebido. Não há previsão de substituição do helo perdido.

Esquadrão Emprego Geral (HU) - projeto UHL continua à espera de solução para a substituição dos Esquilo, mas não consta do PAC anunciado, e segue dependente de verbas da marinha para sair do papel e encontrar termo. O UH-1 recebeu 3 H-135 como paliativo para apoio do programa antártico. Um helo caiu recentemente tendo danos consideráveis. Não sei dizer se será possível colocar novamente na ativa ou se foi perda total.

Esquadrão Guerreiro HS-1 - O esquadrão permanece com os 6 helos SH-16 recebidos anos atrás, sem previsão de novos investimentos no médio e longo prazo. Não faz parte do PAC e dos projetos estratégicos da marinha. O planejamento inicial era adicionar ao menos mais 6 helos de forma a melhorar a disponibilidade, mas a baixa do NAe SP tirou essa ação de qualquer lista de necessidades ou prioridades da aviação naval.

Esquadrão Lince AH-1 - Operando os últimos 8 AH-1 Super Linx modernizados da aviação naval. Sem previsão de substituição no médio e longo prazo. Prevê-se continuarem sendo utilizados por pelo menos mais 10 anos. A depender dos desdobramentos da construção das fragatas Tamandaré, talvez a MB planeje a sua substituição por novos SH-16 no futuro, provavelmente a paritr da segunda metade da próxima década.

Esquadrão Instrução HI-1 - A única OM da aviação naval que tem relação direta com os investimentos argumentados no PAC é a de formação de pilotos, ainda que esteja atrelada a uma solução já contratada e acertada na gestão anterior do MD\governo. O que se busca agora assegurar o repasse da verbas e receber 27 novos H125M Esquilo, divididos entre FAB(12) e MB(15) a fim de substituir os modelos atuais, respectivamente, Esquilo e Jet Ranger. Cada força abriu mão de 1 H225M a fim de dispor destes helos.

Patrulha Marítima P-3AM \ P-95M*

A FAB aparentemente não dispõe de verbas, ou intenção, de atualizar as asas de todas estas aeronaves visto que, aparentemente, apenas 3 das 8 que foram modernizadas passaram pelo processo na AKAER. Até o presente momento não existe indicação de que os P-3 estejam na lista de prioridades da FAB em termos de renovação material. No ano passado chegou-se a aventar a possibilidade da compra de Boeing P-8 Poseidon, uma vez que o ex-cmte da FAB visitou uma destas aeronaves e, segundo a mídia de defesa, chegou a conversar com a Boeing a despeito de eventual proposta.

No caso dos P-95M a situação é pouco menos tensa, dada a modernização dos aparelhos, mas é fato que hoje são contados a gotas nos dois últimos esquadrões operacionais, em Belém e Florianópolis. Também não consta no planejamento da FAB sua substituição no curto a médio prazo.

A marinha tem como objetivo a retomada de todos os setores de asa fixa da aviação naval, voltando a operar plenamente e na íntegra os vetores de que tem necessidade a fim de fechar o círculo operacional nesta área. Lamentavelmente não se recebeu, e nem recebe, os recursos necessários para seguir adiante conforme o planejamento estabelecido. Conquanto houvessem no passado conversas, e mesmo entendimentos, conforme se afirma, com a FAB a despeito da transferência da aviação de patrulha para a aviação naval, o velho dilema das verbas para sua operacionalização impediu qualquer avanço neste sentido.

No momento, a prioridade da marinha é tentar resolver o melhor possível os vários hiatos na seara das asas rotativas, que por si não são poucos também. Fica para um futuro distante uma eventual restauração da aviação de patrulha nas cores da aviação naval, sem soluções de continuidade, de preferência. A depender do que a FAB irá decidir, ou não, sobre o seu futuro, que aliás, continua em suspenso, vide a falta de quaisquer indicativos sobre isso de parte do comando da instituição.




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Re: Aviação Naval Brasileira

#755 Mensagem por knigh7 » Sáb Set 23, 2023 10:27 pm

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Re: Aviação Naval Brasileira

#756 Mensagem por FCarvalho » Seg Set 25, 2023 1:07 pm

Vendo essa matéria, fico pensando aqui com os meus botões que FAB e MB também tem suas demandas a realizar com a compra de mais UH-60 e SH-60.
Seria muito bom que o MD servisse de alguma coisa que preste e ajudasse a fomentar não apenas uma compra de oportunidade para o EB, mas para todas as forças.
Afinal, comprar para todos nos dá melhores condições de negociar custos, prazos e financiamento.
E os USA com certeza não se fariam de rogados de dar mais essa nas costas dos franceses. Pelo contrário.




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Re: Aviação Naval Brasileira

#757 Mensagem por knigh7 » Seg Set 25, 2023 5:23 pm

Só se fosse para cobrir uma necessidade de substituição como é o caso do EB. A FAB já resolveu redistribuindo os BHs e os Caracal. No tocante a MB em 2028 a Esquadra vai caber dentro de um aquário.
Temos muitos programas para pouco dinheiro.




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Re: Aviação Naval Brasileira

#758 Mensagem por FCarvalho » Seg Set 25, 2023 6:36 pm

knigh7 escreveu: Seg Set 25, 2023 5:23 pm Só se fosse para cobrir uma necessidade de substituição como é o caso do EB. A FAB já resolveu redistribuindo os BHs e os Caracal. No tocante a MB em 2028 a Esquadra vai caber dentro de um aquário.
Temos muitos programas para pouco dinheiro.
A FAB quer reativar o Poti e dotar o Pelicano com Pave Hawks de segunda mão. E para o primeiro quer mais Black Haws.
A MB a partir de 2030 vai precisar de mais SH-16 para poder dotar as Tamandaré, com a retirada paulatina dos Super Link, ainda que estes helos ainda estejam em dias com sua modernização. Mas é algo somente para mais 10 anos de operação, se muito. E o último já foi entregue, e são apenas 8 unidades.
E ainda ajudaria de lambuja o EB a conseguir comprar 16 ao invés de 10 ou 12.
E tudo via FMS, que é bem menos custoso que comprar de outras fontes externas.
Se demorar muito essa compra de BH para a Avex, é capaz dos franceses levarem essa compra.




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Re: Aviação Naval Brasileira

#759 Mensagem por knigh7 » Seg Set 25, 2023 7:51 pm

A FAB tem 16 BH e vai ficar com 16 Caracal (+2 do GTE). São 32 helicópteros utilitários com uma boa capacisade de carga. A MB há 3 meses atrás recebeu o 5º Lynx modernizado. Ainda faltam 3. Só a partir de 2.030 vamos precisar pensar na substituição dele.




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Re: Aviação Naval Brasileira

#760 Mensagem por FCarvalho » Ter Set 26, 2023 1:23 pm

knigh7 escreveu: Seg Set 25, 2023 7:51 pm A FAB tem 16 BH e vai ficar com 16 Caracal (+2 do GTE). São 32 helicópteros utilitários com uma boa capacisade de carga. A MB há 3 meses atrás recebeu o 5º Lynx modernizado. Ainda faltam 3. Só a partir de 2.030 vamos precisar pensar na substituição dele.
Parte dos BH da FAB está alocada hoje ao Pelicano, creio que sejam 4 helos, com os outros dois esquadrões operando com 6 unidades. Já li em algum lugar que há queixas dos cmtes destas OM pela diminuição da disponibilidade da frota, e que está muito difícil atender a todas as demandas que chegam.

Os 15 H-36 Caracal da FAB vai ficar restritos ao 1o e 3o esquadrões do 8o Gav em Natal e RJ, operando em ambientes mais adequados às características daqueles helos. E só são usados fora de sede quando muito necessário. A FAB teve que deslocar helos de Natal para Roraima pois os BH de Manaus já tem seus próprios problemas para resolver por aqui. Se o Poti estivesse operacional isto talvez não seria necessário.

A MB vai ter que encomendar os SH-16 bem antes do último Super Linx sair de cena. E isto pode ser feito em melhores condições se for em um pacote com mais unidades deste helo. As entregas podem ser condicionadas dentro do contrato. O EB vai levar cinco anos para receber 12 unidades, tal como se aventa no momento. A FAB deve seguir no mesmo ritmo. Então, nada impede que a MB receba os seus a partir do início da próxima década após Avex e FAB resolverem seus problemas.

Avex - 16
FAB - 8 H-60 + 6(8) Pave Hawk
MB - 6 SH-16*

* se a MB chegar a receber 6 Tamandaré, a regra sobre helos para estes navios é de que se disponha de 9 unidades.

Acredito que negociar um pacote com +30 Black Hawk é muito mais vantajoso para nós do que simplesmente deixar cada força se virar nos trinta para comprar os seus. Para isso é que deve servir, também, o MD.




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Re: Aviação Naval Brasileira

#761 Mensagem por FCarvalho » Ter Set 26, 2023 1:31 pm

Um outro problema que está sendo empurrado com a barriga para frente, mas que uma hora terá de ser resolvido são os 12 NaPaOc que a MB tem nos seus planos.
Por mais que eles não estejam agora sendo cotados para sair do papel, é mister afirmar que junto com a compra destes navios virá também, pari passu, a compra dos helos necessários para equipar os mesmos.
Notar que até hoje a MB não conseguiu tirar do papel o projeto UHL de substituição dos Esquilo, e nada indica que irá conseguir fazê-lo em qualquer tempo, mesmo com estes helos contando com mais de 40 anos de serviços, com a maioria já tendo inclusive expirado a vida útil das células.
A composição destes navios patrulha irá trazer para a aviação naval demanda de 18 unidades de helos a fim de compor a ala embarcada.
Como o pessoal anda falando muito intimamente com os indianos por agora, talvez fosse o caso de se pensar neste modelo aqui para substituir os Esquilo e aprouver a futura ala embarcada dos navios patrulha oceânicos.

Imagem https://www.navalnews.com/wp-content/uploads/2021/02/ALH-Dhruv-Mk-III-Indian-Navy-770x410.jpg

* o projeto UHL previa a compra de 60 helos médio-leve a fim de substituir os Esquilo nos HU.




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Re: Aviação Naval Brasileira

#762 Mensagem por arrebatador21 » Ter Set 26, 2023 7:05 pm

Sobre os NaPaOc a Marinha desde o ano passado já anunciou que a pretensão não seria mais 12 e sim apenas 5 e quando der. Infelizmente.




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Re: Aviação Naval Brasileira

#763 Mensagem por Viking » Qua Set 27, 2023 12:32 am

arrebatador21 escreveu: Ter Set 26, 2023 7:05 pm Sobre os NaPaOc a Marinha desde o ano passado já anunciou que a pretensão não seria mais 12 e sim apenas 5 e quando der. Infelizmente.

Prezado colega, saudações.

O planejamento estratégico da MB consubstanciado no PEM 2040 contempla em determinada moldura temporal a obtenção de 27 NaPa 500 e 12 NaPaOc. A algum tempo o almirante Cunha apresentou o que estava sendo planejado para ser construído até por volta do ano de 2030/32, que seria um primeiro lote de 10/12 NaPa 500 e 5 NaPaOc.
Estes quantitativos considerando esta visão prospectiva e perfeitamente factível, caso haja o devido empenho do GF e da MB.

Sds




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Re: Aviação Naval Brasileira

#764 Mensagem por FCarvalho » Qua Set 27, 2023 11:08 am

A MB tem 4 ou 6 Classe Tamandaré para construir, com a última sendo entregue apenas em 2029. A demanda para as adicionais terá de ser feita entre 2026 e 2027, a fim de evitar hiatos no processo construtivo em Itajaí. Mais custos para o já minguado orçamento naval.

Os Napa 500BR, a depender da quantidade encomendada - nada está certo ainda - e dos custos do projeto final apresentado pelo CPN, irá demandar valores acima do mercado para navios do porte proposto, tendo em vista o investimento em produtos e soluções nacionais para o mesmo. É o tal do custo Brasil em termos tecnológicos. Mas não temos outra saída, já que isto também foi feito nas fragatas, e esta nacionalização jogou o preço das unidades muito acima do que os alemães costumam oferecer pelo navio básico. Assim, qualquer investimento em NaPaOc, muito mais caros naturalmente que estes irá ser empurrado para além de 2030.

Notar ainda que o Prosub continuará a exigir a maior parte do orçamento da marinha. Não é porque eles estarão todos prontos que isto irá diminuir os custos do projeto. A parte mais cara vem agora com o início do processo construtivo do Alte Álvaro Alberto. Fora os custeio operacional dos 4 convencionais. Não é a toa que a MB está dando baixa geral nos Classe Tupi. Sem contar uma possível aquisição de mais unidades da Classe Riachuelo, já que 4 navios não são suficientes para dar conta das responsabilidades que temos.

Por fim, ainda há vários outros projetos de navios auxiliares, e da própria aviação naval, que devem encontrar termo até o final desta década, e que não podem ser mais postergados. Ou seja, haverá pouca ou nenhum espaço no orçamento da MB para abrigar investimentos nos NaPaOc antes de 2035.

É o preço que se paga pelo ostracismo e desonestidade com que se trata Defesa neste país.




Editado pela última vez por FCarvalho em Qua Set 27, 2023 11:40 am, em um total de 1 vez.
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Re: Aviação Naval Brasileira

#765 Mensagem por FCarvalho » Qua Set 27, 2023 11:39 am

Um apanhado geral resumido dos investimentos que terão de ser feitos até o final da década em relação à aviação naval.

a. 15 Esquilo para instrução básica - dentro do processo de troca de 1 UH-15A por H-125;

b. recebimento do últimos UH-15A até 2025 - pagamento referente ao projeto HX-BR. fora do orçamento da MB;

c. projeto UHL para substituição dos UH-12 Esquilo em uso, e até o momento sem previsão de solução. Quanto mais o tempo passa, mais caro ficará qualquer solução. Cinco esquadrões dependem de uma decisão, com 60 unidades previstas. Este número na prática deve ser revisto, com alternativa para compra de modelos usados ou, quiçá, trocar-se novamente 1 UH-15A por mais Esquilo.

d. compra de mais um lote de SH-16 para complementar os helos atuais e dotar as FCT no médio e longo prazo. Entre 6 e 9 unidades.

e. modernização dos Super Linx, com 8 helos modernizados, faltando receber ainda 3 unidades. Previsão de vida útil de mais 10 anos, pelo menos.

f. substituição dos A-4K\KU no VF-1, uma vez que apenas 6 unidades foram modernizadas. Todos entregues. Com baixa disponibilidade e manutenção complexa e caras. Logística difícil. a MB prevê a troca por outro modelo até o final desta década ou no máximo começo dos anos 2030. nada definido sobre qual modelo, e se novo ou usado. O Gripen E\F leva vantagem, sem a previsão de um novo Nae para a esquadra.

g. o projeto do S-2T turbo Tracker foi cancelado e não há substituição prevista. A marinha não conta assim com nenhuma aeronave que possa realizar transporte, Revo e emprego geral. sem previsão para solução. não consta no planejamento da marinha previsão de nova aquisição. o projeto também deveria dispor à aviação naval de vetor para AEW&C. talvez algo seja feito no sentido de casar tais questões com substituição dos caças.

h. Os P-3AM da FAB, apesar de nenhum sinal ter sido dado por esta no sentido de repassar a patrulha para a aviação naval, tem-se o entendimento entre ambas as forças de que esta seja retomada pela aviação naval no longo prazo. ainda sem planejamento ou previsão de como se dará esta passagem. Os aviões norte americanos continuam em uso por pelo menos mais 10 anos após a revisão das asas pela Akaer. O número pequeno, apenas 3 aeronaves, pode levar à busca de soluções antes do fim da vida útil programada dos P-3 na FAB.

i. O SIsGAAz prevê o uso massivo de diversos vetores do tipo VANT ao longo da costa, para emprego em missões C4ISR. o projeto ainda está em sua fase inicial, com pouca verba alocada. prevê-se também o uso de VANT embarcados de diversos tipos. a marinha tem testados alguns modelos diferentes categorias e modos de operação, com um esquadrão já em operação com VANT norte americano.

Como se pode ver, a cada vez que o poder público empurra para frente as soluções que devem ser dadas agora, os problemas só se amontoam e tornam-se cada vez mais difíceis de solucionar, de forma que os custos também aumentam ainda mais. Esta bola de neve gerada pela inexpressiva importância com que o tema defesa é tratado uma hora irá explodir bem na nossa cara. Com alguma sorte, talvez ainda em tempos de paz. Mas sendo o mundo como ele é, a possibilidade de isto acontecer é muito pequena. E vamos ser pegos, novamente, com as calças nas mãos.

Mas quem liga.




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