Aviação Naval Brasileira

Assuntos em discussão: Marinha do Brasil e marinhas estrangeiras, forças de superfície e submarinas, aviação naval e tecnologia naval.

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Re: Aviação Naval Brasileira

#706 Mensagem por knigh7 » Qua Set 07, 2022 12:49 pm

Trata-se do AH-15B




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FCarvalho
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Re: Aviação Naval Brasileira

#707 Mensagem por FCarvalho » Sex Set 09, 2022 4:54 pm

Uma ideia para a aviação naval no futuro a longo prazo. Ou poderia mesmo ser agora se tivéssemos vergonha na cara em matéria de política de defesa.

UHP:
https://cdn-cavok.nuneshost.com/wp-content/uploads/2019/06/TAI-T625-G%C3%B6kbey-Certification-Flight-1.jpg
T-625 Gokbey

UHM \ UHAsw
https://defencehub.live/attachments/bl66ad-jpg.16529/
Helicopter 10 ton

HA
https://1.bp.blogspot.com/-7xBCjqf_-TI/XboP95hgfGI/AAAAAAAAeb4/RyY3ucLUoX0FkL-aJdKvONFjYFktrjG0ACLcBGAsYHQ/w1200-h630-p-k-no-nu/810946.png
ATAK 2

Os números propostos na primeira versão do PAEMB I são as seguintes:

UHP - 60 unidades
UHM - 56 unidades
UHAsw - 50 unidades
HA - não especificado\incluído no projeto. (helo de ataque)
UHL - 30 já definido pelo HB-350B3 Esquilo da Helibrás\Eurocopter

Embora no atual PEM 2040 não se indique quantidades necessárias de cada vetor a fim de cobrir os esquadrões existentes, é fato que a MB caminha no sentido de obter um dia aqueles números acima, ou ao menos próximos deles, visto que os estudos do primeiro planejamento estratégico apontavam naquela direção de forma a manter-se uma frota de helos capazes de verdadeiramente suprir os 5 HU que temos, além do HS-1 e do HA-1 no futuro.

Notar ainda que a MB criou ou está criando mais 2 esquadrões, em Belém e outro em Florianópolis, sendo que apenas o primeiro saiu do papel. Falta ainda a cobertura aeronaval para as duas bases navais operacionais da região nordeste, em Natal e Salvador, que abrigam os meios dos DN da área, além de outras OM da marinha.

O HU-5 em Rio Grande recebeu recentemente uma unidade do UH-15A para compor junto com os Esquilo daquela organização militar. Pode-se inferir que no futuro estes helos possam continuar ali ou na eventual solução para o programa UHP ele seja deslocado novamente para uma outra base que já disponha do mesmo tipo de helo.

De qualquer forma, com 5 HU operacionais dá para entender o porque dos números apontados de helos no programa UHP. De qualquer forma, com os novos esquadrões e os que ainda faltam serem operacionalizados, percebe-se que as 60 unidades podem ser suficientes se cada OM contar com menos de 12 helos, ou simplesmente aumenta-se o número destes para equipar em torno de 8 esquadrões de emprego geral que podem vir a existir no futuro.

Os 3 BtlOpRb em Manaus, Belém e Ladário devem contar necessariamente com o apoio dos UHM de forma que estes helos também sejam utilizados em outras missões além daquelas previstas em apoio ao CFN e suas organizações. Considerando-se que a FFE está tem por base o Rio de Janeiro, e que há também OM em nível grupamento em Natal, Salvador e Rio Grande, no mínimo há de se prever que uma esquadrilha (4 a 6 helos) possa ser disposta aquelas OM fora da sede do CFN na região sudeste. Neste aspecto, os 56 helos previstos são mais que suficientes para dar conta de tal apoio e ainda prover outras missões nas localidades em que estejam lotados.

No caso dos UHAsw, a quantidade de 50 helos mais que supera a atual e futura condição da MB em dispor de navios de escolta pelo menos até 2040, que é o final do planejamento estratégico atual. Com muito boa vontade, os possíveis 6 navios da classe Tamandaré poderão dispor de até 9 helos ASW\ASupW a si, e operacionalizados no AH-1 que hoje possui os Super Linx modernizados. Salvo melhor juízo, as FCT só podem desdobrar um único helo no seu hangar, o que confirma a estimativa de até 9 helos para cobrir os navios. Já no caso do HS-1, a intenção da MB é integrar até 12 helos ASW\ASupW naquele esquadrão. Somando tudo chegamos a 21 helos.

No caso de a MB conseguir obter os 18 navios que afirma ser o mínimo necessário para manter uma esquadra de verdade, a demanda para este tipo de helo pode chegar a até 27 unidades para cobrir somente os navios de escolta. Considerando as demandas do HS-1, podemos chegar em 39 unidades do tipo. Um número próximo das cinquenta unidades projetadas inicialmente.

Quanto ao helo de ataque puro, não existe previsão e nem planejamento para ele na MB. Mas existem estudos no CFN que já demonstraram a sua necessidade e utilidade. Sua aquisição vai depender essencialmente da capacidade de investimento da MB e suas prioridades, além claro, da quantidade de a navios que apoiem as demandas da aviação naval junto à FFE e demais OM dos fuzileiros navais ao longo do país.

Enfim, dado os números apresentados, seria de se pensar em negociar uma planta de produção\montagem dos modelos acima apontados aqui no Brasil de forma a permitir o maior grau possível de insumos nacionais neles, além da já tradicional transferência de tecnologia, formação e qualificação de mão de obra além dos off set de praxe.

Me parece que os turcos não teriam maiores objeções a uma proposta como esta.

A ver.




Um mal é um mal. Menor, maior, médio, tanto faz… As proporções são convencionadas e as fronteiras, imprecisas. Não sou um santo eremita e não pratiquei apenas o bem ao longo de minha vida. Mas, se me couber escolher entre dois males, prefiro abster-me por completo da escolha.
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Re: Aviação Naval Brasileira

#708 Mensagem por Viking » Sex Set 09, 2022 7:15 pm

FCarvalho,

Parabéns pela analise referente a AN. E bom sempre lembrar que além das atividades de apoio as operações navais e ao CFN os helis dos esquadrões distritais também contribuem para a realização das atividades relacionadas a Autoridade Marítima.
Sugiro ao colega quando possível que realize uma analise referente ao ao emprego dos SARP na Esquadra, CFN e DN's.
Em minha opinião a exemplo da Marinha Turca os SARP deveriam ser otimizados para operar no A 140 e no futuro no seu substituto.

Sds




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Re: Aviação Naval Brasileira

#709 Mensagem por FCarvalho » Sáb Set 10, 2022 4:08 pm

Viking escreveu: Sex Set 09, 2022 7:15 pm FCarvalho,
Parabéns pela analise referente a AN. E bom sempre lembrar que além das atividades de apoio as operações navais e ao CFN os helis dos esquadrões distritais também contribuem para a realização das atividades relacionadas a Autoridade Marítima.
Sugiro ao colega quando possível que realize uma analise referente ao ao emprego dos SARP na Esquadra, CFN e DN's.
Em minha opinião a exemplo da Marinha Turca os SARP deveriam ser otimizados para operar no A 140 e no futuro no seu substituto.
Sds
Obrigado pela deferência Lord. Fico feliz de ter escrito algo com alguma lucidez baseado em nossa realidade concreta e na possível também.
Quanto aos VANT, estou lendo aqui e ali vários assuntos sobre os mesmos e o seu desenvolvimento no Brasil. Com certeza assim que possível irei fazer a análise sugerida.
E sim, concordo plenamente que é sempre importante lembrar que os helos militares no Brasil, sejam da MB ou demais forças, estão sempre envolvidos em missões secundárias em favor do poder público em todos os seus níveis. Não é raro vê-los operando em favor da sociedade ao longo de todo o ano.
Penso isto deveria ser ressaltado como argumento sempre quando da justificativa de obtenção de recursos para a sua compra e manutenção, já que não temos cultura de aviação no país suficiente que ampare a ampliação do emprego de vetores aéreos nos demais círculos do poder público.
Na minha ignóbil opinião, com 9 DN no pais realizando tarefas que dizem menos respeito à uma marinha de guerra do que a uma guarda costeira, seria de se esperar que estas OM fossem capacitadas a operar todos os vetores aéreos de que precisam independente da aviação naval, de forma a poder compor um quadro completo de atuação dentro das suas responsabilidades. Olhando apenas esta questão dos DN e suas necessidades, já teríamos aí uma demanda para 9 esquadrões de helos de emprego geral, que poderiam muito bem ser equipados com o helo turco acima indicado ou qualquer outro, ou ainda idealmente um misto de dois modelos, de forma a sermos capazes de cobrir do litoral aos limites da plataforma continental.
Mas isso sou apenas eu pensando aqui com os meus botões.




Um mal é um mal. Menor, maior, médio, tanto faz… As proporções são convencionadas e as fronteiras, imprecisas. Não sou um santo eremita e não pratiquei apenas o bem ao longo de minha vida. Mas, se me couber escolher entre dois males, prefiro abster-me por completo da escolha.
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Re: Aviação Naval Brasileira

#710 Mensagem por papagaio » Ter Set 13, 2022 10:01 pm

Dá uma olhada no número de aviadores navais formados para operar helicópteros nos últimos anos.
A muitos anos não são nem 10 por ano.
Para asa fixa, o número de aviadores formados é MUITO menor.
Então, só olhando esse aspecto, pode-se verificar que a conta não vai bater.
Não há como operar essas dezenas de helicópteros planejados a anos atrás.
A dura realidade bateu na porta.




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Re: Aviação Naval Brasileira

#711 Mensagem por papagaio » Ter Set 13, 2022 10:14 pm

Outro aspecto sempre falado aqui e que não encontra respaldo no mundo real.
A MB não tem planos de adquirir helicópteros de ataque puro, tipo Apache, AH-1Z, ...
O Corpo de Fuzileiros Navais (CFN) não possui uma Aviação própria.
Não somos os Marines.
Pro pessoal entender.
O "grosso" da Aviação Naval é situado em São Pedro da Aldeia (RJ) e é subordinado ao Comando em Chefe da Esquadra.
Isso significa que ela gasta parte dos seus recursos pra manter e operar essas aeronaves e é óbvio que isso custa muito caro.
A parte da Aviação que fica fora do RJ (Esquadrões em Manaus, Belém, Rio Grande e Ladário) é subordinada e mantida pelo respectivo Distrito Naval (DN).
Então os recursos, qua são sempre limitados, para manter e operar as aeronaves fora do RJ, saem dos respectivos DN.
Então quanto de recursos saem do orçamento do CFN para fazer a manutenção de um helicóptero ? Nada.
Pergunte ao CFN se eles gostariam de ter uma Aviação própria, tipo Marines. A resposta de qualquer autoridade lúcida seria não, por um simples motivo, Aviação é muito caro e o "cobertor já é curto".
Isso vai mudar ? Não.
Aviação é muito caro.
Marinha não é FAB.
Aviação na MB é algo relativamente pequeno e é só mais uma das atividades que são cumpridas pela Força (Submarinos, Navios, CFN, ....).




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Re: Aviação Naval Brasileira

#712 Mensagem por papagaio » Ter Set 13, 2022 11:18 pm

FCarvalho escreveu: Sex Set 09, 2022 4:54 pm Uma ideia para a aviação naval no futuro a longo prazo. Ou poderia mesmo ser agora se tivéssemos vergonha na cara em matéria de política de defesa.

UHP:
https://cdn-cavok.nuneshost.com/wp-content/uploads/2019/06/TAI-T625-G%C3%B6kbey-Certification-Flight-1.jpg
T-625 Gokbey

UHM \ UHAsw
https://defencehub.live/attachments/bl66ad-jpg.16529/
Helicopter 10 ton

HA
https://1.bp.blogspot.com/-7xBCjqf_-TI/XboP95hgfGI/AAAAAAAAeb4/RyY3ucLUoX0FkL-aJdKvONFjYFktrjG0ACLcBGAsYHQ/w1200-h630-p-k-no-nu/810946.png
ATAK 2

Os números propostos na primeira versão do PAEMB I são as seguintes:

UHP - 60 unidades
UHM - 56 unidades
UHAsw - 50 unidades
HA - não especificado\incluído no projeto. (helo de ataque)
UHL - 30 já definido pelo HB-350B3 Esquilo da Helibrás\Eurocopter

Embora no atual PEM 2040 não se indique quantidades necessárias de cada vetor a fim de cobrir os esquadrões existentes, é fato que a MB caminha no sentido de obter um dia aqueles números acima, ou ao menos próximos deles, visto que os estudos do primeiro planejamento estratégico apontavam naquela direção de forma a manter-se uma frota de helos capazes de verdadeiramente suprir os 5 HU que temos, além do HS-1 e do HA-1 no futuro.

Notar ainda que a MB criou ou está criando mais 2 esquadrões, em Belém e outro em Florianópolis, sendo que apenas o primeiro saiu do papel. Falta ainda a cobertura aeronaval para as duas bases navais operacionais da região nordeste, em Natal e Salvador, que abrigam os meios dos DN da área, além de outras OM da marinha.

O HU-5 em Rio Grande recebeu recentemente uma unidade do UH-15A para compor junto com os Esquilo daquela organização militar. Pode-se inferir que no futuro estes helos possam continuar ali ou na eventual solução para o programa UHP ele seja deslocado novamente para uma outra base que já disponha do mesmo tipo de helo.

De qualquer forma, com 5 HU operacionais dá para entender o porque dos números apontados de helos no programa UHP. De qualquer forma, com os novos esquadrões e os que ainda faltam serem operacionalizados, percebe-se que as 60 unidades podem ser suficientes se cada OM contar com menos de 12 helos, ou simplesmente aumenta-se o número destes para equipar em torno de 8 esquadrões de emprego geral que podem vir a existir no futuro.

Os 3 BtlOpRb em Manaus, Belém e Ladário devem contar necessariamente com o apoio dos UHM de forma que estes helos também sejam utilizados em outras missões além daquelas previstas em apoio ao CFN e suas organizações. Considerando-se que a FFE está tem por base o Rio de Janeiro, e que há também OM em nível grupamento em Natal, Salvador e Rio Grande, no mínimo há de se prever que uma esquadrilha (4 a 6 helos) possa ser disposta aquelas OM fora da sede do CFN na região sudeste. Neste aspecto, os 56 helos previstos são mais que suficientes para dar conta de tal apoio e ainda prover outras missões nas localidades em que estejam lotados.

No caso dos UHAsw, a quantidade de 50 helos mais que supera a atual e futura condição da MB em dispor de navios de escolta pelo menos até 2040, que é o final do planejamento estratégico atual. Com muito boa vontade, os possíveis 6 navios da classe Tamandaré poderão dispor de até 9 helos ASW\ASupW a si, e operacionalizados no AH-1 que hoje possui os Super Linx modernizados. Salvo melhor juízo, as FCT só podem desdobrar um único helo no seu hangar, o que confirma a estimativa de até 9 helos para cobrir os navios. Já no caso do HS-1, a intenção da MB é integrar até 12 helos ASW\ASupW naquele esquadrão. Somando tudo chegamos a 21 helos.

No caso de a MB conseguir obter os 18 navios que afirma ser o mínimo necessário para manter uma esquadra de verdade, a demanda para este tipo de helo pode chegar a até 27 unidades para cobrir somente os navios de escolta. Considerando as demandas do HS-1, podemos chegar em 39 unidades do tipo. Um número próximo das cinquenta unidades projetadas inicialmente.

Quanto ao helo de ataque puro, não existe previsão e nem planejamento para ele na MB. Mas existem estudos no CFN que já demonstraram a sua necessidade e utilidade. Sua aquisição vai depender essencialmente da capacidade de investimento da MB e suas prioridades, além claro, da quantidade de a navios que apoiem as demandas da aviação naval junto à FFE e demais OM dos fuzileiros navais ao longo do país.

Enfim, dado os números apresentados, seria de se pensar em negociar uma planta de produção\montagem dos modelos acima apontados aqui no Brasil de forma a permitir o maior grau possível de insumos nacionais neles, além da já tradicional transferência de tecnologia, formação e qualificação de mão de obra além dos off set de praxe.

Me parece que os turcos não teriam maiores objeções a uma proposta como esta.

A ver.
Lamento muito informar que esse planejamento é completamente distinto de uma dura realidade.
A Aviação Naval tenta a anos uma solução para substituir os Bell Jet Ranger III utilizados no Esquadrão HI-1 para formação de novos pilotos de asas rotativas, sendo também empregados em outras tarefas secundárias e não consegue.
E olha que estamos falando do que seria o modelo de aeronave mais simples a ser utilizada na Aviação Naval.
Não se conseguem priorizar os recursos para isso.
Outra coisa muito importante. A Aviação Naval emprega a anos aeronaves de origem Americana e Européia (Inglaterra e Itália).
Vai meter do nada uma aeronave da Turquia nisso aí.
Acha que é simples ?
Enfiaram um helicóptero Russo goela abaixo na FAB.
Deu certo ?




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Re: Aviação Naval Brasileira

#713 Mensagem por FCarvalho » Qua Set 14, 2022 10:26 pm

papagaio escreveu: Ter Set 13, 2022 10:01 pm Dá uma olhada no número de aviadores navais formados para operar helicópteros nos últimos anos.
A muitos anos não são nem 10 por ano.
Para asa fixa, o número de aviadores formados é MUITO menor.
Então, só olhando esse aspecto, pode-se verificar que a conta não vai bater.
Não há como operar essas dezenas de helicópteros planejados a anos atrás.
A dura realidade bateu na porta.
Ola @papagaio

Eu tenho ciência das condições, ou a falta delas, em termos orçamentários pelas quais passamos e os impactos causados em função disso. Mas, sonhar ainda não nos custa nada, não é mesmo. :wink:
E me permito pensar que qualquer inferência sobre a frota de helos na MB passa antes de tudo por cálculos muito bem feitos no planejamento de recursos materiais, humanos e orçamentários a fim de que as coisas funcionem como devem.
No entanto, quem deveria ao menos pensar nisto como forma de "dever de casa" via de regra não o faz, e quando faz, não pergunta para a MB o que ela pensa ou entende do assunto, vide os H225M.
As nossas necessidades sempre serão maiores que os recursos que dispomos para a Defesa. Mas é só porque BBB e carnaval são mais importantes. Não fosse assim, com certeza teríamos senão todos, a maior parte dos helos de que precisamos para a aviação naval.
Que aliás, com mais de 50 mil tripulantes, no dia que a MB abrir concurso para 100 pilotos, tenho certeza que aparecem uns 300 lá querendo arrumar o brevê.




Um mal é um mal. Menor, maior, médio, tanto faz… As proporções são convencionadas e as fronteiras, imprecisas. Não sou um santo eremita e não pratiquei apenas o bem ao longo de minha vida. Mas, se me couber escolher entre dois males, prefiro abster-me por completo da escolha.
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Re: Aviação Naval Brasileira

#714 Mensagem por FCarvalho » Qua Set 14, 2022 10:36 pm

papagaio escreveu: Ter Set 13, 2022 10:14 pm Outro aspecto sempre falado aqui e que não encontra respaldo no mundo real.
A MB não tem planos de adquirir helicópteros de ataque puro, tipo Apache, AH-1Z, ...
O Corpo de Fuzileiros Navais (CFN) não possui uma Aviação própria.
Não somos os Marines.
Pro pessoal entender.
O "grosso" da Aviação Naval é situado em São Pedro da Aldeia (RJ) e é subordinado ao Comando em Chefe da Esquadra.
Isso significa que ela gasta parte dos seus recursos pra manter e operar essas aeronaves e é óbvio que isso custa muito caro.
A parte da Aviação que fica fora do RJ (Esquadrões em Manaus, Belém, Rio Grande e Ladário) é subordinada e mantida pelo respectivo Distrito Naval (DN).
Então os recursos, qua são sempre limitados, para manter e operar as aeronaves fora do RJ, saem dos respectivos DN.
Então quanto de recursos saem do orçamento do CFN para fazer a manutenção de um helicóptero ? Nada.
Pergunte ao CFN se eles gostariam de ter uma Aviação própria, tipo Marines. A resposta de qualquer autoridade lúcida seria não, por um simples motivo, Aviação é muito caro e o "cobertor já é curto".
Isso vai mudar ? Não.
Aviação é muito caro.
Marinha não é FAB.
Aviação na MB é algo relativamente pequeno e é só mais uma das atividades que são cumpridas pela Força (Submarinos, Navios, CFN, ....).
Olá @papagaio

Entendo que a aviação naval é apenas uma das muitas atividades que a MB realiza, e até por isso defendo que lhe seja tirada das costelas a parte que cabe à patrulha, visto que uma guarda costeira faz todo sentido para nós enquanto país, embora a MB feche a cara para a ideia.
E aviação é muito caro mesmo. Mas como eu costumo dizer, Defesa é um negócio caro. Nunca foi barato e nunca será. Tem quem pode e aceitar pagar, e não quem quer.
Parece que ainda estamos naquela mesma onda de nossos avós na GM II achando que poderia ir a uma guerra de verdade "com economia de meios". Penso que o exemplo ucraniano deve servir ao menos de reflexão por aqui, senão, ajudar a mudar a mentalidade sobre o assunto Defesa.
Quanto a helos de ataque, bem, existem estudos aqui e ali que afirmam que eles seriam bem vindos como ativos de apoio ao combate para o CFN. Dito pelo próprio CFN. Mas sabemos que isto não passa de mera conjectura intelectual e teórico-doutrinária. Se um dia vai virar realidade, só o tempo irá dizer.
Quanto ao mais, os recursos que não temos hoje sobram em outras coisas jogadas fora no erário público mal utilizado, defenestrado, roubado, e nas entrelinhas da politicagem nacional.
Mas isso é algo que escapa ao escopo de resolução do almirantado.




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Re: Aviação Naval Brasileira

#715 Mensagem por FCarvalho » Qua Set 14, 2022 10:48 pm

papagaio escreveu: Ter Set 13, 2022 11:18 pm Lamento muito informar que esse planejamento é completamente distinto de uma dura realidade.
A Aviação Naval tenta a anos uma solução para substituir os Bell Jet Ranger III utilizados no Esquadrão HI-1 para formação de novos pilotos de asas rotativas, sendo também empregados em outras tarefas secundárias e não consegue.
E olha que estamos falando do que seria o modelo de aeronave mais simples a ser utilizada na Aviação Naval.
Não se conseguem priorizar os recursos para isso.
Outra coisa muito importante. A Aviação Naval emprega a anos aeronaves de origem Americana e Européia (Inglaterra e Itália).
Vai meter do nada uma aeronave da Turquia nisso aí.
Acha que é simples ?
Enfiaram um helicóptero Russo goela abaixo na FAB.
Deu certo ?
O "planejamento" saiu da minha capacidade de pensar fora da costumeira caixinha em que nos encontramos, onde tudo só funciona se vem dos mesmos fornecedores de sempre, e baseado em costumes, tradições, manias, e coisas afins no nosso mundo castrense.
No caso de um negócio desta envergadura a participação da MB seria técnica assessória, e não decisória. As decisões em algo deste tamanho seriam tratadas a nível de MD, MRE, Planalto, Congresso e por aí vamos.
Do ponto de vista dos helos em si, os turcos não fazem nada de diferente do padrão OTAN\STANAG a que estamos acostumados, e o que os difere dos atuais fornecedores é que eles não tem a mesma presença e tradição de negócios conosco. E nunca terão se continuarmos insistindo em ficar amarrados ao mesmo de sempre, indiferentes ao que aconteça no mundo lá fora. Aliás, a Turquia ao que saiba é OTAN e suas indústrias também tem amplos negócios na Europa, USA e outras partes do mundo. Aqui não pode porque já estamos acostumados com europeus e norte americanos :?: Vai implodir a aviação naval por causa disso :?:
E sim, seu sei que os programas de substituição dos helos atuais da MB sequer sairam do papel. E eu nem contesto isso.
Por outro lado, negócios em defesa são essencialmente políticos, de forma que, se não envolvermos quem por ofício deve garantir a defesa como política de Estado, como então vamos conseguir sequer comprar uma mísera parelha de helos de treinamento básicos :?:
Não tem como resolver os (muitos) problemas da MB sem a participação, e a responsabilização, do poder político.
Quanto aos Mil Mi-35 russos, por mais que tenham sido enfiados goela abaixo da FAB, ao menos aqui no DB tivemos opiniões de vários lados sobre o mesmo, mas de forma geral, dentro da FAB, quem operou com eles só reclamou do início das operações, e depois, a parte logística e de apoio foi resolvida, nunca vi ninguém reclamar do helo, seja operacional ou funcionalmente. Então, a aposentadoria precoce deles ainda é algo envolto em poucas explicações e deixa mais ainda a desejar pela falta de disposição de dá-las em maior profundidade, o que também é típico da nossa cultura castrense.
Mas espero e desejo que tenhamos dias melhores mais para frente a fim de poder encaminhar os problemas que temos.




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Re: Aviação Naval Brasileira

#716 Mensagem por papagaio » Qui Set 15, 2022 8:10 pm

Falamos aqui que a Aviação Naval não consegue substituir seus helicópteros de instrução.
Demos sorte, a "criança" finalmente nasceu.
https://www.defesaaereanaval.com.br/avi ... a-mb-e-fab




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Re: Aviação Naval Brasileira

#717 Mensagem por papagaio » Qui Set 15, 2022 8:12 pm

Importante salientar que aparentemente não haverá gastos de recursos.
Substituíram versões do 225 das Forças por 125, muito mais baratos.




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Re: Aviação Naval Brasileira

#718 Mensagem por gogogas » Sex Set 16, 2022 6:36 pm

Esta troca foi muita bem feita , falando em substituição,A MB tem os esquilos tbm




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Re: Aviação Naval Brasileira

#719 Mensagem por Viking » Sex Set 16, 2022 8:32 pm

gogogas escreveu: Sex Set 16, 2022 6:36 pm Esta troca foi muita bem feita , falando em substituição,A MB tem os esquilos tbm
Os 15 H125 serão distribuídos entre os HI 1 e HS 1. :mrgreen:

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Re: Aviação Naval Brasileira

#720 Mensagem por knigh7 » Sex Set 16, 2022 8:49 pm

Viking escreveu: Sex Set 16, 2022 8:32 pm
gogogas escreveu: Sex Set 16, 2022 6:36 pm Esta troca foi muita bem feita , falando em substituição,A MB tem os esquilos tbm
Os 15 H125 serão distribuídos entre os HI 1 e HS 1. :mrgreen:

Sds
Vai matar o Gogogas do coração escrevendo que ele vai para o HS-1. Os H125 irão, além do HI-1, para alguns HU.




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