Navios famosos da Armada Portuguesa
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Navios famosos da Armada Portuguesa
Caros companheiros
Vou abrir um tópico sobre navios que ficaram famosos na Armada Portuguesa. Vou começar com o meu preferido e aquele que é, consensualmente, considerado o navio mais bonito que navegou sob o pavilhão português. Trata-se do NRP F 335 Pero Escobar. Devido à elegância das suas linhas, os seus tripulantes começaram a chamar-lhe a Lollobrigida, que era uma conhecida actriz italiana (Gina Lollobrigida). A história chegou ao conhecimento da estrela de cinema que ofereceu à tripulação uma fotografia autografada. Um dos mais importantes acontecimentos da história do navio foi a perseguição que moveu ao paquete português Santa Maria. Este paquete fazia a carreira regular entre Lisboa e La Guaira e foi desviado para o Brasil por um grupo de oposicionistas ao regime ditadurial e fascista de Salazar. O grupo era capitaneado pelo capitão do exército português Henrique Galvão.
História do Navio:
http://img78.photobucket.com/albums/v29 ... 335-t1.jpg
http://img78.photobucket.com/albums/v29 ... 335-t2.jpg
http://img78.photobucket.com/albums/v29 ... 335-t3.jpg
Vou abrir um tópico sobre navios que ficaram famosos na Armada Portuguesa. Vou começar com o meu preferido e aquele que é, consensualmente, considerado o navio mais bonito que navegou sob o pavilhão português. Trata-se do NRP F 335 Pero Escobar. Devido à elegância das suas linhas, os seus tripulantes começaram a chamar-lhe a Lollobrigida, que era uma conhecida actriz italiana (Gina Lollobrigida). A história chegou ao conhecimento da estrela de cinema que ofereceu à tripulação uma fotografia autografada. Um dos mais importantes acontecimentos da história do navio foi a perseguição que moveu ao paquete português Santa Maria. Este paquete fazia a carreira regular entre Lisboa e La Guaira e foi desviado para o Brasil por um grupo de oposicionistas ao regime ditadurial e fascista de Salazar. O grupo era capitaneado pelo capitão do exército português Henrique Galvão.
História do Navio:
http://img78.photobucket.com/albums/v29 ... 335-t1.jpg
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Sniper escreveu:Além de ser um belo navio, tem uma história muito intereçante!
desculpe a minha ignorância amigo JLRC (ou outros amigos portugas! ) O Pero Escobar ainda se encontra na ativa? se não, o que foi feito dele?!
Abraços!
Amigo Sniper, infelizmente este belissimo navio foi abatido em 1976 e vendido para sucata, como é apanágio da MP.
Aliás , ainda em Abril deste ano, a fragata F481 NRP Comandante Hermenegildo Capelo foi também abatida e o seu destino também deverá ser um sucateiro qualquer...
Pena é que Portugal, um chamado "País de Marinheiros" não mantenha um único navio de guerra como museu, como acontece com outras nações de tradição maritima. A única excepção é a fragata á vela "D. Fernando II e Glória" e mesmo assim foi recuperada apenas devido á "Expo 98" que decorreu em Lisboa.
-----
Ainda á poucos meses a fragata Knox espanhola "Cataluna" foi abatida e o munícipio (Prefeitura) catalão demonstrou logo interesse em adquiri-la para a transformar em Museu.
E nós a vê-los passar
Triste sina ter nascido português
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JLRC escreveu:Devido à elegância das suas linhas, os seus tripulantes começaram a chamar-lhe a Lollobrigida, que era uma conhecida actriz italiana (Gina Lollobrigida). A história chegou ao conhecimento da estrela de cinema que ofereceu à tripulação uma fotografia autografada.
JLRC, acho que a alcunha dela era na verdade a "Gina"
(e além disso também foi construida em Itália )
Triste sina ter nascido português
- Rui Elias Maltez
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Amigo Sniper:
A perseguição ao Santa Maria decorreu nos finais dos anos 50 ou inícios de 60, na sequência das eleições fraudulentas que ditaram a derrota do candidato oposicionista à ditadura, o Gen. Humberto Delgado, em 1958.
Quem "ganhou" as eleições foi o Alm. Américo Thomaz, que depois passou a ser "eleito" em colégio eleitoral e se manteve na presidência até 74 (sabia que após o golpe ele o o Primeiro Ministro Marcelo Caetano, do anterior regime se exilaram no Brasil?).
Portanto, quando a Frag. Pero Escobar foi abatida, já era bem velhinha.
O que o P-44 diz sobre a preservação do património, em termos de navios é uma vergonha.
Ainda há pouco tempo a nossa velha Hermenegildo Capelo esteve em Timor (acho que rendeu a Vasco da Gama) e fez uma viagem ao Brasil por ocasião dos 500 anos da Descoberta.
Agora, e apesar de alguns apelos nossos (mas quem nos ouve?), vai seguir o destino de outros navios:
Sucata.
A perseguição ao Santa Maria decorreu nos finais dos anos 50 ou inícios de 60, na sequência das eleições fraudulentas que ditaram a derrota do candidato oposicionista à ditadura, o Gen. Humberto Delgado, em 1958.
Quem "ganhou" as eleições foi o Alm. Américo Thomaz, que depois passou a ser "eleito" em colégio eleitoral e se manteve na presidência até 74 (sabia que após o golpe ele o o Primeiro Ministro Marcelo Caetano, do anterior regime se exilaram no Brasil?).
Portanto, quando a Frag. Pero Escobar foi abatida, já era bem velhinha.
O que o P-44 diz sobre a preservação do património, em termos de navios é uma vergonha.
Ainda há pouco tempo a nossa velha Hermenegildo Capelo esteve em Timor (acho que rendeu a Vasco da Gama) e fez uma viagem ao Brasil por ocasião dos 500 anos da Descoberta.
Agora, e apesar de alguns apelos nossos (mas quem nos ouve?), vai seguir o destino de outros navios:
Sucata.
Editado pela última vez por Rui Elias Maltez em Qua Jan 19, 2005 12:50 pm, em um total de 1 vez.
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Amigo Sniper, infelizmente este belissimo navio foi abatido em 1976 e vendido para sucata, como é apanágio da MP.
Aliás , ainda em Abril deste ano, a fragata F481 NRP Comandante Hermenegildo Capelo foi também abatida e o seu destino também deverá ser um sucateiro qualquer...
Pena é que Portugal, um chamado "País de Marinheiros" não mantenha um único navio de guerra como museu, como acontece com outras nações de tradição maritima. A única excepção é a fragata á vela "D. Fernando II e Glória" e mesmo assim foi recuperada apenas devido á "Expo 98" que decorreu em Lisboa.
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Ainda á poucos meses a fragata Knox espanhola "Cataluna" foi abatida e o munícipio (Prefeitura) catalão demonstrou logo interesse em adquiri-la para a transformar em Museu.
E nós a vê-los passar
Rui Elias Maltez escreveu:Amigo Siper:
A perseguição ao Santa Maria decorreu nos finais dos anos 50 ou inícios de 60, na sequencia das eleições fraudulentas que ditaram a derrota do candidato opocioniosta à ditadura, o Gen. Humberto Delgado, em 1958.
Quem "ganhou" as eleições foi o Alm. Américo Thomaz, que depois passou a sr "eleito" em colégio eleitoral e se manteve na presidência até 74 (sabia que após o golpe ele o o Primeiro Ministro Marcelo Caetano, do anterior regime se exilaram no Brasil?).
Portanto, qunado a Frag. Pero Escobar foi abatida, já era bem velhinha.
O que o P-44 diz sobre a preservação do património, em termos de navios é uma vergonha.
Ainda há pouco tempo a nossa velha Hermenegildo Capelo esteve em Timor (acho que rendeu a Vasco da Gama) e fez uma viagem ao Brasil por ocasião dos 500 anos da Descoberta.
Agora, e apesar de alguns apelos nossos (mas quem nos ouve?), vai seguir o destino de outros navios:
Sucata.
É uma pena ver tanta história virar sucata... triste fim...
Ainda mais em Portugal que tem sua história tão ligada ao mar e a navegação! Deveria dar mais valor a suas relíquias!
Abraços!
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É uma pena ver tanta história virar sucata... triste fim...
Ainda mais em Portugal que tem sua história tão ligada ao mar e a navegação! Deveria dar mais valor a suas relíquias!
Nós, que não temos influência nenhuma (o zé povinho) até damos...os "Graúdos" é que estão mais ocupados a meter dinheiro ao bolso, e querem lá saber da história...
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- Rui Elias Maltez
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Se quisermos remontar à nossa história recente, poderíamos falar do pequeno navio português que em 61 resistiu heroicamente e só, ao largo de Goa para tentar atrasar o avanço dos meios navais indianos, na sequência da sua ocupação daquele território colonial português.
Ao arrepio, alías das ordens do Governador Vassalo e Silva que após os primeiros ataques mandou que se depusessem as armas e se destruíssem algumas viaturas.
Salazar apostou em tentar ganhar tempo, para no seio da comunidade internacional tentar que houvessem pressões sobre a Índia de Nehru, e daí a sua ordem para que se lutasse até ao fim.
Mas o comandante Vassalo e Silva realisticamente considerou que não seria justo para os mal armados militares portugueses sujeitá-los a uma morte certa.
Daí a forma fria com que esse militares foram recebidos no Portugal da ditadura após terem passado meses em campos de prisioneiros indianos.
E os esbirros do regime até pegaram no nome do Gen. Vassalo e Silva e passaram a chamá-lo de "Vacila e Salva-te".
A esses guerreiros de pacotilha dos quais ainda hoje há dignos representantes, e que puzeram a cabeça de fora a propósito da invasão do Iraque, gostaria de os ver no terreno, e avaliar a sua galhardia.
Ao arrepio, alías das ordens do Governador Vassalo e Silva que após os primeiros ataques mandou que se depusessem as armas e se destruíssem algumas viaturas.
Salazar apostou em tentar ganhar tempo, para no seio da comunidade internacional tentar que houvessem pressões sobre a Índia de Nehru, e daí a sua ordem para que se lutasse até ao fim.
Mas o comandante Vassalo e Silva realisticamente considerou que não seria justo para os mal armados militares portugueses sujeitá-los a uma morte certa.
Daí a forma fria com que esse militares foram recebidos no Portugal da ditadura após terem passado meses em campos de prisioneiros indianos.
E os esbirros do regime até pegaram no nome do Gen. Vassalo e Silva e passaram a chamá-lo de "Vacila e Salva-te".
A esses guerreiros de pacotilha dos quais ainda hoje há dignos representantes, e que puzeram a cabeça de fora a propósito da invasão do Iraque, gostaria de os ver no terreno, e avaliar a sua galhardia.
Editado pela última vez por Rui Elias Maltez em Qui Jan 20, 2005 1:17 pm, em um total de 1 vez.
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duas fotos fanadas ao JLRC 8)
NRP Delfim (S-166) junto a um submarino Russo e um Sueco (?) em Inglaterra
(O Delfim será abatido este ano...)
Ficará apenas o NRP Barracuda em serviço, até á chegada dos U209PN
NRP Corte-Real (F -332), a mais recente das 3 Vasco da Gama (Meko 200PN)
NRP António Enes (F-471) da Classe João Coutinho, será substituida pelos novos NPO-2000
NRP Almirante Magalhães Correia (F -474), abatida em 1990 (foto tirada por mim no Dia da Marinha de 1989, no Alfeite)
NRP Delfim (S-166) junto a um submarino Russo e um Sueco (?) em Inglaterra
(O Delfim será abatido este ano...)
Ficará apenas o NRP Barracuda em serviço, até á chegada dos U209PN
NRP Corte-Real (F -332), a mais recente das 3 Vasco da Gama (Meko 200PN)
NRP António Enes (F-471) da Classe João Coutinho, será substituida pelos novos NPO-2000
NRP Almirante Magalhães Correia (F -474), abatida em 1990 (foto tirada por mim no Dia da Marinha de 1989, no Alfeite)
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Ainda voltando ao post sobre a invasão de Goa em 1961, algum dos colegas me relembra do nome do navio português que tentou atrasar a invasão pelos soldados da União Indiana?
O navio lutou até ao fim, até que foi alvo de bombarda, e afundou parcialmente.
O P-44 ou o JLRC serão capazes e saber.
Obrigado
O navio lutou até ao fim, até que foi alvo de bombarda, e afundou parcialmente.
O P-44 ou o JLRC serão capazes e saber.
Obrigado
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Rui Elias Maltez escreveu:Ainda voltando ao post sobre a invasão de Goa em 1961, algum dos colegas me relembra do nome do navio português que tentou atrasar a invasão pelos soldados da União Indiana?
O navio lutou até ao fim, até que foi alvo de bombarda, e afundou parcialmente.
O P-44 ou o JLRC serão capazes e saber.
Obrigado
O navio ostentava um nome glorioso, quiçá o mais glorioso da nossa história e que preconizo para o nome do NAVPOL. Era o aviso NRP Afonso de Albuquerque.
Cumpts
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Obrigado, JLRC pela informação.
Quanto ao nome, parece-me de facto uma escolha acertada, embora o nome do Afonso de Albuquerque esteja ligado a alguma violência (que terá que ser sempre enquadrada pelo tempo em que decorreu, e nunca vista pelo olhos de um ocidental do século XXI).
Ou Afonso de Albuquerque, o D. Francisco de Almeida, seriam boas opções para o nome do NavPol.
Quanto ao que se passou em Goa em 1961, coloco aqui a descrição dos combates navais que os nossos poucos e fracos meios navais tiveram com a mais poderosa Marinha da união Indiana:
Na manhã de 18 de Dezembro, encontrando-se fundeado no porto de Mormugão, o aviso Afonso de Albuquerque, de que era comandante o capitão-de-mar-e-guerra Cunha Aragão, foi atacado pelas três fragatas indianas travando com elas um vigoroso duelo de artilharia em que foi repetidamente atingido, acabando por ser encalhado e abandonado. Nesta acção foi morto um grumete; o bravo comandante Aragão ficou gravemente ferido; cerca de meia centena de elementos da guarnição, entre oficiais, sargentos e praças, ficaram ligeiramente feridos, tendo apenas dez tido necessidade de receber tratamento hospitalar. Um autêntico milagre!
A lancha de fiscalização Sirius, que dispunha apenas de uma peça de 20 mm, foi abandonada. A Antares conservou-se ao largo de Damão sem que tivesse avistado qualquer navio indiano nem sido atacada pela aviação.
Quando se apercebeu de que a cidade tinha sido ocupada pelas tropas indianas, o seu comandante, segundo-tenente Brito e Abreu, seguiu para Karachi.
Em Diu encontrava-se uma lancha semelhante, a Vega, de que era comandante o segundo-tenente Oliveira e Carmo.
Nada podendo fazer contra o cruzador Delhi que se encontrava ao largo, mas não lhe sofrendo ânimo ficar de braços cruzados, Oliveira e Carmo decidiu manter-se a navegar nas proximidades da fortaleza ajudando com a sua peça de 20 mm a defendê-la contra os repetidos ataques de que estava sendo alvo por parte da aviação indiana.
Na execução da missão suicida que Oliveira e Carmo impôs a si próprio, com o único fim de honrar a Pátria e a Armada, a Vega foi atacada sucessivamente, por oito ou mais vezes, por parelhas de dois aviões de jacto indianos. Navegando em zig-zag, Oliveira e Carmo conseguiu evitar por diversas vezes que o seu navio fosse atingido.
Por fim sucedeu o inevitável. Uma rajada de projécteis incendiários e explosivos atingiu em cheio a lancha, ferindo-o gravemente, matando o marinheiro Ferreira e incendiando as munições que estavam no convés.
Pouco depois uma segunda rajada, disparada contra o navio imobilizado, acabou-lhe com a vida e feriu gravemente mais três marinheiros. Com a lancha a arder e as munições a explodirem, os seis marinheiros que restavam, três deles gravemente feridos, atiraram-se à água.
O marinheiro Cardoso da Silva, que era bom nadador, conseguiu alcançar a balsa e trazê-la para junto dos companheiros, enquanto a Vega era engolida pelas águas.
Depois de ter ajudado a subir para ela dois dos feridos graves, o Jardino e o Bagoim, bem como o Freitas que era fraco nadador, amarrou as fitas do seu colete de salvação à balsa e, com o corpo e os olhos cobertos de óleo, começou a rebocá-la, nadando na direcção de terra, que conseguiu chegar ao fim de sete horas!
Durante o trajecto o Jardino morreu. O marinheiro Nobre, pensando que era o último sobrevivente nadou em direcção à costa da União Indiana que conseguiu alcançar.
O grumete Ramos, gravemente ferido nas pernas, conseguiu chegar a terra junto da fortaleza que, naquele momento, estava a ser intensamente bombardeada pelo cruzador Delhi.
A forma como se comportaram o Comandante e os marinheiros da Vega, no combate sem esperança que travaram com os aviões indianos à vista da velha fortaleza de Diu, constitui uma das páginas mais brilhantes da História da Marinha de Guerra Portuguesa.
in Site da Marinha
Foto do Aviso NRP Afonso de Albuquerque:
Foto da lancha de fiscalização Vega, em cuja luta morreu o seu comandante, o 2º Tenente Oliveira Carmo
Como nota final, diremos que o NRP Afonso de Albuquerque foi em 1962 rebocado para Bombaim e aí desmantelado para sucata, tendo sido aproveitadas algumas peças e pertes do navio que estão hoje expostas num Museu daquela cidade.
Dados da Revista da Armada
Quanto ao nome, parece-me de facto uma escolha acertada, embora o nome do Afonso de Albuquerque esteja ligado a alguma violência (que terá que ser sempre enquadrada pelo tempo em que decorreu, e nunca vista pelo olhos de um ocidental do século XXI).
Ou Afonso de Albuquerque, o D. Francisco de Almeida, seriam boas opções para o nome do NavPol.
Quanto ao que se passou em Goa em 1961, coloco aqui a descrição dos combates navais que os nossos poucos e fracos meios navais tiveram com a mais poderosa Marinha da união Indiana:
Na manhã de 18 de Dezembro, encontrando-se fundeado no porto de Mormugão, o aviso Afonso de Albuquerque, de que era comandante o capitão-de-mar-e-guerra Cunha Aragão, foi atacado pelas três fragatas indianas travando com elas um vigoroso duelo de artilharia em que foi repetidamente atingido, acabando por ser encalhado e abandonado. Nesta acção foi morto um grumete; o bravo comandante Aragão ficou gravemente ferido; cerca de meia centena de elementos da guarnição, entre oficiais, sargentos e praças, ficaram ligeiramente feridos, tendo apenas dez tido necessidade de receber tratamento hospitalar. Um autêntico milagre!
A lancha de fiscalização Sirius, que dispunha apenas de uma peça de 20 mm, foi abandonada. A Antares conservou-se ao largo de Damão sem que tivesse avistado qualquer navio indiano nem sido atacada pela aviação.
Quando se apercebeu de que a cidade tinha sido ocupada pelas tropas indianas, o seu comandante, segundo-tenente Brito e Abreu, seguiu para Karachi.
Em Diu encontrava-se uma lancha semelhante, a Vega, de que era comandante o segundo-tenente Oliveira e Carmo.
Nada podendo fazer contra o cruzador Delhi que se encontrava ao largo, mas não lhe sofrendo ânimo ficar de braços cruzados, Oliveira e Carmo decidiu manter-se a navegar nas proximidades da fortaleza ajudando com a sua peça de 20 mm a defendê-la contra os repetidos ataques de que estava sendo alvo por parte da aviação indiana.
Na execução da missão suicida que Oliveira e Carmo impôs a si próprio, com o único fim de honrar a Pátria e a Armada, a Vega foi atacada sucessivamente, por oito ou mais vezes, por parelhas de dois aviões de jacto indianos. Navegando em zig-zag, Oliveira e Carmo conseguiu evitar por diversas vezes que o seu navio fosse atingido.
Por fim sucedeu o inevitável. Uma rajada de projécteis incendiários e explosivos atingiu em cheio a lancha, ferindo-o gravemente, matando o marinheiro Ferreira e incendiando as munições que estavam no convés.
Pouco depois uma segunda rajada, disparada contra o navio imobilizado, acabou-lhe com a vida e feriu gravemente mais três marinheiros. Com a lancha a arder e as munições a explodirem, os seis marinheiros que restavam, três deles gravemente feridos, atiraram-se à água.
O marinheiro Cardoso da Silva, que era bom nadador, conseguiu alcançar a balsa e trazê-la para junto dos companheiros, enquanto a Vega era engolida pelas águas.
Depois de ter ajudado a subir para ela dois dos feridos graves, o Jardino e o Bagoim, bem como o Freitas que era fraco nadador, amarrou as fitas do seu colete de salvação à balsa e, com o corpo e os olhos cobertos de óleo, começou a rebocá-la, nadando na direcção de terra, que conseguiu chegar ao fim de sete horas!
Durante o trajecto o Jardino morreu. O marinheiro Nobre, pensando que era o último sobrevivente nadou em direcção à costa da União Indiana que conseguiu alcançar.
O grumete Ramos, gravemente ferido nas pernas, conseguiu chegar a terra junto da fortaleza que, naquele momento, estava a ser intensamente bombardeada pelo cruzador Delhi.
A forma como se comportaram o Comandante e os marinheiros da Vega, no combate sem esperança que travaram com os aviões indianos à vista da velha fortaleza de Diu, constitui uma das páginas mais brilhantes da História da Marinha de Guerra Portuguesa.
in Site da Marinha
Foto do Aviso NRP Afonso de Albuquerque:
Foto da lancha de fiscalização Vega, em cuja luta morreu o seu comandante, o 2º Tenente Oliveira Carmo
Como nota final, diremos que o NRP Afonso de Albuquerque foi em 1962 rebocado para Bombaim e aí desmantelado para sucata, tendo sido aproveitadas algumas peças e pertes do navio que estão hoje expostas num Museu daquela cidade.
Dados da Revista da Armada