PROJETO DE RECUPERAÇÃO-RECOP

Assuntos em discussão: Exército Brasileiro e exércitos estrangeiros, armamentos, equipamentos de exércitos em geral.

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FCarvalho
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Re: PROJETO DE RECUPERAÇÃO-RECOP

#151 Mensagem por FCarvalho » Dom Mar 20, 2022 4:32 pm

Para mim, esses 2% do PIB na defesa deveriam ser exclusivamente para sustentar custeio e investimento, e nenhuma virgula a mais.
Se conseguirmos fazer isso, seria a nossa tábua de salvação dos projetos da Defesa.




Um mal é um mal. Menor, maior, médio, tanto faz… As proporções são convencionadas e as fronteiras, imprecisas. Não sou um santo eremita e não pratiquei apenas o bem ao longo de minha vida. Mas, se me couber escolher entre dois males, prefiro abster-me por completo da escolha.
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Re: PROJETO DE RECUPERAÇÃO-RECOP

#152 Mensagem por knigh7 » Dom Mar 20, 2022 4:50 pm

Existe aonde cortar no EB, Carvalho.

Meu estado (SP) por exemplo, só tem necessidade de tropas num conflito, como proteção de estruturas estratégicas. E isso poder ser feito reservistas (exceto atividades bem específicas, como AAAe). Aqui mão tem topografia específica, não é área de fronteira, o EB não intervém com atividade de polícia, as atividades ACISO são ínfimas, etc A 12ª Bda Aeromóvel e a 11ª Bda Infantaria Mecanizada (atualmente Leve, futura Inf. Mec) poderiam ser extintas com a devida transformação das 2 Bdas no NE em AMV e Inf. Mec.

A 13ª e a 18ª Bdas no CMO poderiam ser fundidas numa só.




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Re: PROJETO DE RECUPERAÇÃO-RECOP

#153 Mensagem por FCarvalho » Dom Mar 20, 2022 6:10 pm

knigh7 escreveu: Dom Mar 20, 2022 4:50 pm Existe aonde cortar no EB, Carvalho.
Meu estado (SP) por exemplo, só tem necessidade de tropas num conflito, como proteção de estruturas estratégicas. E isso poder ser feito reservistas (exceto atividades bem específicas, como AAAe). Aqui mão tem topografia específica, não é área de fronteira, o EB não intervém com atividade de polícia, as atividades ACISO são ínfimas, etc A 12ª Bda Aeromóvel e a 11ª Bda Infantaria Mecanizada (atualmente Leve, futura Inf. Mec) poderiam ser extintas com a devida transformação das 2 Bdas no NE em AMV e Inf. Mec.
A 13ª e a 18ª Bdas no CMO poderiam ser fundidas numa só.
Para tu verem como são as coisas. E não é apenas em SP, outros estados tem OM a perder de vista para as quais não há necessidade nenhuma.
Mas o EB queria gastar 100 milhões para construir um colégio militar na capital paulista. Além destas GU que citastes, tem a 2a DE, que na prática é um órgão burocrático e assim vamos.
Eu até entendo a existência da 12a Amv, que é uma tropa da reserva estratégica do EB, mas a 11a poderia muito bem vir para cá, que é onde mais faz falta uma brigada inteira, principalmente para cobrir os muitos espaços vazios nas fronteiras. Aliás, o RJ tem a 9a Inf Mtz Escola. Uma OM com 4 bt inf, salvo engano. E ainda conta com a Bgda Pqdt e uma miríade de OM que estão ali desde quando a cidade do RJ era capital do Império...
Bem, não sei para quê e nem porque manter uma brigada deste tamanho em um lugar que não precisa dela para coisa alguma. A não ser servir de polícia da polícia da polícia.
Enfim, é possível fazer um reaproveitamento das muitas OM espalhadas Brasil afora e tentar dar-lhes um significado mais adequado ao século XXI. Só que parece que deixar o séc XIX para a cabeça de muita gente de verde oliva é quase uma heresia, ou simplesmente, é difícil largar a praia e os shopping da vida.
Fazer o que. Paciência.




Um mal é um mal. Menor, maior, médio, tanto faz… As proporções são convencionadas e as fronteiras, imprecisas. Não sou um santo eremita e não pratiquei apenas o bem ao longo de minha vida. Mas, se me couber escolher entre dois males, prefiro abster-me por completo da escolha.
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Re: PROJETO DE RECUPERAÇÃO-RECOP

#154 Mensagem por gabriel219 » Seg Mar 21, 2022 4:29 am

knigh7 escreveu: Dom Mar 20, 2022 4:50 pm Existe aonde cortar no EB, Carvalho.

Meu estado (SP) por exemplo, só tem necessidade de tropas num conflito, como proteção de estruturas estratégicas. E isso poder ser feito reservistas (exceto atividades bem específicas, como AAAe). Aqui mão tem topografia específica, não é área de fronteira, o EB não intervém com atividade de polícia, as atividades ACISO são ínfimas, etc A 12ª Bda Aeromóvel e a 11ª Bda Infantaria Mecanizada (atualmente Leve, futura Inf. Mec) poderiam ser extintas com a devida transformação das 2 Bdas no NE em AMV e Inf. Mec.

A 13ª e a 18ª Bdas no CMO poderiam ser fundidas numa só.
A extinção de Brigadas inteiras não mudará que nosso orçamento continuará maior do que países em guerra por ai, como Turquia e Israel. Vai sobrar pouco mais dinheiro para investimento? Sim, mas talvez não vale totalmente a pena a perna em capacidade de combate, vejo lugares melhores para fazer o corte.

Vou te dar um exemplo do que vivi: em 2018, eu estava em Brasília para fazer um trabalho na UnB - quando ainda se permitia trabalhos universitários dignos por lá - e acabei encontrando gente que conheço indo fazer lobby da reforma da previdência (Era Temer) e se encontraram com assessores parlamentares de diversos seguimentos, neutros ou a favor da reforma. Eu consegui pedi para encaminhar e-mails para alguns desses parlamentares sobre temas de defesa e, independente de se mostrarem a favor ou não - e alguns até me surpreenderam sendo a favor de aumentarem, como a equipe do Ciro Nogueira - todos deram a mesma explicação: o orçamento de Defesa Brasileiro é alto demais, próximo do orçamento de Saúde e Educação, maior que alguns países em Guerra e "não há momento político adequado" para aumentar isso.

Com base nisso, traduzindo do politiquês é: "se eu votar a favor pra aumentar o orçamento de Defesa para um valor ou igual a Saúde e Educação, vou ser degolado vivo pela minha base eleitoral, especialmente depois de 2013 com os pedidos de vim pela saúde e educação".

Ou seja, tudo que ouvi, mesmo de quem não se declara a favor do aumento, é a impossibilidade política de aumentar o orçamento devido ao tamanho atual dele, o problema é que 68% é gasto apenas com previdência, juntando com gasto de pessoal, dá acima de 75,5%, ai vai uns 6% para pagamento de dívidas e amortização e sobra o resquício para investimento, que ainda conseguem investir mal pra porra, com USD 180 milhões num foguete guiado chamado MANSUP, MSS 1.2AC, M113BR e assim vai, sem esquecer de EE-9X/U, 1A5M...

Realmente só existe um caminho ou praticamente teremos pouquíssimas Brigadas disponíveis e um número de tropas prontas menor do que 100 mil para ter recursos para equipa-las bem, basicamente dependendo de reservistas para lutar numa guerra hipotética.




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Re: PROJETO DE RECUPERAÇÃO-RECOP

#155 Mensagem por knigh7 » Seg Mar 21, 2022 6:59 am

Durante o Comando do Villas Bôas, com aquela redução de efetivo de 5% ao ano, iriam cortar 10 brigadas, ficando então com 15. Essas 15 brigadas seriam completas e com a grande maioria de profissionais.

Mas o projeto não foi para frente...(provavelmente por resistência corporativista). Os sucessores fizeram até o contrário: o Pujol reativou no RS a 6ªDE.




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Re: PROJETO DE RECUPERAÇÃO-RECOP

#156 Mensagem por gabriel219 » Seg Mar 21, 2022 8:17 am

@knigh7, quero dar maior embasamento sobre o meu comentário do porque não ser tão necessário diminuir a quantidade de militares do EB, mas sim da MB, sendo este caso cortando 50%. Não há necessidade alguma de 80 mil, nem uma segunda força de Fuzileiros Navais, como a MB quer quando tiver uma segunda esquadra - essa sim necessária.

Pelo que apurei, numa pesquisa rápida de wikipédia eu encontrei Regimentos de Cavalaria dentro de AD's, 17 Batalhões (Infantaria, Caçador e até Infantaria Mecanizada) avulsos, Esquadrões de Cavalaria e 230 Tiros de Guerra. Isso tudo dá um efetivo de 25 mil avulsos, sem OM de manobra. Sei que a desculpa pra existir isso é que essas OM's seriam vinculadas nas Brigadas em caso de necessidade de uso, mas já não é melhor vincula-las? Tem Divisão que tem Esquadrão e Regimento avulso, até Batalhão, enquanto a 16ª Bda Inf Sl só tem um único Batalhão. Outras Unidades por ai tem seu contingente insuficiente, até pela metade. A única Brigada que eu realmente não vejo necessidade alguma de existir é a 14ª, mas isso eu me aprofundo. O que eu proponho é essa organização abaixo:

Imagem

:arrow: Brigada de Infantaria Paraquedista = movida para Anápolis, mantida sua organização;

:arrow: Brigada de Cavalaria Mecanizada (4 Brigadas) : Movidas, agora em Teresina, Santiago e Vilhena, mantendo a 4ª em Dourados. Sua organização passaria a ser diferente, sendo 3x RCMec e 1x BIMec. O RCMec seria subfracionado em 3x Esquadrões de Cavalaria Mecanizada - seria 2x Pel Cav Mec cada Esq, 4x VBC-SR cada Pel e 2x para Cia Cmd Esq e 2x Pel Fz Mec - e 1x Esquadrões de Reconhecimento Mecanizado - esse seria o antigo EsqCavMec, porém com papel de reconhecimento armado mecanizado, auxílio de drones e com formação similar, porém mais 1 seção de Fz Mec e as viaturas EE-9 substituídas por um VBR-SR 6x6 30 mm + Msl AC. A Bda Cav Mec passaria a atuar como Brigada de Choque Estratégica.

:arrow: Brigada de Operações de Selva (7 Brigadas) : Todas sendo quaternárias, porém agora sem nenhuma cavalaria em sua organização. Cada Btl Ops Sl seria especializado em um tipo de combate, sendo 1 em Ops Urbanas, outro em Ops Ribeirinhas e os demais em Ops de Sl. Todos terão treinamento de Guerra na Selva completo, porém terão treinamento em especificidades. Criada a 24ª Bda Ops Sl, em Taraucá.

O 1º Batalhão Inf Sl seria transformado em 1º Btl Ops Esp, especializado em Assalto Aeromóvel, enquanto a 3ª Cia ForEsp seria elevada a Btl. Teríamos dois Btl's Especiais na região, sendo uma com foco em assalto aeromóvel e operações diretas, o outro com ação mais indireta e voltado pra contra-guerrilha;

:arrow: Brigada de Infantaria Mecanizada (5 Brigadas) = movida a 11ª para São José do Rio Preto, pois assim pode apoiar Sudeste, Centro-Oeste e Sul. 8ª, 10ª e 13ª Brigadas transformadas em Mec, mantendo-se a 15ª;

:arrow: Brigada Blindada (3 Brigadas) : Organização remodelada para 3x RCB's e 1x EsqRecBlind, uma nova organização, que vai ser bem similar a EsqRecMec, porém com força blindada (lagartas). Não haverá necessidade de viaturas sob rodas realizando o reconhecimento - sempre em conjunto de drones - pois aqui essa Brigada é focada em mobilidade tática, logo o esquadrão de reconhecimento necessita acompanhar também em terreno off-road.

3ª Bda Inf Mec seria transformada em Bda Blind, recebendo os RCB's das quatro Bda Cav Mec, trocando pelos seus BIMec, que elas receberiam. Ainda irá sobrar um RCB, mas falaremos mais tarde;

:arrow: Brigadas Leves Especiais (3 Brigadas) : Tais brigadas "Especiais" são na verdade brigadas especializadas em terrenos, como Operações Urbanas (9ª Bda transformada para Brigada de Operações Urbanas), Operações de Montanha (4ª Bda já faz essa função) e Operações de Pantanal (18ª Bda seria transformada a esse propósito).

A organização dessas Brigadas seriam todas quaternárias, porém com algumas peculiaridades. A 18ª Bda Ops Ptn iria possuir 4x Btl Inf Ptn; a 4ª Bda manteria seu estado atual; e a 9ª Bda Ops Urb iria possuir 3x Btl Inf Lv, 1x Btl Inf Mtz - Mtz agora será dotado de MRAP's - e um novo tipo de Organização, ROUrb (Regimento de Operações Urbanas), que seria dotada de viaturas blindadas mais pesadas e UGV's, sendo algo parecido com BMP-T e Type X/Uran 9, respectivamente. Os Batalhões dessa GU teria acesso também a UGV's como Themis;

:arrow: Brigadas Aeromóveis (2 Brigadas): passarão a ser quaternárias, com um EsqCavAmv, focada no uso de UGV's e MRAP's, dotados desde .50 até canhões 30 mm como o M230LF. a 7ª Bda Inf Mtz seria transformada em Amv. Cada Btl seria focado em algum tipo de operação específica, especialmente Urbana.

:arrow: Brigada de Artilharia de Exército (4 Brigadas): com a extinção das Divisões - ao meu ver, algo totalmente desnecessário, considerando que as Regiões Militares podem cumprir esse papel administrativo, com as divisões sendo formadas quando houver desdobramento em combate, necessitando ainda manter uma Cia de Cmd nível Divisão ativa dentro das Regiões Militares - as AD's seriam convertidas nessas Brigadas, sendo adicionado sistemas GLM's nessas organizações. Essas organizações poderiam contar com 2x GLM e 2x GAC, sendo o último dotado de Obus Rebocado da classe do Athos. Além da Bateria de Comando, que seria uma versão do Astros Mk6, em 8x8, capaz de disparar mísseis maiores, da classe do BrahMos. Essas Brigadas seriam posicionadas em Manaus, Formosa, Santa Maria e Teresina, podendo atingir rapidamente qualquer parte do território Nacional. A missão aqui é apoio de fogo a nível tático e estratégico; e

:arrow: Brigada de Artilharia Antiaérea (4 Brigadas): seriam OM's com formação terciária, sendo 3x GAAe, operando sistemas LRAD e sistemas VSHORAD anti-PGM de defesa própria. Seriam deslocadas para TO's e agrupadas dentro de Divisões (1-2 Brigadas) ou Corpo de Exército (3-4 Brigadas). A missão aqui é defesa aérea de tropas desdobradas no terreno

Assim, nível Brigada, passaríamos a ter 33 Brigadas, porém não haveria aumento de efetivo, pois justamente passaríamos a fazer troca de contingentes (caso da 3ª Bda) e passaríamos a distribuir Batalhões, Regimentos, Esquadrões e entre outras forças de manobra - forças essas sendo Infantaria, Cavalaria e Artilharia - para Brigadas, deixando para RM's e CA's apenas o usual de sempre, com adição de OM's especializadas em drones. Além de TG's e outras várias organizações sendo desativadas, como a 14ª Bda Inf Mtz.

Agora outro ponto que coloquei são as FT's, que seriam diferentes do que utilizamos hoje em dia, mas agora organizações "infra-brigadas", semelhante a BTG's Russos, GTI's Franceses, TK's do EUA e entre outros:

:arrow: Força-Tarefa (3 OM's) : FT's terão papel de reforçar a região contra algum tipo de ameaça e conhecida demora para chegar OM nacional a altura, além de ser figura experimento para futuros desdobramentos, como unir OM's de Brigada Blindada e Infantaria Mecanizada, em casos específicos de combate, como cenários Urbanos médios ou mesmo RCB + 3 Btl Inf Lv (Urb) para ambientes urbanos de alta complexidade, cidades como São Paulo por exemplo. Tais FT's seriam comandadas por Gen Bda ou Coronéis.
  • FT Yanomami: essa FT seria composta pelo RCB que sobrou de uma das Bda Cav Mec e da transformação do 14º Esq para Regimento. Teria apoio de um Btl Inf Mtz e um GAC de Selva, que seria transformado em GAC convencional, porém com apoio de drones, inclusive suicidas. Seria interessante um tipo de Astros leve, em viatura robusta 4x4, semelhante ao BM-21 porém bem mais moderno, operando foguetes 122 mm e 180 mmm, mísseis como o natimorto FOG-MMP, drones como Hero 150, SS 40G e entre outros.
  • FT Oiapoque: essa FT seria composta por um EsqCavMec, 1x Btl Inf Mtz e um GAC reduzido, focado mais em artilharia de precisão e drones.
  • FT Krenak: essa unidade basicamente seria formada por SU's de Cavalaria, tanto Blnd quanto Mec, além de artilharia de precisão. Teria como principal função operar também em ambientes de montanha e oferecer suporte para tropas em TO Urbano, como no NE e no SE.
Um cálculo por baixo que fiz é que, pra tornar isso possível, o EB precisaria de 180 mil homens. Muitas OM's teriam efetivo diminuído devido a tecnologia, como por exemplo substituir os Regimentos de Cavalaria Mecanizada por Companhias de Aquisição de Alvos, utilizando drone e pequenas seções de reconhecedores, além de treinar tropas em todos os batalhões para servir como balizadores de alvos para a artilharia apoiar com fogo aquela OM, como JTAC's tupiniquins. Ainda há outros exemplos, porém ficaria longo demais.

Como compensação financeira, poderíamos substituir alguns impostos que incidem em arrecadação para o GF, criando um novo com alíquota de 3,5% sobre o lucro em exploração de minério e petróleo do território Nacional. Em 2021, essa atividade somou lucro de R$ 325 Bilhões, o que passaria a gerar cerca de R$ 11 bi, que seriam voltados exclusivamente para Investimento com o poder total do MD. Isso somado aos R$ 12 Bi que o MD pede para investimentos, seriam R$ 23 Bi anuais para investimentos. Ainda podemos considerar o financiamento do BNDES para projetos de defesa.

Acho que isso é mais ou menos tudo, se faltar algo, complemento.




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Re: PROJETO DE RECUPERAÇÃO-RECOP

#158 Mensagem por gabriel219 » Seg Mar 21, 2022 7:13 pm

Concordo com boa parte dos seus posts, lembro-me ter acompanhado eles nessa época e participado. Mas gostaria de sua opinião sobre o que eu escrevi acima, se possível, claro.




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Re: PROJETO DE RECUPERAÇÃO-RECOP

#159 Mensagem por RobsonBCruz » Ter Mar 22, 2022 12:21 pm

gabriel219 escreveu: Seg Mar 21, 2022 7:13 pm
Concordo com boa parte dos seus posts, lembro-me ter acompanhado eles nessa época e participado. Mas gostaria de sua opinião sobre o que eu escrevi acima, se possível, claro.
Gabriel, não me referi as suas sugestões até o momento, porque elas, embora sejam muito interessantes, e me instigam sempre a repensar o modelo que defendo, apresentam, no meu entendimento, o conceito prevalente entre a maioria, de que as brigadas devem ser GU completas e prontas, distribuídas geograficamente onde possivelmente seria o seu TO. No meu entendimento, precisamos investir mais em capacidade de mobilidade estratégica (especialmente ferrovias) do que em reposicionamento de brigadas (mas há vários casos, que concordo, como a transferência da Bda Inf Pqdf para Anápolis, prevista no PEEx).

O modelo que defendo é de GU de preparo, que podem desdobrar Unidades ou compor GU a serem desdobradas onde for necessário.

Mas vamos aos pontos que ainda tenho resistência em relação as suas sugestões:

1) Muitas transferências de unidades e GU (o que representaria elevado custo);

2) A manutenção do conceito de Brigadas de Cavalaria Mecanizada (4 brigadas) e Brigadas de Infantaria Mecanizada (5 brigadas). Esse conceito de Bda Cavalaria Mec parece só existir ainda aqui no Brasil. Eu defendo Brigadas Mecanizadas (nossa brigada stryker – SBCT), que seriam no total de 6.

3) Transformar todos os BIS em Bth Op Esp me parece um exagero. Concordo que, na estrutura base (de Paz), todas as GU de combate (blindadas, mecanizadas, leves e de selva) deveriam ser quaternárias.

4) Em relação a transformação da 9ª Bda Inf em Bda Op Urbanas, defendo que todas as brigadas mecanizadas e leves deveriam ter o ambiente urbano como principal ambiente operacional, não justificando manter uma única brigada especializada (qualquer hipótese de emprego militar em grande escala em área densamente edificada demandará longos períodos, sendo necessário possuir várias GU preparadas para fazer o rodízio de força).

5) Em relação às Forças Tarefas, suas sugestões são muito interessantes, mas entendo que essas FT devam ser o desdobramento de OM de acordo com a necessidade. Por isso deveríamos investir mais em mobilidade estratégica.

Com relação ao aspecto de redução do custo com pessoal no orçamento de defesa, origem de toda essa discussão, o que defendo passa pela existência de um sistema de previdência universal, igual para todos, sejam trabalhadores nos setores da iniciativa privada, sejam servidores públicos, civis ou militares, dos 3 Poderes, em todas os entes federativos (União, Estados e Municípios). Assim, caberia ao EB contribuir para esse sistema de previdência em relação ao pessoal ativo e não bancar os benefícios do pessoal inativo. Mas evidentemente, há situações especiais que precisariam ser contempladas, entre elas a contagem de tempo para militares destacados para localidades difíceis. Nesse caso, o ajuste financeiro para um período menor de contribuição deveria ser no recolhimento da contribuição nesse tempo em que a contagem é especial (exemplo: se o militar fica 1 ano em local que deveria contar em dobro, a contribuição do pagador deveria ser o dobro nesse período).

Outra coisa seria não ficar carregando militares de carreira no serviço ativo até que possam ser reformados. Minha sugestão é que após um tempo sem promoção (as promoções deveriam ser predominantemente por mérito), o militar de carreira seria exonerado do serviço ativo, podendo continuar atuando como civil (com remuneração equivalente a que recebia) em serviços administrativos (exemplo: um subtenente, após 25 anos de carreira que, em função dos locais que prestou efetivo serviço, equivalem a 32 anos de contribuição, ficaria mais 8 anos como civil em atividades administrativas). As atividades administrativas, ficariam centralizadas em Bases Adm por guarnição (como tem sido implantado), exercidas em sua maioria por civis. Isso não reduzirá o custo propriamente, mas reduziria significativamente o quadro de militares ativos.

Mas tudo isso só teria efeito prático no orçamento em (muito) longo prazo, após um longo período de transição.




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Re: PROJETO DE RECUPERAÇÃO-RECOP

#160 Mensagem por gabriel219 » Qua Mar 23, 2022 1:48 am

RobsonBCruz escreveu: Ter Mar 22, 2022 12:21 pmGabriel, não me referi as suas sugestões até o momento, porque elas, embora sejam muito interessantes, e me instigam sempre a repensar o modelo que defendo, apresentam, no meu entendimento, o conceito prevalente entre a maioria, de que as brigadas devem ser GU completas e prontas, distribuídas geograficamente onde possivelmente seria o seu TO. No meu entendimento, precisamos investir mais em capacidade de mobilidade estratégica (especialmente ferrovias) do que em reposicionamento de brigadas (mas há vários casos, que concordo, como a transferência da Bda Inf Pqdf para Anápolis, prevista no PEEx).

O modelo que defendo é de GU de preparo, que podem desdobrar Unidades ou compor GU a serem desdobradas onde for necessário.
A distribuição das tropas que eu fiz - assim respondendo a pergunta quanto ao primeiro item - servem para atingir três princípios: presença militar em todo o território nacional, não apenas focado no Sul, Sudeste e Amazônia; treinamento para conceito de Divisões Modulares, que é a reunião de GU's em torno de Regiões Militares e Comandos de Área para desdobrar uma Divisão de acordo com as necessidades do T.O, algo impossível de se fazer hoje, justamente por tudo está focado no Sul; e treinamento das próprias GU's, experimentando diversos tipos de terreno e dificuldades geológicas. Cerrado do Centro-Oeste é muito diferente do Nordestino, que por sua vez difere do Lavrado, que por sua vez difere da Caatinga e assim vai. Veja que, basicamente, em cada bioma, temos praticamente todo o tipo de tropa, desde Leve até Blindada.

Quanto a presença Militar em todo território é fundamental, pois, como sempre falo, em caso de atrito com a Venezuela, ela pode enviar uma quantidade de tropas muito maior e em menos tempo para a nossa fronteira do que podemos trazendo tudo do Sul e Centro-Oeste. Um único M60 levou 16 dias de Campo Grande até Boa Vista, a Venezuela consegue descer toda a 6ª e a 4ª divisão para Luepa nesse tempo. Mesmo que explodam a ponte em El Dorado, impedindo que viaturas não-anfíbias atravessem, precisaríamos avançar até Luepa para diminuir a frente de combate e pra isso precisaremos de força de choque blindada. Esperar mais de duas semanas para vir blindados do Sul é dar o tempo pra Venezuela reconstruir as pontes e passar seus T-72. Isso sem falar que os BMP-3 e BTR-82A já poderiam atravessar o Rio Cuyuni, que não tem largas correntezas. Tropas Mecanizadas como as Bda Cav Mec próximas teriam muito mais rapidez de movimento contanto com RCM e BIMec do que com RCB, reforçando as tropas na região, inclusive a FT que eu havia sugerido.
RobsonBCruz escreveu: Ter Mar 22, 2022 12:21 pm2) A manutenção do conceito de Brigadas de Cavalaria Mecanizada (4 brigadas) e Brigadas de Infantaria Mecanizada (5 brigadas). Esse conceito de Bda Cavalaria Mec parece só existir ainda aqui no Brasil. Eu defendo Brigadas Mecanizadas (nossa brigada stryker – SBCT), que seriam no total de 6.
Na formação atual, só no Brasil, mas a que eu sugeri é bem comum, aliás. Na Itália, são as Brigada Medias e no Japão principalmente, eles possuem tropas mecanizadas focadas em Infantaria, que ficam nas ilhas ao sul, porém possuem tropas mecanizadas que funcionam igual ás suas tropas blindadas, com o Type 16 operando basicamente como um light tank e essa é a ideia que eu tenho, já existe isso ai por fora. A China está estudando esse tipo de tropa de ação rápida há um tempo também. EUA não precisa de tal conceito devido a sua USAF com seus Globemaster III e Galaxy, transportando até Abrams para pontos estratégicos, futuramente o MPF. Nós não teremos esse luxo e Bda Inf Mec não terá o poder de fogo necessário para atuar dessa maneira, já que é forte em Infantaria, não em cavalaria.

Quanto ao Japão, eu havia colocado o vídeo aqui explicando essa doutrina deles.
RobsonBCruz escreveu: Ter Mar 22, 2022 12:21 pm3) Transformar todos os BIS em Bth Op Esp me parece um exagero. Concordo que, na estrutura base (de Paz), todas as GU de combate (blindadas, mecanizadas, leves e de selva) deveriam ser quaternárias.


Mas não falei isso, falei em transformar apenas o 1º BIS, os demais BIS seriam convencionais, apenas teria um que receberia treinamento diferenciado para ambientes urbanos e outro para ações ribeirinhas, mas todos continuariam a serem BIS. Quase como a Bda Pqdt, que tem o mesmo papel mas possuem especialidades.
RobsonBCruz escreveu: Ter Mar 22, 2022 12:21 pmEm relação a transformação da 9ª Bda Inf em Bda Op Urbanas, defendo que todas as brigadas mecanizadas e leves deveriam ter o ambiente urbano como principal ambiente operacional, não justificando manter uma única brigada especializada (qualquer hipótese de emprego militar em grande escala em área densamente edificada demandará longos períodos, sendo necessário possuir várias GU preparadas para fazer o rodízio de força).

Sim, isso é previsto em minha sugestão quanto a todos possuírem capacidade de combate urbano, o que vejo é que Infantaria Leve é mais capaz de combater em regiões Urbanas do que Infantaria Mecanizada. Isso é uma lição que os Russos aprenderam, utilizando Infantaria Leve com apoio de viaturas blindadas atuando na cercanias da cidade, com o uso de BMP-T para apoiar as tropas dentro da cidade ou UGV's, como o Uran-9. Isso foi experimentado na Síria.

Os Israelenses fazem o mesmo, treinam uma Brigada - vou lembrar o nome - para ser especialista para atuar em ambientes urbanos, com apoio de carros de combate ao redor da cidade. O apoio blindado que a tropa teria na região interna da cidade, seria com UGV's, agora eles desenvolvem o Camel para isso, além das loitering munition portáteis, como Rotem.

Treinar demais tropas leves - imagino aqui que fale Aeromóvel e Paraquedista - em ambiente urbano, assim como Mecanizadas e Blindadas, concordo totalmente, mas para focar, dentro da cidade, com UGV's e Loitering, imagino que será uma estrutura extremamente pesada para brigadas que já possuem funções específicas, como Aeromóvel e Paraquedista com seus papéis de estabelecer cabeça-de-ponte-aérea.
RobsonBCruz escreveu: Ter Mar 22, 2022 12:21 pm5) Em relação às Forças Tarefas, suas sugestões são muito interessantes, mas entendo que essas FT devam ser o desdobramento de OM de acordo com a necessidade. Por isso deveríamos investir mais em mobilidade estratégica.


Não há como fazer mobilidade estratégica com tropas de mobilidade tática como blindados. Como disse anteriormente, socar todos os blindados no Sul do Brasil, com uma parcela mínima no CO e no Sudeste, deixando tudo que é choque nos Pampas, vai levar três semanas para deslocarmos até regiões maiores do Brasil. Mesmo que seja de trem, vai levar dias. Até lá, teremos duas divisões batendo a porta de Roraima. Infantaria Mecanizada não dá conta e nem terá o poder de fogo necessário pra isso.
RobsonBCruz escreveu: Ter Mar 22, 2022 12:21 pmCom relação ao aspecto de redução do custo com pessoal no orçamento de defesa, origem de toda essa discussão, o que defendo passa pela existência de um sistema de previdência universal, igual para todos, sejam trabalhadores nos setores da iniciativa privada, sejam servidores públicos, civis ou militares, dos 3 Poderes, em todas os entes federativos (União, Estados e Municípios). Assim, caberia ao EB contribuir para esse sistema de previdência em relação ao pessoal ativo e não bancar os benefícios do pessoal inativo. Mas evidentemente, há situações especiais que precisariam ser contempladas, entre elas a contagem de tempo para militares destacados para localidades difíceis. Nesse caso, o ajuste financeiro para um período menor de contribuição deveria ser no recolhimento da contribuição nesse tempo em que a contagem é especial (exemplo: se o militar fica 1 ano em local que deveria contar em dobro, a contribuição do pagador deveria ser o dobro nesse período).

Outra coisa seria não ficar carregando militares de carreira no serviço ativo até que possam ser reformados. Minha sugestão é que após um tempo sem promoção (as promoções deveriam ser predominantemente por mérito), o militar de carreira seria exonerado do serviço ativo, podendo continuar atuando como civil (com remuneração equivalente a que recebia) em serviços administrativos (exemplo: um subtenente, após 25 anos de carreira que, em função dos locais que prestou efetivo serviço, equivalem a 32 anos de contribuição, ficaria mais 8 anos como civil em atividades administrativas). As atividades administrativas, ficariam centralizadas em Bases Adm por guarnição (como tem sido implantado), exercidas em sua maioria por civis. Isso não reduzirá o custo propriamente, mas reduziria significativamente o quadro de militares ativos.

Mas tudo isso só teria efeito prático no orçamento em (muito) longo prazo, após um longo período de transição.
Quanto aqui, não há o que discordar.




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Re: PROJETO DE RECUPERAÇÃO-RECOP

#161 Mensagem por RobsonBCruz » Qua Mar 23, 2022 9:58 am

gabriel219 escreveu: Qua Mar 23, 2022 1:48 am
RobsonBCruz escreveu: Ter Mar 22, 2022 12:21 pmGabriel, não me referi as suas sugestões até o momento, porque elas, embora sejam muito interessantes, e me instigam sempre a repensar o modelo que defendo, apresentam, no meu entendimento, o conceito prevalente entre a maioria, de que as brigadas devem ser GU completas e prontas, distribuídas geograficamente onde possivelmente seria o seu TO. No meu entendimento, precisamos investir mais em capacidade de mobilidade estratégica (especialmente ferrovias) do que em reposicionamento de brigadas (mas há vários casos, que concordo, como a transferência da Bda Inf Pqdf para Anápolis, prevista no PEEx).

O modelo que defendo é de GU de preparo, que podem desdobrar Unidades ou compor GU a serem desdobradas onde for necessário.
A distribuição das tropas que eu fiz - assim respondendo a pergunta quanto ao primeiro item - servem para atingir três princípios: presença militar em todo o território nacional, não apenas focado no Sul, Sudeste e Amazônia; treinamento para conceito de Divisões Modulares, que é a reunião de GU's em torno de Regiões Militares e Comandos de Área para desdobrar uma Divisão de acordo com as necessidades do T.O, algo impossível de se fazer hoje, justamente por tudo está focado no Sul; e treinamento das próprias GU's, experimentando diversos tipos de terreno e dificuldades geológicas. Cerrado do Centro-Oeste é muito diferente do Nordestino, que por sua vez difere do Lavrado, que por sua vez difere da Caatinga e assim vai. Veja que, basicamente, em cada bioma, temos praticamente todo o tipo de tropa, desde Leve até Blindada.

Quanto a presença Militar em todo território é fundamental, pois, como sempre falo, em caso de atrito com a Venezuela, ela pode enviar uma quantidade de tropas muito maior e em menos tempo para a nossa fronteira do que podemos trazendo tudo do Sul e Centro-Oeste. Um único M60 levou 16 dias de Campo Grande até Boa Vista, a Venezuela consegue descer toda a 6ª e a 4ª divisão para Luepa nesse tempo. Mesmo que explodam a ponte em El Dorado, impedindo que viaturas não-anfíbias atravessem, precisaríamos avançar até Luepa para diminuir a frente de combate e pra isso precisaremos de força de choque blindada. Esperar mais de duas semanas para vir blindados do Sul é dar o tempo pra Venezuela reconstruir as pontes e passar seus T-72. Isso sem falar que os BMP-3 e BTR-82A já poderiam atravessar o Rio Cuyuni, que não tem largas correntezas. Tropas Mecanizadas como as Bda Cav Mec próximas teriam muito mais rapidez de movimento contanto com RCM e BIMec do que com RCB, reforçando as tropas na região, inclusive a FT que eu havia sugerido.
RobsonBCruz escreveu: Ter Mar 22, 2022 12:21 pm2) A manutenção do conceito de Brigadas de Cavalaria Mecanizada (4 brigadas) e Brigadas de Infantaria Mecanizada (5 brigadas). Esse conceito de Bda Cavalaria Mec parece só existir ainda aqui no Brasil. Eu defendo Brigadas Mecanizadas (nossa brigada stryker – SBCT), que seriam no total de 6.
Na formação atual, só no Brasil, mas a que eu sugeri é bem comum, aliás. Na Itália, são as Brigada Medias e no Japão principalmente, eles possuem tropas mecanizadas focadas em Infantaria, que ficam nas ilhas ao sul, porém possuem tropas mecanizadas que funcionam igual ás suas tropas blindadas, com o Type 16 operando basicamente como um light tank e essa é a ideia que eu tenho, já existe isso ai por fora. A China está estudando esse tipo de tropa de ação rápida há um tempo também. EUA não precisa de tal conceito devido a sua USAF com seus Globemaster III e Galaxy, transportando até Abrams para pontos estratégicos, futuramente o MPF. Nós não teremos esse luxo e Bda Inf Mec não terá o poder de fogo necessário para atuar dessa maneira, já que é forte em Infantaria, não em cavalaria.

Quanto ao Japão, eu havia colocado o vídeo aqui explicando essa doutrina deles.
RobsonBCruz escreveu: Ter Mar 22, 2022 12:21 pm3) Transformar todos os BIS em Bth Op Esp me parece um exagero. Concordo que, na estrutura base (de Paz), todas as GU de combate (blindadas, mecanizadas, leves e de selva) deveriam ser quaternárias.


Mas não falei isso, falei em transformar apenas o 1º BIS, os demais BIS seriam convencionais, apenas teria um que receberia treinamento diferenciado para ambientes urbanos e outro para ações ribeirinhas, mas todos continuariam a serem BIS. Quase como a Bda Pqdt, que tem o mesmo papel mas possuem especialidades.
RobsonBCruz escreveu: Ter Mar 22, 2022 12:21 pmEm relação a transformação da 9ª Bda Inf em Bda Op Urbanas, defendo que todas as brigadas mecanizadas e leves deveriam ter o ambiente urbano como principal ambiente operacional, não justificando manter uma única brigada especializada (qualquer hipótese de emprego militar em grande escala em área densamente edificada demandará longos períodos, sendo necessário possuir várias GU preparadas para fazer o rodízio de força).

Sim, isso é previsto em minha sugestão quanto a todos possuírem capacidade de combate urbano, o que vejo é que Infantaria Leve é mais capaz de combater em regiões Urbanas do que Infantaria Mecanizada. Isso é uma lição que os Russos aprenderam, utilizando Infantaria Leve com apoio de viaturas blindadas atuando na cercanias da cidade, com o uso de BMP-T para apoiar as tropas dentro da cidade ou UGV's, como o Uran-9. Isso foi experimentado na Síria.

Os Israelenses fazem o mesmo, treinam uma Brigada - vou lembrar o nome - para ser especialista para atuar em ambientes urbanos, com apoio de carros de combate ao redor da cidade. O apoio blindado que a tropa teria na região interna da cidade, seria com UGV's, agora eles desenvolvem o Camel para isso, além das loitering munition portáteis, como Rotem.

Treinar demais tropas leves - imagino aqui que fale Aeromóvel e Paraquedista - em ambiente urbano, assim como Mecanizadas e Blindadas, concordo totalmente, mas para focar, dentro da cidade, com UGV's e Loitering, imagino que será uma estrutura extremamente pesada para brigadas que já possuem funções específicas, como Aeromóvel e Paraquedista com seus papéis de estabelecer cabeça-de-ponte-aérea.
RobsonBCruz escreveu: Ter Mar 22, 2022 12:21 pm5) Em relação às Forças Tarefas, suas sugestões são muito interessantes, mas entendo que essas FT devam ser o desdobramento de OM de acordo com a necessidade. Por isso deveríamos investir mais em mobilidade estratégica.


Não há como fazer mobilidade estratégica com tropas de mobilidade tática como blindados. Como disse anteriormente, socar todos os blindados no Sul do Brasil, com uma parcela mínima no CO e no Sudeste, deixando tudo que é choque nos Pampas, vai levar três semanas para deslocarmos até regiões maiores do Brasil. Mesmo que seja de trem, vai levar dias. Até lá, teremos duas divisões batendo a porta de Roraima. Infantaria Mecanizada não dá conta e nem terá o poder de fogo necessário pra isso.
RobsonBCruz escreveu: Ter Mar 22, 2022 12:21 pmCom relação ao aspecto de redução do custo com pessoal no orçamento de defesa, origem de toda essa discussão, o que defendo passa pela existência de um sistema de previdência universal, igual para todos, sejam trabalhadores nos setores da iniciativa privada, sejam servidores públicos, civis ou militares, dos 3 Poderes, em todas os entes federativos (União, Estados e Municípios). Assim, caberia ao EB contribuir para esse sistema de previdência em relação ao pessoal ativo e não bancar os benefícios do pessoal inativo. Mas evidentemente, há situações especiais que precisariam ser contempladas, entre elas a contagem de tempo para militares destacados para localidades difíceis. Nesse caso, o ajuste financeiro para um período menor de contribuição deveria ser no recolhimento da contribuição nesse tempo em que a contagem é especial (exemplo: se o militar fica 1 ano em local que deveria contar em dobro, a contribuição do pagador deveria ser o dobro nesse período).

Outra coisa seria não ficar carregando militares de carreira no serviço ativo até que possam ser reformados. Minha sugestão é que após um tempo sem promoção (as promoções deveriam ser predominantemente por mérito), o militar de carreira seria exonerado do serviço ativo, podendo continuar atuando como civil (com remuneração equivalente a que recebia) em serviços administrativos (exemplo: um subtenente, após 25 anos de carreira que, em função dos locais que prestou efetivo serviço, equivalem a 32 anos de contribuição, ficaria mais 8 anos como civil em atividades administrativas). As atividades administrativas, ficariam centralizadas em Bases Adm por guarnição (como tem sido implantado), exercidas em sua maioria por civis. Isso não reduzirá o custo propriamente, mas reduziria significativamente o quadro de militares ativos.

Mas tudo isso só teria efeito prático no orçamento em (muito) longo prazo, após um longo período de transição.
Quanto aqui, não há o que discordar.
Gabriel, como disse antes, suas ideias e argumentos bem embasados sempre me fazem refletir e repensar o modelo que tenho defendido.




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Re: PROJETO DE RECUPERAÇÃO-RECOP

#162 Mensagem por FCarvalho » Qui Mar 24, 2022 8:41 pm

Robson, nas suas propostas em que procuras basear a organização e disposição das OM do EB de forma a privilegiar a mobilidade em detrimento da presença fixa de OM ao longo do país, qual seria o nosso grau - e capacidade efetiva- de resposta a HE em que atores extra TO sul americano estejam envolvidos massivamente.




Um mal é um mal. Menor, maior, médio, tanto faz… As proporções são convencionadas e as fronteiras, imprecisas. Não sou um santo eremita e não pratiquei apenas o bem ao longo de minha vida. Mas, se me couber escolher entre dois males, prefiro abster-me por completo da escolha.
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Re: PROJETO DE RECUPERAÇÃO-RECOP

#163 Mensagem por RobsonBCruz » Sex Mar 25, 2022 12:17 pm

FCarvalho escreveu: Qui Mar 24, 2022 8:41 pm Robson, nas suas propostas em que procuras basear a organização e disposição das OM do EB de forma a privilegiar a mobilidade em detrimento da presença fixa de OM ao longo do país, qual seria o nosso grau - e capacidade efetiva- de resposta a HE em que atores extra TO sul americano estejam envolvidos massivamente.
Flavio, o modelo que defendo, para ficar claro, é de preservar, sempre que possível, a capilaridade territorial da OM hoje existente, mantendo-se um grande quantitativo de GU e U. Porém, de modo a propiciar uma significativa redução no componente ativo da força terrestre a manter uma efetiva capacidade de se expandir, quando necessário, as U (batalhões, regimentos, grupos, etc) seriam incompletas na estrutura permanente (de Paz), mantendo-se uma única subunidade operacional ativa e uma subunidade escola, e mais uma reserva ativa (reservistas que prestam serviços 2 dias por mês e mais outros tantos nos exercícios de mobilização) capaz de mobiliar a ativação das subunidades inativas (as outras 2 SU necessárias para completar a U).

Nessa logica, pode-se dizer que os 27 grupamentos núcleos de brigadas de combate (brigadas blindadas, mecanizadas, leves e de selva), correspondem a 9 brigadas completas.

Considerando o ciclo de preparação em 3 fases (1º - recomposição, 2º aprontamento e 3º prontidão) e que as diversas OM seriam distribuídas nessas etapas de preparação buscando-se o máximo equilíbrio entre os 3 contingentes, para cada tipo de unidade de combate e para cada C Mil Cj, pode-se dizer que a qualquer tempo teríamos o equivalente a 3 brigadas (uma mecanizada-blindada, uma leve e uma de selva) em prontidão, com suas U e SU distribuídas ao longo do território nacional.




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Re: PROJETO DE RECUPERAÇÃO-RECOP

#164 Mensagem por FCarvalho » Sex Mar 25, 2022 12:40 pm

RobsonBCruz escreveu: Sex Mar 25, 2022 12:17 pm Flavio, o modelo que defendo, para ficar claro, é de preservar, sempre que possível, a capilaridade territorial da OM hoje existente, mantendo-se um grande quantitativo de GU e U. Porém, de modo a propiciar uma significativa redução no componente ativo da força terrestre a manter uma efetiva capacidade de se expandir, quando necessário, as U (batalhões, regimentos, grupos, etc) seriam incompletas na estrutura permanente (de Paz), mantendo-se uma única subunidade operacional ativa e uma subunidade escola, e mais uma reserva ativa (reservistas que prestam serviços 2 dias por mês e mais outros tantos nos exercícios de mobilização) capaz de mobiliar a ativação das subunidades inativas (as outras 2 SU necessárias para completar a U).
Nessa logica, pode-se dizer que os 27 grupamentos núcleos de brigadas de combate (brigadas blindadas, mecanizadas, leves e de selva), correspondem a 9 brigadas completas.
Considerando o ciclo de preparação em 3 fases (1º - recomposição, 2º aprontamento e 3º prontidão) e que as diversas OM seriam distribuídas nessas etapas de preparação buscando-se o máximo equilíbrio entre os 3 contingentes, para cada tipo de unidade de combate e para cada C Mil Cj, pode-se dizer que a qualquer tempo teríamos o equivalente a 3 brigadas (uma mecanizada-blindada, uma leve e uma de selva) em prontidão, com suas U e SU distribuídas ao longo do território nacional.
Grato pela explicação Robson.
Entretanto, esta organização proposta por ti, no caso das OM localizadas em região de fronteira, onde as missões são basicamente todas reais, não raro até mesmo aquelas destinadas a treinamento da tropa, como elas ficariam, já que haveria apenas uma única subunidade totalmente operacional, com as demais servindo como escola e reserva com elementos em SMO ou da reserva civil em prestação de serviço rotatório.
Falo isto tendo em mente a realidade da minha região e de outras que conheço indiretamente cujas atribuições levam as mesmas a estarem em tempo integral em prontidão com toda a tropa a disposição do comando da unidade ou da brigada a que está subordinada 24\7. E não raro estas OM estão sempre envolvidas em atividades de repressão ao tráfico de drogas como ao combate aos diversos ilícitos transfronteiriços já bastante conhecidos por nós.
Seria viável a sua proposta neste tipo de BIS ou btl inf em regiões de fronteira, ou o modelo atual segue sendo a melhor alternativa(pergunta)
O nível de engajamento de soldados no SMO destas unidades geralmente se restringe a menos da metade da tropa. Ao menos nas OM que conheço é assim.




Um mal é um mal. Menor, maior, médio, tanto faz… As proporções são convencionadas e as fronteiras, imprecisas. Não sou um santo eremita e não pratiquei apenas o bem ao longo de minha vida. Mas, se me couber escolher entre dois males, prefiro abster-me por completo da escolha.
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Re: PROJETO DE RECUPERAÇÃO-RECOP

#165 Mensagem por RobsonBCruz » Sex Mar 25, 2022 4:27 pm

FCarvalho escreveu: Sex Mar 25, 2022 12:40 pm
RobsonBCruz escreveu: Sex Mar 25, 2022 12:17 pm Flavio, o modelo que defendo, para ficar claro, é de preservar, sempre que possível, a capilaridade territorial da OM hoje existente, mantendo-se um grande quantitativo de GU e U. Porém, de modo a propiciar uma significativa redução no componente ativo da força terrestre a manter uma efetiva capacidade de se expandir, quando necessário, as U (batalhões, regimentos, grupos, etc) seriam incompletas na estrutura permanente (de Paz), mantendo-se uma única subunidade operacional ativa e uma subunidade escola, e mais uma reserva ativa (reservistas que prestam serviços 2 dias por mês e mais outros tantos nos exercícios de mobilização) capaz de mobiliar a ativação das subunidades inativas (as outras 2 SU necessárias para completar a U).
Nessa logica, pode-se dizer que os 27 grupamentos núcleos de brigadas de combate (brigadas blindadas, mecanizadas, leves e de selva), correspondem a 9 brigadas completas.
Considerando o ciclo de preparação em 3 fases (1º - recomposição, 2º aprontamento e 3º prontidão) e que as diversas OM seriam distribuídas nessas etapas de preparação buscando-se o máximo equilíbrio entre os 3 contingentes, para cada tipo de unidade de combate e para cada C Mil Cj, pode-se dizer que a qualquer tempo teríamos o equivalente a 3 brigadas (uma mecanizada-blindada, uma leve e uma de selva) em prontidão, com suas U e SU distribuídas ao longo do território nacional.
Grato pela explicação Robson.
Entretanto, esta organização proposta por ti, no caso das OM localizadas em região de fronteira, onde as missões são basicamente todas reais, não raro até mesmo aquelas destinadas a treinamento da tropa, como elas ficariam, já que haveria apenas uma única subunidade totalmente operacional, com as demais servindo como escola e reserva com elementos em SMO ou da reserva civil em prestação de serviço rotatório.
Falo isto tendo em mente a realidade da minha região e de outras que conheço indiretamente cujas atribuições levam as mesmas a estarem em tempo integral em prontidão com toda a tropa a disposição do comando da unidade ou da brigada a que está subordinada 24\7. E não raro estas OM estão sempre envolvidas em atividades de repressão ao tráfico de drogas como ao combate aos diversos ilícitos transfronteiriços já bastante conhecidos por nós.
Seria viável a sua proposta neste tipo de BIS ou btl inf em regiões de fronteira, ou o modelo atual segue sendo a melhor alternativa(pergunta)
O nível de engajamento de soldados no SMO destas unidades geralmente se restringe a menos da metade da tropa. Ao menos nas OM que conheço é assim.
Flavio, conforme explicado nas mensagens constantes em um dos links indicados no meu post de 2 dias atrás, a segurança de fronteira ficaria a cargo de outras OM: 4 grupamentos de fronteiras (2 na Amazônia), que somam 25 batalhões de fronteiras, cada um desdobrando 4 destacamentos de fronteiras (atuais PEF).

Ou seja, ao invés de termos brigadas de selva que estão presas a responsabilidade de segurança de um ponto específico do território, possuindo, portanto, baixa capacidade de desdobrar força para outra região que necessite, as brigadas de selva possuiriam plena capacidade de se desdobrar para qualquer ponto do território, visto que a segurança permanente da linha de fronteira estaria a cargo de outras unidades.




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