República Centro Africana - MINUSCA
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Re: República Centro Africana - MINUSCA
Aprontamento da 3ª Força Nacional Destacada na Republica Centro Africana. Campo de tiro de Alcochete foi o palco de vários exercícios com vista à preparação desta força que parte brevemente. Na foto os militares do 1º Batalhão de Paraquedistas treinam tiro de combate com utilização de viaturas.
Aprontamento da 3ª Força Nacional Destacada na Republica Centro Africana. Campo de tiro de Alcochete foi o palco de vários exercícios com vista à preparação desta força que parte brevemente. Na foto os militares do 1º Batalhão de Paraquedistas disparam o morteirete de 60mm para apoio com fogos indirectos.
Fonte : The Way of the Warriors
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Re: República Centro Africana - MINUSCA
Faço minhas as suas palavras Sterrius. Concordo plenamente.Sterrius escreveu:que eu gostaria de ver testado, mais que equipamento ou experiencia. È a logística.
Mandar equipamento além mar, mante-lo funcionando no meio do continente africano e em condição de selva exige uma logística que nunca foi necessária no Haiti.
até pq guerras se ganham e se perdem na logística. Se o Brasil não for melhor que o oponente aqui ele ja perdeu antes de começar. (especialmente por não termos recursos para desperdiçar).
Espero que esta experiência na RCA nos traga não somente aprendizado, mas principalmente, revelações sobre as nossas (in)capacidades logísticas.
De outra forma, infelizmente, por assim dizer, estas missões da ONU vão continuar sendo o grande reboque a favor da modernização do pensamento doutrinário e material de nossas forças.
Mas fazer o quê quando se vive em um país deitado eternamente em berço explêdido...
abs
Um mal é um mal. Menor, maior, médio, tanto faz… As proporções são convencionadas e as fronteiras, imprecisas. Não sou um santo eremita e não pratiquei apenas o bem ao longo de minha vida. Mas, se me couber escolher entre dois males, prefiro abster-me por completo da escolha.
A. Sapkowski
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Re: República Centro Africana - MINUSCA
COBERTURA ESPECIAL - AFRICA - TERRESTRE
29 de Janeiro, 2018 - 09:00 ( Brasília )
Brasil vai enviar 750 militares para as forças da ONU na África
Missão é considerada um desafio mais perigoso que o Haiti
http://www.defesanet.com.br/africa/noti ... na-Africa/
Agora vai?
abs
29 de Janeiro, 2018 - 09:00 ( Brasília )
Brasil vai enviar 750 militares para as forças da ONU na África
Missão é considerada um desafio mais perigoso que o Haiti
http://www.defesanet.com.br/africa/noti ... na-Africa/
Agora vai?
abs
Um mal é um mal. Menor, maior, médio, tanto faz… As proporções são convencionadas e as fronteiras, imprecisas. Não sou um santo eremita e não pratiquei apenas o bem ao longo de minha vida. Mas, se me couber escolher entre dois males, prefiro abster-me por completo da escolha.
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Re: República Centro Africana - MINUSCA
PÁRAS PRONTOS PARA A REPÚBLICA CENTRO AFRICANA
Por Miguel Machado
«Não há duas missões iguais», frase tantas vezes ouvida a militares que em várias missões expedicionárias têm participado, é uma verdade comprovada agora na República Centro Africana. “As experiências quer da primeira quer da segunda força estão traduzidas nesta instrução que estamos aqui a desenvolver e se há coisas em comum nos dois contingentes que nos antecederam, há outras bem diferentes que nos foram relatadas. A situação está em permanente evolução e é preciso profissionalismo, motivação, grande capacidade de adaptação e…bom senso para enfrentar o imprevisto”.
Mais uma missão para os militares do 1.º Batalhão de Infantaria Pára-quedista. Depois da Bósnia, Timor-Leste, Kosovo, Iraque e Afeganistão, agora a República Centro Africana. O teatro de operações é difícil, o clima também e a força multinacional tem características e capacidades diferentes das que encontramos nas operações da NATO. As anteriores FND têm representado Portugal ao mais alto nível porque a missão atribuída tem sido bem cumprida, e é isso que se espera desta nova força.
Lições aprendidas colocadas em prática
As palavras são do Tenente-Coronel Pára-quedista João Bernardino, 52 anos de idade, 31 de serviço, comandante do 1.º Batalhão de Infantaria Pára-quedista (1BIPara) que se encontrava no Campo de Tiro, em Alcochete, quando ali estivemos durante algumas horas para tomar contacto com esta fase final da preparação para mais uma missão deste batalhão(*) da Brigada de Reação Rápida (BrigRR). Traduzem a experiência dos dois contingentes que o antecederam na República Centro Africana (RCA), o segundo deles ainda em operações e que vai ser rendido a partir de meados de Fevereiro. Continua João Bernardino, “a cooperação tem sido excelente, julgo que os meus antecessores não podiam ter feito mais para transmitir aquilo que foi e está a ser neste momento a sua vivência na RCA. As dificuldades quer a nível logístico quer a nível operacional, as soluções encontradas para cada obstáculo, as características das facções em presença e o seu modo de agir quer do ponto vista psicológico quer militar, as capacidades e vulnerabilidades dos nossos parceiros na força multinacional e sobretudo dos grupos armados, tudo me foi passado com grande abertura quer pelo Tenente-coronel Musa Paulino (comandante da 1.ª FND) quer pelo Tenente-Coronel Duarte Varino (comandante da 2.ª FND, que ainda está na RCA).
Os relatórios vindos da RCA contribuem e muito para ajustar o treino ministrado em Portugal, mas este trabalho de preparação do 1.ºBIPara que termina dentro em breve com uma inspecção operacional – Combat Readiness Evaluation (CREVAL) pela Inspecção Geral do Exército – começou bem antes. Incluiu reuniões de trabalho no Regimento de Comandos e na BrigRR com os oficiais da 1.ª FND (esteve no teatro de operações de Janeiro a Setembro de 2017); participação de quadros deste 1.º BIPara no exercício final de certificação operacional da 2.ª FND que actualmente está na RCA; o reconhecimento ao teatro de operações em Novembro de 2017 pelo comandante e alguns quadros do 1BIPara que o seu comandante considera “foi bom irmos lá tão cedo, assim ainda foi possível fazer algumas adaptações que nos pareceram aconselháveis. Estes reconhecimentos são muito importantes, por mais informação que nos chegue do teatro de operações, e chegam muitas como já referi, não há nada que substitua uma avaliação directa ”.
O Major Pára-quedista Carvalho, 42 anos de idade, 22 de serviço, oficial de operações desta 3.ª FND, enquanto nos explica uma acção que vai ser treinada e inclui o uso de um “drone” e do destacamento EOD (explosive ordnance disposal, que em português se pode traduzir por inactivação de engenhos explosivos) no desimpedimento de uma “picada” (estrada de terra) que havia sido bloqueada com abatises – quem esteve ou estudou a guerra do Ultramar sabe bem o que isto é, e sobretudo o perigo que significa! – reforça as palavras do seu comandante “…pode-se mesmo dizer que estamos on-line com a força dos Comandos que está na RCA, alguns dos procedimentos que ali puseram em prática recentemente, são estes que já estamos aqui a treinar. A alteração das circunstâncias no terreno é uma constante, a força do TCor Varino (2.ª FND) actuou em alguns locais e contra grupos diferentes da do TCor Paulino (1.ª FND) e logo deparou-se com problemas diferentes, teve que encontrar soluções diferentes. Vamos mentalizados para as mesmas ameaças mas também outras novas que apareçam e haveremos de resolver!”
Prevendo-se já que a próxima força – a partir em Agosto ou Setembro de 2018 – possa ser oriunda do 2.º Batalhão de Infantaria Pára-quedista (2BIPara), quadros deste batalhão da BrigRR virão também fazer uma visita de informação a este exercício e assim tomar contacto com o que está ser feito para começar a delinear a sua própria preparação para eventual emprego na RCA.
Numa das carreiras de tiro os pelotões treinaram “posições modificadas combinadas”. O militar sob orientação de um instrutor exercita o tiro “ao alvo” …mas através das “seteiras” identificadas com um número.
Como se percebe desde a posição de pé até à deitado passando por várias “intermédias”, o atirador tem que adaptar-se, rapidamente, visar o alvo e abrir fogo.
Dependendo naturalmente do ritmo imposto pelo instrutor, pode ser um treino bastante exigente …e tem que ser!
Não basta apontar para a zona e apertar o gatilho, isto é feito para atingir o inimigo e para isso tem que ser avaliado com seriedade. Note-se no militar à esquerda o “drop-bag” que é utilizado para colocar rapidamente os carregadores vazios em vez de os deitar ao solo, sendo depois de terminada a acção recolocados no local próprio, os porta-carregadores.
Boa imagem do actual equipamento individual do militar do Exército que vai actuar na RCA. Melhorou-se sem dúvida e do colete balístico à bandoleira da arma, passando por vários outros itens houve uma evolução. A espingarda HK G-3 7,62x51mm NATO, que entrou ao serviço a partir de 1961, continua a destoar mesmo que algumas (poucas!) das que estão na RCA disponham de melhoramentos. A urgência na sua substituição é maior do que nunca.
“Esta cooperação franca e esta partilha de informação entre Comandos e Pára-quedistas que vai mesmo muito para além do que é serviço e entra nas experiências pessoais entre quem esteve, quem está e quem vai estar na RCA, é uma das provas do clima que reina na Brigada de Reacção Rápida entre militares de origens muito diferentes e que traduz uma das vantagens deste modelo de organização”, refere o Brigadeiro-General Coelho Rebelo presente em Alcochete para se inteirar do modo como estava a decorrer a preparação de mais esta força da BrigRR – a qual comanda “de facto” desde Outubro de 2017 mas oficialmente desde 9 de Janeiro de 2018 – que vai ser projectada para nova missão exterior.
Para os observadores menos atentos, nomeadamente no espaço público, fala-se muito em relação à RCA de Comandos e agora de Pára-quedistas, mas a realidade é que (além da participação do Destacamento de Controlo Aéreo Táctico da Força Aérea Portuguesa que se irá em breve juntar a esta FND e que no terreno irá actuar inserido na componente operacional junto com os pelotões de pára-quedistas, correndo os mesmo riscos), não só a força é composta por militares de outras especialidades como todos estes seus componentes do Exército estão na dependência da Brigada de Reacção Rápida, uma das três grandes unidades do ramo terrestre, juntamente com a Brigada Mecanizada e a Brigada de Intervenção, esta última que em breve irá projectar uma força para o Afeganistão.
Perguntamos ao BGen. Cmdt. da BrigRR, deixando de parte as considerações de ordem política, diplomática e mesmo geoestratégica, como vê este emprego operacional real e continuado de forças da brigada na RCA? “Do ponto de vista puramente operacional faço uma análise muito positiva daquela que é a participação, sem excepções, em missões que somos chamados a cumprir no quadro das políticas de alianças internacionais das quais Portugal é signatário.
Em primeiro lugar porque, desde logo, a atribuição pelo Escalão Superior destas missões à BrigRR consubstancia o reconhecimento das capacidades operacionais residentes nesta Grande Unidade do Exército que estão solidamente alicerçadas num modelo de treino intensivo e exigente e com provas dadas.
Em segundo lugar porque propicia uma vivência operacional única e uma partilha de experiências notável a todos quantos nelas participam, que não é possível ser recriada na sua plenitude em situações de treino, este acervo de conhecimento único, no caso concreto da BrigRR, é utilizado no refinamento das acções de treino operacional, adaptado às novas realidades da conflitualidade, que conduzirão a um cada vez melhor produto operacional.
Contudo não podemos negligenciar o factor risco, que no caso do empenhamento operacional é exponencial face ao treino; e é de forma a mitigar ao máximo este factor que a formação e o treino são necessariamente intensos e exigentes pois constituem a antecâmara do seu emprego nos muitas vezes complexos Teatros de Operações em que nos encontramos”.
Como se compreende a coordenação entre os 5 elementos da equipa é fundamental para manter a pressão sobre o inimigo quer no ataque quer…
…na rotura de combate, sempre com apoio. E isto não é teoria já aconteceu com anteriores FND na RCA, terem que efectuar uma acção destas que aqui se treinava.
Uma das armas mais potentes da FND, a velha mas fiável Browning 12,7mm, um caso de longevidade que continua sem rival nos quatro cantos do mundo, mesmo nos exércitos mais evoluídos. Podia ter alguns sistemas de apoio à pontaria, mas continua uma excelente arma.
A velha HK MG 3, calibre 7,62mm, sendo uma boa arma também já teve o seu tempo e deverá ser substituída por uma arma mais recente.
O Capitão Freire supervisiona o treino de tiro com as HK MG 4, calibre 5.56mm, que pode ser usada com este bipé ou montada nas viaturas “Commando Assault Vehicle” que também estão na RCA.
...
http://www.operacional.pt/paras-prontos ... -africana/
Por Miguel Machado
«Não há duas missões iguais», frase tantas vezes ouvida a militares que em várias missões expedicionárias têm participado, é uma verdade comprovada agora na República Centro Africana. “As experiências quer da primeira quer da segunda força estão traduzidas nesta instrução que estamos aqui a desenvolver e se há coisas em comum nos dois contingentes que nos antecederam, há outras bem diferentes que nos foram relatadas. A situação está em permanente evolução e é preciso profissionalismo, motivação, grande capacidade de adaptação e…bom senso para enfrentar o imprevisto”.
Mais uma missão para os militares do 1.º Batalhão de Infantaria Pára-quedista. Depois da Bósnia, Timor-Leste, Kosovo, Iraque e Afeganistão, agora a República Centro Africana. O teatro de operações é difícil, o clima também e a força multinacional tem características e capacidades diferentes das que encontramos nas operações da NATO. As anteriores FND têm representado Portugal ao mais alto nível porque a missão atribuída tem sido bem cumprida, e é isso que se espera desta nova força.
Lições aprendidas colocadas em prática
As palavras são do Tenente-Coronel Pára-quedista João Bernardino, 52 anos de idade, 31 de serviço, comandante do 1.º Batalhão de Infantaria Pára-quedista (1BIPara) que se encontrava no Campo de Tiro, em Alcochete, quando ali estivemos durante algumas horas para tomar contacto com esta fase final da preparação para mais uma missão deste batalhão(*) da Brigada de Reação Rápida (BrigRR). Traduzem a experiência dos dois contingentes que o antecederam na República Centro Africana (RCA), o segundo deles ainda em operações e que vai ser rendido a partir de meados de Fevereiro. Continua João Bernardino, “a cooperação tem sido excelente, julgo que os meus antecessores não podiam ter feito mais para transmitir aquilo que foi e está a ser neste momento a sua vivência na RCA. As dificuldades quer a nível logístico quer a nível operacional, as soluções encontradas para cada obstáculo, as características das facções em presença e o seu modo de agir quer do ponto vista psicológico quer militar, as capacidades e vulnerabilidades dos nossos parceiros na força multinacional e sobretudo dos grupos armados, tudo me foi passado com grande abertura quer pelo Tenente-coronel Musa Paulino (comandante da 1.ª FND) quer pelo Tenente-Coronel Duarte Varino (comandante da 2.ª FND, que ainda está na RCA).
Os relatórios vindos da RCA contribuem e muito para ajustar o treino ministrado em Portugal, mas este trabalho de preparação do 1.ºBIPara que termina dentro em breve com uma inspecção operacional – Combat Readiness Evaluation (CREVAL) pela Inspecção Geral do Exército – começou bem antes. Incluiu reuniões de trabalho no Regimento de Comandos e na BrigRR com os oficiais da 1.ª FND (esteve no teatro de operações de Janeiro a Setembro de 2017); participação de quadros deste 1.º BIPara no exercício final de certificação operacional da 2.ª FND que actualmente está na RCA; o reconhecimento ao teatro de operações em Novembro de 2017 pelo comandante e alguns quadros do 1BIPara que o seu comandante considera “foi bom irmos lá tão cedo, assim ainda foi possível fazer algumas adaptações que nos pareceram aconselháveis. Estes reconhecimentos são muito importantes, por mais informação que nos chegue do teatro de operações, e chegam muitas como já referi, não há nada que substitua uma avaliação directa ”.
O Major Pára-quedista Carvalho, 42 anos de idade, 22 de serviço, oficial de operações desta 3.ª FND, enquanto nos explica uma acção que vai ser treinada e inclui o uso de um “drone” e do destacamento EOD (explosive ordnance disposal, que em português se pode traduzir por inactivação de engenhos explosivos) no desimpedimento de uma “picada” (estrada de terra) que havia sido bloqueada com abatises – quem esteve ou estudou a guerra do Ultramar sabe bem o que isto é, e sobretudo o perigo que significa! – reforça as palavras do seu comandante “…pode-se mesmo dizer que estamos on-line com a força dos Comandos que está na RCA, alguns dos procedimentos que ali puseram em prática recentemente, são estes que já estamos aqui a treinar. A alteração das circunstâncias no terreno é uma constante, a força do TCor Varino (2.ª FND) actuou em alguns locais e contra grupos diferentes da do TCor Paulino (1.ª FND) e logo deparou-se com problemas diferentes, teve que encontrar soluções diferentes. Vamos mentalizados para as mesmas ameaças mas também outras novas que apareçam e haveremos de resolver!”
Prevendo-se já que a próxima força – a partir em Agosto ou Setembro de 2018 – possa ser oriunda do 2.º Batalhão de Infantaria Pára-quedista (2BIPara), quadros deste batalhão da BrigRR virão também fazer uma visita de informação a este exercício e assim tomar contacto com o que está ser feito para começar a delinear a sua própria preparação para eventual emprego na RCA.
Numa das carreiras de tiro os pelotões treinaram “posições modificadas combinadas”. O militar sob orientação de um instrutor exercita o tiro “ao alvo” …mas através das “seteiras” identificadas com um número.
Como se percebe desde a posição de pé até à deitado passando por várias “intermédias”, o atirador tem que adaptar-se, rapidamente, visar o alvo e abrir fogo.
Dependendo naturalmente do ritmo imposto pelo instrutor, pode ser um treino bastante exigente …e tem que ser!
Não basta apontar para a zona e apertar o gatilho, isto é feito para atingir o inimigo e para isso tem que ser avaliado com seriedade. Note-se no militar à esquerda o “drop-bag” que é utilizado para colocar rapidamente os carregadores vazios em vez de os deitar ao solo, sendo depois de terminada a acção recolocados no local próprio, os porta-carregadores.
Boa imagem do actual equipamento individual do militar do Exército que vai actuar na RCA. Melhorou-se sem dúvida e do colete balístico à bandoleira da arma, passando por vários outros itens houve uma evolução. A espingarda HK G-3 7,62x51mm NATO, que entrou ao serviço a partir de 1961, continua a destoar mesmo que algumas (poucas!) das que estão na RCA disponham de melhoramentos. A urgência na sua substituição é maior do que nunca.
“Esta cooperação franca e esta partilha de informação entre Comandos e Pára-quedistas que vai mesmo muito para além do que é serviço e entra nas experiências pessoais entre quem esteve, quem está e quem vai estar na RCA, é uma das provas do clima que reina na Brigada de Reacção Rápida entre militares de origens muito diferentes e que traduz uma das vantagens deste modelo de organização”, refere o Brigadeiro-General Coelho Rebelo presente em Alcochete para se inteirar do modo como estava a decorrer a preparação de mais esta força da BrigRR – a qual comanda “de facto” desde Outubro de 2017 mas oficialmente desde 9 de Janeiro de 2018 – que vai ser projectada para nova missão exterior.
Para os observadores menos atentos, nomeadamente no espaço público, fala-se muito em relação à RCA de Comandos e agora de Pára-quedistas, mas a realidade é que (além da participação do Destacamento de Controlo Aéreo Táctico da Força Aérea Portuguesa que se irá em breve juntar a esta FND e que no terreno irá actuar inserido na componente operacional junto com os pelotões de pára-quedistas, correndo os mesmo riscos), não só a força é composta por militares de outras especialidades como todos estes seus componentes do Exército estão na dependência da Brigada de Reacção Rápida, uma das três grandes unidades do ramo terrestre, juntamente com a Brigada Mecanizada e a Brigada de Intervenção, esta última que em breve irá projectar uma força para o Afeganistão.
Perguntamos ao BGen. Cmdt. da BrigRR, deixando de parte as considerações de ordem política, diplomática e mesmo geoestratégica, como vê este emprego operacional real e continuado de forças da brigada na RCA? “Do ponto de vista puramente operacional faço uma análise muito positiva daquela que é a participação, sem excepções, em missões que somos chamados a cumprir no quadro das políticas de alianças internacionais das quais Portugal é signatário.
Em primeiro lugar porque, desde logo, a atribuição pelo Escalão Superior destas missões à BrigRR consubstancia o reconhecimento das capacidades operacionais residentes nesta Grande Unidade do Exército que estão solidamente alicerçadas num modelo de treino intensivo e exigente e com provas dadas.
Em segundo lugar porque propicia uma vivência operacional única e uma partilha de experiências notável a todos quantos nelas participam, que não é possível ser recriada na sua plenitude em situações de treino, este acervo de conhecimento único, no caso concreto da BrigRR, é utilizado no refinamento das acções de treino operacional, adaptado às novas realidades da conflitualidade, que conduzirão a um cada vez melhor produto operacional.
Contudo não podemos negligenciar o factor risco, que no caso do empenhamento operacional é exponencial face ao treino; e é de forma a mitigar ao máximo este factor que a formação e o treino são necessariamente intensos e exigentes pois constituem a antecâmara do seu emprego nos muitas vezes complexos Teatros de Operações em que nos encontramos”.
Como se compreende a coordenação entre os 5 elementos da equipa é fundamental para manter a pressão sobre o inimigo quer no ataque quer…
…na rotura de combate, sempre com apoio. E isto não é teoria já aconteceu com anteriores FND na RCA, terem que efectuar uma acção destas que aqui se treinava.
Uma das armas mais potentes da FND, a velha mas fiável Browning 12,7mm, um caso de longevidade que continua sem rival nos quatro cantos do mundo, mesmo nos exércitos mais evoluídos. Podia ter alguns sistemas de apoio à pontaria, mas continua uma excelente arma.
A velha HK MG 3, calibre 7,62mm, sendo uma boa arma também já teve o seu tempo e deverá ser substituída por uma arma mais recente.
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Re: República Centro Africana - MINUSCA
Cabeça, tens notícias se apareceu algum milico brazuca por aí com os vossos paras a fim de colher informações sobre a preparação para a missão na RCA?
Acho estranho que aqui pouco ou nada tem sido divulgado sobre a nossa preparação. Mesmo na mídia que trabalha com o tema.
Abs
Acho estranho que aqui pouco ou nada tem sido divulgado sobre a nossa preparação. Mesmo na mídia que trabalha com o tema.
Abs
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Re: República Centro Africana - MINUSCA
À bem pouco tempo havia Páras Brasileiros a fazer cursos (?) em Tancos, mais do que isso não sei nada.
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Re: República Centro Africana - MINUSCA
Valeu, obrigado.cabeça de martelo escreveu:À bem pouco tempo havia Páras Brasileiros a fazer cursos (?) em Tancos, mais do que isso não sei nada.
Vamos aguardar mais um pouco então.
Por aqui a burrocracia estatal e política parece estar ferrando mesmo com tudo isso.
Mas enfim, cada um se vira como pode e com o que tem.
Então vamos nós do jeito que for.
abs.
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Re: República Centro Africana - MINUSCA
Eles nem sequer precisam de vir aqui, mas sim lá e falar com os vários contingentes. Penso que dificilmente algo não será feito nesse sentido.FCarvalho escreveu:Valeu, obrigado.cabeça de martelo escreveu:À bem pouco tempo havia Páras Brasileiros a fazer cursos (?) em Tancos, mais do que isso não sei nada.
Vamos aguardar mais um pouco então.
Por aqui a burrocracia estatal e política parece estar ferrando mesmo com tudo isso.
Mas enfim, cada um se vira como pode e com o que tem.
Então vamos nós do jeito que for.
abs.
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Re: República Centro Africana - MINUSCA
Concordo, precisar não precisa, mas como para nós tudo é novidade nesta missão, desde o tipo de preparação até viagem e estadia, sou por aquele dito popular que diz "melhor prevenir do que remediar". E como somos conterrâneos, sem dúvidas que uma visita a Portugal não seria de todo de jogar-se fora.cabeça de martelo escreveu:Eles nem sequer precisam de vir aqui, mas sim lá e falar com os vários contingentes. Penso que dificilmente algo não será feito nesse sentido.
Mas do jeito que estamos começando esta missão, bem representativa da esculhambação que virou este país nos últimos anos, começo a temer que 13 anos de Haiti não tenham servido para muita coisa. Isso de parte, claro, do campo político-institucional, porque do militar aprendemos demais. Mas como não são eles que tem a caneta na mão...
Infelizmente parece que vamos repetir a mesma novela de 2004 na RCA, quando fomos ao Haiti apenas com a cara e a coragem.
Mas enfim, se formos, ao menos esta missão na África agregará mais e melhores conhecimentos e experiências a quem deve, que é o nosso pessoal de farda. Porque dos engravatados, desse já não se pode esperar absolutamente nada. Desde sempre.
Ao menos a RCA vai servir-nos, assim como o Haiti, para a modernização de parte da tropa e para a aquisição de muitos materiais atuais para as ffaa's, que se fosse depender da nossa sôfrega realidade estratégica sul-americana, iriam ficar para depois, ou qualquer hora dessas.
abs.
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Re: República Centro Africana - MINUSCA
O michelzinho não faz idéia do que estamos nos metendo. Aliás é ele que está nos metendo nessa. Falo do aparente(para mim, que não entendo nada de guerra terrestre) despreparo material e logístico( apenas 1 C 767, KC 390 ainda fora de serviço, e com poucas unidades disponíveis nos próximos anos, hercules com operacionalidade abaixo de 60%)
Só há 2 tipos de navios: os submarinos e os alvos...
Armam-se homens com as melhores armas.
Armam-se Submarinos com os melhores homens.
Os sábios PENSAM
Os Inteligentes COPIAM
Os Idiotas PLANTAM e os
Os Imbecis FINANCIAM...
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Re: República Centro Africana - MINUSCA
Bem, nem eu que sou civil e não entendo patavinas de guerra, mas entendo alguma coisa de logística, sei que essa missão vai ser uma tremenda roubada para nós nesta questão.WalterGaudério escreveu:O michelzinho não faz idéia do que estamos nos metendo. Aliás é ele que está nos metendo nessa. Falo do aparente(para mim, que não entendo nada de guerra terrestre) despreparo material e logístico( apenas 1 C 767, KC 390 ainda fora de serviço, e com poucas unidades disponíveis nos próximos anos, hercules com operacionalidade abaixo de 60%)
Por outro lado, infelizmente é a única forma que os militares tem de tentar amenizar, que seja, as nossas muitas deficiências neste campo. Para falar apenas nisso.
No mais, nunca antes na história desse país qualquer político soube ou fez idéia de que para que servem ffaa's de verdade. Para eles no máximo os militares não passam de jagunços de luxo em nível federal. igualzinho certas PM's nos Estados.
abs.
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Re: República Centro Africana - MINUSCA
O Temer é um presidente não-comunista, diferente das gentalhas anteriores.
E para agradar nosso honrado e patriota presidente (estou parafraseando o Brigadeiro Rossato), nossas Forças Armadas mandariam tropas até pra Síria.
Um salve ao nosso Napoleão Bonaparte!!
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"Eu detestaria estar no lugar de quem me venceu."
Darcy Ribeiro (1922 - 1997)
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Re: República Centro Africana - MINUSCA
É bem complicada a nossa situação. Se vamos, ganhamos algumas migalhas por conta da missão. Se ficamos, perdemos até as migalhas e ficamos apenas com o troco do orçamento na mão.Bolovo escreveu:O Temer é um presidente não-comunista, diferente das gentalhas anteriores.
E para agradar nosso honrado e patriota presidente (estou parafraseando o Brigadeiro Rossato), nossas Forças Armadas mandariam tropas até pra Síria.
Um salve ao nosso Napoleão Bonaparte!!
Vai fazer o quê...
abs.
Um mal é um mal. Menor, maior, médio, tanto faz… As proporções são convencionadas e as fronteiras, imprecisas. Não sou um santo eremita e não pratiquei apenas o bem ao longo de minha vida. Mas, se me couber escolher entre dois males, prefiro abster-me por completo da escolha.
A. Sapkowski
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Re: República Centro Africana - MINUSCA
Duas notícias que devem ser levadas em conta sobre a nossa participação na RCA, como de fato, quanto a qualquer outra missão.
General brasileiro coordena redação de relatório sobre segurança de militares em missões de paz da ONU
http://www.defesanet.com.br/un/noticia/ ... az-da-ONU/
Segundo Estrategista a missão de paz de soldados brasileiros vai enfrentar combate rea na Africa
http://www.defesaaereanaval.com.br/segu ... na-africa/
abs.
General brasileiro coordena redação de relatório sobre segurança de militares em missões de paz da ONU
http://www.defesanet.com.br/un/noticia/ ... az-da-ONU/
Segundo Estrategista a missão de paz de soldados brasileiros vai enfrentar combate rea na Africa
http://www.defesaaereanaval.com.br/segu ... na-africa/
abs.
Um mal é um mal. Menor, maior, médio, tanto faz… As proporções são convencionadas e as fronteiras, imprecisas. Não sou um santo eremita e não pratiquei apenas o bem ao longo de minha vida. Mas, se me couber escolher entre dois males, prefiro abster-me por completo da escolha.
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Re: República Centro Africana - MINUSCA
Um resumo bem resumido dos projetos que o EB esperava ver prontos e levar para a próxima missão da ONU depois da Minustah e que ficou só no papel. Pra variar.
- COBRA 1.0
- VBTP Guarani e versões
- VBMT-LR e versões
- Imbel IA-2
- Novos Uniformes e equipamentos individuais de proteção
- Comunicações e C3I
Salvo melhor informação, o que vai, ou se pretende mandar neste momento para a RCA, conforme imagens postadas aqui pelo Eligio, é praticamente material refugado da Minustah e que foi estocado aqui no Brasil. A maior parte, pelo pouco que se pode observar, em termos de bldos é formado por Urutus, e no caso do mtz, de Land Hovers e VW Worker. Tudo já muito rodado e gasto pelo uso intensivo naquela missão. O mais está em containers para os quais aparentemente não temos sequer cavalos-mecânicos em quantidade para fazer o transporte desde o porto até a RCA.
Para não falar que todo esse material não possui qualquer nível de proteção mesmo contra armamento leve, que é o que se diz mais tem na RCA.
Enfim, estamos numa enrascadas daquelas.
abs
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- Imbel IA-2
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Salvo melhor informação, o que vai, ou se pretende mandar neste momento para a RCA, conforme imagens postadas aqui pelo Eligio, é praticamente material refugado da Minustah e que foi estocado aqui no Brasil. A maior parte, pelo pouco que se pode observar, em termos de bldos é formado por Urutus, e no caso do mtz, de Land Hovers e VW Worker. Tudo já muito rodado e gasto pelo uso intensivo naquela missão. O mais está em containers para os quais aparentemente não temos sequer cavalos-mecânicos em quantidade para fazer o transporte desde o porto até a RCA.
Para não falar que todo esse material não possui qualquer nível de proteção mesmo contra armamento leve, que é o que se diz mais tem na RCA.
Enfim, estamos numa enrascadas daquelas.
abs
Um mal é um mal. Menor, maior, médio, tanto faz… As proporções são convencionadas e as fronteiras, imprecisas. Não sou um santo eremita e não pratiquei apenas o bem ao longo de minha vida. Mas, se me couber escolher entre dois males, prefiro abster-me por completo da escolha.
A. Sapkowski
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