A Engenharia de Construção e de Combate no EB

Assuntos em discussão: Exército Brasileiro e exércitos estrangeiros, armamentos, equipamentos de exércitos em geral.

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Re: A Engenharia de Construção e de Combate no EB

#106 Mensagem por FCarvalho » Dom Mar 04, 2018 12:33 am

Juniorbombeiro escreveu:Como assim? A Agrale é simplesmente movida a governo, todo seu portfólio é subsidiado pelo governo, tanto na produção como na venda, sejam implementos agrícolas, tratores, caminhões, ônibus.

Tá, tudo bem, mas, qual industria automobilística no Brasil não recebe, ou recebeu, até hoje tal tipo de incentivo governamental?

O próprio Marruá, para quem não conhece é um produto derivado da Engesa, só foi pra frente por causa do EB (governo), em um arranjo que não deve ter sido dos mais republicanos, mas deixa pra lá, não sou nem contra isso, sou contra a hipocrisia apenas.

A Columbus que é uma empresa formada por ex-funcinários da Engesa é que detém os planos dos veículos da Engesa. E eles trabalham para a Agrale. Um contrato do tipo ganha-ganha. Fizeram isso praticamente com toda a linha militar da empresa. O que tem de errado nisso? E só não foram além de um caminhão 2,5 ton por um erro estratégico de avaliação do mercado. Para não falar de outros produtos já existentes no portfólio da empresa que só não foram anda empregados pelo EB e demais forças, porque continuamos naquela de bom, nem tão bonito assim e essencialmente barato. Qual empresa de defesa quem qualquer país consegue sobreviver e desenvolver-se com esse tipo de mentalidade. Se deixar o EB vira uma espécie de exercito de pikapeiros. Só faltava montar umas Mag ou .50 em cima e tava bom demais.

Aqueles gringos de Caxias adoram contar vantagem, como se fossem os arautos da livre iniciativa.

Quem são os gringos de Caxias?

Tira a bengala do governo da Agrale e aposto que daqui a dois anos vai estar todo mundo andando de trator indiano, caminhão chinês (aliás, a própria Agrale já os vende) e ônibus coreano, o que obviamente seria péssimo, só que se bate uma "lava jato" vai ter gente aí dando cabeçada em ponta de faca para tentar justificar certas posições, só não vou dar risada pq vou estar me ferrando junto.

Concordo. E é por isso que até hoje nenhum político em sã consciência ousa peitar a Anfavea. Porque fariam isso com a Agrale, que não passa de uma fabrica de fundo de quintal com uma linha de produção quase que artesanal dos seus produtos em um canto perdido do interior do RGS?
E volto a perguntar: sendo a Agrale uma empresa estratégica de defesa, porque os seus produtos ainda são acima do custo já que, em tese, contam com os incentivos da lei sobre a BID e mais os incentivos fiscais do governo (estadual e federal).

Aliás, com tantos incentivos assim a Agrale não deveria ser uma das maiores empresas automotivas do país?

Pegunto porque até hoje aqui em Manaus se quer uma concessionária da Agrale chegou a existir. Que se dirá de seus produtos, que chegam aqui a conta gotas. Não falo isso para puxar o saco da empresa, mas apenas porque se tivesse a chance, e o dinheiro, eu seria o primeiro na fila para querer comprar uma AM200. E tenho certeza que aqui na região a fila seria bem grande, mas... :roll:

abs




Um mal é um mal. Menor, maior, médio, tanto faz… As proporções são convencionadas e as fronteiras, imprecisas. Não sou um santo eremita e não pratiquei apenas o bem ao longo de minha vida. Mas, se me couber escolher entre dois males, prefiro abster-me por completo da escolha.
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Re: A Engenharia de Construção e de Combate no EB

#107 Mensagem por FCarvalho » Dom Mar 04, 2018 12:51 am

Juniorbombeiro escreveu:Calma pessoal, nem tanto ao céu e nem tanto a terra...
Apesar de parecidos são produtos totalmente diferentes.
O Marruá é um veículo bem mais rústico e preparado para ser off-road raiz e veículo de combate. Obviamente não tem a escala de uma Toyota e suas soluções de engenharia o tornam um produto caro, ou seja, nada ajuda muito ele nesta equação. A Hilux é um veículo de compromisso, muito robusta é verdade, mas não tem as soluções e nem foi feita para encarar os cenários do Marruá. Agora, para ficar transportando oficial, papelada e saco de arroz e farinha de um quartel para outro, acho que a Toyota é mais adequada mesmo. Assim como antigamente se via as C-10, os Jipes Willis e Toyota Bandeirante convivendo em harmonia.
Honestamente, isso me faz pensar no seguinte: a falta que uma gestão centralizada para as compras das ffaa's faz. O MD deveria cuidar disso, mas não o faz.

Se apenas o EB tem mais de 1 mil undes de Hilux sendo usadas em diversos tipos de atividades, a questão da escala de produção poderia ser contornada de maneira satisfatória para o MD e para a empresa. Se acrescentarmos as Land Hover que até hoje ainda rodam por aí as centenas, então, demanda não é realmente um problema para a escala de produção. Se somarmos as necessidades de FAB e MB, tenho certeza que passamos fácil de 2 mil undes sob encomenda. Mas como cada força continua olhando apenas o seu próprio nariz... :|

Enfim, se continuarmos a fazer essas compras em separado e conta gotas, com cada força fazendo o que bem entende, não tem como tentar minorar os problemas citos acima em relação a qualquer produto da Agrale.

Já disse aqui neste tópico e em outros, e repito de novo. A Agrale possui um portfólio de produtos que ainda tem muito a oferecer em termos de versões e produtos. O que ela não tem, aparentemente, é a sorte de contar com uma gestão da defesa que privilegie, e a palavra é essa mesmo, privilégio, em relação a produção nacional. No caso das Hilux, e outras pick up utilizadas pelas 3 forças, há soluções para todos os gostos e necessidades na forma das AM-100/200. E se eventualmente houver a necessidade de algo mais robusto, ainda teremos as AM-20/21 com cabine simples e dupla, com ou sem teto rígido. Para não falar de AM-31.

Mas tudo isso depende muito mais da boa vontade das ffaa's em se preparar realmente para exercer o seu ofício com o máximo de eficiência do que do MD ou da Agrale se disporem a contemplá-las neste sentido. Se os militares não quiserem/fizerem, empresas e políticos e que não vão fazer mesmo.

abs




Um mal é um mal. Menor, maior, médio, tanto faz… As proporções são convencionadas e as fronteiras, imprecisas. Não sou um santo eremita e não pratiquei apenas o bem ao longo de minha vida. Mas, se me couber escolher entre dois males, prefiro abster-me por completo da escolha.
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Re: A Engenharia de Construção e de Combate no EB

#108 Mensagem por Juniorbombeiro » Dom Mar 04, 2018 1:10 am

Gringo de Caxias (Caxias do Sul) é como nós gaúchos chamamos os descendentes de italianos habitantes daquele região, como grande parte dos descendentes de europeus em geral (nos quais me incluo, apesar de não parecer), eles têm o péssimo hábito de achar que só eles trabalham. Mas justiça seja feita, aqui em SP esta cheio desse tipo de gente também, a maioria preconceituosos em relação aos nordestinos.
O produto da Agrale não foi feito para ser vendido para o consumidor comum, tudo ali é superdimensionado, vai vender para um ou outro doido como eu e você, mas o consumidor padrão nunca iria entender esse tipo de produto, não existe escala para isso no nosso mercado e nem todos os malucos teriam dinheiro para pagar o que custa, ao menos não aqui.
E não, não existe nada de errado com a política de incentivo a indústria, a não ser a hipocrisia de alguns agraciados por ela.
A Agrale é uma grande empresa sim, mas não é uma empresa que possa se colocar entre os grandes players mundiais, pq não tem um investimento grande em P&D, praticamente tudo o que eles fazem ou fizeram é derivado de projetos de terceiros, estrangeiros ou então muito rústico e até tosco, como os primeiros caminhões, que não passavam de carretas agrícolas com uma cabine de fibra. Ela cresceu assim, como quase todas as indústrias brasileiras, muito boa em produzir, mas limitada em desenvolver produtos de vanguarda por conta própria.




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Re: A Engenharia de Construção e de Combate no EB

#109 Mensagem por Juniorbombeiro » Dom Mar 04, 2018 1:36 am

FCarvalho escreveu:
Juniorbombeiro escreveu:Calma pessoal, nem tanto ao céu e nem tanto a terra...
Apesar de parecidos são produtos totalmente diferentes.
O Marruá é um veículo bem mais rústico e preparado para ser off-road raiz e veículo de combate. Obviamente não tem a escala de uma Toyota e suas soluções de engenharia o tornam um produto caro, ou seja, nada ajuda muito ele nesta equação. A Hilux é um veículo de compromisso, muito robusta é verdade, mas não tem as soluções e nem foi feita para encarar os cenários do Marruá. Agora, para ficar transportando oficial, papelada e saco de arroz e farinha de um quartel para outro, acho que a Toyota é mais adequada mesmo. Assim como antigamente se via as C-10, os Jipes Willis e Toyota Bandeirante convivendo em harmonia.
Honestamente, isso me faz pensar no seguinte: a falta que uma gestão centralizada para as compras das ffaa's faz. O MD deveria cuidar disso, mas não o faz.

Se apenas o EB tem mais de 1 mil undes de Hilux sendo usadas em diversos tipos de atividades, a questão da escala de produção poderia ser contornada de maneira satisfatória para o MD e para a empresa. Se acrescentarmos as Land Hover que até hoje ainda rodam por aí as centenas, então, demanda não é realmente um problema para a escala de produção. Se somarmos as necessidades de FAB e MB, tenho certeza que passamos fácil de 2 mil undes sob encomenda. Mas como cada força continua olhando apenas o seu próprio nariz... :|

Enfim, se continuarmos a fazer essas compras em separado e conta gotas, com cada força fazendo o que bem entende, não tem como tentar minorar os problemas citos acima em relação a qualquer produto da Agrale.

Já disse aqui neste tópico e em outros, e repito de novo. A Agrale possui um portfólio de produtos que ainda tem muito a oferecer em termos de versões e produtos. O que ela não tem, aparentemente, é a sorte de contar com uma gestão da defesa que privilegie, e a palavra é essa mesmo, privilégio, em relação a produção nacional. No caso das Hilux, e outras pick up utilizadas pelas 3 forças, há soluções para todos os gostos e necessidades na forma das AM-100/200. E se eventualmente houver a necessidade de algo mais robusto, ainda teremos as AM-20/21 com cabine simples e dupla, com ou sem teto rígido. Para não falar de AM-31.

Mas tudo isso depende muito mais da boa vontade das ffaa's em se preparar realmente para exercer o seu ofício com o máximo de eficiência do que do MD ou da Agrale se disporem a contemplá-las neste sentido. Se os militares não quiserem/fizerem, empresas e políticos e que não vão fazer mesmo.

abs
Aí eu concordo em parte, deveria haver uma política central de compras sim. Deveríamos ter mais equipamentos sim, mas somos um país pobre em recursos financeiros (por mais absurdo que pareça).
Só não concordo em botar Marruá em tudo o que é tarefa, é um veículo muito caro, mesmo em maior escala de produção. O que puder ser feito por veículos civis, deve ser feito por eles. As Hilux é similares são muito mais adequadas para tarefas do dia a dia, alias, não deve fazer mais de 25 anos, sequer existia no Brasil, picapes 4x4 originais de fábrica.




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Re: A Engenharia de Construção e de Combate no EB

#110 Mensagem por adriano de paulo geraldo » Dom Mar 04, 2018 9:12 am

FCarvalho escreveu:Esse vídeo aqui é para o pessoal da engenharia do EB e do CFN ficar babando.
Este veículo parece já esteve aqui no Brasil para demonstração. E deu no que deu como sempre: nada.



abs
o jornalista da tecnolia e defesa Caiafa fala em um de suas reportagem que sim , porem ninguém confirma.




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Re: Brasil adquire sistema de ponte IRB da General Dynamics European Land Systems.

#111 Mensagem por adriano de paulo geraldo » Dom Mar 04, 2018 9:14 am


no final desta matéria e sitado que o EB ja opera a M3. procede .....




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Re: A Engenharia de Construção e de Combate no EB

#112 Mensagem por FCarvalho » Dom Mar 04, 2018 11:16 am

RobsonBCruz escreveu:
saullo escreveu:No organograma do EB, aquele cheio de retângulos coloridos para cada unidade, temos 2 batalhões ferroviários, 7 batalhões de engenharia de combate e 12 batalhões de engenharia de construção.
Está certo essa composição ?

Abraços
Salvo algum equivoco, são 9 de Engenharia de Combate e 11 de engenharia de construção (incluindo nesses últimos os 2 denominados ferroviários). Temos também 10 companhias de engenharia de combate orgânicas de brigadas e 1 companhia de engenharia de construção. Segue a relação:

1º Batalhão de Engenharia de Combate (Escola) Rio de Janeiro RJ CML / 1ª DE / GUES 9ª Bda I Mtz
2º Batalhão de Engenharia de Combate Pindamonhangaba SP CMSE / 2ª DE
3º Batalhão de Engenharia de Combate Cachoeira do Sul RS CMS / 4º Gpt E
4º Batalhão de Engenharia de Combate Itajubá MG CML / 5º Gpt E
5º Batalhão de Engenharia de Combate Blindados Porto União SC CMS / 5ª DE / 5ª Bda C Bld
6º Batalhão de Engenharia de Combate São Gabriel RS CMS / 4º Gpt E
7º Batalhão de Engenharia de Combate Natal RN CMNE / 1º Gpt E
9º Batalhão de Engenharia de Combate Aquidauana MS CMO / 3º Gpt E
12º Batalhão de Engenharia de Combate Blindados Alegrete RS CMS / 3ª DE / 6ª Bda I Bld

1ª Companhia de Engenharia de Combate pára-quedista Rio de Janeiro RJ CML / Bda I Pqdt
1ª Companhia de Engenharia de Combate Mecanizada São Borja RS CMS / 3ª DE / 1ª Bda C Mec
2ª Companhia de Engenharia de Combate Mecanizada Alegrete RS CMS / 3ª DE / 2ª Bda C Mec
3ª Companhia de Engenharia de Combate Mecanizada Dom Pedrito RS CMS / 3ª DE / 3ª Bda C Mec
4ª Companhia de Engenharia de Combate Mecanizada Jardim MS CMO / 9ª RM / 4ª Bda C Mec
10ª Companhia de Engenharia de Combate São Bento do Uma PE CMNE / 7ª RM / 10ªBda I Mtz
11ª Companhia de Engenharia de Combate Leve Pindamonhangaba SP CMSE / 2ª DE / 11ª Bda IL
12ª Companhia de Engenharia de Combate Leve Pindamonhangaba SP CMSE / 2ª DE / 12ª Bda IL Amv
15ª Companhia de Engenharia de Combate Palmas PR CMS / 5ª DE / 15ª Bda I Mec
23ª Companhia de Engenharia de Combate Ipameri GO CMP / 11ª RM / 3ª Bda I Mtz

1º Batalhão Ferroviário Lages SC CMS / 4º Gpt E
1º Batalhão de Engenharia de Construção Caicó RN CMNE / 1º Gpt E
2º Batalhão Ferroviário Araguari MG CMP / 11ª RM
2º Batalhão de Engenharia de Construção Teresina PI CMNE / 1º Gpt E
3º Batalhão de Engenharia de Construção Picos PI CMNE / 1º Gpt E
4º Batalhão de Engenharia de Construção Barreiras BA CMNE / 1º Gpt E
5º Batalhão de Engenharia de Construção Porto Velho RO CMA / 2º Gpt E
6º Batalhão de Engenharia de Construção Boa Vista RR CMA / 2º Gpt E
7º Batalhão de Engenharia de Construção Rio Branco AC CMA / 2º Gpt E
8º Batalhão de Engenharia de Construção Santarém PA CMA / 2º Gpt E
9º Batalhão de Engenharia de Construção Cuiabá MT CMO / 3º Gpt E

21ª Companhia de Engenharia de Construção São Gabriel da Cachoeira AM CMA / 2º Gpt E
Gostaria de aproveitar este mais que oportuno post do Robson para podermos debater sobre a atual e futura composição da engenharia do EB.
E para não ser prolixo, e nem misturar alhos com bugalhos, podemos começar pelo mais básico que é a organização, componentes e recursos materiais e humanos das Cia Eng Cmbt.

abs




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Re: A Engenharia de Construção e de Combate no EB

#113 Mensagem por Marechal-do-ar » Dom Mar 04, 2018 11:32 am

FCarvalho escreveu:Tá, tudo bem, mas, qual industria automobilística no Brasil não recebe, ou recebeu, até hoje tal tipo de incentivo governamental?
Isso é verdade, mas acho que não deveria ser, ainda assim, a Agrale é um caso especial.
FCarvalho escreveu:E volto a perguntar: sendo a Agrale uma empresa estratégica de defesa, porque os seus produtos ainda são acima do custo já que, em tese, contam com os incentivos da lei sobre a BID e mais os incentivos fiscais do governo (estadual e federal).

Aliás, com tantos incentivos assim a Agrale não deveria ser uma das maiores empresas automotivas do país?
Na minha opinião, porque a Agrale se acomodou, eles simplesmente vivem de ajuda do governo, não existe inovação por lá, eles vendem trator por conta de financiamento especial, vendem caminhão por conta de vantagens especiais, sem essas vantagens eles não teriam chances contra a concorrência, e não existe qualquer movimento dentro da empresa no sentido de desenvolver os produtos para realmente serem competitivos, eles tem uma certa reserva de mercado e estão satisfeitos com isso.

"Há, mas é BID e o governo tem que ajudar".

Até certo ponto, para explicar minha opinião deixa eu fazer um comparativo, a Embraer também recebe muita ajuda do governo, mas olha só como o modelo muda, a Embrae desenvolve produtos, e esses produtos são competitivos internacionalmente, o governo ajuda sim, financia o desenvolvimento, da preferência nas compras governamentais, mas o governo acaba comprando produtos que são competitivos internacionalmente, e a maior parte do lucro da empresa vem de exportações, não de caridade do governo.

Agora um outro comparativo, sabe no tópico do IA2 quantas vezes reclamam do "monopólio" da Imbel? Pois é, a Agrale vive uma situação parecida, mas a Agrale é privada, a Imbel estatal.




"Quando um rico rouba, vira ministro" (Lula, 1988)
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Re: A Engenharia de Construção e de Combate no EB

#114 Mensagem por FCarvalho » Dom Mar 04, 2018 1:01 pm

Juniorbombeiro escreveu:Gringo de Caxias (Caxias do Sul) é como nós gaúchos chamamos os descendentes de italianos habitantes daquele região, como grande parte dos descendentes de europeus em geral (nos quais me incluo, apesar de não parecer), eles têm o péssimo hábito de achar que só eles trabalham. Mas justiça seja feita, aqui em SP esta cheio desse tipo de gente também, a maioria preconceituosos em relação aos nordestinos.
O produto da Agrale não foi feito para ser vendido para o consumidor comum, tudo ali é superdimensionado, vai vender para um ou outro doido como eu e você, mas o consumidor padrão nunca iria entender esse tipo de produto, não existe escala para isso no nosso mercado e nem todos os malucos teriam dinheiro para pagar o que custa, ao menos não aqui.
E não, não existe nada de errado com a política de incentivo a indústria, a não ser a hipocrisia de alguns agraciados por ela.
A Agrale é uma grande empresa sim, mas não é uma empresa que possa se colocar entre os grandes players mundiais, pq não tem um investimento grande em P&D, praticamente tudo o que eles fazem ou fizeram é derivado de projetos de terceiros, estrangeiros ou então muito rústico e até tosco, como os primeiros caminhões, que não passavam de carretas agrícolas com uma cabine de fibra. Ela cresceu assim, como quase todas as indústrias brasileiras, muito boa em produzir, mas limitada em desenvolver produtos de vanguarda por conta própria.
Olá Junior, bom dia.

Temos um problema seríssimo quanto a esta questão da P&D no Brasil, e infelizmente ela não se restringe apenas a industria nacional. É algo que nos falta na própria formação cultural e educacional de nossa sociedade. Temos aqui a mania do tudo para ontem, do lucro fácil, rápido e sem trabalho.

Daí que de uma certa forma essas comparações pejorativas que muitos descendentes de imigrantes tem em relação a nós tupiniquins natos. Eles vieram de uma outra cultura onde a dependência do Estado pra quase tudo e o famigerado jeitinho brasileiro não pegam. Pelo contrário, são vistos como algo de nossa constituição histórica que não merece nenhuma lisonja.

Mas isso é algo que só vamos resolver daqui uns 260 anos, segundo o Banco Mundial. :roll:

Quem sabe até lá nossa industria não seja mais competitiva e inovar seja algo tão natural quanto produzir. E enquanto isso, podemos ir vendo onde e como as pick up da Agrale podem ser encaixadas nas necessidades das ffaa's. Qualidades elas tem.

Aliás, uma boa oportunidade me parece está bem a nossa frente com essa nova missão na RCA.

abs.




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Re: A Engenharia de Construção e de Combate no EB

#115 Mensagem por FCarvalho » Dom Mar 04, 2018 1:16 pm

Juniorbombeiro escreveu:Aí eu concordo em parte, deveria haver uma política central de compras sim. Deveríamos ter mais equipamentos sim, mas somos um país pobre em recursos financeiros (por mais absurdo que pareça). Só não concordo em botar Marruá em tudo o que é tarefa, é um veículo muito caro, mesmo em maior escala de produção. O que puder ser feito por veículos civis, deve ser feito por eles. As Hilux é similares são muito mais adequadas para tarefas do dia a dia, alias, não deve fazer mais de 25 anos, sequer existia no Brasil, picapes 4x4 originais de fábrica.
Quanto a questão da centralização dos processos de compras das ffaa's é preciso primeiro planejamento conjunto das demandas e necessidades. O MD até tem um órgão que poderia fazer isso, mas não o faz obviamente. Resume-se na verdade a dar apenas o seu carimbaço na papelada que os comandos enviam, sem maiores discussões ou debate.

Neste sentido, enquanto não houver um MD que realmente entenda da área, ou que tenha um mínimo de conhecimento da questões de defesa do país, ai ser quase impossível alterar esse quadro, tendo em vista que os militares irão continuar pressionando como sempre para cada um resolver seus problemas dentro do seu quadrado. Mas isso já bem outra história.

As AM-100/200 não precisam estar em tudo que é lugar e missão nas ffaa's. Mas se perceberes, elas junto com as AM-20/21 poderiam fazer o mesmo trabalho que os HUMMVEE vem fazendo há mais de 30 anos para os americanos. É questão de saber dividir as funções.

O EB historicamente está acostumado a fazer adaptações ou a quebrar o galho de diversas funções com o que lhe chega às mãos. Isso pode começar a ser revertido a partir do momento que houver um planejamento adequado em relação à quantidade de veículos e tipos que são necessários a si e demais forças.

Vamos dizer assim, para resumir: trabalho de campo, operacionais, fora da zona urbana, usa-se os veículos Agrale; trabalho urbano que não necessite nada mais que um veículo civil sem adaptações, utiliza-se o que tiver nas concessionárias. Desde que, haja um mínimo de homogenização da frota.

Eu tenho certeza que desta forma poderíamos abrir muito espaço nas ffaa's para as pick up e demais produtos da Agrale em diversas versões. Até mesmo aquelas que ainda não foram adotadas, embora existam no papel ou nos folders da empresa, como uma AM-21 4 portas, com ou sem cabine fixa.

É só querer. Mas, antes de querer, é preciso mudar certos tipos de mentalidade por aqui em relação a material de defesa, como o já mais que arraigado 'bom, nem tão bonito assim, e essencialmente barato' de nossas ffaa's.

Aliás, tenho certeza que eles conhecem bem aquele dito popular de que "o barato as vezes sai caro".

Isso em defesa é meio passo para a derrota. Talvez seja isso que estejamos aprender na marra, para começar um longo processo de mudanças por aqui na defesa. Começando por tratá-la como um assunto sério, e não um mero divagar de quem não tem nada mais o que fazer, na falta do que fazer... :?

abs




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Re: A Engenharia de Construção e de Combate no EB

#116 Mensagem por FCarvalho » Dom Mar 04, 2018 1:19 pm

adriano de paulo geraldo escreveu:
FCarvalho escreveu:Esse vídeo aqui é para o pessoal da engenharia do EB e do CFN ficar babando.
Este veículo parece já esteve aqui no Brasil para demonstração. E deu no que deu como sempre: nada.

abs
o jornalista da tecnolia e defesa Caiafa fala em um de suas reportagem que sim , porem ninguém confirma.
Este veículo não foi adquirido Adriano. E se fosse, deveria ter saído no DOU sua compra ou em algum boletim do EB.
Como não há nem uma coisa e outra, é porque ainda estamos só na vontade.

abs




Um mal é um mal. Menor, maior, médio, tanto faz… As proporções são convencionadas e as fronteiras, imprecisas. Não sou um santo eremita e não pratiquei apenas o bem ao longo de minha vida. Mas, se me couber escolher entre dois males, prefiro abster-me por completo da escolha.
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Re: A Engenharia de Construção e de Combate no EB

#117 Mensagem por FCarvalho » Dom Mar 04, 2018 1:35 pm

Marechal-do-ar escreveu:
FCarvalho escreveu:Tá, tudo bem, mas, qual industria automobilística no Brasil não recebe, ou recebeu, até hoje tal tipo de incentivo governamental?
Isso é verdade, mas acho que não deveria ser, ainda assim, a Agrale é um caso especial.
FCarvalho escreveu:E volto a perguntar: sendo a Agrale uma empresa estratégica de defesa, porque os seus produtos ainda são acima do custo já que, em tese, contam com os incentivos da lei sobre a BID e mais os incentivos fiscais do governo (estadual e federal).
Aliás, com tantos incentivos assim a Agrale não deveria ser uma das maiores empresas automotivas do país?
Na minha opinião, porque a Agrale se acomodou, eles simplesmente vivem de ajuda do governo, não existe inovação por lá, eles vendem trator por conta de financiamento especial, vendem caminhão por conta de vantagens especiais, sem essas vantagens eles não teriam chances contra a concorrência, e não existe qualquer movimento dentro da empresa no sentido de desenvolver os produtos para realmente serem competitivos, eles tem uma certa reserva de mercado e estão satisfeitos com isso.
"Há, mas é BID e o governo tem que ajudar".
Até certo ponto, para explicar minha opinião deixa eu fazer um comparativo, a Embraer também recebe muita ajuda do governo, mas olha só como o modelo muda, a Embrae desenvolve produtos, e esses produtos são competitivos internacionalmente, o governo ajuda sim, financia o desenvolvimento, da preferência nas compras governamentais, mas o governo acaba comprando produtos que são competitivos internacionalmente, e a maior parte do lucro da empresa vem de exportações, não de caridade do governo.
Agora um outro comparativo, sabe no tópico do IA2 quantas vezes reclamam do "monopólio" da Imbel? Pois é, a Agrale vive uma situação parecida, mas a Agrale é privada, a Imbel estatal.
Olá Marechal, bom dia.

Penso que a Agrale talvez comece a despertar, ou despertou, quando viu que lançou dois produtos e eles simplesmente encalharam nas suas prateleiras, na forma do AM-31/41. Não havia sequer ROB para este tipo de veículos de parte do EB e demais forças, apesar de pessoalmente entender que existe espaço para eles nas ffaa's.
Mas foi uma jogada, presumo, baseada nessa comodidade oferecida pelas compras quase que em sequência dos últimos anos das AM-10/20/21. Como não há no mercado nacional nada parecido com elas, o pessoal achou que tava bom demais e que nada ia mudar. Bem, já devem ter percebido que se enganaram, e muito.
A situação exposta pelo Saullo de mais de mil undes compradas das Hilux explicita bem o caráter da situação em que está a capacidade de compras das ffaa's. Isso apesar de a Agrale possuir as AM-100/200.
Talvez estes últimos anos de baixa em vendas e de quase nenhuma perspectiva de melhora façam o pessoal por lá colocar a mão na cabeça e utilizar as vantagens que tem para, como bem disseste, olhando o exemplo da Embraer, dar uma guinada na gestão da empresa.
Salvo melhor juízo, eles estão bem mal das pernas em situação quase pré-falimentar. E só ainda não foram a banca rota porque possuem essas relações com o governo.
Mas até isso, pelo andar da carruagem econômica, já já eles talvez nem isso possam contar.
Aí espero que inovar, pesquisar, desenvolver novos produtos e estar sempre de olho no mercado seja algo mais que imperativo, mas normal, dentro da gestão da empresa. Algo muito novo para alguém mal acostumado as benesses das voluptuosas tetas do Estado.
A ver.

abs




Um mal é um mal. Menor, maior, médio, tanto faz… As proporções são convencionadas e as fronteiras, imprecisas. Não sou um santo eremita e não pratiquei apenas o bem ao longo de minha vida. Mas, se me couber escolher entre dois males, prefiro abster-me por completo da escolha.
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Re: A Engenharia de Construção e de Combate no EB

#118 Mensagem por FCarvalho » Dom Mar 04, 2018 1:49 pm

Começando pelas Cia Eng Cmbt é interessante notar que elas são influenciadas diretamente em sua composição pelas OM's das quais são elementos orgânicos. Neste sentido, seu pessoal e equipamento devem estar de acordo com o tipo de bgda a que servem.

Temos então a saber cia de eng Leve, Pqdt, Inf Mec, Cav Mec e Inf Mtz. Tais undes normalmente operam em TO rural e devem dispor de equipamento leves no caso das FAR-E de veículos especializados tanto mecanizados quanto bldos.

1ª Companhia de Engenharia de Combate pára-quedista Rio de Janeiro RJ CML / Bda I Pqdt
1ª Companhia de Engenharia de Combate Mecanizada São Borja RS CMS / 3ª DE / 1ª Bda C Mec
2ª Companhia de Engenharia de Combate Mecanizada Alegrete RS CMS / 3ª DE / 2ª Bda C Mec
3ª Companhia de Engenharia de Combate Mecanizada Dom Pedrito RS CMS / 3ª DE / 3ª Bda C Mec
4ª Companhia de Engenharia de Combate Mecanizada Jardim MS CMO / 9ª RM / 4ª Bda C Mec
10ª Companhia de Engenharia de Combate São Bento do Uma PE CMNE / 7ª RM / 10ªBda I Mtz
11ª Companhia de Engenharia de Combate Leve Pindamonhangaba SP CMSE / 2ª DE / 11ª Bda IL
12ª Companhia de Engenharia de Combate Leve Pindamonhangaba SP CMSE / 2ª DE / 12ª Bda IL Amv
15ª Companhia de Engenharia de Combate Palmas PR CMS / 5ª DE / 15ª Bda I Mec
23ª Companhia de Engenharia de Combate Ipameri GO CMP / 11ª RM / 3ª Bda I Mtz

Em sendo assim, e partindo do pressuposto de que sua organização seja a que segue, quantos e quais elementos podemos elencar no sentido de dispor a estas Cia' Eng a condição de prontidão imediata para o combate com todos os recursos necessários?

Cmdo
Seção Cmdo
1 Pel Apoio
3 Pel Eng Cmbt

Espero contar com a colaboração de todos para este interessante debate.

abs




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Re: A Engenharia de Construção e de Combate no EB

#119 Mensagem por saullo » Dom Mar 04, 2018 5:12 pm

Legal, vamos colaborar quem puder.

Abraços




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Re: A Engenharia de Construção e de Combate no EB

#120 Mensagem por FCarvalho » Seg Mar 05, 2018 12:51 pm

Enquanto a ajuda não chega... o manual de campanha do btl eng cmbt.



abs.




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