Dia do Soldado

Assuntos em discussão: Exército Brasileiro e exércitos estrangeiros, armamentos, equipamentos de exércitos em geral.

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Marino
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Dia do Soldado

#1 Mensagem por Marino » Sex Ago 24, 2012 1:26 pm

SOLDADO BRASILEIRO
Francisco Cândido - Jornalista - Reg. 060/DRT/RR
Canhões, baionetas e muito sangue. A Guerra do Paraguai (1864- 1870) foi travada entre o Paraguai e a Tríplice Aliança (Brasil, Argentina e Uruguai). O conflito iniciou-se com a invasão da província brasileira de Mato Grosso pelo exército do Paraguai, sob as ordens do presidente Francisco Solano López. A Guerra já durava quatro anos. As tropas brasileiras não estavam conseguindo passar a ponte do Ribeirão Itororó, para tomar a estrada para Assunção. No meio do campo de batalha surgiu um homem de 65 anos, montado a cavalo. "Sigam-me os que forem brasileiros!!!." Era o brado de comando de Luís Alves de Lima e Silva, o Duque de Caxias.
O General Dionísio Cerqueira, à época soldado do Exército Brasileiro na guerra do Paraguai, e que esteve no campo de batalha, escreveu em suas: "Reminiscências da Campanha do Paraguai" (Gráfica Laemmert Ltda, 1948. Rio de Janeiro).
"Quando (Caxias) passou pela nossa frente (...) Perfilamo-nos como se uma centelha elétrica tivesse passado por todos nós. (...). O Batalhão mexia-se agitado e atraído pela nobre figura, que abaixou a espada em ligeira saudação a seus soldados. O comandante dá a voz firme. Daí a pouco, o maior dos nossos Generais arrojava-se impávido sobre a ponte, acompanhado dos batalhões galvanizados pela irradiação da sua glória. Houve quem visse (soldados) moribundos, quando ele passou, erguerem-se brandindo espadas ou carabinas, para caírem mortos adiante". Caxias, elevando o moral da tropa, bradou: "Sigam-me os que forem brasileiros!!!." Avançou a frente da tropa, e todos o seguiram. Ocorreu então a vitória nossa final.
O DIA DO SOLDADO é comemorado em 25 de Agosto, homenageando o nascimento do Marechal Luís Alves de Lima e Silva, o Duque de Caxias (25/8/1803 - 07/5/1880).
Hoje, aqui nesta Coluna “Minha Rua Fala”, homenageamos não só ao Duque de Caxias, mas a todos os soldados brasileiros, de todas as Forças (naval, terrestre e aérea), de todas as Armas, e de todas as Instituições que fazem parte da Segurança do nosso País.
Soldado! Certamente haverá um dia em que alguém te dirá em tom irônico, que o Brasil não vai à guerra desde as batalhas no Paraguai e nos campos da Europa por ocasião da 2a Guerra Mundial e, portanto, Soldado, no presente tu não tens serventia, e és um estorvo para teu País. Não ligues, Soldado. Não deixe tais comentários, lançados em teu rosto como cusparada vil, te roubarem a calma ou te perturbarem o coração. Antes de te sentires magoado, responda serenamente:
“Meu amigo, assim falas porque não me viu amparar os sofridos sertanejos nas matas nordestinas; a curar os enfermos nos grotões da Amazônia, a socorrer os flagelados pelas enchentes no Sul e Sudeste; a agasalhar as vítimas do frio no Rio Grande do Sul; a levar socorro médico aos ribeirinhos do alto e baixo rio Branco em Roraima, entre outras ações humanitárias, que não vem ao caso aqui mencionar, porque não propalamos os benefícios que fazemos, nem o trabalho que realizamos para bem servir à Pátria e ao povo brasileiro.
Você que me ofende assim falas, porque jamais sentistes a dor da saudade dos teus amores a aumentar a cada instante, sob o peso das longas jornadas e das imensas distâncias, pelos confins deste País de Meu Deus! Assim falas porque jamais pesou sobre teus ombros a responsabilidade de transformar no Quartel meninos em homens, forjando-lhes o caráter e dando-lhes maturidade para tomar as rédeas de suas vidas nas próprias mãos.
Jamais soubestes o que é passar dias e noites caminhando sob a chuva e frio, sentindo o vento minuano nos pampas gaúchos ou a castigar-te o corpo o vento frio da “cruviana” nos lavrados de Roraima. Nunca tivestes que enfrentar a imensidão verde e abafada da floresta, dias a fio, sobrevivendo apenas do que a mata te oferece. Em tempo algum transpusestes sob sol escaldante as caatingas de espinhos no Centro-Oeste, ou jamais vadeaste a peito nu um rio na Amazônia em noite de agosto. Enquanto isto, você dormia, calma e profundamente, enquanto eu, nas fronteiras, velava por tua guarda e segurança. Falas assim amigo, porque não estava ao meu lado ajudando a mitigar o sofrimento do povo de Angola e do Timor Leste, de Honduras e da Nicarágua, do Peru, da Bósnia e do Haiti. Ah! Meu amigo, se tu me visses abrindo dois mil quilômetros de estrada,
de Cuiabá a Rio Branco, ou cortando 800 quilômetros de floresta abrindo caminhos na mata para construir a BR-174, de Manaus a Boa Vista para que descobrisses um novo Brasil, certamente não falarias assim. Ah! Se tu tivesses chorado comigo os companheiro mortos cumprindo seu dever em outros países, e também aqui nos recantos do interior da nossa Pátria, entenderias porque existo.
Mas, amigo, não te sinta constrangido. Apague do rosto essa expressão envergonhada, pois não tens obrigação de saber disso tudo, assim como não é meu papel alardear o que faço, mas sim, trabalhar simplesmente, pois a obediência, a renúncia e a humildade, que em outros seriam apontadas como grandes virtudes, para nós Soldados espelham apenas o dever de toda uma vida. Saiba, porém, que onde estiveres, estarei sempre guardando teu sono, silencioso e anonimamente, como convém a todos os SOLDADOS deste nosso rincão. E, saiba ainda que: mesmo os que estão na Reserva militar, ainda que não enverguem mais a farda, estes continuam tendo em si a pele camuflada pelo amor pátrio.
Apura agora teus ouvidos no som que sai do meu ufano peito e ouvirás, emanado do meu coração, o meu grito de guerra: SELVA! CONTATO! BRASIL!!!.




"A reconquista da soberania perdida não restabelece o status quo."
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Re: Dia do Soldado

#2 Mensagem por Frederico Vitor » Sex Ago 24, 2012 2:42 pm

Solenidade Dia do Soldado na Brigada de Operações Especiais:
.
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WalterGaudério
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Re: Dia do Soldado

#3 Mensagem por WalterGaudério » Sex Ago 24, 2012 2:45 pm

Marino escreveu:SOLDADO BRASILEIRO
Francisco Cândido - Jornalista - Reg. 060/DRT/RR
Canhões, baionetas e muito sangue. A Guerra do Paraguai (1864- 1870) foi travada entre o Paraguai e a Tríplice Aliança (Brasil, Argentina e Uruguai). O conflito iniciou-se com a invasão da província brasileira de Mato Grosso pelo exército do Paraguai, sob as ordens do presidente Francisco Solano López. A Guerra já durava quatro anos. As tropas brasileiras não estavam conseguindo passar a ponte do Ribeirão Itororó, para tomar a estrada para Assunção. No meio do campo de batalha surgiu um homem de 65 anos, montado a cavalo. "Sigam-me os que forem brasileiros!!!." Era o brado de comando de Luís Alves de Lima e Silva, o Duque de Caxias.
O General Dionísio Cerqueira, à época soldado do Exército Brasileiro na guerra do Paraguai, e que esteve no campo de batalha, escreveu em suas: "Reminiscências da Campanha do Paraguai" (Gráfica Laemmert Ltda, 1948. Rio de Janeiro).
"Quando (Caxias) passou pela nossa frente (...) Perfilamo-nos como se uma centelha elétrica tivesse passado por todos nós. (...). O Batalhão mexia-se agitado e atraído pela nobre figura, que abaixou a espada em ligeira saudação a seus soldados. O comandante dá a voz firme. Daí a pouco, o maior dos nossos Generais arrojava-se impávido sobre a ponte, acompanhado dos batalhões galvanizados pela irradiação da sua glória. Houve quem visse (soldados) moribundos, quando ele passou, erguerem-se brandindo espadas ou carabinas, para caírem mortos adiante". Caxias, elevando o moral da tropa, bradou: "Sigam-me os que forem brasileiros!!!." Avançou a frente da tropa, e todos o seguiram. Ocorreu então a vitória nossa final.
O DIA DO SOLDADO é comemorado em 25 de Agosto, homenageando o nascimento do Marechal Luís Alves de Lima e Silva, o Duque de Caxias (25/8/1803 - 07/5/1880).
Hoje, aqui nesta Coluna “Minha Rua Fala”, homenageamos não só ao Duque de Caxias, mas a todos os soldados brasileiros, de todas as Forças (naval, terrestre e aérea), de todas as Armas, e de todas as Instituições que fazem parte da Segurança do nosso País.
Soldado! Certamente haverá um dia em que alguém te dirá em tom irônico, que o Brasil não vai à guerra desde as batalhas no Paraguai e nos campos da Europa por ocasião da 2a Guerra Mundial e, portanto, Soldado, no presente tu não tens serventia, e és um estorvo para teu País. Não ligues, Soldado. Não deixe tais comentários, lançados em teu rosto como cusparada vil, te roubarem a calma ou te perturbarem o coração. Antes de te sentires magoado, responda serenamente:
“Meu amigo, assim falas porque não me viu amparar os sofridos sertanejos nas matas nordestinas; a curar os enfermos nos grotões da Amazônia, a socorrer os flagelados pelas enchentes no Sul e Sudeste; a agasalhar as vítimas do frio no Rio Grande do Sul; a levar socorro médico aos ribeirinhos do alto e baixo rio Branco em Roraima, entre outras ações humanitárias, que não vem ao caso aqui mencionar, porque não propalamos os benefícios que fazemos, nem o trabalho que realizamos para bem servir à Pátria e ao povo brasileiro.
Você que me ofende assim falas, porque jamais sentistes a dor da saudade dos teus amores a aumentar a cada instante, sob o peso das longas jornadas e das imensas distâncias, pelos confins deste País de Meu Deus! Assim falas porque jamais pesou sobre teus ombros a responsabilidade de transformar no Quartel meninos em homens, forjando-lhes o caráter e dando-lhes maturidade para tomar as rédeas de suas vidas nas próprias mãos.
Jamais soubestes o que é passar dias e noites caminhando sob a chuva e frio, sentindo o vento minuano nos pampas gaúchos ou a castigar-te o corpo o vento frio da “cruviana” nos lavrados de Roraima. Nunca tivestes que enfrentar a imensidão verde e abafada da floresta, dias a fio, sobrevivendo apenas do que a mata te oferece. Em tempo algum transpusestes sob sol escaldante as caatingas de espinhos no Centro-Oeste, ou jamais vadeaste a peito nu um rio na Amazônia em noite de agosto. Enquanto isto, você dormia, calma e profundamente, enquanto eu, nas fronteiras, velava por tua guarda e segurança. Falas assim amigo, porque não estava ao meu lado ajudando a mitigar o sofrimento do povo de Angola e do Timor Leste, de Honduras e da Nicarágua, do Peru, da Bósnia e do Haiti. Ah! Meu amigo, se tu me visses abrindo dois mil quilômetros de estrada,
de Cuiabá a Rio Branco, ou cortando 800 quilômetros de floresta abrindo caminhos na mata para construir a BR-174, de Manaus a Boa Vista para que descobrisses um novo Brasil, certamente não falarias assim. Ah! Se tu tivesses chorado comigo os companheiro mortos cumprindo seu dever em outros países, e também aqui nos recantos do interior da nossa Pátria, entenderias porque existo.
Mas, amigo, não te sinta constrangido. Apague do rosto essa expressão envergonhada, pois não tens obrigação de saber disso tudo, assim como não é meu papel alardear o que faço, mas sim, trabalhar simplesmente, pois a obediência, a renúncia e a humildade, que em outros seriam apontadas como grandes virtudes, para nós Soldados espelham apenas o dever de toda uma vida. Saiba, porém, que onde estiveres, estarei sempre guardando teu sono, silencioso e anonimamente, como convém a todos os SOLDADOS deste nosso rincão. E, saiba ainda que: mesmo os que estão na Reserva militar, ainda que não enverguem mais a farda, estes continuam tendo em si a pele camuflada pelo amor pátrio.
Apura agora teus ouvidos no som que sai do meu ufano peito e ouvirás, emanado do meu coração, o meu grito de guerra: SELVA! CONTATO! BRASIL!!!.

Belíssimo.

Aos colegas irmãos de armas do EB de ontem(em especial meu avÔ e meu pai e meu filho) meus parabéns antecipados pelo transcurso desta data magna.

Viva Caxias, Mallet, Osório, Vilagran Cabrita, Trompowski, Maria Quitéria, Elza Cansação Soares, Mascarenhas de Moraes, Castelo Branco, Mal José Pessoa, Max Wolf, Mario Kozel Filho, etc.

Extensivo tb este cumprimento aos heróis da força Pública de São Paulo martirizados durante o gov Militar.




Só há 2 tipos de navios: os submarinos e os alvos...

Armam-se homens com as melhores armas.
Armam-se Submarinos com os melhores homens.


Os sábios PENSAM
Os Inteligentes COPIAM
Os Idiotas PLANTAM e os
Os Imbecis FINANCIAM...
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Re: Dia do Soldado

#4 Mensagem por FCarvalho » Sex Ago 24, 2012 2:57 pm

Belas histórias e tradições. Ainda há neste país quem saiba dar valor aos homens e mulheres que souberam erguer com honra e sangue os valores desta terra.

ADSUMUS! BRAVO ZULU! SOLDADOS DO BRASIL!

abs.




Um mal é um mal. Menor, maior, médio, tanto faz… As proporções são convencionadas e as fronteiras, imprecisas. Não sou um santo eremita e não pratiquei apenas o bem ao longo de minha vida. Mas, se me couber escolher entre dois males, prefiro abster-me por completo da escolha.
A. Sapkowski
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Re: Dia do Soldado

#5 Mensagem por Diorgenes » Sáb Ago 25, 2012 12:04 pm

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Re: Dia do Soldado

#6 Mensagem por Paisano » Sáb Ago 25, 2012 12:14 pm

[009] [009] [009] [009] [009] [009] [009] [009] [009] [009]

http://www.youtube.com/watch?v=JuoDC2ilRC0&hd=1

[009] [009] [009] [009] [009] [009] [009] [009] [009] [009]




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Re: Dia do Soldado

#7 Mensagem por Pereira » Sáb Ago 25, 2012 2:33 pm

Passei os primeiros minutos do dia do soldado na delegacia registrando um 33! :twisted:

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Re: Dia do Soldado

#8 Mensagem por Túlio » Sáb Ago 25, 2012 3:09 pm

SARGENTO MAX WOLF


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Nascido em Rio Negro - PR, em 29 de julho de 1911, era filho de Max Wolf, descendente de alemães e de D. Etelvina, natural de Lapa-PR. Até os 4 (quatro) anos viveu as tensões da Guerra do Contestado. Aos 5 (cinco) anos, durante a Primeira Guerra Mundial, freqüentou a escola em Rio Negro (PR). Aos 11 (onze) anos já era o principal auxiliar de seu pai na torrefação e moagem de café. Aos 16 (dezesseis) anos passou a trabalhar como escriturário de uma companhia que explorava a navegação no Rio Iguaçu. Nas horas de folga, juntava-se aos carregadores para ensacar erva-mate, carregar e descarregar vapores.

Serviu ao Exército pela primeira vez, se alistando no então 15º BC, em Curitiba, hoje 20º BIB, onde participou da Revolução de 1930. Transferido para o Rio de Janeiro, combateu a Revolução de 1932 no Vale do Paraíba. Foi professor de Educação Física e Defesa Pessoal. Ingressou na Polícia Militar do Rio, então Distrito Federal, sendo Cmt da Polícia de Vigilância.

Na época da 2ª Grande Guerra Mundial, apresentou-se voluntariamente, tendo sido designado para a 1ª Cia, do 1°Btl do já tradicional 11° Regimento de Infantaria, em São João Del Rei. Contava ele com 33 (trinta e três) anos de idade.

Ingressou na FEB como 3° Sargento e desde cedo tornou-se muito popular e querido, dadas as suas atitudes desassombradas e a maneira carinhosa e paternalista com que tratava seus subordinados (apelidado de carinhoso) com o passar do tempo, passou a ser admirado não só pelos seus camaradas, mas pelos superiores tanto da FEB como do V Exército de Campanha americano, pelas suas inegáveis qualidades.

Todas as vezes que se apresentavam missões dificeis a serem cumpridas, lá estava o Sgt Wolf se declarando voluntário, principalmente participando de patrulhas. Fazia parte da Companhia de Comando e, portanto, sem estar ligado diretamente às atividades de combate, mesmo assim participou de todas as ações de seu Batalhão no ataque de 12 de dezembro a Monte Castelo, levando, de forma incessante, munição para a frente de batalha e retornando com feridos e, na falta destes, com mortos. Indicado por sua coragem invulgar e pelo excepcional senso de responsabilidade, passou a ser presença obrigatória de todas as ações de patrulha de todas as companhias, como condição indispensável ao êxito das incursões. Um desses exemplos está contido no episódio em que o General Zenóbio da Costa, ao saber do desaparecimento do seu Ajudante-de-Ordens, Cap João Tarciso Bueno, que fora colocado à disposição do escalão de ataque pelo General, por absoluta falta de recompletamento de oficiais, ordenara ao Cmt do Btl que formasse uma patrulha para resgatar o corpo do seu auxiliar. O Cmt adiantou ao emissário que a missão seria muito difícil, mas que tentaria. Para tanto, sabedor que só Wolf poderia cumpri-la, o chamou, deu a ordem e ouviu do Sgt Wolf, com a serenidade, a firmeza e a lealdade que só os homens excepcionalmente dotados podem ter: ''Coronel, por favor, diga ao General que, desde o escurecer, este padioleiro e eu estamos indo e voltando às posições inimigas para trazer os nossos companheiros feridos. Faremos isto até que a luz do dia nos impeça de fazer. Se, numa dessas viagens, encontrarmos o corpo do Capitão Bueno, nós o traremos também". Não logrou o Sgt Wolf trazer o corpo do Cap Bueno que, apenas ferido, havia sido resgatado por um soldado, mas ainda lhe foi possível, naquela madrugada, salvar muitas outras vidas.

Tais qualidades o elevaram ao comando de um pelotão de choque, integrado por homens de elevados atributos de combatente, especializado para as missões de patrulha, que marcharia sobre o acidente capital "Ponto cotado 747", ação fundamental nos planos concebidos para a conquista de Montese. Foi-lhe lembrado sobre a poupança da munição para usá-la no momento devido, pois, certamente, os nazistas iriam se opor à nossa vontade. Foi-lhe aconselhado que se precavesse, pois a missão seria à luz do dia. Partiu às 12 h de Monteporte, passou pelo ponto cotado 732 e foi a Maiorani, de onde saiu às 13:10h para abordar o ponto cotado 747. Tomou, o Sgt Wolf todas as precauções, conseguindo aproximar-se muito do casario, tentando envolvê-lo pelo Norte. Estavam a 20 metros e o Sgt Wolf, provavelmente, tendo se convencido de que o inimigo recuava, estando longe, abandonou o caminho previsto para, desassombradamente, à frente de seus homens, com duas fitas de munição trançadas sobre seus ombros, alcançar o terço superior da elevação. O inimigo deixou que chegasse bem perto, até quando não podiam mais errar. Eram 13:15 h do dia 12 abril de 1945. O inimigo abriu uma rajada, atingindo e ferindo o comandante no peito que, ao cair, recebeu nova rajada de arma automática, tendo caído mortalmente também o soldado que estava ao seu lado. Após esta cena, sucedeu-se a ação quase suicida de seus liderados para resgatar o corpo do comandante. A rajada da metralha inimiga rasgava um alarido de sangue. A patrulha procurava neutralizar a arma que calara o herói. Dois homens puxaram o corpo pelas pernas. Um deles foi abatido nessa tentativa; o outro, esquálido e ousado, trouxe Wolf à primeira cratera que se lhe ofereceu. Ali, mortos e vivos se confundiam. A patrulha, exausta, iniciava o penoso regresso às nossas linhas, pedindo que a artilharia cegasse o inimigo com os fogos fumígenos e de neutralização. Os soldados do Onze queriam, a qualquer custo, buscar o companheiro na cratera para onde tinha sido trazido, lembrando a ação que ele mesmo praticara tantas vezes. Queriam trazer o paciente artesão das tramas e armadilhas da vida e da morte das patrulhas. Foi impossível resgatá-lo no mesmo dia face a eficácia dos fogos inimigos, inclusive de Artilharia. O dia seguinte era a largada da grande ofensiva da primavera. O Sgt Wolf lá ficara para que estivéssemos presentes na hora da decisão.

Montese foi conquistada. Seu nome será sempre presente porque as grandes ações resistem ao tempo e são eternas. Foi promovido "post-mortem" ao posto de 2º Tenente (Decreto Presidencial, de 28 Jun 45). Deixou na orfandade sua filha Hilda, seu elevo e maior afeição de sua vida de soldado. Da Itália, escreveu a sua irmã Isabel, relatando seu orgulho em pertencer ao Exército Brasileiro e que, se a morte o visitasse, morreria com satisfação. Foi homenageado com a distinção de ser agraciado com quatro medalhas: de Campanha; sangue do Brasil; Bronze Star (americana) e Cruz de Combate de 1ª Classe. Eis a síntese do heroísmo de um homem simples e valoroso. Seus restos mortais encontram-se no Monumento aos Mortos da Segunda Guerra Mundial, no jazigo 32, quadra G.





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Re: Dia do Soldado

#9 Mensagem por Túlio » Sáb Ago 25, 2012 3:14 pm

Se ele fosse IANQUE, renderia um filmaço... :evil: :evil: :evil: :evil:




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Re: Dia do Soldado

#10 Mensagem por Frederico Vitor » Sáb Ago 25, 2012 5:10 pm

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Re: Dia do Soldado

#11 Mensagem por Viktor Reznov » Sáb Ago 25, 2012 8:06 pm

Túlio escreveu:Se ele fosse IANQUE, renderia um filmaço... :evil: :evil: :evil: :evil:
Aqui no Brasil se faz filme é sobre terrorista e bandido, com exceção de Tropa de Elite. Se tivesse sequestrado uns durante os anos de chumbo e matado outros em nome da estrelinha vermelha, aí teria virado herói no cinena nacional.




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Re: Dia do Soldado

#12 Mensagem por binfa » Sáb Ago 25, 2012 11:01 pm

http://farm9.staticflickr.com/8308/7850916098_0998a8df7b_o.jpg

credito: Adalberto Marques




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Re: Dia do Soldado

#13 Mensagem por Paisano » Dom Ago 25, 2013 11:42 am





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Re: Dia do Soldado

#14 Mensagem por delmar » Dom Ago 25, 2013 12:16 pm

Para o companheiro Túlio, peguei esta foto da Internet faz algum tempo. É do sargento Max na Itália. Para um filme serviria para copiar os uniformes, as armas e o cenário. Notar que aquele soldado, atras do sargento, parece que leva uma granada no bocal do fuzil. O tipo de metralhadora que o soldado ao lado carrega não consegui identificar.

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Re: Dia do Soldado

#15 Mensagem por Wingate » Seg Ago 26, 2013 12:06 pm

delmar escreveu:Para o companheiro Túlio, peguei esta foto da Internet faz algum tempo. É do sargento Max na Itália. Para um filme serviria para copiar os uniformes, as armas e o cenário. Notar que aquele soldado, atras do sargento, parece que leva uma granada no bocal do fuzil. O tipo de metralhadora que o soldado ao lado carrega não consegui identificar.

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Tá parecendo, (salvo engano e miopia de minha parte), uma Thompson .45:


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Wingate




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