Arqueologia/antropologia/ADN

Área para discussão de Assuntos Gerais e off-topics.

Moderador: Conselho de Moderação

Mensagem
Autor
Avatar do usuário
cabeça de martelo
Sênior
Sênior
Mensagens: 37833
Registrado em: Sex Out 21, 2005 10:45 am
Localização: Portugal
Agradeceram: 2602 vezes

Re: Arqueologia/antropologia/ADN

#166 Mensagem por cabeça de martelo » Sáb Fev 08, 2020 7:21 am

Imagem
A Terra de Santa Cruz

Dom João V e o negro acusado de roubar Ouro em Minas Gerais. Nos anos de 1730, o “preto forro” Bernardo de Almeida, se tornou um bem sucedido comerciante de tecidos e roupas em Serro do Frio, Minas Gerais. Entre seus bens, Bernardo de Almeida possuía dois cavalos, diamantes, duas espadas, um imóvel, tabaco e uma grande quantidade de linho e seda. Sua aparente prosperidade o tornou alvo da inveja do Padre Manuel de Amorim, que acusou Bernardo de ter roubado ouro, diamantes e de ter comprado a alforria de um de seus escravos sem sua permissão. O juiz ordinário Manuel Frutuozo, ordenou a prisão imediata de Bernardo, confiscando todos os seus bens. Mesmo sob tortura, Bernardo se recusou a confessar que havia roubado qualquer coisa do Padre; sem uma confissão, o juiz foi obrigado a liberta-lo, porém não lhe devolveu nenhum de seus bens. Desesperado, Bernardo de Almeida, que sabia ler e escrever, enviou um apelo ao Rei de Portugal Dom João V, que depois de ler o caso, julgou que a prisão e o confisco de bens do ex escravo mineiro foram injustos. Em Setembro de 1733, Dom João V ordenou o Juiz que devolvesse todos os bens de Bernardo, e que lhe fosse pago compensação financeira pelos dois anos que ficou preso. Fonte: 'Acts of Grace': Portuguese Monarchs and Their Subjects of African Descent in Eighteenth-Century Brazil. A. J. R. Russell-Wood




"Lá nos confins da Península Ibérica, existe um povo que não governa nem se deixa governar ”, Caio Júlio César, líder Militar Romano".

Portugal está morto e enterrado!!!

https://i.postimg.cc/QdsVdRtD/exwqs.jpg
Avatar do usuário
cabeça de martelo
Sênior
Sênior
Mensagens: 37833
Registrado em: Sex Out 21, 2005 10:45 am
Localização: Portugal
Agradeceram: 2602 vezes

Re: Arqueologia/antropologia/ADN

#167 Mensagem por cabeça de martelo » Ter Fev 18, 2020 7:11 am

O fabuloso tesouro português com 500 anos que o Brasil deseja
14.02.2020 07:55 por Sara Capelo

São 14 folhas num papel de trapo, com fibras resistentes em linho. Na frente e verso de cada uma delas, Pero Vaz de Caminha fez um relato "rigoroso" em tinta ferrogálica do que encontrou no Novo Mundo

Imagem

A porta da caixa-forte tem cerca de 50 centímetros de espessura. No seu interior estão algumas preciosidades. Uma delas está numa capilha, em cartolina alcalina, para proteger este que é um dos tesouros nacionais da Torre do Tombo e um Registo de Memória do Mundo da Unesco. São 14 folhas num papel de trapo, com fibras resistentes em linho. Na frente e verso de cada uma dessas folhas, está o registo, em tinta ferrogálica, da descoberta do Novo Mundo, feito a 1 de maio de 1500 por Pero Vaz de Caminha.

Esta Carta de Pero Vaz de Caminha foi agora identificada à SÁBADO pelo Instituto Brasileiro dos Museus (Ibram) como "um objeto de desejo" brasileiro. Caso o país decida avançar para um pedido de restituição histórica, disse fonte oficial deste organismo, esta é um exemplo de bem desejado. Todavia, a discussão sobre a restituição de bens culturais ainda é "embrionária" no Brasil (também o é em Portugal, como revelou a SÁBADO em exclusivo na edição desta semana). Não existe um "grupo institucionalizado" para a pensar, nem "consensos acerca de pedidos formais de repatriação", continuou o Ibram, num email.

Até hoje, repetem à SÁBADO tanto o Ministério dos Negócios Estrangeiros e a Direção Geral do Património Cultural (DGPC), nenhum "tem registo" nesse sentido. De nenhum país.

"Há muita gente no Brasil envolvida no património índio e africano que deve ficar pasmada com este pedido", refere Francisco Bethencourt, antigo diretor da Biblioteca Nacional. "Este pedido é típico de um país com independência declarada pelos brancos, que queriam autonomia, nomeadamente para perpetuar o tráfico de escravos e a escravatura, mas não pretendiam qualquer rutura com o sistema social colonial. A referência que lhes ocorre, ao nível institucional, é a carta do navegador português que reportou as primeiras impressões da costa e dos nativos ao rei português", explica à SÁBADO por email o agora professor no King's College.

O debate centrado em África

Francisco Bethencourt considera que "este tipo de discussão sobre a carta de Pero Vaz de Caminha não podia ser mais deslocada" isto porque "o debate da devolução que se desenvolve na Europa tem a ver com pedidos concretos de países africanos que reclamam objetos considerados importantes para a reconstituição do passado das culturas locais." O especialista centra, portanto, geograficamente o debate em África: no caso português, "os pedidos têm que ser feitos pelos países independentes interessados, seguidos de constituição de comissões de inventariação e identificação de objetos que se enquadrem no proposto atrás descrito."

Caso o Brasil avançasse com este pedido (e já listámos acima os muitos senãos), dificilmente seria atendido, acrescenta o historiador José Manuel Garcia.
"A carta é um documento português, que sempre foi português e nunca deixou de ser português. Enquanto que há coisas gregas do Partenon que foram para Londres indevidamente. Aquela carta sempre foi portuguesa. Ela não pode ser repatriada porque nunca deixou de estar em Portugal desde o momento em que o Pero Vaz de Caminha a enviou."

Este especialista na época da expansão portuguesa aponta uma solução: "Seria um gesto muito simpático cedê-la ao Brasil. Mas para Portugal é uma marca dos seus Descobrimentos. Tirando empréstimos eventualmente prolongados, a doação da carta parece-me muito difícil de aceitar, porque é património nacional, da Unesco."

Um tesouro "fabuloso"

A Carta de Pero Vaz de Caminha, como ficou conhecida, raramente sai da Torre do Tombo. E mesmo ali, os investigadores que queiram estudá-la têm que primeiro fazer um pedido de consulta e esperar que este seja autorizado. E a consulta só é possível em horário restrito.

Quando a teve nas suas mãos (obrigatoriamente protegidas por luvas), o historiador José Manuel Garcia sentiu "o peso da história": "Pensar que há mais de 500 anos [o documento] estava no Brasil. Eu já o conhecia, por o ter estudado, mas a sensação de que o documento foi escrito num ambiente virgem, de descoberta: a ideia de que eu estava a descobrir um documento em que se descobriu o Brasil teve um significado emocional", relata este especialista em Descobrimentos à SÁBADO.

Pero Vaz de Caminha, natural do Porto, partiu com Pedro Álvares Cabral em direção à Índia como escrivão. A sua missão era "relatar oficialmente o que se passava" a D. Manuel. As 28 páginas que enviou ao rei acabaram por se revelar "um documento fabuloso": "Ele era um escrivão muito bom e que ultrapassou a sua função normal, porque teve uma inspiração literária e um registo fotográfico do que aconteceu." Quase como um jornalista? Sim, confirma José Manuel Garcia. "Historiadores e jornalistas disseram que era um autêntico repórter, que aproveitou a oportunidade."

A capacidade e a riqueza descritiva de Pero Vaz de Caminha, que tinha então 50 anos, são em si já motivo suficiente para este ser um tesouro nacional. "Tem um rigor muito maior do que aquele com que os italianos escreviam. O Américo Vespúcio, que deu o nome à América, também descreveu viagens ao Brasil a seguir ao Pedro Álvares Cabral. Tinha muita imaginação e erros. E o Pedro Vaz de Caminha não deu erros e não mentiu. O Américo é mais fantasioso e falso", continua o historiador.

Há outras razões: antes de mais, a carta na Torre do Tombo é "100% original". É conhecido outro relato, de um anónimo, que escreveu um diário da viagem até às Terras de Vera Cruz. Mas "só se conhece uma tradução italiana, não existe versão portuguesa."

Depois, é pormenorizada, muito rigorosa. Na Torre do Tombo há outra carta original, de um cirugião, o mestre João, que também fez a viagem. "Mas é de duas páginas, pequenina, com apontamento científico e técnico da viagem. Tem um apontamento do desenho do Cruzeiro do Sul (que é um conjunto de estrelas). É engraçada a ilustração, mas é um documento técnico", continua José Manuel Garcia.

Humidade, temperatura, exposição

Depois de guardada cuidadosamente por D. Manuel, José Manuel Garcia aponta para 1817 como o ano da primeira notícia da existência da carta, quando foi publicada num livro, no Brasil.

E a Carta só regressaria a esse Mundo Novo em 2000, para uma exposição que celebrava precisamente o que relata: "o achamento" deste território. Fora essa exposição, só há registo de outra saída da Torre do Tombo, em 2016, para ser exposta em Belmonte, a terra natal do navegador que levou a armada até ao Brasil, Pedro Álvares Cabral.

A sala de 30 metros quadrados, na Torre de Menagem de Belmonte que a recebeu, foi alvo de obras para garantir uma temperatura entre os 18ºC e os 22ºC e com níveis de humidade entre os 45% e os 55%. As janelas foram anuladas, para controlar "em absoluto" as condições do ar, escreveu na época o Diário de Notícias.

A vitrina onde a Carta esteve exporta era monitorizada em permanência para evitar alguma desregulação que danificasse o documento. Passados seis meses, regressou à capilha alcalina na caixa-forte do Tombo.

https://www.sabado.pt/portugal/detalhe/ ... sil-deseja




"Lá nos confins da Península Ibérica, existe um povo que não governa nem se deixa governar ”, Caio Júlio César, líder Militar Romano".

Portugal está morto e enterrado!!!

https://i.postimg.cc/QdsVdRtD/exwqs.jpg
Avatar do usuário
cabeça de martelo
Sênior
Sênior
Mensagens: 37833
Registrado em: Sex Out 21, 2005 10:45 am
Localização: Portugal
Agradeceram: 2602 vezes

Re: Arqueologia/antropologia/ADN

#168 Mensagem por cabeça de martelo » Sáb Mar 07, 2020 11:19 am

Imagem
ERA Arqueologia escreveu:Brinco de ouro da Idade do Ferro.
Recolhido por uma das equipas da ERA num contexto funerário alentejano




"Lá nos confins da Península Ibérica, existe um povo que não governa nem se deixa governar ”, Caio Júlio César, líder Militar Romano".

Portugal está morto e enterrado!!!

https://i.postimg.cc/QdsVdRtD/exwqs.jpg
Avatar do usuário
cabeça de martelo
Sênior
Sênior
Mensagens: 37833
Registrado em: Sex Out 21, 2005 10:45 am
Localização: Portugal
Agradeceram: 2602 vezes

Re: Arqueologia/antropologia/ADN

#169 Mensagem por cabeça de martelo » Qua Abr 29, 2020 11:25 am





"Lá nos confins da Península Ibérica, existe um povo que não governa nem se deixa governar ”, Caio Júlio César, líder Militar Romano".

Portugal está morto e enterrado!!!

https://i.postimg.cc/QdsVdRtD/exwqs.jpg
Avatar do usuário
cabeça de martelo
Sênior
Sênior
Mensagens: 37833
Registrado em: Sex Out 21, 2005 10:45 am
Localização: Portugal
Agradeceram: 2602 vezes

Re: Arqueologia/antropologia/ADN

#170 Mensagem por cabeça de martelo » Sex Mai 29, 2020 9:53 am

Richard Zimler escreveu:Quase ninguém em Portugal percebe alguma coisa da história dos judeus portugueses. Irrita-me imenso. E gente importante continua a divulgar fantasias e erros. Exemplo: Um excelente jurista e óptima pessoa escreveu um artigo ontem no JN que revela erros graves e básicas. E dá uma visão errada da Inquisição. Entre outras coisas, escreve: "Aquando da partida de Vasco da Gama para as Índias, o rei Manuel I, o Venturoso, expulsou a comunidade judaica de Portugal, perseguida e torturada pelos agentes do Santo Ofício."
1) O rei Manuel I NUNCA EXULSOU OS JUDEUS!!! Emitiu um edito de expulsão em Dezembro de 1496, dando um prazo para eles vender tudo e sair do reinado. Mas muito antes do prazo, em Março de 1497, fechou os portos e mandou converter todos os judeus à força. Só em Lisboa 20.000 judeus foram presos e fechados nos terrenos do Palácio de Estaus e baptizados à força. Quem lutou contra isso foi morto e as suas crianças dadas a outras pessoas. Daí 99,9% aceitou a conversão. Repito: Os judeus nunca foram explusos de Portugal. Quase ninguém saiu. Daí, falar de "judeus expulsos" é absurda. Não faz sentido nenhum. 99,9% dos judeus foram convertidos ao cristianismo (contra a sua vontade).
2) A conversão resultou na criação de uma nova classe em Portugal: O Cristão Novo. (ou Converso ou, mais tarde, o Marrano). A diferença entre um Judeu e um Cristão Novo é importantíssimo. Porquê....? O Santo Ofícou não tinha poder nenhum sobre judeus assumidos (não baptizados). Zero! Mas tinha todo o poder sobre Cristãos Novos . Qualquer Cristão Novo suspeito de praticar judaismo em casa ou de frequentar uma sinogoga clandestina podia ser preso e torturado. Mas a Inquisição só começou em 1536, 39 anos depois da Grande Conversão.
3) Os Cristãos Novos que queriam continuar a praticar o judaismo tentavam tudo para emigrar nas próximas decadas e secúlos. Daí, a diaspora judaica e a presença da comunidades de judeus portugueses em Istambul, Salonica, etc.... (Mais uma vez, NÃO FORAM EXPULSOS, fugiram.) As vagas de emigração começaram já em 1497. Nesta altura não havia "agentes do Santo Ofício". Porquê? Porque o Santo Ofício só começou em Portugal em 1536, 39 anos mais tarde).
4) A Inquisição nunca converteu ninguém. Porquê? Já todos os judeus tinham sido convertidos em 1497! O propósito da Inquisação não era converter os judeus, era prender os Cristãos Novos (e outros que tinham sido suspeitos de heresia e denunciados) e força-los a confessar as suas heresias. Os Inquisidores tentavam forçar as suas vítimas a identificar outras pessoas praticando judaismo (ou bruxaria ou islão, etc...). Daí, famílias inteiras foram destruidas entre 1536 e o fim do século 18.
Agradecia que divulgasse, pois estamos em 2020 e acho que deviamos finalmente conhecer a nossa história judaica-portuguesa. Se desejar saber mais, pode ler o meu artigo. Lamento que não tenho em português.
https://www.zimler.com/en/stories-and-a ... kGy0JMGOac




"Lá nos confins da Península Ibérica, existe um povo que não governa nem se deixa governar ”, Caio Júlio César, líder Militar Romano".

Portugal está morto e enterrado!!!

https://i.postimg.cc/QdsVdRtD/exwqs.jpg
Avatar do usuário
cabeça de martelo
Sênior
Sênior
Mensagens: 37833
Registrado em: Sex Out 21, 2005 10:45 am
Localização: Portugal
Agradeceram: 2602 vezes

Re: Arqueologia/antropologia/ADN

#171 Mensagem por cabeça de martelo » Sáb Jun 27, 2020 11:58 am

Imagem




"Lá nos confins da Península Ibérica, existe um povo que não governa nem se deixa governar ”, Caio Júlio César, líder Militar Romano".

Portugal está morto e enterrado!!!

https://i.postimg.cc/QdsVdRtD/exwqs.jpg
Avatar do usuário
cabeça de martelo
Sênior
Sênior
Mensagens: 37833
Registrado em: Sex Out 21, 2005 10:45 am
Localização: Portugal
Agradeceram: 2602 vezes

Re: Arqueologia/antropologia/ADN

#172 Mensagem por cabeça de martelo » Sáb Jun 27, 2020 1:05 pm

Quem foram os primeiros europeus?

Imagem

Três vagas de imigrantes colonizaram a Europa pré-histórica. Os últimos, há cerca de cinco mil anos, foram os yamnaya, pastores de gado montados a cavalo oriundos da Rússia que construíram imponentes montes funerários como este, junto de Žabalj, na Sérvia.

...

https://nationalgeographic.sapo.pt/hist ... s-europeus




"Lá nos confins da Península Ibérica, existe um povo que não governa nem se deixa governar ”, Caio Júlio César, líder Militar Romano".

Portugal está morto e enterrado!!!

https://i.postimg.cc/QdsVdRtD/exwqs.jpg
Avatar do usuário
cabeça de martelo
Sênior
Sênior
Mensagens: 37833
Registrado em: Sex Out 21, 2005 10:45 am
Localização: Portugal
Agradeceram: 2602 vezes

Re: Arqueologia/antropologia/ADN

#173 Mensagem por cabeça de martelo » Ter Jul 21, 2020 1:18 pm

Imagem

Outro mito que importa destruir.

O mito da soberania portuguesa limitada à costa africana é tão velho como a Conferência de Berlim (1884-85), aquele encontro pelo qual alguns estados europeus dividiram entre si a régua e esquadro o continente negro.
Portugal sobreviveu a essa barganha, não porque se pudesse opor militarmente a britânicos, franceses, alemães e belgas, mas porque estava em África desde o século XV e também era, como sempre lembramos, uma nação africana governada por filhos da terra - isto é, naturais negros e mestiços. Repete-se ad nauseam que os portugueses não estavam no hinterland e que para além de uma ou outra povoação costeira, os únicos portugueses que se encontravam internados nas vastas e "desconhecidas" regiões do interior eram pombeiros, caçadores e aventureiros.
Assim, para quantos acreditam nessa lenda intencionalmente criada por outros europeus, Portugal reclamava "direitos históricos" privados de substância, ou seja, de presença efectiva e povoamento.

Qualquer criança que tenha perante si um mapa onde se inscrevam os monumentos existentes em Angola pode, sem quaisquer dificuldades, verificar que assim não é. Para lá de Luanda, de São Salvador do Congo, de Benguela e do Lobito, bem longe da costa, no norte, no centro e centro-sul de Angola, subsistem, bem conservados uns, em ruínas outros, vestígios de uma presença militar, religiosa e económica que recuam ao século XVII, tal como Caconda, situada a 300 km da costa, no fim do sertão de Bengela, onde se inicia o Planalto Central.
Em Caconda floresceu um posto comercial de grande pujança a partir de 1604, assim como uma comunidade cristianizada que em inícios do século XIX contaria com cerca de 15.000 habitantes, governados pela elite local negra e mestiça.

O que pareceu, sim, inadmissível aos europeus reunidos em Berlim era o facto de Portugal estar bem implantado em África, não com tropa branca entrincheirada em fortes, mas pelo facto de os portugueses que dominavam aquelas extensas regiões do interior - tão distantes que de Caconda a Benguela se exigiam sete ou oito dias de viagem - eram negros e mestiços portugueses, nomeados pela Coroa Portuguesa, falando e escrevendo português e professando a religião católica. Para os portugueses, não havia, nem "feitiço africano", nem a "África misteriosa".

https://www.facebook.com/novaportugalid ... highlights




"Lá nos confins da Península Ibérica, existe um povo que não governa nem se deixa governar ”, Caio Júlio César, líder Militar Romano".

Portugal está morto e enterrado!!!

https://i.postimg.cc/QdsVdRtD/exwqs.jpg
Avatar do usuário
LM
Sênior
Sênior
Mensagens: 700
Registrado em: Dom Dez 03, 2006 11:36 am
Localização: Sintra - Portugal - UE
Agradeceram: 182 vezes

Re: Arqueologia/antropologia/ADN

#174 Mensagem por LM » Qua Jul 22, 2020 6:13 am

Costumo ouvir o programa E o Resto é História e o "faXista" Rui Ramos várias vezes refere que Portugal dominava alguns pontos, fundamentalmente no litoral africano até ao fim do século XIX - que a construção das colónias africanas no nosso "imaginário" é uma ideia do século XX... :?




Quidquid latine dictum sit, altum videtur.
Avatar do usuário
cabeça de martelo
Sênior
Sênior
Mensagens: 37833
Registrado em: Sex Out 21, 2005 10:45 am
Localização: Portugal
Agradeceram: 2602 vezes

Re: Arqueologia/antropologia/ADN

#175 Mensagem por cabeça de martelo » Sáb Jul 25, 2020 6:13 am

Imagem

Um Retrato Autêntico de Jorge Cabral, 15.º Governador da Índia Portuguesa, entre 1549 e 1550.
Museu Arqueológico de Goa, India.
Jorge Cabral era filho de João Fernandes Cabral, Senhor de Azurara, com Joana de Castro.
Era sobrinho de Pedro Álvares Cabral, descobridor do Brasil.
Sua esposa, Lucrécia Fialho, foi a primeira esposa de um governador da Índia a morar no país.
Combateu por muitos anos os turcos na Índia, antes de tornar-se Governador, por ocasião da morte de Garcia de Sá.
Durante seu governo os Portugueses derrotaram o poderoso exército de 140,000 homens do Samorin e do "Rei da Pimenta" Raja Bardela, consolidando a soberania Portuguesa em Goa e em Malabar.

https://www.facebook.com/novaportugalid ... =3&theater




"Lá nos confins da Península Ibérica, existe um povo que não governa nem se deixa governar ”, Caio Júlio César, líder Militar Romano".

Portugal está morto e enterrado!!!

https://i.postimg.cc/QdsVdRtD/exwqs.jpg
Avatar do usuário
cabeça de martelo
Sênior
Sênior
Mensagens: 37833
Registrado em: Sex Out 21, 2005 10:45 am
Localização: Portugal
Agradeceram: 2602 vezes

Re: Arqueologia/antropologia/ADN

#176 Mensagem por cabeça de martelo » Ter Ago 04, 2020 7:37 am

Descoberta no Alentejo "estrutura única na Pré-História da Península Ibérica"

Imagem

Escavações arqueológicas no complexo dos Perdigões, no distrito Évora, identificaram "uma estrutura única na Pré-História da Península Ibérica", anunciou hoje a empresa Era-Arqueologia.


Em declarações à agência Lusa, o arqueólogo responsável, António Valera, disse tratar-se de "de uma construção monumental em madeira, de que restam as fundações, de planta circular e com mais de 20 metros de diâmetro".


Segundo Valera, esta construção "seria composta por vários círculos concêntricos de paliçadas e alinhamentos de grandes postes ou troncos de madeira, a qual foi já exposta em cerca de um terço da sua planta".


Trata-se de "uma construção de carácter cerimonial", um tipo de estrutura apenas conhecido na Europa Central e nas Ilhas Britânicas, de acordo com o arqueólogo responsável, com as designações como 'Woodhenge', "versões em madeira de Stonehenge", ou 'Timber Circles' (círculos de madeira).


"Esta é a primeira a ser identificada na Península Ibérica, estando datada entre 2800-2600 antes de Cristo (a.C.), ou seja, será anterior à construção em pedra de Stonehenge [em Inglaterra] , para a qual se tem avançado uma cronologia em torno a 2500 a.C.", sublinhou o arqueólogo.

A estrutura agora identificada localiza-se no centro do grande complexo de recintos de fossos dos Perdigões e "articula-se com a visibilidade sobre a paisagem megalítica que se estende entre o sítio e a elevação de Monsaraz, localizada a nascente, no horizonte".


"Um possível acesso ao interior desta estrutura encontra-se orientado ao solstício de verão, reforçando o seu carácter cosmológico", referiu Valera, realçando que "esta situação é também conhecida noutros 'woodhenges' e 'timber circles' europeus, onde os alinhamentos astronómicos das entradas são frequentes, sublinhando a estreita relação entre estas arquiteturas e as visões do mundo neolíticas".

Importância do complexo dos Perdigões nos estudos do Neolítico Europeu


O arqueólogo realçou que "esta descoberta reforça a já elevada importância científica do complexo de recintos dos Perdigões no contexto internacional dos estudos do Neolítico Europeu, aumentando simultaneamente a sua relevância patrimonial", que foi reconhecida em 2019 com a classificação como Monumento Nacional.


O sítio arqueológico dos Perdigões, nos arredores de Reguengos de Monsaraz, corresponde a "um grande complexo de recintos de tendência circular e concêntrica definidos por fossos, abrangendo uma área de cerca de 16 hectares e tendo um diâmetro máximo de cerca de 450 metros", segundo informação da Era.


Este sítio está ser escavado há 23 anos pela empresa e tem reunido colaborações de várias instituições e investigadores nacionais e estrangeiros.


O sítio apresenta uma cronologia de cerca de 1400 anos, desde o final do Neolítico Médio (cerca 3400 a.C.) e o início da Idade do Bronze (cerca de 2000 a.C.) e "é visto essencialmente como um grande centro de agregação de comunidade humanas, onde se desenvolveriam práticas cerimoniais, se geriam relações identitárias, culturais e políticas entre diferentes grupos".


A sua implantação na paisagem "é representativa do seu carácter cosmogónico", situando-se "num anfiteatro natural, aberto ao vale da Ribeira de Vale do Álamo, onde se localiza uma das maiores concentrações de monumentos do megalitismo alentejanos. As entradas dos recintos mais exteriores, e outras em recintos mais interiores, estão orientadas aos solstícios ou aos equinócios, funcionando o horizonte para o qual está virado como um autêntico calendário anual do nascer do sol", segundo a Era - Arqueologia.

https://sicnoticias.pt/cultura/2020-08- ... la-Iberica




"Lá nos confins da Península Ibérica, existe um povo que não governa nem se deixa governar ”, Caio Júlio César, líder Militar Romano".

Portugal está morto e enterrado!!!

https://i.postimg.cc/QdsVdRtD/exwqs.jpg
Avatar do usuário
cabeça de martelo
Sênior
Sênior
Mensagens: 37833
Registrado em: Sex Out 21, 2005 10:45 am
Localização: Portugal
Agradeceram: 2602 vezes

Re: Arqueologia/antropologia/ADN

#177 Mensagem por cabeça de martelo » Ter Ago 04, 2020 12:43 pm

Descoberta “estrutura única” com cerca de 4500 anos no complexo pré-histórico dos Perdigões

Sítio arqueólogico nos arredores de Reguengos de Monsaraz está a ser estudado há mais de 20 anos e não pára de surpreender os especialistas. Quanto mais dele se sabe, mais dúvidas levanta. Campanha deste Verão pôs a descoberto um “Stonehenge de madeira”.

Imagem

Imagem

Escavações arqueológicas no complexo dos Perdigões, no distrito de Évora, identificaram “uma estrutura única na Pré-História da Península Ibérica”, anunciou esta terça-feira a empresa Era – Arqueologia, que escava no local há mais de 20 anos.


Eles procuram locais abandonados — e levam sempre o mesmo casaco amarelo
Em declarações à agência Lusa, o arqueólogo responsável pelas escavações que decorrem em terrenos pertencentes à Herdade do Esporão, António Valera, disse tratar-se de “de uma construção monumental em madeira, de que restam as fundações, de planta circular e com mais de 20 metros de diâmetro”.


Segundo Valera, esta construção “seria composta por vários círculos concêntricos de paliçadas e alinhamentos de grandes postes ou troncos de madeira, a qual foi já exposta em cerca de um terço da sua planta”.



Trata-se de “uma construção de carácter cerimonial”, um tipo de estrutura apenas conhecido na Europa Central e nas Ilhas Britânicas, de acordo com o arqueólogo responsável, com as designações “Woodhenge”, “versões em madeira de Stonehenge”, ou “Timber Circles” (círculos de madeira).

“Esta é a primeira a ser identificada na Península Ibérica, estando datada entre 2800-2600 a.C., ou seja, será anterior à construção em pedra de Stonehenge [em Inglaterra], para a qual se tem avançado uma cronologia em torno a 2500 a.C.”, sublinhou o arqueólogo.

A estrutura agora identificada localiza-se no centro do grande complexo de recintos de fossos dos Perdigões e “articula-se com a visibilidade sobre a paisagem megalítica que se estende entre o sítio e a elevação de Monsaraz”, a nascente.


“Um possível acesso ao interior desta estrutura encontra-se orientado ao solstício de Verão, reforçando o seu carácter cosmológico”, referiu Valera, realçando que “esta situação é também conhecida noutros woodhenges e ‘timber circles' europeus, onde os alinhamentos astronómicos das entradas são frequentes, sublinhando a estreita relação entre estas arquitecturas e as visões do mundo neolíticas”.

O arqueólogo realçou que “esta descoberta reforça a já elevada importância científica do complexo de recintos dos Perdigões no contexto internacional dos estudos do Neolítico Europeu, aumentando simultaneamente a sua relevância patrimonial”, que foi reconhecida em 2019 com a classificação como Monumento Nacional.

O sítio arqueológico dos Perdigões, nos arredores de Reguengos de Monsaraz, corresponde a “um grande complexo de recintos de tendência circular e concêntrica definidos por fossos, abrangendo uma área de cerca de 16 hectares e tendo um diâmetro máximo de cerca de 450 metros”, segundo informação da Era.

Este sítio está ser escavado há 23 anos pela empresa e tem reunido colaborações de várias instituições e investigadores nacionais e estrangeiros.

O que foi descoberto até aqui diz-nos que o sítio terá sido ocupado durante cerca de 1400 anos, desde o final do Neolítico Médio (3400 a.C.) e o início da Idade do Bronze (2000 a.C.) e “é visto essencialmente como um grande centro de agregação de comunidade humanas, onde se desenvolveriam práticas cerimoniais e se geriam relações identitárias, culturais e políticas entre diferentes grupos”.

A sua implantação na paisagem “é representativa do seu carácter cosmogónico”, situando-se “num anfiteatro natural, aberto ao vale da Ribeira de Vale do Álamo, onde se localiza uma das maiores concentrações de monumentos do megalitismo alentejanos. As entradas dos recintos mais exteriores, e outras em recintos mais interiores, estão orientadas aos solstícios ou aos equinócios, funcionando o horizonte para o qual está virado como um autêntico calendário anual do nascer do sol”, ainda segundo a Era – Arqueologia.

https://www.publico.pt/2020/08/04/cultu ... es-1926956




"Lá nos confins da Península Ibérica, existe um povo que não governa nem se deixa governar ”, Caio Júlio César, líder Militar Romano".

Portugal está morto e enterrado!!!

https://i.postimg.cc/QdsVdRtD/exwqs.jpg
Avatar do usuário
Penguin
Sênior
Sênior
Mensagens: 18983
Registrado em: Seg Mai 19, 2003 10:07 pm
Agradeceram: 374 vezes

Re: Arqueologia/antropologia/ADN

#178 Mensagem por Penguin » Qua Set 30, 2020 10:59 pm

Imagem




Sempre e inevitavelmente, cada um de nós subestima o número de indivíduos estúpidos que circulam pelo mundo.
Carlo M. Cipolla
Avatar do usuário
cabeça de martelo
Sênior
Sênior
Mensagens: 37833
Registrado em: Sex Out 21, 2005 10:45 am
Localização: Portugal
Agradeceram: 2602 vezes

Re: Arqueologia/antropologia/ADN

#179 Mensagem por cabeça de martelo » Qui Out 08, 2020 12:50 pm





"Lá nos confins da Península Ibérica, existe um povo que não governa nem se deixa governar ”, Caio Júlio César, líder Militar Romano".

Portugal está morto e enterrado!!!

https://i.postimg.cc/QdsVdRtD/exwqs.jpg
Avatar do usuário
cabeça de martelo
Sênior
Sênior
Mensagens: 37833
Registrado em: Sex Out 21, 2005 10:45 am
Localização: Portugal
Agradeceram: 2602 vezes

Re: Arqueologia/antropologia/ADN

#180 Mensagem por cabeça de martelo » Sex Out 09, 2020 6:00 am





"Lá nos confins da Península Ibérica, existe um povo que não governa nem se deixa governar ”, Caio Júlio César, líder Militar Romano".

Portugal está morto e enterrado!!!

https://i.postimg.cc/QdsVdRtD/exwqs.jpg
Responder