Programa de mísseis da MB

Assuntos em discussão: Marinha do Brasil e marinhas estrangeiras, forças de superfície e submarinas, aviação naval e tecnologia naval.

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LeandroGCard
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Re: Programa de mísseis da MB

#46 Mensagem por LeandroGCard » Qui Abr 05, 2012 1:43 pm

NovaTO escreveu:No caso do Unkhonto, não existe uma familiaridade técnica com o A-Darter? Para a Marinha acredito que seria uma opção para defesa de Ponto, complementando os canhões de 40mm. E se for produzido pela Mectron, não seria uma boa??? :|

[]'s
O fato de possuir um sistema de guiagem onboard IR torna o míssil muito mais caro e menos versátil no combate a munições do que sistemas CLOS, e um eventual aumento do alcance como cogitado (versão R) só pioraria a situação, sem acrescentar nada de útil.

Para defesa de ponto de navios a solução atual mais usada são os mísseis CLOS combinados com canhões de 30mm ultra-rápidos ou de calibres maiores com espoletas de proximidade. Os EUA, como uma solução rápida emergencial (depois que perceberam que seu Vulcan-Phalanx estava defasado mas não tendo previsão para sistemas mais sofisticados em seus numerosos navios), criaram o RAM, que é uma mistura de MANPAD com míssil ar-ar, mas que tem limitações de alcance e não é um míssil assim tão barato. E os ingleses (que não tem grana para desenvolver sistemas dedicados), sonham com o CAMMS, que deveria substituir tanto mísseis AAe quanto de combate ar-ar. Mas os ingleses tem aceitado reduções acentuadas das capacidades de combate de seus navios ultimamente :wink:.

Fora o RAM, que na verdade usa orientação mista (IR + telecomando por rádio), ninguém adota sensores IR para defesa de ponto contra munições (os problemas do IGLA para engajar seus alvos na última demonstração do EB dão uma dica do porquê). E o alcance do Unkonto para uso na defesa de navios contra aeronaves é muito pequeno, mesmo na versão R de alcance extendido, e até mísseis menores como o Penguin ou o Sea Skua já permitiriam à aeronave atacante lançar suas armas sem o risco de ser atingida.


Leandro G. Card




Dall
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Re: Programa de mísseis da MB

#47 Mensagem por Dall » Qui Abr 05, 2012 1:57 pm

Qualquer que seja o SAM ou AShM desenvolvido pela MB não poder cair na armadilha que a FAB e o EB caíram em seus programas.

O MSS-1.2 atrasou tanto (inicio em 1986, IOC em 2004) que no Brasil existem os Milan e BILL do EB e CFN navais na mesma função. Em compensação os helicópteros da AvEx não tem míssil algum.

O MAA-1A atrasou tanto (inicio em 1976, IOC em 2004) que a FAB comprou os Python-III para os F-5, depois o AMX é um programa com tantas capacidades em aberto que o A-1 vai precisar mais uma década até poder receber outro míssil que não o AIM-9B. Os F-2000 também não podem operá-lo porque sua integração é antieconômica.

O MAR-1 é outro exemplo, (inicio em 1998, IOC em 2010), mas novamente o AMX não pode operá-lo até ser modernizado, ficando o míssil praticamente parado no seu desenvolvimento e formação de doutrina.

Não podemos desenvolver um SAM nacional ou míssil anti-navio e depois não integrá-lo a navio algum, seja porque os navios novos do PROSUPER podem eventualmente vir com mísseis nativos e alguém questionar a validade de trocar um ASTER-15 por um SAM nacional ou de se trocar um Exocet Block-3 por um MAN-1.

Também pode acontecer de futuras compras de ocasião (como as Type-22 nos anos de 1990) mostrarem que não é viável economicamente trocar seus armamentos nativos por armamentos nacionais.

Em resumo: Se formos construir mísseis nacionais temos que ter o forte propósito de integrá-los as plataformas em uso no Brasil. Um míssil que não esta integrado a uma plataforma tem a mesma utilidade que um automóvel sem seus pneus em cima de um cavalete, apenas ocupa espaço na garagem.




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Re: Programa de mísseis da MB

#48 Mensagem por LeandroGCard » Qui Abr 05, 2012 2:58 pm

Dall escreveu:Qualquer que seja o SAM ou AShM desenvolvido pela MB não poder cair na armadilha que a FAB e o EB caíram em seus programas.

O MSS-1.2 atrasou tanto (inicio em 1986, IOC em 2004) que no Brasil existem os Milan e BILL do EB e CFN navais na mesma função. Em compensação os helicópteros da AvEx não tem míssil algum.

O MAA-1A atrasou tanto (inicio em 1976, IOC em 2004) que a FAB comprou os Python-III para os F-5, depois o AMX é um programa com tantas capacidades em aberto que o A-1 vai precisar mais uma década até poder receber outro míssil que não o AIM-9B. Os F-2000 também não podem operá-lo porque sua integração é antieconômica.

O MAR-1 é outro exemplo, (inicio em 1998, IOC em 2010), mas novamente o AMX não pode operá-lo até ser modernizado, ficando o míssil praticamente parado no seu desenvolvimento e formação de doutrina.

Não podemos desenvolver um SAM nacional ou míssil anti-navio e depois não integrá-lo a navio algum, seja porque os navios novos do PROSUPER podem eventualmente vir com mísseis nativos e alguém questionar a validade de trocar um ASTER-15 por um SAM nacional ou de se trocar um Exocet Block-3 por um MAN-1.

Também pode acontecer de futuras compras de ocasião (como as Type-22 nos anos de 1990) mostrarem que não é viável economicamente trocar seus armamentos nativos por armamentos nacionais.

Em resumo: Se formos construir mísseis nacionais temos que ter o forte propósito de integrá-los as plataformas em uso no Brasil. Um míssil que não esta integrado a uma plataforma tem a mesma utilidade que um automóvel sem seus pneus em cima de um cavalete, apenas ocupa espaço na garagem.
Concordo totalmente com seu comentário, e aí voltamos à questão da especificação.

Qualquer míssil AAe a ser desenvolvido para a MB precisa necessáriamente pensar na integração com as novas fragatas de 6.000 ton, e esquecer as Niterói ou as Inhaúma. Isso porque as Niterói sairão de linha no mínimo logo após o desenvolvimento do míssil estar terminado (sendo otimista), e embora as Inhaúma possam durar um pouco mais na ativa são navios limitados e que existirão apenas em pequeno número, justificando no máximo a aquisição de algum sistema de prateleira.

Agora, considerando as FREMM que parecem o projeto mais cotado para o programa de novos escoltas da MB e que já possuem o Aster-15/30 integrado de projeto, qual o papel que poderia ter o Unkonto? Ele não é muito mais barato do que o Aster-15, que é semelhante mas já está pronto, integrado e tem desempenho superior mesmo à da eventual versão R do míssil sul-africano, e o Aster-30 está em uma categoria completamente diferente em termos de alcance. Gastar dinheiro para desenvolver o Unkonto-R e integrá-lo aos novos navios traria quais vantagens então? A se é apenas para produzí-lo aqui, porque não partir logo para o próprio Aster?

Se fosse para desenvolver algo com a AS teria que ser ou um míssil mais barato e de melhor desempenho no curto alcance (algo como um CLOS ou o RAM), ou algo que competisse com o próprio Aster-15/30, caso os europeus não concordassem em que o produzíssemos integralmente aqui.


Leandro G. Card

PS- Aliás, esta situação exdrúxula é exatamente a da versão naval do MAN-1, que acabará só sendo instalado por um tempo razoável nas corvetas Inhaúma/Barroso (e compraremos o Exocet block-III para os novos escoltas :roll: ).




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Re: Programa de mísseis da MB

#49 Mensagem por Marino » Sex Abr 13, 2012 1:03 pm

:twisted: :twisted: :twisted:
Garimpado pelo Junker no fórum irmão:
Junker escreveu:
Brazilian Navy starting missile development talks with Denel
By: Keith Campbell
13th April 2012
Updated 2 hours 10 minutes ago

Imagem

The Commander of the Brazilian Navy has confirmed to Engineering News Online that his service is interested in cooperating with South Africa in missile development.

"We are beginning to discuss with Denel some joint missile development projects," stated Fleet Admiral Julio Soares de Moura Neto in Cape Town on Friday.

"Nothing has been signed yet. It would involve the joint development of surface-to-air missiles."

Denel is South Africa's State-owned defence industrial group, and its business responsible for missiles (and unmanned air vehicles) is Denel Dynamics, based in Centurion, just south of Pretoria.

The only naval surface-to-air missile currently produced by the company is the Umkhonto (which translates into English as Spear). This uses infrared guidance and is already in service with the South African and Finnish Navies.

But Denel Dynamics has a project to develop a longer-ranged, radar-guided, version of the missile, referred to as the Umkhonto-R. The Brazilian Navy has long been known to be interested in this programme.

Such a joint programme would not be the Brazilian Navy's only missile project. "We have a national project for a surface-to-surface missile (SSM)," reported Moura Neto.

"It is under development by the Brazilian Navy and Brazilian defence companies, including Mectron and Avibras," he explained. "It's running well. We hope the prototype missile will be ready in 2016."

Currently designated simply as the Anti-Ship Missile, the weapon is intended to be launched from surface ships against other surface ships. It will be a medium ranged SSM, in the same general category of the MM40 version of the famous French SSM, the Exocet.

The MM40 Exocet is currently operated by the Brazilian Navy and the new, national, SSM could eventually replace it. "[But] it's a long-term journey," he pointed out. "A missile is a very expensive weapon [to develop]."

Admiral Moura Neto was attending the 2012 Indian Ocean Naval Symposium (IONS) as an observer.

Keith Campbell is attending IONS 2012 as a guest of the South African Navy.

Edited by: Creamer Media Reporter
http://www.engineeringnews.co.za/articl ... 2012-04-13




"A reconquista da soberania perdida não restabelece o status quo."
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Re: Programa de mísseis da MB

#50 Mensagem por henriquejr » Sex Abr 13, 2012 1:21 pm

Pronto! Confirmou-se o que a muito já vinha sendo especulado!
Creio que esta parceria foi um caminho natural a ser seguido, depois dos acordos já firmados que resultaram no A-Darter.




.
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Re: Programa de mísseis da MB

#51 Mensagem por Marino » Sex Abr 13, 2012 1:25 pm

Calma: "We are beginning to discuss with Denel some joint missile development projects," stated Fleet Admiral Julio Soares de Moura Neto in Cape Town on Friday."
Eu acho que as coisas serão um pouquinho diferentes do modelo do A-darter.
Esperemos.




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Re: Programa de mísseis da MB

#52 Mensagem por henriquejr » Sex Abr 13, 2012 1:38 pm

É verdade, ainda não tem nada certo e sabemos como essas coisas mudam ao sabor dos ventos!




.
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Re: Programa de mísseis da MB

#53 Mensagem por Marino » Sex Abr 13, 2012 1:40 pm

Mas podemos esperar boas notícias.




"A reconquista da soberania perdida não restabelece o status quo."
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Re: Programa de mísseis da MB

#54 Mensagem por brisa » Sex Abr 13, 2012 1:43 pm

O Umkhonto R vai bombar..... :lol:

Tomara que se concrete.




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Re: Programa de mísseis da MB

#55 Mensagem por Luís Henrique » Sex Abr 13, 2012 2:40 pm

Marino escreveu:Calma: "We are beginning to discuss with Denel some joint missile development projects," stated Fleet Admiral Julio Soares de Moura Neto in Cape Town on Friday."
Eu acho que as coisas serão um pouquinho diferentes do modelo do A-darter.
Esperemos.

Diferente pra melhor ou pra pior?
Em que sentido?




Su-35BM - 4ª++ Geração.
Simplesmente um GRANDE caça.
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Re: Programa de mísseis da MB

#56 Mensagem por Marino » Sex Abr 13, 2012 3:06 pm

As lições são aprendidas e aperfeicoadas.
Então, a expectativa é que as coisas sejam melhores.




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Re: Programa de mísseis da MB

#57 Mensagem por jumentodonordeste » Sex Abr 13, 2012 4:01 pm

Pronto...

Agora me dano com a pulga atrás da orelha... :lol:

O que é que deu errado, ou poderia ter sido melhor, no A-DARTER?

Não façam isso com um cara de coração fraco como eu.




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Re: Programa de mísseis da MB

#58 Mensagem por Brasileiro » Sex Abr 13, 2012 4:38 pm

Esta parte me chamou atenção:
Such a joint programme would not be the Brazilian Navy's only missile project. "We have a national project for a surface-to-surface missile (SSM)," reported Moura Neto.

"It is under development by the Brazilian Navy and Brazilian defence companies, including Mectron and Avibras," he explained. "It's running well. We hope the prototype missile will be ready in 2016."
Quer dizer que, internamente, a MB já trabalha junto com a Mectron e Avibrás no desenvolvimento do míssil, que já tem até data para ter o protótipo.

Por causa disso me parece que será mesmo um míssil totalmente novo.


abraços]




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Re: Programa de mísseis da MB

#59 Mensagem por LeandroGCard » Sex Abr 13, 2012 6:39 pm

Brasileiro escreveu:Esta parte me chamou atenção:
Such a joint programme would not be the Brazilian Navy's only missile project. "We have a national project for a surface-to-surface missile (SSM)," reported Moura Neto.

"It is under development by the Brazilian Navy and Brazilian defence companies, including Mectron and Avibras," he explained. "It's running well. We hope the prototype missile will be ready in 2016."
Quer dizer que, internamente, a MB já trabalha junto com a Mectron e Avibrás no desenvolvimento do míssil, que já tem até data para ter o protótipo.

Por causa disso me parece que será mesmo um míssil totalmente novo.


abraços]
Este parágrafo é sobre o MAN-1 [001] .


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Re: Programa de mísseis da MB

#60 Mensagem por Brasileiro » Sex Abr 13, 2012 6:56 pm

Uepa :oops:




abraços]




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