O Exército Brasileiro dos Anos 2000 - Uma visão.

Assuntos em discussão: Exército Brasileiro e exércitos estrangeiros, armamentos, equipamentos de exércitos em geral.

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Re: O Exército Brasileiro dos Anos 2000 - Uma visão.

#76 Mensagem por Túlio » Qua Nov 25, 2015 5:46 pm

Me perdoem a intromissão mas, no meu ver, o nosso cupincha Ckrauslo (sempre esqueço a josta do K e tenho que voltar) nos fala do EB que deveríamos ter, já o Cel Jauronos mostra o que realmente temos/somos. Pessoalmente, sempre me inclino a favor da posição do CKrauslo (ideal) mas não posso esquecer a do Cel Jauro (real).

E aí voltamos à minha posição original sobre as FFAA e sua relação com nosso poder político: é ruim para NÓS, entusiastas, mas para eles faz sentido...




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Re: O Exército Brasileiro dos Anos 2000 - Uma visão.

#77 Mensagem por Marechal-do-ar » Qua Nov 25, 2015 6:37 pm

jauro escreveu:O 56º BI sempre foi uma OM zero à E. Até para comandar, salvo algumas exceções, era considerado castigo. Vai ser extinto em boa hora.
As duas companhias de comando, 2ª e 18ª Bda, não dá para entender, é como comandar um corpo sem cabeça. Acredito que deva ser uma troca por BaAdm.
A redução dos três RCB, também vem bem a propósito, porque depois da retirada dos M-41 e a indisponibilidade dos Leo A 1, os RCB tornaram-se verdadeiros "frankstein". O material M 113 deve ser aproveitado em outras frentes. A criação doutrinária dos RCC sobre rodas deve estar mexendo com o conceito de RCB sobre lagartas.
A 14ª BiaAAAE deve dar, junto com a 9ª Bia de Macaé, origem a mais um GAAAe no NE.
Quanto ao 1º RCMec deverá ceder um Esqd para a 18ª Bda no CO e um Esqd e um Esqd Cmdo para o N do Br (provavelmente RR). O esquadrão remanescente junta-se com o 2º RCMec de São Borja.
Tudo isso permite manobras patrimoniais, de pessoal, de MEM, gestão mais efetiva e redução de custos. Mas deve se arrastar por muito tempo ainda.
Pelo que entendi, então, haviam unidades sobrando.

Ao menos essa crise trouxe algumas vantagens, alguém resolveu fazer uma limpa.

Quando a crise passar e as verbas voltarem deve sobrar mais para o que realmente importa.




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Re: O Exército Brasileiro dos Anos 2000 - Uma visão.

#78 Mensagem por prp » Qui Nov 26, 2015 2:13 am

75 milhões na folha de pagamento de um único batalhão :shock:




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Re: O Exército Brasileiro dos Anos 2000 - Uma visão.

#79 Mensagem por prp » Qui Nov 26, 2015 2:16 am

Coronel, alguma possibilidade de acabarem com o 55BI?
Pelo que se ouvia por aqui foi que a criação do 55 foi mais política do que técnica, por isso é um batalhão "faxina" e desde quando eu servi (2003) rodava essa história de desativá-lo.




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Re: O Exército Brasileiro dos Anos 2000 - Uma visão.

#80 Mensagem por Ckrauslo » Qui Nov 26, 2015 9:00 am

Túlio escreveu:Me perdoem a intromissão mas, no meu ver, o nosso cupincha Ckrauslo (sempre esqueço a josta do K e tenho que voltar) nos fala do EB que deveríamos ter, já o Cel Jauronos mostra o que realmente temos/somos. Pessoalmente, sempre me inclino a favor da posição do CKrauslo (ideal) mas não posso esquecer a do Cel Jauro (real).

E aí voltamos à minha posição original sobre as FFAA e sua relação com nosso poder político: é ruim para NÓS, entusiastas, mas para eles faz sentido...
Eu sempre procuro falar o ideal por que não adianta tratar dos problemas que temos atualmente, sem se procurar uma solução.
A um exemplo os uniformes atualmente são precários, é algo que precisa mudar, porém o Coronel esta certo, tem-se que ter a ênfase em treinamento, e por umas fotos recentes que vi agora da manobra militar, principalmente com disparo de pistola.
Vi que ainda ensinam métodos arcaicos nas técnicas.
Isso também necessita mudanças.
Quanto a cortes, bom não me surpreende nada, tenho um vizinho que passou um ano inteiro se apresentando todo dia no DTCEA-CZS que fica a 16 um da cidade, na esperança de que os inspetores do recrutamento fossem vir ou de Manaus ou de porto velho, e desde o primeiro dia que se apresentaram lá. "4 de março" já nao se tinha vagas, mas em nenhum momento alguem avisou o comandante do DTCEA, que fez a gurizada ir todo dia para la as 6 da manha, foi assim ate o dia 21 de novembro, quando finalmente Manaus e porto velho informaram que não mandariam ngm.




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Re: O Exército Brasileiro dos Anos 2000 - Uma visão.

#81 Mensagem por jauro » Qui Nov 26, 2015 6:36 pm

prp escreveu:Coronel, alguma possibilidade de acabarem com o 55BI?
Pelo que se ouvia por aqui foi que a criação do 55 foi mais política do que técnica, por isso é um batalhão "faxina" e desde quando eu servi (2003) rodava essa história de desativá-lo.
O Btl foi ativado em 1976, com o 2º Btl do 12º RI. Sua criação é tão política que os Sd incorporados naquela época (1977-78) diziam assim: "Eu não quero servir porque vocês do EB são da ARENA e nós aqui (Montesclarenses) somos todos do MDB". Tal era a ignorância sobre serviço militar daquele povo.
Tanto o 12 como o 55 estão na marca do penalti. O 12 por estar encravado dentro de BH e não ter área de instrução próxima. Deve ser trasnformado em 12º BPE ou num GptLog.
O 55º tem uma excelente área de instrução, mas é estrategicamente mal situado. Talvez o COTer passe o 55º para o DECEx e ele se transformará em um 1º ano da EsSA, aliviando outras unidades de MG como o 10º BILMth, o 4º GAC e o 14º GAC. Em 2005-06 quem salvou o 55º da extinção foi o VPR José Alencar, dono da Coteminas, atualmente não sei qual posição do filho dele (Josué), político influente aí em MG. Acho que o nó da desativação está aí. O PMDB, antigo MDB, hoje é o maior defensor da permanência do 55º BI em MoC.




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Re: O Exército Brasileiro dos Anos 2000 - Uma visão.

#82 Mensagem por general-lee » Qui Nov 26, 2015 7:46 pm

Parece que realmente será o caminho do 55,é o que Indicou o General Villas-Boas!




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Re: O Exército Brasileiro dos Anos 2000 - Uma visão.

#83 Mensagem por prp » Sex Nov 27, 2015 1:35 am

jauro escreveu:
prp escreveu:Coronel, alguma possibilidade de acabarem com o 55BI?
Pelo que se ouvia por aqui foi que a criação do 55 foi mais política do que técnica, por isso é um batalhão "faxina" e desde quando eu servi (2003) rodava essa história de desativá-lo.
O Btl foi ativado em 1976, com o 2º Btl do 12º RI. Sua criação é tão política que os Sd incorporados naquela época (1977-78) diziam assim: "Eu não quero servir porque vocês do EB são da ARENA e nós aqui (Montesclarenses) somos todos do MDB". Tal era a ignorância sobre serviço militar daquele povo.
Tanto o 12 como o 55 estão na marca do penalti. O 12 por estar encravado dentro de BH e não ter área de instrução próxima. Deve ser trasnformado em 12º BPE ou num GptLog.
O 55º tem uma excelente área de instrução, mas é estrategicamente mal situado. Talvez o COTer passe o 55º para o DECEx e ele se transformará em um 1º ano da EsSA, aliviando outras unidades de MG como o 10º BILMth, o 4º GAC e o 14º GAC. Em 2005-06 quem salvou o 55º da extinção foi o VPR José Alencar, dono da Coteminas, atualmente não sei qual posição do filho dele (Josué), político influente aí em MG. Acho que o nó da desativação está aí. O PMDB, antigo MDB, hoje é o maior defensor da permanência do 55º BI em MoC.
Obrigado Cel.

A área de instrução aqui realmente é muito boa, seria uma pena acabar com a unidadade. Talvez se transformassem em uma unidade especializada seria uma boa.




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Re: O Exército Brasileiro dos Anos 2000 - Uma visão.

#84 Mensagem por Clermont » Sex Fev 12, 2016 10:39 am

As frentes contra o Exército e o recrutamento dos futuros oficiais.

O recrutamento e a formação de futuros oficiais baseados somente nos méritos intelectuais apresenta numerosas contradições com a disciplina militar prestante.

Gelio Fregapani - Montedo.com, 12.02.16.

Duas frentes contra o nosso Exército.

Uma é de inspiração anglo-saxônica.

Sua mensagem: -“ É desnecessário e inconveniente o fortalecimento militar. Devemos reagir é com diplomacia contra qualquer tipo de intervenção armada internacional. O Brasil deve aprender a usar a inteligência ao invés do violência. Ademais, isto de estrangeiros cobiçarem a Amazônia é uma paranoia; muito mais fácil seria uma invasão pelos marcianos. Por que gastar com defesa se existem coisas mais importantes? Poderíamos até nos orgulhar que a nossa região norte seja patrimônio da humanidade"

A outra frente é inspirada pelo “Foro de São Paulo”.

Sua filosofia é comunista e revanchista: -“Não confiamos nos militares, pois eles são fascistas por natureza. No passado, na Guerra Fria acompanharam os gringos e agora querem dar uma de nacionalistas. Dizem que estão no desmanche e precisam de meios para defender a Pátria, mas armá-los seria uma temeridade para o democracia ( quer dizer: para o comunismo)”.

Um dos métodos de ambas as frentes é o aviltamento salarial dos militares. O Foro de S. Paulo tenta também racializar as Forças Armadas, via "cotas" raciais na admissão às Escolas Militares, apagando o processo do mérito em concursos, e ainda propugna a revisão ideológica dos currículos. Ambas as "frentes"sabem que o alerta militar é verdadeiro, que riquezas e debilidade militar atraem ambições e desgraças, apenas não se importam. Parecem não saber que, quando um corpo morre, ambos os braços morrem.

Sobre o recrutamento dos futuros oficiais.

Gostem ou não os partidários da igualdade universal, em todos empreendimentos e em todos os exércitos tal como em todas as empresas haverá comandantes e comandados. Em todos, mas principalmente nos exércitos em combate o sucesso será influenciado em larga medida pelo acerto das decisões dos comandantes e pela eficiência em incutir entusiasmo e garra às seus comandados, seja qual for o escalão tratado.

Em um período de guerras continuas a seleção dos oficiais é ditada por seu desempenho em combate, mas em longos períodos de paz nem sempre os parâmetros são adequados. Este preâmbulo é necessário em face da notícia que o Governo deseja introduzir um sistema de cotas na seleção para a Academia Militar, em substituição ao sistema de mérito intelectual, mediante concurso.

Há algumas décadas, como chefe de uma assessoria de pesquisa de pessoal, colhemos alguns dados históricos que podem trazer algumas luzes sobre tão importante assunto.

No tempo do Império havia dois tipos de seleção. Numa delas, a hereditária, os filhos de oficiais eram nomeados Cadetes e prestavam serviços desde tenra idade. A outra forma foi a seleção através do sucesso nos combates. O primeiro método produziu excelentes oficiais, cujos exemplos familiares incluíam os conceitos ancestrais de honra e lealdade, comprovados no longo trato dos assuntos militares.

O nosso Caxias é o exemplo mais emblemático das virtudes desse tipo de seleção, as quais ainda se notam diluídos vestígios ainda hoje. O segundo método foi a seleção natural em guerras contínuas que sempre deu certo em todos os cantos do mundo e esta forneceu-nos incomparáveis líderes como Osório, só para exemplificar. A minha geração ainda conviveu com destacados oficiais oriundos da FEB.

Então chegou a vez da República que, com ideais positivistas, decidiu recrutar os futuros oficiais pelo mérito intelectual (agravado por favorecimentos ideológicos). Como o efeito das mudanças não é imediato o corpo de oficiais se dividiu entre os doutores (gostavam de ser chamados assim) e os tarimbeiros, oriundos dos sistemas anteriores, os quais foram pouco a pouco diminuindo de número. Na verdade os tarimbeiros eram caudilhos oriundos da aristocracia rural gaúcha com suas virtudes e defeitos, mas se sabia que estariam sempre a frente nos combates.

Quanto aos doutores, eram de pouca utilidade guerreira. Excetuando Rondon em missões de paz, os positivistas forjaram pessoas honestas (nem sempre), brilhantes matemáticos, ideológicos fanáticos e pacifistas apátridas amantes da paz e da fraternidade universal. Guerreiros, nunca. Cultivavam a disciplina, sim, mas como um fim em si mesma, não como uma forma de coordenar esforços. Podemos atribuir-lhes as vergonhosas campanhas de Canudos e Contestado, cuja herança ainda assistimos no "affair" da Raposa-Serra do Sol. Como exemplo dos doutores citamos Benjamin Constant, mentiroso e traidor, e dos fanáticos ideológicos o cruel e incompetente Moreira Cesar, responsável pela maior derrota do nosso Exército.

Com aquele tipo de gente no comando o Exército praticamente se anulou, mas reagiu; oficiais foram a Alemanha, criou-se uma "Missão Indígena, Veio a Missão Francesa e finalmente a FEB, mas não se alterou a forma de ingresso ao oficialato através de concurso por mérito intelectual e é esta forma que o atual Governo cogita alterar em benefício de uma classe social que julgam ser mais afeitas ao socialismo. Algo lembra os positivistas que proclamaram a República baseados em mentiras.

O fato é que o recrutamento e a formação de futuros oficiais baseados somente nos méritos intelectuais apresenta numerosas contradições com a disciplina militar prestante. De uma forma estereotipada, os rapazes com verdadeiro espírito guerreiro não costumam ser estudiosos nessa fase da vida, de forma que à maioria dos que ingressam, embora estudiosos, são carentes de vocação guerreira.

É verdade que os oficiais que ingressaram mediante concurso se mostraram mais conscienciosos e ponderados do que os antigos caudilhos, mas como grupo tem demonstrado menor capacidade de decisão, provavelmente por serem, na maioria, oriundos de uma classe média que subiu por esforço através do estudo, pouco afeitos ao risco e a atitudes que possam causar prejuízos na carreira. É verdade que os rapazes das classes mais humildes ainda têm maior dificuldade em concorrer com os das classes médias, mas a popularização do ensino tem propiciado cada vez mais o ingresso dos primeiros, inclusive de expressivo número de negros, o que joga por terra qualquer argumento em favor de cotas.

Bem, isto não invalida o fato que a seleção por concurso intelectual afasta a maioria dos realmente vocacionados, atraindo muitos que apenas desejam um emprego seguro e que na primeira oportunidade farão novo concurso para outro órgão melhor remunerado. Com o sistema de concurso estamos recebendo rapazes estudiosos, mas isto pouca coisa é além de um ornamento. Estamos comprando quadros pela moldura, brilhantes pela armação e pistolas pelo coldre. Todos necessários mas secundários.

Bem, e daí? Apontar defeitos é muito fácil, mas e as soluções?

No Centro de Estudos de Pessoal do Exército temos (ou tínhamos) a disposição testes psicotécnicos que podem indicar a personalidade adequada para qualquer função. É só escolher as qualificações desejadas e medir a vocação militar e darmos um peso no mínimo igual ao exame intelectual. Alguém lembraria como são diversas as funções dentro de um exército, mas tem muitos aspectos comuns, entre eles a coragem física e moral, a disciplina, a iniciativa,e honestidade e a lealdade. Certamente o leitor acrescentaria algumas mais. Pode ser difícil mas não impossível, mas é só querer.

Querer é poder, diz o ditado. Mas não basta querer, é preciso saber (e nós sabemos). Também não basta saber, é preciso fazer. Contudo, para fazer é preciso QUERER.

Que Deus inspire o nosso Exército na busca do rumo certo.


_____________________

Gelio Fregapani, escritor e coronel da reserva do EB, atuou na área do serviço de inteligência na região Amazônica, elaborou relatórios como o do GTAM, Grupo de Trabalho da Amazônia.




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Re: O Exército Brasileiro dos Anos 2000 - Uma visão.

#85 Mensagem por Wingate » Sex Fev 12, 2016 1:05 pm

O post acima me fez lembrar quando servi ao EB, no que se refere aos praças.

A grande maioria de meus colegas de farda era composta de elementos vindos do interior paulista e do nordeste, oriundos de famílias pobres e numerosas, com pouca instrução.

Davam de 10 X 0 nos pobres coitados citadinos (eu, por exemplo), eram naturalmente safos e nunca se apertavam com nada.

Já os citadinos eram o saco de pancadas dos sargentos, como eu pude sentir na carne.

Aprendi muito com esses colegas e isso permitiu minha "sobrevivência" durante o período de caserna. :wink:

Não sei se o mesmo se aplicaria hoje. Com a palavra, nossos colegas militares mais jovens.

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Re: O Exército Brasileiro dos Anos 2000 - Uma visão.

#86 Mensagem por Clermont » Ter Fev 23, 2016 7:49 am

Exército estuda estender carreira dos sargentos até o posto de Major.

Montedo.com, 23.02.16.

Não andou.

Perdeu força a ideia de reestruturar a carreira dos sargentos aos moldes do exército americano, que tem como ápice a graduação de Sargento Maior. A reestruturação passaria pela extinção do Quadro Auxiliar de Oficiais e a criação de graduações intermediárias. A necessidade de alinhamento com a carreira das praças nas demais Forças fez com que, momentaneamente, o projeto fosse deixado de lado.

QAO por merecimento.

Concretamente, o Estado Maior do Exército trabalha com a possibilidade de alterar a atual forma de promoção dos integrantes do QAO. O acesso a primeiro tenente e capitão passaria a ser feito por merecimento e não por antiguidade, como ocorre atualmente.

Major por escolha.

O EME aguarda o resultado de um estudo encomendado à Fundação Getúlio Vargas para estender ou não as promoções no QAO até o posto de Major. O acesso a oficial superior se daria por escolha, nos mesmos moldes do que ocorre com os coronéis promovidos ao generalato.

Divisor de águas.

O EME vê o ano de 2022 como um verdadeiro divisor de águas. É quando deve ser implantada a nova política de pessoal do Exército.




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Re: O Exército Brasileiro dos Anos 2000 - Uma visão.

#87 Mensagem por Ckrauslo » Ter Fev 23, 2016 11:24 pm

Clermont escreveu:Exército estuda estender carreira dos sargentos até o posto de Major.

Montedo.com, 23.02.16.

Não andou.

Perdeu força a ideia de reestruturar a carreira dos sargentos aos moldes do exército americano, que tem como ápice a graduação de Sargento Maior. A reestruturação passaria pela extinção do Quadro Auxiliar de Oficiais e a criação de graduações intermediárias. A necessidade de alinhamento com a carreira das praças nas demais Forças fez com que, momentaneamente, o projeto fosse deixado de lado.

QAO por merecimento.

Concretamente, o Estado Maior do Exército trabalha com a possibilidade de alterar a atual forma de promoção dos integrantes do QAO. O acesso a primeiro tenente e capitão passaria a ser feito por merecimento e não por antiguidade, como ocorre atualmente.

Major por escolha.

O EME aguarda o resultado de um estudo encomendado à Fundação Getúlio Vargas para estender ou não as promoções no QAO até o posto de Major. O acesso a oficial superior se daria por escolha, nos mesmos moldes do que ocorre com os coronéis promovidos ao generalato.

Divisor de águas.

O EME vê o ano de 2022 como um verdadeiro divisor de águas. É quando deve ser implantada a nova política de pessoal do Exército.
Meu avô começou como cabo, ingressou na ESA, na metade do curso ele foi chamado para cursar outro curso a convite de superiores e mesmo sem terminar a ESA foi promovido a SGT e encerrou sua carreira como Capitão, porém no papel diz Major




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Re: O Exército Brasileiro dos Anos 2000 - Uma visão.

#88 Mensagem por cabeça de martelo » Qua Fev 24, 2016 8:35 am

O meu avô paterno nunca foi da Classe de Sargentos e no entanto na reforma aparecia como sendo dessa classe (como serviu mais do que o tempo de SMO, ele tinha direito a um pequeno subsidio).

O meu avô materno que aprendeu a ler e a escrever no Exército era da classe de Sargentos e foi reformado como 2º Sargento depois de uma vida dentro de um quartel como Guarda Florestal militarizado... tudo porque havia uns fulanos que o quiseram lixar. Felizmente a reforma de um 2º Sargento é melhor que a média nacional e por isso ele nunca teve problemas de dinheiro.

No Exército Português os únicos Sargentos que podem ascender ao oficialato, são os que são contratados e que conseguem ir para a Academia Militar (há uma Capitão Paraquedista de Artilharia que começou como Praça, sepois fez o curso de Sargentos RC e finalmente entrou na Academia, mas há mais casos). Ou então são Enfermeiros Militares que por terem colocado o Estado em tribunal, conseguiram essa excepção.




"Lá nos confins da Península Ibérica, existe um povo que não governa nem se deixa governar ”, Caio Júlio César, líder Militar Romano".

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Re: O Exército Brasileiro dos Anos 2000 - Uma visão.

#89 Mensagem por FCarvalho » Qua Fev 24, 2016 7:07 pm

Eu ainda não entendo o porque de até hoje existir no EB, e demais forças, todo tipo de empecilho para que alguém, a partir da base, possa chegar até os últimos postos, sem que para isso tenha que recorrer a alguma "peixada" ou a concursos públicos para entrar nas academias.

Em outros exércitos, o mérito, a qualificação profissional, o zelo e a capacidade, alem das experiências reais são em muitos casos, mais que suficiente para qualificar um soldado a general.

Eu não conheço muitos oficiais, mas já tive muito contato com graduados e praças que, sem dúvida nenhuma, dariam excelentes oficiais, mas por não ter um diploma ou "QI", acabam muitas vezes optando por outras alternativas e vida profissional por simplesmente não encontrarem possibilidades reais de crescer profissionalmente nas ffaa's.

Ainda estamos atrás neste quesito. E muito atrás, diga-se de passagem.

abs.




Um mal é um mal. Menor, maior, médio, tanto faz… As proporções são convencionadas e as fronteiras, imprecisas. Não sou um santo eremita e não pratiquei apenas o bem ao longo de minha vida. Mas, se me couber escolher entre dois males, prefiro abster-me por completo da escolha.
A. Sapkowski
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Re: O Exército Brasileiro dos Anos 2000 - Uma visão.

#90 Mensagem por cabeça de martelo » Qui Fev 25, 2016 7:29 am

Não conheço nenhum Exército Ocidental onde alguém possa chegar a Oficial General sem ter passado por uma Academia. Há casos até nas Forças Armadas Portuguesas de Oficiais contractados que já têm pelo menos uma Licenciatura que atingem o Quadro Permanente através de um curso mais curto, mas esses não passam de Major, sendo quase impossível chegarem a Tenente-Coronel. Em tempos de guerra, penso que é diferente e temos o caso bastante conhecido do Tenente-Coronel Marcelino da Mata, mas esse homem teve mais tempo no mato e mais inimigos eliminados por ele do que meio Exército Português.

https://pt.wikipedia.org/wiki/Marcelino_da_Mata

http://ultramar.terraweb.biz/CTIG/Image ... ercito.htm




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