O Exército Brasileiro dos Anos 2000 - Uma visão.

Assuntos em discussão: Exército Brasileiro e exércitos estrangeiros, armamentos, equipamentos de exércitos em geral.

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O Exército Brasileiro dos Anos 2000 - Uma visão.

#1 Mensagem por Clermont » Dom Ago 28, 2011 6:22 pm

TUDO O QUE VOCÊ PENSA SOBRE O EXÉRCITO MAS NUNCA TEVE CORAGEM DE DIZER!

http://variedadedeassuntos.blogspot.com ... texto.html

"Bem, sou militar do Exército Brasileiro, mais precisamente, 3º Sgt de carreira. Sinceramente, gostaria muito de poder me identificar, dizer em que ano fui formado e até meu nome, pois são duas coisas das quais me orgulho muito, meu nome e minha turma de formação, o pontapé inicial de minha carreira. Desculpem-me pela covardia do anonimato, mas todos nós sabemos das retaliações e perseguições a que estarei sujeito caso me identifique. Engraçado, isto me faz lembrar de uma música do Zé Geraldo que diz:

"Se chega alguém querendo consertar, vem logo a ordem de cima: pega esse idiota e enterra."

Bom, há tempos que me propus a escrever este texto, porém passei alguns anos vivenciando o EB e adquirindo experiência para que meu relato fosse bem fundamentado e valesse mais a pena ser lido. Antes de tudo, gostaria de deixar bem claro àqueles que após essa leitura possam se perguntar, "porque esse idiota insatisfeito não vai na rota?" que amo minha profissão e que quem me conhece sabe bem que não me vejo fazendo outra coisa, e que a culpa de tudo isto não é do EB, mas dos homens que o fazem.

Sei que muitos de vocês já leram algum texto do tipo, eu também, mas tentei fazer com que este seja o mais completo possível, abrangendo muitos tópicos que realmente tocam na ferida, sem ficar divagando demais, pretendo ser bem objetivo, pesquisei inclusive muitos dos textos que vocês já leram.

Acho que apesar de extensa, essa leitura é interessante pois reflete as opiniões de praticamente toda a tropa, opiniões estas que nestes anos ouvi nos alojamentos, nos cassinos e nas "esquinas" dos quartéias, pois são esses locais, e somente nesses, que o praça, verdadeiramente, tem voz! Por fim, solicito-lhes que mesmo que não estejam a fim de continuarem lendo, repassem essa mensagem a seus contatos para que a mesma seja largamente difundida em todos os rincões desta nação e quem sabe, um dia caia na caixa de e-mail de algum general de boa vontade e espírito que pense em mudar alguma coisa. Repasse até mesmo a seus contatos civis, pois estes repassarão a algum militar ou têm parentes ou amigos militares.

Ok, como não poderia deixar de ser, devo começar falando dos nossos salários. Senhores, houve um tempo, não muito tempo, talvez vinte anos atrás, em que um 3º Sgt ganhava 14 salários mínimos, por volta de R$ 7.000,00 de hoje, isso mesmo. O tempo passou e, como ferrugem, foi corroendo nossos vencimentos, caímos para 10, 9, 8, 7, 6 e assim por diante, numa contagem regressiva, hoje estamos na casa dos 5 e, com o descaso dos políticos em relação à nossa classe, em pouco, 14 deverá virar 1,4. Num país com a nossa carga tributária e a ganância do governo (veja aí os R$ 3,00 do litro da gasolina), filho de militar só herdará dívidas, pois até a casa própria tá dificílimo adquirir. Não entrei no Exército pra ficar rico, não, mas pra viver dignamente. Ufa, está cda dia mais difícil, e olha que estramos acostumados a nos contentar com pouco.

Somos os funcionários federais mais mal pagos, comparem aí com um agente da Polícia Federal (R$ 8.000,00), um PRF (R$ 7.000, 00) ou um professor universitário em início de carreira. Citei estes porque, historicamente, não ganham muito bem, porque se nos compararmos aos funcionários do Judiciário, por exemplo - ou um motorista do senado que ganha pra dirigir um carro mais do que um capitão de fragata ganha pra conduzir um navio de guerra e muito mais do que um cabo motorista de blindado -, teremos que sentar e chorar. Quem sabe esse motoristazinho que assumiu um "cargo de confiança" no Senado não meta as caras na guerra pra comer chumbo em defesa da Pátria?

É triste, senhores, mas é fato. O jovem, hoje, já faz concurso para o Exército pensando em sair, já entra de costas, encara o EB como um degrau e a culpa é dessa mixaria que recebemos. Eles amam a Pátria, sim, eu acredito, mas criar família com esse salário é dureza, isto eles aprendem cedo nos bancos escolares da caserna e seus instrutores já não têm mais argumentos para convencê-los a ficar. Os que ficam, logo conseguem uma atividade extra para complementar sua renda. Todos conhecemos militares que, nas poucas horas de folga, continuam trabalhando informalmente (porque o sistema não permite), diga-se de passagem, em outro emprego. Uma pena, realmente militar mal tem tempo pra família.

Ouvi de um subtenente, lotado em Brasília, que o mesmo sente vergonha quando um soldado da PM do Distrito Federal lhe presta continência, pois este Sd, hoje em dia, ganha R$ 5.900,00 em início de carreira. O pobre Sub, com vinte e sete anos de serviço, ainda não chegou lá, nem vai chegar se não puxar o saco de alguém para sair QAO.
(Quadro Auxiliar de Oficiais) É, o QAO, por sinal, deveria ser através de concurso, pois assim acabariam as peixadas. No entanto, não é interessante para os altos coturnos que isto ocorra, haja vista que, em Brasília e em outros locais por aí, tem subtenente servindo cafézinho na mesa pra coronel, general, etc. A que ponto chegamos, um sistema feudal, medieval, com milhares de homens, feito pra 1/6 deles, os oficiais, que não fazem nada por acharem que 6 ou 7 mil reais é um caminhão de dinheiro. Comparado ao SD da PM não é mesmo. Ahã, força auxiliar, rsrsrs, tenho que rir, eu é que queria auxiliar um Cel da PM de Brasília por 1/3 do salário dele.

Greve somos proibidos de fazer, lucro não geramos, então quem olhará por nós? Somos como cães amordaçados, quando um peita o sistema é punido, exemplarmente, que é para os outros entenderem. A punição dos controladores de tráfego aéreo que se rebelaram em 2009 foi lida em formatura geral nos quartéis da Aeronáutica; a dos sargentos homossexuais foi, obrigatoriamente lida em todos os quartéis do Exército, se você não viu é porque não estava em forma no momento. Como sugestão tenho o reajuste anual para nossa classe, que seja 5% mas que tenha data e hora marcados.

Nossa presidente, ah, com ela não gastarei mais que duas linhas, essa é que não quer nem saber mesmo! Rancorosoa, sem comentários.

Mas tem gente que vibra com nossa situação, claro que tem. A POUPEX ri aos quatro ventos, quase todo munto tem empréstimo e a bola de neve só aumenta. Aliás, a POUPEX que deveria beneficiar os militares está mais preocupada em ganhar dinheiro, um seguro de carro pro militar, hoje, na POUPEX, por exemplo, não sai por menos do que em qualquer outra seguradora, quando não sai bem mais caro.

Mudando de assunto, vamos falar de benefícios, nosso plano de saúde, o FUSEX, coitado, já foi carinhosamente apelidado de SUSEX, tamanhas as dificuldades em se marcar uma simples consulta, a fila é grande pra marcar, a espera é grande pra se consultar e nossos médicos são, salvo raras exceções, pouco qualificados. Médico bom mesmo não quer ficar no Exército recebendo 1/4 do que ganharia lá fora e tendo que agüentar os mandos e desmandos dos caciques superiores, militares até o talo. Aliás, caciques, respeitem nossos médicos, pois com o que eles ganham, eles estão é fazendo um favor para o EB.

PNR (pra quem não sabe, é a moradia concedida pelo governo aos militares)
[Próprio Nacional Residencial] - O problema do PNR é muito simples, quase não tem PNR, obviamente que todos deveriam ter ou deveria ser concedido auxílio-moradia a quem não recebesse PNR, lógico que se o auxílio for concedido a quem não tiver PNR, a lógica será invertida, só LOBINHO vai receber PNR, os antigões vão querer é a bufunfa, o "money". O "glorioso" FAM (fundo de Amparo à Moradia) deveria é construir nessas terras do governo por aí e financiar a juros baixos pros militares, aí sim, sua existência se justificaria, porque poupança, se eu quiser, eu faço no Banco do Brasil, Caixa, Itaú, sei lá.

DIÁRIAS nós já não recebemos mais, nós praças, quero dizer, só os malditos 2% de representação. Pros coronéis e generais rolam diárias: o cara se endividou é só inventar uma visita de inspeção por aí que tá resolvido o problema. Enquanto isso, a tropa dele tá tomando banho frio no quartel, porque o cretino manda economizar energia sob ameaça até de punição. Uma semana de diária de general pagaria a conta de luz desse mês aqui do meu quartel, eu pesquisei com o pessoal da tesouraria. Pra ser sincero, faltaria apenas R$ 48,75. Impressionante!

HORA EXTRA não temos, mas é o que mais fazemos, o que impressiona é a cara-de-pau do comandante em chamar a atenção quando o militar chega dez minutos atrasado, parece que se esquece que, na maioria das vezes, ele sai muito além do horário previsto. Ah, a hora extra se fosse criada ia fazer chover FATD
(Ficha de Apuração de Transgressão Disciplinar) pra militar que saísse após o horário, aliás, pra trabalhar após o expediente, o militar precisaria estar autorizado pelo seu comandante de Seção, S1, S2, S3, S4, S5, comandante do Exército e tudo mais. É, senhores, o sistema é extremamente burocrático. Pra que simplificar se podemos complicar?

Em horas trabalhadas somos imbatíveis, tiramos serviço, vamos pro campo e tem gente que acha que só jogamos futebol no quartel. Façam uma comparação: em uma semana de campo em que vamos na segunda-feira, às 8h da matina e voltamos às 17h de sexta-feira, trabalhamos, exatamente 105 horas. Isso é equivalente a três semanas de trabalho de um funcionário do Banco do Brasil, por exemplo, que tem carga horária de 36 horas semanais, sem sábados e domingos.

FUNDO DE GARANTIA - a única garantia que o militar tem é a de que, mais cedo ou mais tarde, ele cai de serviço de novo. Não dá, PASMEM AGORA, PAISANOS: o militar temporário passa 7 anos no Exército e, quando sai, leva um vencimento bruto para cada ano trabalhado, ou seja, 7. O militar de carreira passa 30 anos no serviço ativo e quando vai para a reserva leva com ele a GRANDIOSA quantia de 4, isso mesmo, não são 40 não, são QUATRO, quatro mesmo, vencimentos brutos, é no mínimo ridículo. Trocando em miúdos, um subtenente que sai hoje do Exército após 30 anos de serviços prestados à Nação, leva por volta de R$ 22.000,00. Um tenente temporário, que sai do Exército após 7 anos de serviço leva com ele em torno de R$ 40.000,00. Sem mais comentários sobre isso.

ADICIONAL NOTURNO se fosse pago, militar ficava rico!

Agora, vem a aberração máxima: esse parágrafo merece ser todo escrito em letras maiúsculas.

AUXÍLIO-NATALIDADE E AUXÍLIO-FARDAMENTO - SENHORES, A LEGISLAÇÃO SIMPLESMENTE PREVÊ UMA DISCRIMINAÇÃO ENTRE SESUS CICLOS, DISCRIMINA PESSOAS, CRIANÇAS, MAS NINGUÉM FAZ NADA: DUAS CRIANÇAS QUE VENHAM AO MUNDO, NO MESMO DIA E SÃO FILHAS DE HOMENS QUE TÊM A MESMA PROFISSÃO, MERECEM SER TRATADAS COM DESIGUALDADE? POR QUÊ? MAS É O QUE ACONTECE, CADA MILITAR RECEBE UM SOLDO POR FILHO NASCIDO, PORÉM, O SOLDO DO SOLDADO É DE R$ 963,OO E O DO GENERAL É POR VOLTA DE R$ 10.000,00. POR ACASO O REMÉDIO É MAIS BARATO PRO SOLDADO, O SUPERMERCADO DÁ DESCONTO PRA ELE NAS FRALDAS? O FILHO DO SOLDADO, COM O PERDÃO DA PALAVRA, CAGA MENOS??? NÃO ENTENDO.

COM O AUXÍLIO-FARDAMENTO É A MESMA COISA, POR ACASO, O VENDEDOR DA LOJA DÁ DESCONTO PRO SARGENTO PORQUE ELE RECEBEU AUXÍLIO MENOR? ELES AINDA TÊM A AUDÁCIA DE FALAR QUE A TROPA ANDA MAL APRESENTADA. COM 10 MIL REAIS EU COMPRARIA FARDAMENTO EM BOUTIQUE, LOJA DE GRIFFE. AGORA, VAMOS SER SINCEROS, COM O SALÁRIO QUE A GENTE GANHA, O AUXÍLIO-FARDAMENTO SERVE MESMO É PRA TIRAR O PÉ DA JACA, PAGAR O IPVA, IPTU, EMPRÉSTIMO, ETC.

COLÉGIO MILITAR - Pra falar a verdade, o ensino dos colégios militares, em geral, é de muito boa qualidade. O problema é a quantidade de filho de paisano que tem estudando lá; filho de milico mesmo, só a partir da 6ª série ou 2º ano do 2º grau porque 5ª e 1º são através de concurso público. Mas uma coisa puxa a outra: o salário é uma merreca, logo o filho do Sgt, Cb e Sd vai pra escola pública, quando chega na 5ª pra fazer o concurso, chega mal preparado e toma pau. Que venha a 6ª série, se o seu pai não for transferido à força pra uma cidade onde não tem colégio militar, aí o rebento tá condenado mesmo.

AUXÍLIO-TRANSPORTE - Até que pagam, mas a palhaçada é tão grande que pra eu descrever precisaria de umas 10 páginas só desse assunto que é polêmico, os militares sabem do que eu estou falando. Resumindo, transporte não tem que ser necessariamente o ônibus, carro também tem 4 rodas e consome combustível. Ou se eu apresentar carteira militar em posto de combustível, tenho o direito de abastecer de graça?

ESTABILIDADE - Outra coisa ridícula, o OFICIAL sai da AMÃE, mal sabe fazer cocô sozinho, não tem experiência nenhuma de tropa e, depois de 6 meses já tá estabilizado. O Sgt sai da EsSA, passa 9 anos na tropa e ainda tá assinando reengajamento, e sendo avaliado. São 10 anos, senhores, o sistema é falho ou o Sgt é muito irresponsável.

OUTRA BOMBA AGORA: PROMOÇÃO - Ufa, tô rastejando até hoje, saí da EsSA e cheguei na minha unidade junto com alguns aspirantes que vieram da AMÃE. Pois bem, anos se passaram e ainda sou 3º Sgt, os aspiras, ano que vêm, estão saindo capitães. Incrível, mas é verdade. Ah, e eu ainda continuarei 3º Sgt. São três promoções em 7 anos para eles, pra nós, NENHUMA. O interstício pro praça só aumenta, no ritmo que vamos quando sair QAO o elemento terá que comprar uma bengala ao invés de espada e o manual terá que prever ordem unida com bengala.

Oficial temporário faz CPOR, sai aspirante, trabalha 7 anos, vai embora 1º Ten se achando, leva seus 40 mil reais e eu ainda sou 3º Sgt. E as expectativas daqueles mesmos aspirantes que chegarem comigo, 30 anos depois, serão, no mínimo, coronéis e terão triplicado seu salário. Os sargentoss, 30 anos depois, serão subtenentes e estarão ganhando 966 reais a mais do que quando eram 3º Sgts. Ridículo. O adicional por tempo de serviço, que dava uma equilibrada nessas contas, foi banido para que um subtenente, com 28 anos de serviço, não ganhasse mais do que um aspirante de CPOR com 19 anos de idade!

Por falar nisso, essa semana presenciei um aspirante temporário clicando um Sub porque a tropa não estava pronta no horário pro início de expediente. Se eu não tivesse contado até dez, teria metido a porrada nele, e o Sub também. É o fim da nossa instituição.

Outra: oficial temporário, nas formaturas, pode conduzir a bandeira do Brasil, símbolo máximo do país. Sargento temporário, nem estandarte do batalhão. Parece piada.

Valorização da tropa é outra coisa que não me entra na cabeça. Subtenente, estabilizadíssimo, tem que ficar pedindo permissão pra oficial de 19 anos, pra levar o filho no médico, enquanto nas PMs pelos estados afora, 3º Sgt comanda destacamentos, em cidades com 10 ou 15 mil habitantes às vezes, parece pouco, talvez, mas um Comandante da Guarda no quartel comanda somente 20 soldados em média e é vigiado e clicado o tempo todo como se a qualquer momento fosse fazer uma merda. Desculpem. Pra não falar no Exército americano onde um 3º Sgt pode fazer o curso de piloto de helicóptero, aqui restrito aos oficiais de carreira.

A AMAN é curso superior, ESAO mestrado, ECEME doutorado. EsSA nem curso técnico é, EASA nem se fale. ESAO tem PNR pra todo mundo e "busão" pra passear. EASA nem república, cortiço coletivo tem. Quando o Sgt foi valorizado enfiaram sindicância nas costas dele, então porque não dividimos as faxinas com os oficiais? Deram ao subtenente o direito de queimar a bandeira nacional, patético, e o que ele ganha com isso? Fumaça na cara!

A previdência tá inchada, senhores, tem muito cacique pra pouco índio no Exército, dêem uma passeada no pátio do seu quartel e repare quantos oficiais ficam coçando o saco, vocês verão. Pagar missão é fácil, colocar a mão na massa é que pega. Metade deles poderiam ir na rota sem fazer falta pra tropa.

TAF e TAT (Teste de Aptidão Física e de Tiro) - Se funcionasse tava bom, o problema hoje em dia é que nos QGs e algumas outras unidades, ninguém faz TAF nem TAT e tira "E"
(Excelente), enquanto isso, na tropa, o militar que dá o gás, às vezes está com algum problema e tira MB, B (Muito Bom, Bom). Quem faz é que se f...! Mas o Exército é assim mesmo. Lembrei de uma máxima do EB agora:

"Quem trabalha bem, trabalha pouco".

Negativo: o certo é QUEM TRABALHA BEM, TRABALHA EM DOBRO.

Pois bem, sobre a parte operacional, serei sucinto, prometo, porque é fácil: NOSSA TROPA É ALTAMENTE DESPREPARADA, nosso material é sucateado, curso operacional ninguém mais quer fazer porque não tá valendo a pena, um Comandos, por exemplo, ganha só 20 % a mais que o restante da tropa, mas trabalha 100 % a mais. Eles são realmente melhores e são poucos, então deveriam receber pelo menos 50 % a mais. E quem reclamar que estará recebendo muito menos do que eles, que dê sua cara a tapa e faça o curso.

Hoje em dia, nossos comandantes não priorizam mais a instrução militar, estão todos preocupados com faxina e formatura (e quantas formaturas), os comerciais de televisão enganam os jovens que se apresentam e dão de cara com vassourar, enxadas, rastelos etc, esses tem sido nosso principais armamentos. Deus que nos proteja e nos mantenha distantes de uma guerra porque, caso contrário, sofreremos uma carnificina, não porque somos ruins e sim porque somos limitados em questões materiais, ainda utilizamos armamento da Segunda Guerra Mundial no nosso Exército. Munições pra treinar então, sem condições!

O lema BRAÇO FORTE, MÃO AMIGA está deixando de fazer sentido!

Somos enviados para missões mas somos tratados como gado, jogados em garagens abandonadas por outros quartéis, comendo mal, tomando banho frio e dormindo no chão. Maus tratos com a tropa! E ai daquele que reclamar.

Por fim, o serviço de escala: Meu Deus, é o que mais arrebenta com o militar, as escalas são apertadíssimas pela falta de efetivo e ainda tem sargento dirigindo pra Comandante de OM em várias partes do Brasil, o Cel não quer nem saber, ele não tira serviço e ainda fica inventando moda. A nova, agora, é o novo RISG, que cria o serviço para o subtenente, é o cúmulo, a única coisa boa que ainda nos restava era a esperança de não tirar serviço nessa fase, mas que mal tem, major não tira, coronel não tira, tem muito menos experiência e ainda fiscaliza!!! Capitão só tira serviço duas ou três vezes por ano, vão ver a escala de um 1º Sgt, com muito mais tempo de serviço que o capitão. Revoltante! Bem, companheiros, peço sinceramente que repassem essa mensagem e não se intimidem em mandá-la para o e-mail de seus chefes oficiais, quem a escreveu fui eu, não foram vocês... disseminem a idéia porque, só assim, as coisas mudarão. Se nada fizermos, nada acontece. Se quiserem me contactar mandem e-mail para milicorevoltado@yahoo.com.br. Responderei a todos!"



ALGUNS COMENTÁRIOS ESCOLHIDOS DE LEITORES SOBRE O TEXTO DE "MILICO REVOLTADO.

Anônimo 1 escreveu: "Disse tudo! Mesmo não sendo da força terrestre, a sensação de humilhação é a mesma. Porém, ressalto ainda que um dos grandes problemas é a falta de união entre os praças, a impressão que se tem é que um quer passar por cima do outro, um quer "ficar na boca rica" e deixa o outro se ferrar na "boca podre". Isso é um grande mal que assola a tropa, o sargento não é unido! Oficiais se reúnem, fazem dia disso, dia daquilo, festa da turma de 20 anos atrás. Por mais que a maioria seja de políticos falsos que só fazem isso pra chegarem ao generalato, eles, de certa forma, são mais unidos que a gente, e nisso pecamos, e muito.

Se as Forças Armadas fossem empresas, já teriam falido no governo de Getúlio. Assim como em toda a máquina pública, gastam-se rios de dinheiros com coisas "meio" pra uma merreca nas coisas "fins", (...). Infelizmente, o gerenciamento de recursos humanos nas forças é decadente, tudo o que uma empresa quer atualmente é fazer de tudo para que seu funcionário esteja bem e seja produtivo, mas pra que dar um spa, massagem, dias de folga pro militar se ele é TOTALMENTE IMPRODUTIVO??? A questão é que o militar (praça) é muito barato, pagar 2.500 pra um sargento fazer uma instrução de combate, pra ser mecânico dessas sucatas de viaturas, aviões, etc, para CONTROLAR AVIÃO (que é de suma responsabilidade, pois o erro nunca deve existir) é barato demais para a União. Infelizmente, isso tudo tem raízes históricas, infelizmente, o Brasil é assim, o brasileiro, em sua maioria, é corrupto e corruptível.

O jeito é ir embora, é estudar e vazar! Não vou esperar uma guerra eclodir para o praça brasileiro ser valorizado!

'A hierarquia deve existir para definir níveis de decisão, mas nunca para afastar aqueles que vivem sob o mesmo juramento' (Marechal do Ar Eduardo Gomes).


Abraços a todos os militares do Brasil, que fazem o seu trabalho na esperança de um dia tudo melhorar. É de vocês que o Brasil precisa!!

Excelente texto!

Um amigo."


Anônimo 2 escreveu: "Com licença, sargento, entendo que nossas FFAA estão bem sucateadas, nossos adestramentos estejam cada vez pior. Já fui militar da MB, sou militar da FAB e tenho alguns conhecidos do EB. Infelizmente, as realidades são terrivelmente diferentes. Graças a Deus, hoje estou em uma Força que julgo com a melhor infraestrutura! Concordo com muita coisa que o senhor disse, mas tem muito argumento de paisano aí, sem querer ofender o senhor!

Sei e concordo que para manter a dignidade está cada vez mais difícil! Mas saiba que muito do que o senhor disse é da "hierarquia e disciplina"...

É necessário, as vezes revolta. Só nos resta ter esperança!

E, se o senhor me permite a liberdade de um pedido, pelo Amor de Deus, não me venha falar de greve! O senhor, com certeza, é superior a tudo isso! O senhor é um combatente da Força Terrestre do nosso querido Brasil, sei que será recompensado. E por fim, gostaria de dizer ao senhor que nossas operações especiais são as melhores! Lá tem "$$" e um adestramento impecável. Conheço alguns COMANFs que foram visitar os "Rangers" e passaram verdadeiras férias em solo americano!

Como meu primeiro instrutor me disse um dia, "temos os recursos necessários nas mãos dos homens mais bem treinados do mundo". Eu creio nisso e tenho muito orgulho de todos que tem uma caveira, uma faca ou um tubarão no peito.

Senhor, sei que voltar a ser paisano é uma atitude muito complicada e que não é a melhor. Tenhamos esperança que antes de irmos para a reserva, veremos nossos irmãos de farda no lugar que merecemos.

Brasil,

Acima de Tudo!"


Anônimo 3 escreveu: "Bem, muita coisa pra falar, né cara? Eu já servi como EV
(Efetivo Variável, os recrutas do SMO) num quartel de artilharia. Bem, quem não é militar ou nunca foi, vai falar um monte de coisa que não sabe, né? Enfim, acho que serviço de escala varia de quartel, competência de sargenteante, brigada, muita coisa.... Mas eu servi um ano e sei bem como é, realmente o que você falou sobre as propagandas é verdade. O cara entra com 18 anos no quartel, pra passar uns três meses de formação BUNDA, com gente formada que nem você, que é revoltadinho porque ralou que nem um burro na EsSA pra chegar num quartel e ganhar uma área de faxina. Se você está tão insatisfeito com o seu posto/graduação, prestasse pra ser oficial ou procurasse saber como são as coisas. Outra coisa, você quer ganhar 14 salários mínimos? Você fez comparações em relação a militares do EB e os da PM.Vocês ganham pra fazer o quê? Ficar dentro de um quartel, armados, fazer uma ronda vagabunda de meia hora, perguntando pro sentinela se tá tudo bem, ou ficar "torando" (dormindo) no corpo da guarda; ir pra algum campo lixão, ralando EV; come frango de graça, cumpre expediente de sexta até meio dia e pronto! Compara com a rotina de um PM. Na moral, vocês não sabem o que é ralar de verdade na vida, estão escorados no poder público do mesmo jeito que o motorista do senador. Merece mesmo demorar 8 anos pra sair segundo-sargento, mais 8 pra sair primeiro, mais quatro pra sair subtenente e sair do EB, velho, pançudo, careca e mais falido do que quando entrou. Prestou prova, passou um ano em Três Corações, pra isso, jurou bandeira, agora ABRAÇA A CAUSA E BRASIL ACIMA DE TUDO!

Não quer?

Dá baixa e presta outro concurso ou vai trabalhar de verdade! Conheci grandes sargentos que sabem valorizar sua carreira, são respeitados por seus superiores e respeitam seus subordinados. Cara que tem mais moral que oficial, mesmo com só três, quatro ou cinco gaivotas na divisa. Quero ver você vir pra vida civil, se nessa "felpa",
(moleza) como vocês dizem aí, já tá chorando, imagina ralando na vida aqui fora, ia "pedir arrego", como vocês dizem aí. Só lamento porque, se o Brasil entrar numa guerra, vai depender de nego chorão que nem você, que não agüenta o tranco, nem de tirar um serviço dentro de um quartel, quem dirá agüentar um combate. Ninguém vai ter dó de vocês, não, e se um PM ganha mais, é porque está em atividade de verdade, pronto pra ser empregado a qualquer momento, em situação de verdade.

Em homenagem a sua hombridade, também estou postando em anônimo. Um grande abraço!"


Raimundo escreveu: "Em grande parte você está certo, mas discordo em outras:

- Enquanto o militar de carreira vai receber aposentadoria plena, e isto é um dos grandes motivos para a falta de aumento dos militares, o militar temporário, e aí incluem-se soldados, cabos, sargentos e oficiais, recebem, apenas, a pecuniária e recebem um belo "pé na bunda", tendo trabalhado o mesmo ou mais, pois o temporário tem que demonstrar um trabalho muito melhor para ter seu contrato renovado.

- Um oficial, pelo menos no quartel onde trabalho, vale mais do que quatro sargentos de carreira, pois nós somos quem sofrerão as maiores penalidades caso uma missão não saia bem. Vá em uma empresa aí fora e você verá que há os funcionários, os gerentes, os supervisores e os donos, por quê no Exército, que tem como pilares a hierarquia e a disciplina seria diferente?

- E quanto a sua raiva do oficialato, acredito que você deveria ter estudado mais e ao invés de fazer prova para a EsSA, fazer para a AMAN.

Você citou vários problemas que o nosso Exército está passando, mas deixou seus argumentos cheios de furos ao levantar este conflito praça X oficial que não é visto em militares mais experientes, como um 1º sargento ou um subtenente. Nos demais pontos que você citou, concordo plenamente, o Exército precisa de duas coisas: VERBAS E OPERACIONALIDADE."


Anônimo 4 escreveu: "O outro lado da moeda, pela minha experiência de quase 20 anos de serviço: praça só faz merda! Não querem resolver o problema do EB, querem resolver o 'seu' problema. Seu texto é um exemplo disso: reclama do FUSEX, da escala de serviço, do PNR - ou seja, está preocupado com os SEUS problemas. Quando uma ordem é dada à uma praça, tem que fiscalizar mesmo, pois você manda 'A', a porra do sargento faz 'B', pensando que está fazendo 'C'!!!"


Anônimo 5 escreveu: "Cumpri o serviço obrigatório em 2008 e realmente a situação é revoltante! Praças em geral trabalham muito, ganham mal e descontam no soldado que ganha pior ainda, está lá contra sua vontade fazendo faxina até o talo, pegando escala de 24 horas na guarda e perdendo aula na faculdade ou perdendo oportunidades de emprego. Eu nem imagino quanto dinheiro deve ser gasto nas Forças Armadas, mas tenho certeza de que é muito mal investido. Sobre o caso do sargento, fui motorista no meu ano (motorista no papel, na prática lavador de viatura) e via o sargento comandante da garagem vendendo peça de viatura para auto-peças e colocando peça velha no lugar, tudo para ganhar um extra. Obviamente, é uma conduta errada, mas se o praça fosse valorizado como merece, não seria necessária. Ver "piás" de bosta, criados a leite ninho e nescau no prédio, assumindo cargo de tenente e ralando a tropa só pelo gosto do poder é muito triste. Enfim, graças a Deus, aquele ano passou e ficou só na memória. Ao milico anônimo, desejo sorte apesar de imaginar que a situação não mude tão brevemente."


Rodrigo escreveu: "Meu amigo,
Entendo a sua revolta com o descaso que tratam as FFAA, mas não critique os oficiais e tampouco faça comparações. O seu tom parece mais recalque de ser um praça do que insatisfação com a situação das FFAA. Enfim, no ano que você fez concurso para EsSA, abriu também, pra EsPCEx, se não teve capacidade de passar no concurso, contente-se com a sua condição de praça..."


Anônimo 6 escreveu: "Na boa, quem criticou o texto do "Milico Revoltado" ou é oficial do sangue bem azul ou é um imprestável que não sabe ler e interpretar textos.

Tudo o que ele falou é verdade, sim e não é justificativa dizer frases de efeito, tais como:

- 'Não quer resolver o problema do EB, quer resolver o 'seu' problema'.

Ora, os problemas são os mesmos para todos os militares.

- 'Deveria ter escolhido outra carreira... porque não prestou prova para os Agulhas? Não conseguia passar? Porque não se informou antes melhor sobre a carreira de militar?'

Então é assim, os oficiais são os reis e as praças são os súditos. Dá um tempo, né? E se ninguém prestar concurso pra sargento, os oficiais vão querer tirar comando de guarda e fazer faxina?

- 'Se está num emprego que não lhe satisfaz, saia dele.'

Fácil falar pra sair. O difícil é lutar pra melhorar a realidade, né? Se o cara tá reclamando é porque gosta do que faz e quer ser valorizado.

A maioria dos militares nem entende o que vem no próprio contracheque e por isso não sabem por onde começar a reclamar. Não temos ninguém lutando no Congresso. E a tendência é piorar. Solução mais rápida: estudar pra sair, com certeza, que não é tão rápido assim.

A realidade dos quartéis do Exército é a seguinte, de baixo para cima:

- O pobre do Sd EV (recruta) servindo de mão-de-obra baratíssima para a União, fazendo serviços de faxina, capina, serviço armado de 24 horas sem dispensa no dia seguinte, e pior, em batalhões de engenharia construindo estradas em trechos inóspitos, ganhando R$ 492,00, enquanto uma empresa particular teria que pagar diárias de R$ 2.000,00. Isso sem falar nas humilhações que sofre. Muito militar desconta seus problemas nos EV.

- Os Sd NB
(soldados do Núcleo-Base, os soldados voluntários, aceitos para permanecer outro ano no quartel, após terminado seu ano de SMO. Prorrogável por até mais seis anos.) assumem funções que alguns Sgt e Cb vagabundos não querem assumir. Vejo Sd NB fazendo documentos, escalas de serviço e até mesmo ministrando Ordem Unida para Sd EV. Isso não é previsto e ponto.

- Os Cb não tem identidade, pois não fazem faxina porque não são soldados e não tem responsabilidades porque não são sargentos. E quando sabem fazer alguma coisa, tá lá o superior vagabundo que não sabe digitar nem um documento no Word, quanto mais no Br Office e ainda vai ganhar fama nas costas do coitado. Se for estabilizado, pior ainda mesmo, pois já sabe que, no EB, só vai chegar até 3º Sgt.

- Subtenentes e sargentos se dividem em conformados, babões e aloprados. Conformados passam a carreira toda sem reclamar muito. São superenquadrados, se preocupam com TAF, TAT, conceito e perfil para ser bem promovidos, e quando vão pra reserva... buuum... tudo que não reclamou na ativa se manifesta em problemas de saúde. Os babões não vou nem explicar, pois é auto explicativo, e encontram-se nos QGs e agarrados em sacos de oficiais nas OM normais. Os aloprados são como o "Milico Revoltado" do post acima. "Foda-se que vão me investigar para punir, mas vou falar a verdade".

As praças graduadas são as que tem as funções de maiores responsabilidades. Visitem uma OM e vejam quem são os militares que trabalham nas funções-chaves e sabem muito mais de legislações do que os oficiais. São os auxiliares de 1ª Seção, 3ª Seção, 4ª Seção, Seção de Pagamento, Setor Financeiro, Almoxarifado, Setor de Licitações, etc.

- O oficial, em sua grande maioria, só trabalha mesmo até 1º Ten. Depois que sai Cap não presta pra porra nenhuma e fica enchendo o saco dos outros antes de ir pra EsAO. Aí, depois, chora porque foi parar em um quartel no Sul. Conheço muito... mas muito oficial superior que tá cagando pra porra da carreira. Não sai na imprensa, mas a realidade é que os oficiais FDP são a minoria. A maioria é inconformada com a carreira e uma pequena parcela ainda acredita no sistema. Duvidam??? Então toma:

1) Em 2009 para 2010, noventa porcento dos oficiais com ECEME não foram voluntários para comandar quartéis. Isso mesmo. Agora, fala aí: 'se não queria comandar quartel em Jaguarão, porque fez AMAN? Se não queria comandar OM no RJ pra subir o Alemão, porque fez AMAN?' Também não é o caso fazer esse tipo de pergunta babaca, pois tem muito oficial superior abrindo os olhos, percebendo que arriscam suas famílias em troca de míseros 30 % de gratificação de comando.

2) Por isso, o Comandante do Exército determinou que é obrigatório oficial superior prestar concurso pra ECEME e para comandar OM não serão mais voluntários e sim 'ex-officio'. Vai lá na Vila Militar e pergunta quantos oficiais-comandantes queriam estar ali... comandando.

3) Não estamos nem no Boletim do Exército de Nr 20 e já foram mais de vinte oficiais embora. Vem recorde novo aí! No caso dos sargentos, tem turma que nem vai ter subtenente, pois a maioria já saiu do EB por concurso.

Pessoal... não pode haver guerra entre praças e oficiais, pois tá todo mundo na merda, todo mundo no mesmo barco. Se por um lado o plano de carreira das praças é ruim, e pra sair QAO agora terá o tal do CHQAO,
(Curso de Habilitação ao Quadro Auxiliar de Oficiais) do outro lado, o comando está apertando os oficiais, fazendo-os cumprir tarefas que não querem. Resultado: ninguém se entende pelo simples fato de não haver diálogo.

Vou parar por aqui, pois senão escreverei muito mais coisas. Preferi nem falar sobre os generais, pois me lembrei do Gen Catão e do Gen Guilherme que não podiam ver um militar baixado que chamavam de vagabundo. Onde estão eles? Resposta: na reserva... por invalidez, ganhando auxílio por isso e isenção de Imposto de Renda.

Socorro, hein!!!"




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#2 Mensagem por sapao » Dom Ago 28, 2011 6:56 pm

Ou aceite a realidade ou mude ela; se for ficar esperando aumento e consideração vai escrever muito na internet...




[justificar]“ Se não eu, quem?
Se não agora, quando?”[/justificar]
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Re: O Exército Brasileiro dos Anos 2000 - Uma visão.

#3 Mensagem por henriquejr » Dom Ago 28, 2011 7:52 pm

Mas mudar a realidade como, sapão?

Nas PPMM esses mesmos problemas ocorrem e até agora a única solução justa para solucionar tal problema é a implantação da chamada Carreira Única, onde só existe concurso pra ingresso na instituição para o cargo de Soldado, os demais meios de acesso a postos e graduações superiores se dando de forma interna, podendo ser por concursos internos ou tempo de serviço! Parece que algumas PPMM já estão neste caminho, se não me engano a PMDF é a que se encontra mais avançada neste processo, já tendo inclusive todo um projeto pronto, faltando apenas a sua implementação! Com relação as FAs, não vejo como mudar essa realidade, que muitas vezes chega a ser realmente injusta!

Talvez uma solução fosse facilitar a crescimento profissional das praças, facilitando inclusive a entrada dos mesmos no quadro de oficiais!




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#4 Mensagem por Guerra » Dom Ago 28, 2011 9:11 pm

sapao escreveu:Ou aceite a realidade ou mude ela; se for ficar esperando aumento e consideração vai escrever muito na internet...
Acho que quem precisa aceitar a realidade é o EB, porque esse menino ai eu tenho certeza que deve estudar feito um louco para passar num concurso. E passa, porque os quarteis estão cheios de histórias de miliatres insastifeitos saindo da força.

Acho que quem tem que acabar com a evsão é o EB. E falar em evasão no EB é heresia, porque nossa profissão é para quem tem vocação. Acho que o menino esta fazendo a parte dele expressando sua indignação. E a parte dele para mudar a realidade com certeza ele deve estar fazendo num cursinho preparatorio para um concurso publico qualquer, já que qualquer um é melhor que a nossa profissão.




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#5 Mensagem por sapao » Dom Ago 28, 2011 11:02 pm

henriquejr escreveu:Mas mudar a realidade como, sapão?

Nas PPMM esses mesmos problemas ocorrem e até agora a única solução justa para solucionar tal problema é a implantação da chamada Carreira Única, onde só existe concurso pra ingresso na instituição para o cargo de Soldado, os demais meios de acesso a postos e graduações superiores se dando de forma interna, podendo ser por concursos internos ou tempo de serviço! Parece que algumas PPMM já estão neste caminho, se não me engano a PMDF é a que se encontra mais avançada neste processo, já tendo inclusive todo um projeto pronto, faltando apenas a sua implementação! Com relação as FAs, não vejo como mudar essa realidade, que muitas vezes chega a ser realmente injusta!

Talvez uma solução fosse facilitar a crescimento profissional das praças, facilitando inclusive a entrada dos mesmos no quadro de oficiais!
Como o proprio Guerra disse, procurar outro ramo aonde ele se sinta mais valorizado. Dentro ou fora da força.

Vou citar o caso especifico da FAB, onde o 3S saido da escola tem o seu curso reconhecido pelo MEC como de nivel tecnico, e que para fazer concurso para oficial tem que ter cursado nivel superior em qualquer area e estar atuando ha pelo menos 5 anos na sua especialidade. Não tem peixada ou indicação.

Sobre o salario não tem o que discutir, e esperar um reconhecimento maior ou procurar outra area. E assim como nas FFAA, um delegado faz um curso de alguns meses na PF ou na PC e vai sair ganhado mais do que um agente com anos de profissão; assim como no INSS, na RF, no Judiciario e em qualquer atividade publica ou privada: quanto maior o cargo maior a remuneração; essa regra é universal.

Algo excelente que o EB está fazendo, a partir de afosto, foi a incorporação de varios adcionais para aqueles que servem na fronteira, de manira que o salario vai aumentar em cerca de 80% para quem quebra a pedra no PEF.

Sobre a evasão o Guerra tem toda a razão, ou se faz algo urgente ou daqui a pouco as FFAA vão virar ventro de formação para funcionarios publicos de outros orgãos...
Não conheço nenhum 3S hoje que pensa em seguir carreira até suboficial, e poucos pensam em ser oficial. Todo mundo que utilizar o tempo que tem para se preparar e ir para outras carreiras que remunerem melhor, ou seja, praticamente todas!




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Re: O Exército Brasileiro dos Anos 2000 - Uma visão.

#6 Mensagem por FCarvalho » Seg Ago 29, 2011 9:22 pm

Acredito que uma certa "cultura prussiana" de ser, ver e fazer as coisas nas ffaa's brasileiras não permite que se mudem ou se realize as transformações organizacionais e doutrinárias de que precisam.

Afora que, historicamente, a carreira militar nunca foi assimilada pelas classes populares como sendo uma carreira de estado, mas simplemsmente, como mais um "emprego publico".

No mais, é chover no molhado. As coisas que são ditas no texto evocam situações e condições que já se discute aqui e alhures a anos sobre as ffaa's.

Infelizmente não adianta insistir. O Brasil só vai dar valor de verdade a suas ffaa's - e a seus homens e mulheres, quando a desgraça vier bater a nossa porta. E isso, se o estrago prometer ser bem grande, principalmente em Brasília.

Até porque para a muita merda e pouca farinha do Brasil de hoje, as ffaa's que estão aí já dão conta do recado.

abs.




Um mal é um mal. Menor, maior, médio, tanto faz… As proporções são convencionadas e as fronteiras, imprecisas. Não sou um santo eremita e não pratiquei apenas o bem ao longo de minha vida. Mas, se me couber escolher entre dois males, prefiro abster-me por completo da escolha.
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#7 Mensagem por rodrigo » Ter Ago 30, 2011 1:11 pm

Eu gostei do texto quando ele conta as estagnações da carreira, expõe problemas e dá sugestões, mas quando começa a atiçar a divisão praça x oficial, parece que tem frustração.




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Re: O Exército Brasileiro dos Anos 2000 - Uma visão.

#8 Mensagem por Zelhos » Ter Ago 30, 2011 4:27 pm

Só lembrado que a base fas FAs são os suboficiais, não os generais de nariz empinado que estão mais preocupados com sua autoridade do que com seus comandados.


Muito bom o texto, acho que se tiver unidade dentro da força para mudar essa realidade vocês conseguem, lembra da revolta da chibata?




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#9 Mensagem por Guerra » Ter Ago 30, 2011 6:31 pm

rodrigo escreveu:Eu gostei do texto quando ele conta as estagnações da carreira, expõe problemas e dá sugestões, mas quando começa a atiçar a divisão praça x oficial, parece que tem frustração.
Eu acho que não foi rapaz do texto. Foi alguém que fez um comentário. Mas foi bom o texto vir com comentários porque mostra bem como é o pensamento de muita gente dentro da força. Uma boa parcela dos militares acham que o caminho para a valorização dos praças é declarar guerra contra os oficiais. Esses são alvos faceis de aproveitadores. Basta ir nos sites de "candidatos" a representantes politicos dos militares. O site do cara geralmente é recheado com noticias tipo: "capitão é preso por bater em sgt", "coronel estupra mãe do cabo", "major é preso por roubar panela do rancho".
A quem interessa esse tipo de noticia?
É muita burrice, uma classe desvolorizada como a nossa adotar essa estrategia de ficar divulgando tudo é podre que acontece dentro e fora dos quarteis.

Eu jamais vou me filiar a qualquer partido, associação ou seja lá o que for que adote esse tipo de estrategia.




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#10 Mensagem por Clermont » Ter Ago 30, 2011 6:44 pm

Guerra escreveu: (...) Uma boa parcela dos militares acham que o caminho para a valorização dos praças é declarar guerra contra os oficiais. Esses são alvos faceis de aproveitadores.
Outros tipos de aproveitadores - de longe, mais nocivos - são os filiados a organizações esquerdistas, ansiosos para conseguir futuros convertidos dentro das fileiras militares que passem a cumprir os desígnios ideológicos de suas organizações.

Lembrai-vos de Cabo Anselmo e da AMFNB.




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#11 Mensagem por Guerra » Ter Ago 30, 2011 6:57 pm

A realidade dos quartéis do Exército é a seguinte, de baixo para cima:
- O pobre do Sd EV (recruta) servindo de mão-de-obra baratíssima para a União, fazendo serviços de faxina, capina, serviço armado de 24 horas sem dispensa no dia seguinte, e pior, em batalhões de engenharia construindo estradas em trechos inóspitos, ganhando R$ 492,00, enquanto uma empresa particular teria que pagar diárias de R$ 2.000,00. Isso sem falar nas humilhações que sofre. Muito militar desconta seus problemas nos EV.
Eu até concordo em parte, mas humilhação? Desde quando trabalhar é humilhação?
- Os Sd NB (soldados do Núcleo-Base, os soldados voluntários, aceitos para permanecer outro ano no quartel, após terminado seu ano de SMO. Prorrogável por até mais seis anos.) assumem funções que alguns Sgt e Cb vagabundos não querem assumir. Vejo Sd NB fazendo documentos, escalas de serviço e até mesmo ministrando Ordem Unida para Sd EV. Isso não é previsto e ponto.
Isso que ele enfatizou não é uma falha institucional. É um caso isolado. Uma falha no comando. Eu fui brigada da minha unidade. O cabo boletinista era antiguissimo na função. Sabia mais da minha função do que eu. Eu nunca deixei nada na mão dele. Até aceitava ele tomar decisão, mas sempre com a minha supervisão. E isso é comum na nossa profissão. O cabo/sd antigo geralmente fica muito tempo na função e acaba fazendo as funções do sgt. O afto do sgt aceitar a situação já é outra historia.

- Os Cb não tem identidade, pois não fazem faxina porque não são soldados e não tem responsabilidades porque não são sargentos. E quando sabem fazer alguma coisa, tá lá o superior vagabundo que não sabe digitar nem um documento no Word, quanto mais no Br Office e ainda vai ganhar fama nas costas do coitado. Se for estabilizado, pior ainda mesmo, pois já sabe que, no EB, só vai chegar até 3º Sgt.
Em todas as unidades que passei a maioria dos cabos eram especialistas na função. Eram militares que além do curso de cabo tinha o curso de especialização na função.
É dificl hoje em dia um militar que não sabe fazer um doc no word. Em mil vc acha um.
- Subtenentes e sargentos se dividem em conformados, babões e aloprados. Conformados passam a carreira toda sem reclamar muito. São superenquadrados, se preocupam com TAF, TAT, conceito e perfil para ser bem promovidos, e quando vão pra reserva... buuum... tudo que não reclamou na ativa se manifesta em problemas de saúde. Os babões não vou nem explicar, pois é auto explicativo, e encontram-se nos QGs e agarrados em sacos de oficiais nas OM normais. Os aloprados são como o "Milico Revoltado" do post acima. "Foda-se que vão me investigar para punir, mas vou falar a verdade".
Então fudeu porque eu não enquadrei em nenhumdesses perfis.
Agora, essa de dizer que o cara que se preocupa com a carreira é conformado eu não entendi. Eu não concordo com as regras da promoção, por isso eu vou tirar R no TAF?
As praças graduadas são as que tem as funções de maiores responsabilidades. Visitem uma OM e vejam quem são os militares que trabalham nas funções-chaves e sabem muito mais de legislações do que os oficiais. São os auxiliares de 1ª Seção, 3ª Seção, 4ª Seção, Seção de Pagamento, Setor Financeiro, Almoxarifado, Setor de Licitações, etc.
Isso é verdade. Mas não tira o mérito dos oficiais. Pessoal, se algum dia forem oficias do EB fiquem longe da chefia de um a 1ª seção. Chega a dar pena dos chefes dessas seções, que geralmente são capitães. Os cara vivem com o pé na cadeia.
- O oficial, em sua grande maioria, só trabalha mesmo até 1º Ten. Depois que sai Cap não presta pra porra nenhuma e fica enchendo o saco dos outros antes de ir pra EsAO. Aí, depois, chora porque foi parar em um quartel no Sul. Conheço muito... mas muito oficial superior que tá cagando pra porra da carreira. Não sai na imprensa, mas a realidade é que os oficiais FDP são a minoria. A maioria é inconformada com a carreira e uma pequena parcela ainda acredita no sistema. Duvidam??? Então toma:
Um capitão não trabalha?
1) Em 2009 para 2010, noventa porcento dos oficiais com ECEME não foram voluntários para comandar quartéis. Isso mesmo. Agora, fala aí: 'se não queria comandar quartel em Jaguarão, porque fez AMAN? Se não queria comandar OM no RJ pra subir o Alemão, porque fez AMAN?' Também não é o caso fazer esse tipo de pergunta babaca, pois tem muito oficial superior abrindo os olhos, percebendo que arriscam suas famílias em troca de míseros 30 % de gratificação de comando.
Na epoca que isso aconteceu o DGP colocou uma nota em seu site que resumindo dizia: "se não queria comandar porque fizeram ECEME?". Mas eu concordo. Se formos fazer essas perguntas babacas para todo mundo que esta insatisfeito ao invés de tentar mudar o que esta causando a insatisfação não ficar ninguém.

3) Não estamos nem no Boletim do Exército de Nr 20 e já foram mais de vinte oficiais embora. Vem recorde novo aí! No caso dos sargentos, tem turma que nem vai ter subtenente, pois a maioria já saiu do EB por concurso.
Isso é verdade.
Pessoal... não pode haver guerra entre praças e oficiais, pois tá todo mundo na merda, todo mundo no mesmo barco. Se por um lado o plano de carreira das praças é ruim, e pra sair QAO agora terá o tal do CHQAO, (Curso de Habilitação ao Quadro Auxiliar de Oficiais) do outro lado, o comando está apertando os oficiais, fazendo-os cumprir tarefas que não querem. Resultado: ninguém se entende pelo simples fato de não haver diálogo.
Nisso ele tem razão.
Vou parar por aqui, pois senão escreverei muito mais coisas. Preferi nem falar sobre os generais, pois me lembrei do Gen Catão e do Gen Guilherme que não podiam ver um militar baixado que chamavam de vagabundo. Onde estão eles? Resposta: na reserva... por invalidez, ganhando auxílio por isso e isenção de Imposto de Renda.
Isso é desvio de conduta. Eu já fui bem tratado por generais. Alguns foram muito mais camaradas comigo que militares da minha mesma graduação.




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Re: O Exército Brasileiro dos Anos 2000 - Uma visão.

#12 Mensagem por Guerra » Ter Ago 30, 2011 6:58 pm

Clermont escreveu:Outros tipos de aproveitadores - de longe, mais nocivos - são os filiados a organizações esquerdistas, ansiosos para conseguir futuros convertidos dentro das fileiras militares que passem a cumprir os desígnios ideológicos de suas organizações.

Lembrai-vos de Cabo Anselmo e da AMFNB.
Tem um cara com um site que se diz capitão que eu vou te dizer. Uma vergonha para nossa classe.




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#13 Mensagem por Matheus » Ter Ago 30, 2011 7:04 pm

Essa história de comparar salário com o mínimo é baboseira. Tem que comparar com a inflação, que mede a perda do poder de compra. A elevação do mínimo foi bem acima da inflação e não há como equipar todos os salários com a subida do mínimo. Aliás, a recuperação do mínimo foi uma das melhores coisas do governo PT. Diminui a disparidade de salários e movimenta a economia.




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Re: O Exército Brasileiro dos Anos 2000 - Uma visão.

#14 Mensagem por Guerra » Qua Ago 31, 2011 6:44 pm

Vcs já viram um militar surtar? Eu já vi um monte, mas esse foi muito engraçado.





Acho que nessa ele se fudeu!! :lol: :lol:






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Re: O Exército Brasileiro dos Anos 2000 - Uma visão.

#15 Mensagem por Clermont » Qua Ago 31, 2011 7:19 pm

Esse subtenente, com absoluta certeza, enquadra-se na categoria "Aloprado de 1ª Classe". Ainda bem que ele não está tendo uma crise, no posto de comando de uma companhia de fuzileiros, no momento culminante da Batalha de Manaus, contra as sinistras forças invasoras de internacionalização da Amazônia.

Agora, pergunta de paisano: cabelo crescido é mesmo motivo para detenção? Não tem nada mais simples no regulamento disciplinar pra lidar com isso, tipo...

- "Seu hippie bizonho e cabeludo, cai agora e paga trinta!"
Vcs já viram um militar surtar?
Eu já vi, transmitido ao vivo e em cores pela televisão. Uma cerimônia fúnebre de um soldado do Exército, lá do Nordeste. Durante o toque fúnebre, o soldado-clarim parou, pegou seu instrumento e o arremessou, violentamente no chão, na frente de todo mundo.

Isso foi há quase trinta anos, mas eu não esqueço a expressão de raiva e desespero na face do soldado-clarim.




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