EDUCAÇÃO

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Re: EDUCAÇÃO

#886 Mensagem por Bourne » Qua Mai 08, 2019 7:57 pm

Então, o governo passou a faca nas bolsas de pesquisa. Da graduação até pós-doutorado. A consequência é o colapso das pesquisa e pós-graduações. Porque falta mão de obra barata para fazer o "serviço de chão de fábrica".

Além disso, mesmo que volta daqui alguns meses, quebrou a sequência de renovação e manutenção dos estão nos programas. Assim, como a maioria não quer e nem pretende pagar para trabalhar, abandonam os projetos e programas. Talvez, os estados com fundações de pesquisa fortes (FAPEMIG em Minas Gerais e Fapesp em São Paulo) podem minimizar o problemas. As universidades privadas (FGV, Insper, Puc-rio) possam arcar com os custos ou buscar mecenas entre ex-alunos milionários.

O que indica a importância de regulamentar a profissão e cargo de cientista, estabelecer qual o papel de fundações ou institutos de pesquisa e sua relação com universidades.
Gestão Bolsonaro faz corte generalizado em bolsas de pesquisa no país
Medida atinge até alunos que já tinham sido aprovados; estudante chegou a mudar de estado

A gestão do presidente Jair Bolsonaro (PSL) bloqueou nas últimas horas de forma generalizada bolsas de mestrado e doutorado oferecidas pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes). Segundo relatos de coordenadores de programas, financiamentos que estavam temporariamente sem uso foram retirados do sistema do órgão de fomento ligado ao Ministério da Educação (MEC).

As bolsas pertenciam a alunos que já defenderam seus trabalhos recentemente e seriam destinadas a estudantes aprovados em processos seletivos concluídos ou em andamento. O corte pegou as universidades de surpresa e atingiu não só áreas de humanas, que a gestão do ministro Abraham Weintraub disse não ser prioridade do investimento público, mas também as de ciências.

No Instituto de Biociências da Universidade de São Paulo (USP), 38 bolsas foram cortadas – 17 de mestrado, 19 de doutorado e duas de pós-doutorado. Elas custeariam estudos nas áreas de botânica, ecologia, fisiologia, genética e zoologia.

Segundo o professor Eduardo Santos, vice coordenador do programa de pós-graduação em zoologia, a medida atrapalha a formação de pesquisadores e a produção de conhecimento sobre biodiversidade e ainda dificulta a gestão interna. Na semana passada, o programa fez um exame de ingresso na pós-graduação contando com o número de bolsas disponíveis.

— Nosso planejamento gira em torno dessa estabilidade — diz.

Ele afirma ainda que, há dois meses, o programa consultou a Capes por escrito para saber se poderia esperar um pouco para preencher a cota da bolsa de pós-doutorado, para que se pudesse elaborar um edital adequado. Receberam a resposta de que sim e, nesta quarta-feira, souberam que esse auxílio foi cortado. O programa tem nota máxima na avaliação de qualidade da Capes.

Medida pega estudantes de surpresa
Além de professores, a medida pegou de surpresa também estudantes que já tinham passado em processos seletivos. Aprovada no mestrado em botânica da USP, Adriana dos Santos Lopes, 29, acabou de se mudar do Espírito Santo para São Paulo e, sem financiamento, agora não sabe se vai conseguir continuar os estudos.

Ela desistiu de outra bolsa para fazer o programa da USP.

— Estou vendo a possibilidade de voltar ou recorrer a algum alojamento emergencial, mas não sei como vou fazer — diz.

No início da tarde desta quarta-feira (8), o pró-reitor de Graduação da USP, Carlos Gilberto Carlotti Junior, enviou comunicado a seus colegas de universidade compartilhando a sua preocupação com a medida da Capes.

— No dia de hoje, as bolsas que constavam como disponíveis para novas implementações foram zeradas nos sistemas — escreveu.

Ele disse ainda que uma transferência bancária que era esperada para verba de custeio não havia sido efetivada e que estava em busca de esclarecimentos da Capes, sem sucesso.

Na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), ao menos 40 bolsas foram suspensas, segundo levantamento ainda preliminar da instituição, que reclamou da "insensatez da medida".

— Percebeu-se que o sistema para o cancelamento e atribuição de bolsista estava fechado justamente no período do mês que deveria estar aberto para tais remanejamentos. Foram recolhidas bolsas que estavam há apenas 15 dias "ociosas", muitas vezes aguardando justamente a abertura mensal do sistema da Capes para a indicação do bolsista — diz nota da pró-Reitoria de Pós-Graduação.

Relatos de problemas em várias universidades do país
Há relatos do mesmo problema em diversas localidades do país, como Paraná, Minas Gerais, Goiás e Ceará. Na Universidade Estadual de Londrina (UEL), no Paraná, aos menos 38 bolsas que seriam concedidas no início do segundo semestre sumiram do sistema. Questionada, a Capes ainda não respondeu até a publicação desta reportagem.

O órgão foi um dos atingidos pelo contingenciamento promovido pela gestão Bolsonaro. No total, foram congelados R$ 819 milhões, ou 19% do valor autorizado, segundo dados da semana passada. O maior volume de corte é nas bolsas de pesquisa no ensino superior: R$ 588 milhões, ou 22% do previsto.

O órgão havia informado, na semana passada, que haveria o congelamento de todas as bolsas ociosas identificadas nos programas de pós-graduação. O temor entre pesquisadores é qual será o critério para o entendimento de ociosidade, o que pode impactar na não renovação do número atual de bolsas.

Pró-reitor adjunto de Pesquisa e Pós-Graduação da Universidade Federal do Ceará (UFC), Jorge Herbert Soares de Lira afirma que a existência de bolsas não utilizadas faz parte da rotatividade normal das vagas.

— À medida que os estudantes defendem os seus trabalhos, elas ficam vagas e logo serão destinadas a outros alunos.

A Associação Nacional de Pós-Graduandos (ANPG) também já questionou a Capes nesta quarta-feira sobre o tema, mas não obteve resposta.

— O mais preocupante é que não tem perspectiva de reversão do bloqueio no segundo semestre. Todas as sinalizações são no sentido de um corte geral — diz a presidente da associação, Flávia Calé da Silva. — O ministro da Educação (Abraham Weintraub) foi ao Senado e condicionou a volta dos investimentos à aprovação da reforma da Previdência, em uma espécie de chantagem.

https://www1.folha.uol.com.br/educacao/ ... pais.shtml




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Re: EDUCAÇÃO

#887 Mensagem por Sterrius » Qui Mai 09, 2019 1:51 am

https://www.facebook.com/tabataamaralSP ... 539118472/

15m da tabata amaral e Marcos pontes em uma reunião. O tema é justamente os cortes.




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Re: EDUCAÇÃO

#888 Mensagem por Bourne » Sex Mai 10, 2019 12:09 pm

Uma amostra de quem são esses "comunistas cirandeiros das elites" que recebem bolsa nos programas de pesquisa e pós-graduação.
Sete histórias de quem perdeu o sustento e a bolsa de pós-graduação nos cortes da educação
'Não dá para continuar sem a bolsa. É o meu salário', afirma pesquisadora; Capes bloqueou mais de 3 mil bolsas e não descarta novos cortes

BRASÍLIA, SÃO PAULO e RIO — Um dia após surpreender as universidades federais com o bloqueio de bolsas de pós-graduação , o presidente da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior ( Capes ), Anderson Ribeiro Correia, minimizou o alcance da medida, dizendo que elas representam menos de 2% do total e estavam ociosas, ou seja, sem bolsistas cadastrados.

Correia afirmou que foram bloqueadas 3.474 bolsas das “cerca de 200 mil” que a Capes possui no Brasil e no exterior, e que elas representariam um gasto de R$ 50 milhões em 2019.

Em um discurso alinhado com o do Ministério da Educação, ao qual a Capes é subordinada, Correia afirmou que a medida poderá ser revertida no futuro caso a economia brasileira melhore.

Além dos 3.474 bloqueios, outras 1.324 bolsas ociosas foram suspensas para análise, mas serão desbloqueadas ainda nesta semana, segundo o presidente da Capes, porque pertencem a programas de excelência.

— Programas nota 6 e 7, que são classificados como de excelência internacional no país, serão preservados desse bloqueio — disse Correia.

O presidente da Capes também afirmou que pode haver um novo bloqueio de vagas que ficarão ociosas assim que os atuais bolsistas terminarem seus programas, mas que essas ações “serão tratadas detalhadamente e esclarecidas no prazo devido".

Questionado sobre bolsas que estavam ociosas, mas para as quais já houve processo de seleção, Correia disse que situações assim poderão ser analisadas caso a caso. Mas destacou que não é comum haver preenchimento no meio do semestre, uma vez que isso costuma ocorrer em fevereiro e agosto.
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'Cenário devastador'
As instituições que perderam bolsas, e que se reuniram nesta quinta-feira com o presidente da Capes, criticaram a medida. Em entrevista ao GLOBO, Leila Rodrigues da Silva, pró-reitora de pós-graduação e pesquisa da UFRJ , disse que o cenário é "devastador".

— É um desmonte de décadas de construção de um sistema sofisticado e de excelência. Reduzir o número de bolsas é reduzir o número de pesquisadores no país. É um prejuízo imensurável.

As bolsas consideradas "não utilizadas" pela Capes, ela lembra, não representam gastos para o governo — enquanto não são atribuídas a um bolsista, nenhum pagamento é realizado.

— Se havia o projeto de cortar para economizar futuramente, o que já é uma lógica muito ruim, isso poderia ao menos ter sido planejado. Temos alunos que vêm de outros estados e que já estavam em processo de seleção e, por isso, haviam programado a vida para a pesquisa com bolsa nos próximos anos. Do ponto de vista do indivíduo, é muito triste. Sob a ótica da pesquisa, é um desastre.

Segundo a presidente da Associação Nacional de Pós-Graduandos (ANPG), Flávia Calé, o alcance do corte nas bolsas ainda está longe de ser mensurado. Ela afirma que a Capes ainda não conseguiu definir quais seriam as vagas em situação “ociosa”, uma vez que vários tipos de bolsas estão nessa categoria. Caso todas sejam perdidas, ela afirma que haveria déficit de mão-de-obra e interrupção de diversos projetos desenvolvidos em universidades.

— Noventa por cento da nossa produção científica se dá na pós-graduação, e esses cortes estão sendo usados como chantagem, como barganha para a aprovação da reforma da previdência.

'Estou pensando em não me matricular'
Bruno Veber, aprovado para doutorado em genética na UFRGS

“Não sei se serei afetado, mas, provavelmente, sim. Isso me deixa muito inseguro. Sem bolsa, não conseguirei pagar as minhas contas, aluguel. Enquanto não me matriculo no doutorado — porque vou defender o meu mestrado em ciências fisiológicas na Furg no fim do mês — vendo brownie na porta do restaurante universitário para me manter aqui em Porto Alegre. Estou pensando em não me matricular e tentar um emprego que não seja de cientista, algo completamente diferente do que venho fazendo todos esses anos. Já mandei currículo para o Sesc, para escolas particulares, até já procurei pelo secretário estadual de educação. Sem a bolsa é impossível fazer o doutorado, porque não dá para trabalhar oito horas em um lugar e passar outras oito dentro de um laboratório.

Fico pensando: como continuar na ciência? Até quando o pessoal que recebe a bolsa terá o benefício? Como cientista, é extremamente desanimador. Não sei qual vai ser a nossa motivação daqui para frente para continuar fazendo pesquisa no Brasil. E o futuro de um país está ligado à Ciência.”

'Já mandei currículo para pelo menos 90 lugares'
Relbson de Matos Costa, aluno de mestrado do Programa de Pós-Graduação em Saúde Pública da UFMG

“Fui aprovado para o mestrado no ano passado e, em abril, pedi informações no programa de pós-graduação sobre o que deveria fazer para conseguir uma bolsa. Cumpri todos os requisitos, preenchi a documentação, assinei um termo de responsabilidade, mas, na semana passada, a secretaria do curso me informou de que o sistema de bolsas estava fechado e eu não receberia o benefício. É pouco dinheiro, apenas R$ 1.500, mas fundamental para pagar o aluguel do apartamento em que moro com meu companheiro.

Desde fevereiro, mandei meu currículo para pelo menos 90 lugares. Mas, além da crise econômica, a iniciativa privada não gosta de contratar estudantes de pós-graduação, porque imaginam que teremos pouco tempo disponível e que usaremos nossa formação acadêmica para buscar outro emprego, portanto não valeria a pena investir em nosso treinamento. Mas não quero desistir da universidade.

Segundo meus cálculos, minhas contas entram no vermelho em junho. Então, vou começar a procurar emprego em outras áreas. Já dirigi Uber e fui costureiro. Também posso ser assistente a paciente domiciliar.”

'Vou ter que repensar a minha vida profissional'
Lucas Lopes da Costa, aluno de doutorado do Programa de Engenharia Metalúrgica e de Materiais da Coppe/UFRJ

“Sou de Campos dos Goytacazes e me mudei para o Rio em março, porque gostaria de participar de uma linha de pesquisas sobre vigas aplicadas ao pré-sal. Como não tenho parentes na cidade, estou na casa de um amigo. O plano era ficar com ele até ganhar minha bolsa, o que deveria acontecer em pouco tempo, porque eu era o primeiro em uma lista de espera — faltava apenas um doutorando defender sua tese e concluir seu curso, e aí o benefício passaria para mim. Perguntava constantemente ao meu orientador se havia novidades, mas, até agora, não havia qualquer definição.

Como não tenho dinheiro, interrompi minha busca por um apartamento, e não me sinto à vontade de tirar a privacidade de meu amigo. Também planejava me casar em setembro. Minha noiva mora no interior do estado e trabalha com serviço social. Planejávamos sua mudança para cá e ela procuraria um novo emprego em sua área, mas não conseguiríamos manter uma casa apenas com o salário dela. Então, também não sei mais se vou casar.

Em Campos há poucas oportunidades em engenharia. Sinceramente não sei o que vou fazer, teria de inventar alguma coisa, repensar a minha vida profissional.”

'Não sei se embarco para o doutorado no exterior'
Eugênio Matiolli, aprovado para o doutorado da Universidade de Lyon, na França, com bolsa da Capes

"Essa incerteza e essas ações súbitas tomadas por parte do MEC e pela Capes causam muita insegurança no trabalho da pesquisa. Além de afetar o andamento da pesquisa quando você remove o pesquisador brasileiro de debate internacional em andamento. É uma sensação de profunda angústia e tristeza. Estou há dez anos trabalhando para construir essa pesquisa.

Sem a Capes, eu não consigo viajar.

O que dificulta mensurar o impacto dos cortes é que as pesquisas são processos longos, construídos durante grandes períodos de tempo. Por isso, o ganho do esforço acadêmico não é sentido agora.

A construção do indivíduo dedicado à ciência ou à docência no Brasil tem se aproximado cada vez mais da imagem do apaixonado, porque todas as outras razões não compensam. A carreira é mal remunerada, é maltratada, não tem amparo, não tem financiamento, não tem valorização. Só resta a paixão. É mais um prego no caixão da pesquisa científica no Brasil."

'Não dá para continuar sem a bolsa. Ela é o meu salário'
Sheina Koffler, doutora em Biociências pela USP. Sua bolsa de pós-doutorado havia sido aprovada no mês passado, mas agora foi cancelada

"Minha pesquisa de pós-doutorado investigaria o efeito da urbanização sobre abelhas nativas. Isso é essencial para a conservação das abelhas, que são as principais polinizadores da nossa flora e têm um efeito muito grande na sobrevivência das plantas e na produção de alimentos. Além disso, o projeto seria feito com ciência cidadã, em parceria com a sociedade.

Na minha área, estima-se que o efeito da polinização na produção de alimentos gere um ganho de R$ 43 bilhões por ano para o Brasil, mas isso pode diminuir com a perda dos polinizadores. E esses são dados de um relatório da Plataforma Brasileira de Biodiversidade e Serviços Ecossistêmicos.

Como esse corte me afeta? Não vou poder dar prosseguimento a essa pesquisa, pois dependo da bolsa para me sustentar. Ela é o meu salário, meu jeito de me manter. Eu havia cancelado uma outra bolsa (técnica, de menor valor) para pegar essa, pois não podemos sobrepor as bolsas, e agora estou tentando reavê-la, para continuar recebendo. Terei que procurar outra coisa para fazer ou tentar outras bolsas de pós-doutorado."

'Não tenho como manter um emprego paralelo que me sustente'
Valdemir Ferreira Júnior, aprovado no mestrado do Programa de Psiquiatria e Psicologia Médica da Unifesp

“Meu projeto investiga a efetividade do Proerd (Programa Educacional de Resistência às drogas e violência) na prevenção ao uso de drogas e do bullying escolar. Os custos da pesquisa têm financiamento da Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo), recursos que são integralmente destinados às despesas acadêmicas.

Sem a bolsa, não tenho como me manter em São Paulo e prosseguir com a pesquisa. É triste ter o recurso para arcar com os custos de pesquisa, mas não ter a bolsa que auxilia na permanência. Como são 30 escolas e 3800 alunos participando da pesquisa, eu não tenho tempo para manter um emprego paralelo que me sustente. Passo o dia coletando dados nas escolas. Meu projeto exige dedicação exclusiva.”

https://oglobo.globo.com/sociedade/sete ... o-23654798
O resumo é que estava em crise e caminha em direção ao colapso. O efeito ficará claro entre 5-10 anos. Porque a sequência das pesquisas e a renovação de pessoal foi quebrada. Além disso, quem deixa de ser bolsista não consegue trabalho na pesquisa e universidades.

Já falam abertamente da "geração perdida" devido esse pessoal que ficou fora da academia uns dois-três anos não consegue mais voltar.




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Re: EDUCAÇÃO

#889 Mensagem por J.Ricardo » Sex Mai 10, 2019 2:35 pm

Eu já acho que o caminho são as bolsas, a política de bolsas, bem organizada, com critério, é bem melhor do que dar dinheiro para universidades diretamente na veia sem controle e fiscalização alguma.




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Re: EDUCAÇÃO

#890 Mensagem por knigh7 » Sex Mai 10, 2019 6:58 pm

NOTA OFICIAL

Bloqueio total do MEC nas universidades foi de 3,4%
Quarta-feira, 08 de maio de 2019, 20h52



O Ministério da Educação esclarece que o bloqueio preventivo realizado nos últimos dias atingiu apenas 3,4% do orçamento total das universidades federais.

O orçamento para 2019 dessas instituições totaliza R$ 49,6 bilhões, dos quais 85,34% (R$ 42,3 bilhões) são despesas de pessoal (pagamento de salários para professores e demais servidores, bem como benefícios para inativos e pensionistas), 13,83% (R$ 6,9 bilhões) são despesas discricionárias e 0,83% (R$ 0,4 bilhão) são despesas para cumprimento de emendas parlamentares impositivas.

O bloqueio de dotação orçamentária realizado pelo MEC foi operacional, técnico e isonômico para todas as universidades e institutos, em decorrência da restrição orçamentária imposta a toda Administração Pública Federal por meio do Decreto nº 9.741, de 28 de março de 2019, e da Portaria nº 144, de 2 de maio de 2019.

O Ministério da Educação esclarece, ainda, que a matéria veiculada pelo Jornal Valor Econômico nesta quarta-feira (08/05), apesar de apresentar números do sistema SIOP corretos, não utilizou a adequada metodologia de cálculo para a definição dos valores bloqueados nas Universidades pelo MEC. Os valores considerados como bloqueio na matéria incluíram o orçamento de emendas parlamentares discricionárias, que já estava contingenciado pelo Governo Federal. E, para o cálculo do total orçamentário da unidade, foram inseridas as rubricas de despesas referentes às emendas parlamentares impositivas e receitas próprias (que não são objeto de bloqueio discricionário pelo MEC). Por isso, a diferença nos percentuais apresentados pela matéria.

O bloqueio orçamentário nas Universidades, como explicado anteriormente, não incluiu as despesas para pagamento de salários de professores, outros servidores, inativos e pensionistas, benefícios, assistência estudantil, emendas parlamentares impositivas e receitas próprias.

http://portal.mec.gov.br/component/cont ... e?id=75781




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Re: EDUCAÇÃO

#891 Mensagem por knigh7 » Sex Mai 10, 2019 6:58 pm





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Re: EDUCAÇÃO

#892 Mensagem por knigh7 » Ter Mai 14, 2019 9:39 am

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Re: EDUCAÇÃO

#893 Mensagem por Bourne » Ter Mai 14, 2019 7:36 pm

MEU DEUS DO CÉU, usaram tanto tóxico que a USP cria unicórnios.
99, Nubank e mais: USP formou dez dos 16 fundadores de unicórnios do Brasil... -

Para quem está imerso no mundo do empreendedorismo, o termo “unicórnio” já é um velho conhecido. É como são chamadas as startups avaliadas em 1 bilhão de dólares ou mais – quando o conceito foi criado, em 2013, essas empresas ainda eram raras e não somavam nem 40 em todo o mundo. Até março, a plataforma CB Insights contabilizava 326. O unicórnio é uma figura mitológica, mas já se tornou realidade no Brasil.

Em fevereiro, um levantamento da plataforma Distrito em parceria com a KPMG, apontou que o País contava com seis empresas unicórnios estabelecidas: 99, Nubank, iFood, Gympass, Stone Pagamentos e Arco Educação. Quatro delas têm entre seus fundadores pessoas formadas na USP.

Como uma universidade pública, que tem como pilares a pesquisa, o ensino e a ação junto à comunidade, consegue estimular seus alunos a criar produtos e serviços inovadores?

O Jornal da USP conversou com alguns destes criadores de unicórnios e traz um resumo das iniciativas que impulsionam o empreendedorismo entre os estudantes.

Quem são os criadores de unicórnios?
Cartão de crédito sem anuidade, aplicativo de transporte e serviço on-line para entrega de comida são inovações já presentes em todo o mundo e que, no Brasil, abriram oportunidade para o surgimento de startups bilionárias.

Todos os dez fundadores dessas empresas que fizeram sua formação na USP eram ou do curso de Engenharia ou de Administração. “Mas qualquer pessoa de qualquer área pode e deve empreender. Todos os ramos de atuação podem se beneficiar de inovação e de cabeças pensando diferente”, diz um dos criadores do 99.

Matéria do Uol negócio
https://noticias.uol.com.br/tecnologia/ ... LTNSdyoJ7s

Matéria original da USP
https://jornal.usp.br/universidade/usp- ... do-brasil/
Parte séria e dois pontos que me chamam atenção. Primeiro, apesar dos pesares, a USP é celeiro de profissionais e empresas inovadoras. E claro que não pode comparar com MIT ou Stanford, mas para realidade brasileiras faz muito. Isso é empreendedorismo e inovação do mundo real, baseado em conhecimento, dados e planejamento. Não aquelas cascatas de "coach" ou "motivadores".

Segundo, a burocracia da universidades entrava que esses profissionais e milionário doem recursos para a instituição que os formaram. Ou dificultam a vida para que possam estabelecer relação para apoiar novas start-ups e investimentos. A burocracia e resistência são bem menores atualmente, mas estão lá e precisam de reformas e ajustes institucionais. Além disso, as federais são muito mais engessadas.




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Re: EDUCAÇÃO

#894 Mensagem por Sterrius » Ter Mai 14, 2019 10:22 pm

Governo ta bem mas BEEEM isolado na questão. A convocação do ministro pra se explicar no congresso no dia das greves é simbólica.

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Re: EDUCAÇÃO

#895 Mensagem por Bourne » Ter Mai 14, 2019 10:45 pm

Mas o NOVO tá mais com o governo do que o próprio PSL :mrgreen:

Vai ser um massacre. Pelo Ministro ser bem limitado e não entender o que é o MEC. E também por mexeram com as elites locais, empresariais, intelectual, classe média rica que habita as pós-graduações das universidades públicas. Principalmente nas áreas nobres como saúde e medicina, economia e direito, engenharias em geral. Percebam que toda a família rica ou influente local tem alguns parentes professores/pesquisadores ou boa parte da família se formou na universidade. Esse pessoal é muito mais feroz e articulado para se defender que graduandos e pessoal do ensino básico.




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Re: EDUCAÇÃO

#896 Mensagem por knigh7 » Qua Mai 15, 2019 11:54 pm

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Re: EDUCAÇÃO

#897 Mensagem por GIL » Qui Mai 16, 2019 8:48 am

O analfabetismo funcional no Brasil gira sobre o 70% da população.
Precisa dizer algo mais?




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Re: EDUCAÇÃO

#898 Mensagem por J.Ricardo » Qui Mai 16, 2019 10:01 am

Essas passeatas estão mais pra "Lula Livre" do que em defesa da educação, enfim, a oposição conseguiu achar um estopim (dada de bandeja pelos olavetes do governo) para levar o povo para a rua.

Esse governo não precisa de oposição, já tem o Olavo de Carvalho e seus ministros para tumultuar e abastecer a esquerda...




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Re: EDUCAÇÃO

#899 Mensagem por Sterrius » Qui Mai 16, 2019 8:32 pm

Sindicatos, etc participaram se aproveitando de seus sindicatos de professores, estudantes etc. E ae aproveitam pra politizar.

Mas dizer que os protestos são de objetivo puramente partidário e que não a reivindicações sérias e pessoas apartidárias ali protestando é um erro de calculo que poderá custar muito caro la pra frente.
E Bolsonaro claramente não está parecendo se importar muito.

Deixe irritado mais alguns grupos de alcance nacional, alie aos estudantes e tu tem protestos nível 2013- 2015 nas mãos em que ele ficará prensado na parede igual a Dilma.
Congresso ia trucidar ele vivo.




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Re: EDUCAÇÃO

#900 Mensagem por Bourne » Qui Mai 16, 2019 9:23 pm

As universidades são entroncamento entre elites, classe média e burocracia.

:arrow: Elites (econômica, intelectual, politica) passaram pelas universidades públicas. A história da universidade no Brasil é direcionado para elite. É a obrigação de todo filho de empresário ou profissional liberal bem sucedido passar em um curso nobres (medicina, direito, engenharias) em universidade federal ou estadual. Salvo que o ser prefira uma universidade particular de elite (FGV ou Insper, por exemplo) ou exterior.

:arrow: Classe média alta, média e média baixa tem sonho de ir para universidade pública por ser " de graça", aumenta o status social e abre perspectivas de carreira. Assim acaba sendo a primeira opção como foi a minha.

:arrow: Burocracia em geral foi formada na universidade pública. Incluindo judiciário, poder executivo, estatais nacionais e locais, institutos de pesquisa. Assim como grande parte dos profisssionais liberais e executivos do setor privado.

Atualmente existem agravantes. A universidade cresceu e ampliou alunos, quadros de pesquisadores e docentes, que inclui boa parte da classe média e média baixa. Somados a proletarização dos docentes e cargos em geral porque muita gente da classe média e média baixa virou docente, passou ocupar cargos de alta burocracia no setor público ou privados. Essa expansão não foi o Lula que fez porque quis. Essa outras fases de expansão (década de 1930, governo militar) veio por pressão das elites, classes sociais e necessidade de formar gente e fazer pesquisa. A universidade no Brasil não veio do pó ou pela bondade de governantes ou ação dos comunistas.

Por exemplo, a UnB que tem um DCE que se diz de direita, a Poli e FEA da USP pararam. A OAB está trabalhando, os governadores e prefeitos dando votos de apoio para universidade, entidades locais e organizações de classe saíram em defesa. Esse ministro grossão do MEC conseguiu unir todo mundo contra o governo. Uma coisa é o tiozão do zap da classe média ou baixa que acha que o que é universidade pública e nunca pisou em uma. Outra bem diferente é o que é de fato e como as elites, entidades e quem esteve lá veem a universidade e como elas a defendem.

Atacar as universidades é brincar com fogo. Esse pessoal tem poder, influência e não vai ficar calado.




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