Infantaria da Aeronáutica

Assuntos em discussão: Força Aérea Brasileira, forças aéreas estrangeiras e aviação militar.

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Re: Infantaria da Aeronáutica

#31 Mensagem por FCarvalho » Qui Dez 03, 2020 2:52 am

RAF irá capacitar militares da FAB para a defesa de Bases Aéreas
https://www.revistaoperacional.com.br/2 ... es-aereas/
_______________________________________

RAF conclui curso para militares de Infantaria da FAB
https://www.revistaoperacional.com.br/2 ... ia-da-fab/




Um mal é um mal. Menor, maior, médio, tanto faz… As proporções são convencionadas e as fronteiras, imprecisas. Não sou um santo eremita e não pratiquei apenas o bem ao longo de minha vida. Mas, se me couber escolher entre dois males, prefiro abster-me por completo da escolha.
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Re: Infantaria da Aeronáutica

#32 Mensagem por FCarvalho » Qui Dez 03, 2020 2:53 am

Infantaria da FAB – Os Grupos de Artilharia Antiáerea de Autodefesa

https://www.revistaoperacional.com.br/2 ... utodefesa/




Um mal é um mal. Menor, maior, médio, tanto faz… As proporções são convencionadas e as fronteiras, imprecisas. Não sou um santo eremita e não pratiquei apenas o bem ao longo de minha vida. Mas, se me couber escolher entre dois males, prefiro abster-me por completo da escolha.
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Re: Infantaria da Aeronáutica

#33 Mensagem por FCarvalho » Qui Out 05, 2023 1:57 pm

Como é a Infantaria da FAB que dá vida aos grupos de auto defesa antiaérea deixo aqui uma visão pessoal do que penso ser o necessário em termos de defesa AAe.

https://performance.decea.mil.br/storage/performance/uploads/2022/07/MapaAtivosSISCEAB_Performance_SoMapaFirAtlantico_120722-min-1-scaled-2-2.png
CINDACTA - são 4 OM que dividem o país em 4 zonas de defesa área.
Bases Brasília (Cindacta I), Recife (Cindacta II), Curitiba (Cindacta III) e Manaus (Cindacta IV)
Sistema AAe: ARROW 3\4
Nível: Grupo Auto Defesa AAe.
Quantidade: 1 Bia \ GADAAe

https://www.fab.mil.br/sis/enoticias/imagens/pub/41430/i211158592608387.jpeg
COMANDO MILITAR AERONÁUTICA - são 8 OM que dividem o país em 8 zonas administrativas.
Bases: COMAR I - Belém; COMAR II - Recife; COMAR III - Rio de Janeiro; COMAR IV - São Paulo; COMAR V - Canoas; COMAR VI - Brasília ; COMAR VII - Manaus; COMAR VIII - Campo Grande.
Sistema AAe: DAVI SLING
Nível: Grupo Auto Defesa AAe
Quantidade: 1 Bia \ GADAAe

https://cdn.blog.estrategiavestibulares.com.br/vestibulares/wp-content/uploads/2023/06/Comar-FAB.jpg
BASES AEREAS - são 18 OM espalhadas pelo país de norte a sul.
Bases: Belém - BABL; Fortaleza - BAFTZ; Natal - BANT; Recife - BARCF; Salvador - BASLV; Brasília - BABSB; Anápolis - BAAN; Rio de Janeiro - BASC; Rio de Janeiro - BAGL; São Paulo - BASP; Santos - BASTO; Florianópolis - BAFLP; Canoas - BACO; Santa Maria - BASM; Manaus - BAMN; Campo Grande - BACG; Porto Velho - BAPV; Boa Vista - BABV.
Sistema AAe: BARAK MX \ IRON DOME
Nível: Grupo Auto Defesa AAe.
Quantidade: 1 Bia \ GADAAe

https://encrypted-tbn0.gstatic.com/images?q=tbn:ANd9GcR9HcX2g1dx3-fJ-y-IVOH3dGlGXS75hidnwOMv-g2PIUEQB2ccAj91AH98d8t9dQih334&usqp=CAU
SISCEAB - existem dezenas de sítios radar que distribuídos pelo país subordinados aos COMAR.
Bases: espalhadas ao longo do país;
Sistema AAe: RBS-70NG \ MANPAD
Nível: Seção ou Pelotão Auto Defesa AAe.
Quantidade: 1 Bia

As quantidades resumidas podem ser assim descritas:

1. ARROW 3\4 - 4 Baterias
2. DAVI SLING - 8 Baterias
3. BARAK MX \ IRON DOME - 18 Baterias
4. RBS-70NG \ MANPAD - 20+ Baterias

O que se aponta acima em termos de recursos material e tecnológico diz respeito apenas à defesa da infraestrutura da FAB em relação à sua manutenção em operação, tanto em paz como no caso de conflito armado, indiferente as capacidades de eventuais inimigos.

Ao exército cabe a defesa de suas OM assim como de pontos importantes do poder econômico e político, o que faz com que suas demandas sejam por si maiores que a da FAB, assim como demandas soluções particulares.

No caso da MB, a situação é homóloga à FAB, devendo o CFN ser encarregado de prover material, pessoal e recursos tecnológicos para a defesa AAe das OM da marinha.

Pode haver, e haverá situações onde duas ou três forças disponham de sistemas AAe nas mesmas localidades, mas isso não impede a sua alocação nas mesmas, vide as funções diferentes que exercem e os espaços e níveis de atuação de cada OM AAe.

Falando em recursos orçamentários, o que se pode vislumbrar no caso da FAB é que investimentos na casa dos 4 a 6 bilhões de dólares serão necessários para dispor dos sistemas apontados acima. E quanto mais demorarmos para decidir por um dado sistema, maiores serão os custos de sua aquisição, implementação e operacionalização.

A ver o que o futuro nos reserva.




Editado pela última vez por FCarvalho em Qui Out 05, 2023 4:57 pm, em um total de 1 vez.
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Re: Infantaria da Aeronáutica

#34 Mensagem por FCarvalho » Qui Out 05, 2023 2:03 pm





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Re: Infantaria da Aeronáutica

#35 Mensagem por FCarvalho » Qui Out 05, 2023 2:09 pm





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Re: Infantaria da Aeronáutica

#36 Mensagem por FCarvalho » Qui Out 05, 2023 2:10 pm





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Re: Infantaria da Aeronáutica

#37 Mensagem por FCarvalho » Qui Out 05, 2023 2:15 pm





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Re: Infantaria da Aeronáutica

#38 Mensagem por FCarvalho » Qui Out 05, 2023 2:21 pm





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Re: Infantaria da Aeronáutica

#39 Mensagem por FCarvalho » Ter Abr 02, 2024 6:31 pm



A infantaria da aeronáutica, assim como as do EB e marinha, está em dívida com um bom e célere programa de modernização, tendo em vista suas funções primárias.
Mesmo trocando de nomes e tudo o mais, faz-se necessário uma renovação da organização, preparo, e equipamentos que são necessários a um tropa que basicamente serve como guarda das bases e OM da FAB.
Dispor de novos e modernos equipamentos, e doutrina, seriam algo muito bem vindo para este quadro da força aérea, principalmente veículos bldos, que há muito são necessários, mas, como a infantaria nunca foi exatamente uma prioridade em nenhum planejamento da FAB, tem que se virar com o que há. Mesmo pouco ou quase inexistente.
Quem se importa mesmo, se os aviões continuarem voando.




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Re: Infantaria da Aeronáutica

#40 Mensagem por Pablo Maica » Ter Abr 02, 2024 8:00 pm

Eu não sei nem por que existe brigadeiro infante, pois a infantaria da FAB parece apenas uma subdivisão encarregada do que na força chamamos de "bocas pobres", ou seja, as missões que ninguém mais quer tipo mofar em guaritas, emitir carteirinhas, prender quem sai da linha ou simplesmente atuar como uma "reserva humana" onde todos os esquadrões se servem quando precisam de mão de obra bruta para uma faxina geral, evento, mudança etc...

A infantaria da FAB com padronização quase inexistente, onde cada comandante de binfa, cinfa, binfae, punhal e seja lá qualquer outra sigla besta, inventa coisas da própria cabeça que duram até a troca de comando quando outro oficial cai de paraquedas na unidade e resolve mudar tudo, menos a falta e o péssimo padrão dos equipamentos. O treinamento básico muda de base para base, e fora isso treino e instruções acontecem só se algum sargento ou tenente agirem por iniciativas pessoais. A FAB deu a sorte de na década de 70 comprar boas quantidades de um excelente fuzil de assalto, leve, preciso, confiável e com pouco recuo, e hoje 50 anos depois não teve a vergonha na cara de sequer comprar um kitizinho de modernização onde bastava um railguard e um trilho adaptado para a caixa da culatra.

E quanto a guarda e segurança, acho que a era das guaritinhas com uma lâmpada a meia luz e a meia légua de distância da guarda, já passou. Está mais do que na hora de se investir em câmeras, sensores e alarmes e até mesmo drones de vigilância pois no caso de bases aéreas a área de cercamento é imensa e em vários pontos inacessível à viaturas, estando em meio a mata, terreno com relevo muito difícil ou charcos (dito por quem participou algumas vezes de patrulha de cerca). Esse tipo de vigilância aliada a equipes de patrulha tática e reação rápida deveriam suplantar o velho cabo, saindo a cada 2 horas com uma tripa de soldados semi acordados no meio do breu, fazendo sempre o mesmo itinerário.


Um abraço e t+ :)




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Re: Infantaria da Aeronáutica

#41 Mensagem por ernando » Ter Abr 02, 2024 8:16 pm

Pablo Maica escreveu: Ter Abr 02, 2024 8:00 pm Eu não sei nem por que existe brigadeiro infante, pois a infantaria da FAB parece apenas uma subdivisão encarregada do que na força chamamos de "bocas pobres", ou seja, as missões que ninguém mais quer tipo mofar em guaritas, emitir carteirinhas, prender quem sai da linha ou simplesmente atuar como uma "reserva humana" onde todos os esquadrões se servem quando precisam de mão de obra bruta para uma faxina geral, evento, mudança etc...

A infantaria da FAB com padronização quase inexistente, onde cada comandante de binfa, cinfa, binfae, punhal e seja lá qualquer outra sigla besta, inventa coisas da própria cabeça que duram até a troca de comando quando outro oficial cai de paraquedas na unidade e resolve mudar tudo, menos a falta e o péssimo padrão dos equipamentos. O treinamento básico muda de base para base, e fora isso treino e instruções acontecem só se algum sargento ou tenente agirem por iniciativas pessoais. A FAB deu a sorte de na década de 70 comprar boas quantidades de um excelente fuzil de assalto, leve, preciso, confiável e com pouco recuo, e hoje 50 anos depois não teve a vergonha na cara de sequer comprar um kitizinho de modernização onde bastava um railguard e um trilho adaptado para a caixa da culatra.

E quanto a guarda e segurança, acho que a era das guaritinhas com uma lâmpada a meia luz e a meia légua de distância da guarda, já passou. Está mais do que na hora de se investir em câmeras, sensores e alarmes e até mesmo drones de vigilância pois no caso de bases aéreas a área de cercamento é imensa e em vários pontos inacessível à viaturas, estando em meio a mata, terreno com relevo muito difícil ou charcos (dito por quem participou algumas vezes de patrulha de cerca). Esse tipo de vigilância aliada a equipes de patrulha tática e reação rápida deveriam suplantar o velho cabo, saindo a cada 2 horas com uma tripa de soldados semi acordados no meio do breu, fazendo sempre o mesmo itinerário.


Um abraço e t+ :)
KKKKKKK
Essa descrição é absurdamente exata!




"A maneira de apreciarmos uma coisa é dizermos a nós próprios que a podemos perder."
G. K. Chesterton
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Re: Infantaria da Aeronáutica

#42 Mensagem por FCarvalho » Qua Abr 03, 2024 1:07 pm

Eu particularmente desconheço a situação real da infantaria da aeronáutica dentro da FAB, tendo em vista que a própria força não lhe empresta o valor que tem, ou deveria ter, em face da sua missão primária.

No vídeo acima é possível ver que os chamados batalhões de infantaria da aeronáutica não passam de uma simples companhia, em termos quantitativos, o que a meu ver, nem de longe é o suficiente para atingir seus objetivos com um mínimo de qualidade. Fato é que a infantaria da FAB ainda carece de identidade própria e também de mostrar o seu valor dentro da própria instituição. A falta de investimentos e de modernização deveria ascender uma luz vermelha de forma que se pudesse fazer a reflexão necessária a bem de suas virtudes e omissões. E a partir daí, acelerar a sua modernização.

Fico pensando que com tantas OM da FAB espalhadas país afora, a infantaria ainda não goze das mudanças necessárias a sua modernidade. Como bem dissestes @Pablo Maica, é mister admitir que pelo menos alguns itens de consumo e operacionais deveriam ser padronizados, para não falar da doutrina. E isto, salvo engano, ainda não está concretizado na infantaria da aeronáutica, a priori.

Neste mesmo tópico, deixei aqui uma das atividades recentes, digamos assim, de cursos feitos por oficiais de infantaria na Inglaterra, de modo a permitir acrescentar conhecimentos e experiências de outros países, mas este tipo de atividade parece não ser regra entre os infantes, ao contrário, é exceção.

Talvez seja o caso de a partir de um ponto de vista mais alargado sobre seu emprego e funcionalidades, a infantaria da aeronáutica possa melhorar e amadurecer enquanto quadro permanente. As várias guerras observadas nos últimos 34 anos, a partir da Guerra do Golfo I, deveria ser um norte, e um ponto de virada, para ela tendo em vista o que se viu em termos de expressão do poder aéreo neste meio tempo. Defender bases aéreas não deveria ser algo tão frugal e\ou obtuso ao ponto de causar o desinteresse do comando da FAB. Pelo contrário.

Como finalmente estamos vendo ações diretivas e cooperativas no campo da AAe no Brasil, com o programa Defesa AAe Média Altura Comum via MD para as três forças, tenho cá comigo que este seria o mote para a revivificação dos BINFA e demais OM de infantaria na FAB. Deixei em tópico mais acima o que penso seria a melhor resposta para a defesa AAe da FAB e suas dezenas de bases pelo país. Creio que defesa AAe deveria, ou deve na verdade, ser uma das bases fulcrais para a identidade dos BINFA. E como se sabe, as tarefas de guarda e proteção de bases militares hoje são atividades que devem lançar mão de tecnologia, preparo permanente e doutrina atualizada. Mas nada disso será possível se os programas sob a égide do MD não andarem em acordo com seus cronogramas estabelecidos.




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Re: Infantaria da Aeronáutica

#43 Mensagem por FCarvalho » Qua Abr 03, 2024 1:52 pm

Resumo do que penso ser um novo começo para a infantaria da aeronáutica.

Começando pela Missão Primária. Definir claramente qual a missão é condição sine qua non para uma identidade. Assim entendo que devam ser quatro as missões primárias: Defesa Terrestre, Defesa AAe, Busca e Salvamento e Operações Especiais. A especialização dos infantes deve acontecer dentro destas premissas básicas.

O que é:

1. Defesa Terrestre - conjunto de atividades múltiplas e concêntricas aplicadas de forma a garantir e sustentar a operação de todas as atividades aéreas e terrestres de força aérea, permitindo o pleno emprego do poder aeroespacial brasileiro nas condições em que for demandado pelo Estado brasileiro.

2.Defesa AAe - conjunto de atividades múltiplas e concêntricas voltadas à defesa AAe, e\ou sua projeção, da infraestrutura do poder aeroespacial brasileiro, permitindo seu pleno emprego nas condições em que for demandado pelo Estado brasileiro.

3. Busca e Salvamento - conjunto de atividades múltiplas e concêntricas aplicadas a salvaguardar a vida humana dos integrantes militares e civis da força aérea brasileira, e demais forças militares nacionais, e sociedade civil sempre que demandado, em missões de guerra e não guerra, de forma a garantir o pleno emprego do poder aeroespacial brasileiro nas condições em que for demandado pelo Estado brasileiro.

4. Operações Especiais - conjunto de atividades múltiplas e concêntricas voltadas a garantir as operações de todas as atividades aéreas e terrestres de força aérea, permitindo o pleno emprego do poder aeroespacial brasileiro, sua projeção dentro e fora do cenário geoestratégico estabelecido em acordo com as exigências de cada missão e demandas do Estado brasileiro.

Decida a missão primária, qual doutrina?

Estabelecer um marco doutrinário próprio é o caminho para se ter em mãos os referenciais de capacidade de emprego e ações que a infantaria deve dispor, de forma a permitir, também, a elaboração de necessidades e demandas material, humana e tecnológica a bem da missão primária, assim como buscar empreender um marco financeiro\orçamentário para sua consecução no curto, médio e longo prazo.

Antes de mais nada, sem uma doutrina clara, objetiva e factível, é impossível arbitrar melhorias condizentes com a realidade da força aérea.

Por fim, é necessário a meu ver estabelecer de forma clara e inequívoca como a doutrina e o emprego da infantaria da aeronáutica devem entrar no planejamento estratégico da FAB, visto que hoje ela sequer aparece em planejamento algum, tal é a falta de importância assumida pela força em relação a este quadro em suas fileiras.

A mim me parece que a principal função hoje da infantaria da aeronáutica para a nossa realidade é a defesa AAe, seguida pelas ações de defesa terrestre da infraestrutura do poder aeroespacial do país. E para isto, é necessário muito mais do que algumas OM subequipadas, adestradas e com pouco, ou quase nenhum, recurso humano em termos qualitativos e quantitativos.




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Re: Infantaria da Aeronáutica

#44 Mensagem por FCarvalho » Qua Abr 03, 2024 2:23 pm

Uma perspectiva de organização do BINFAE dentro de um novo quadro de missão a ser estabelecido.

1. Comando
2. Cia Comando
3. Cia Apoio e Logística
4. Cia AAe
5. Cia Infantaria (2)
6. Pel PA
7. Pel SAR\C-SAR
8. Pel OpsEsp

O Pelotão de infantaria da aeronáutica pode a meu ver ser amparado na mesma organização de um Pel Inf Pqd, que se não estou enganado possui 5 GC, como segue:
1 GC comando
3 GC Infantaria
1 GC Apoio (armas coletivas)

Isso dá uns 36 homens em cada pelotão, número mais que suficiente para amparar de forma adequada as Cia Inf e demais subunidades do BINFA\BINFAE.

Com alguma boa vontade, é possível trazer as unidades de infantaria da aeronáutica para um status bem melhor e acima das condições vistas hoje. O primeiro passo é sempre o mais difícil, conquanto, uma vez dado o caminho até o objetivo final fica mais fácil, apesar das intempéries.




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Re: Infantaria da Aeronáutica

#45 Mensagem por FCarvalho » Seg Abr 08, 2024 1:39 pm

Se tem algo para o qual não estamos definitivamente preparados, é a defesa de nossas bases aéreas, mesmo aquelas que foram desativadas e não possuem OM operacionais, ainda que mantenham suas capacidades latentes para as receber em caso de necessidade.

Hoje a FAB na prática rejeita a um segundo ou terceiro plano a defesa terrestre de suas OM, de forma que a organização e disposição de suas tropas de infantaria não possuem os recursos em quantidade e qualidade necessários à adequada e obrigatória defesa destas instalações.

O vídeo abaixo da guerra da Ucrânia é um exemplo de como hoje a FAB é extremamente dependente do exército, e até mesmo da marinha, para executar a defesa terrestre das bases aéreas que possui, de forma que a infantaria da aeronáutica pouco ou nada tem capacidade de executar operações de defesa efetivas e concretas sem a ajuda das tropas das demais forças. E esta parece ser uma condição indiferente ao comando da força aérea, que vê na sua infantaria pouco mais que uma guarda militar com jeito de polícia, e nada mais.



Fico pensando o que vai pela cabeça dos oficiais generais do comando da instituição, dado os muitos exemplos no último quarto de século em relação a esta questão que, pelo menos a nível de países desenvolvidos é levada muito a sério, e não tratada com desleixo e menosprezada como aqui.

Não seria nenhum problema, a meu ver, que o comando da FAB fizesse esforços junto ao EB e MB a fim de estudar propostas de modernização material, humana e tecnológica de suas forças através dos programas existentes COBRA e do CFN. Não vejo objeções quanto a este aspecto, a não ser a completa falta de importância dada à infantaria enquanto quadro e\ou serviço dentro da instituição força aérea brasileira.




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