China...

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akivrx78
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Re: China...

#1561 Mensagem por akivrx78 » Sáb Out 28, 2023 10:53 am

Suetham escreveu: Sáb Abr 22, 2023 4:36 pm


Cuidado com a propaganda, este trem ainda esta em desenvolvimento, o que foi feito e o seguinte, em uma pista de teste miniaturizada de 1.5km foi feito um teste a 30km/h eles concluiram que se for construido um trem em tamanho real seria 620km/h.....


Aqui está o trem de 620km/h chines observe a velocidade fenomenal do primeiro teste.... outra curiosidade o Mgalev de shanghai que foi comprado da Alemanha e era o trem operacional mais rápido do mundo 431km/h hoje esta linha funciona a velocidade de 300km/h para reduzir custos de manutenção.

Quem teve a oportunidade de andar neste trem na época que operava a 431km/h disse ser horrível, o trem tremia muito, era barulhento e quando 2 trens se encontravam cruzando entre si fazia um barulho horrível.



Aqui esta a linha de trem mais rápida do mundo, você pega o trem pensando que ira andar a 431km/h, mas ele não passa de 301km/h.




Aqui esta o trem mais rapido do mundo que parece que vai ser construido uma linha no Eua tambem.

https://en.wikipedia.org/wiki/Northeast_Maglev
https://en.wikipedia.org/wiki/Ch%C5%AB%C5%8D_Shinkansen

Antigamente a XINXUA publicava estas noticias chinesas ufanistas, hoje as midias ocidentais reproduzem as noticias chinesas sem saber se a noticia e verdadeira.




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Re: China...

#1562 Mensagem por Suetham » Dom Out 29, 2023 10:07 am

akivrx78 escreveu: Sáb Out 28, 2023 10:53 am

Cuidado com a propaganda, este trem ainda esta em desenvolvimento, o que foi feito e o seguinte, em uma pista de teste miniaturizada de 1.5km foi feito um teste a 30km/h eles concluiram que se for construido um trem em tamanho real seria 620km/h.....
Não. Nem mesmo os canais de propaganda da China afirmaram isso. Eis o que eles disseram:
https://news.cgtn.com/news/2020-06-21/C ... e_amp.html
Sunday's trial is the first dynamic operation of the prototype on the 1.5-km-long maglev test track. The prototype didn't run at 600 km/h, but at a much lower speed as an operational debugging test. Still, it marks a major step forward from its static trials.

The test run obtained a large amount of crucial data and proved the key performance of the high-speed maglev system, providing technical support for the development and optimization of the follow-up high-speed maglev project test vehicle.

"During the multi-condition test, the vehicle showed stable suspension guidance and a sound operation state. All key technical indicators met the design requirements and expectations," said Ding Sansan, head of the research and development team and deputy chief engineer of China Railway Rolling Stock Corporation (CRRC)'s subsidiary Qingdao Sifang Co., Ltd.
...
Zuo Dajie, an associate professor in the area at Southwest Jiaotong University, told Caixin that multiple higher speed tests are needed before the test vehicle could reach its designed speed of 600km/h.

According to CRRC, by the end of 2020, five high-speed maglev test vehicles will be rolled off the production line. Besides, a whole engineering system of the 600 km/h high-speed maglev prototype will be completed, which signifies China will master a whole set of the technology and engineering capability by that time.
akivrx78 escreveu: Sáb Out 28, 2023 10:53 am
Aqui está o trem de 620km/h chines observe a velocidade fenomenal do primeiro teste.... outra curiosidade o Mgalev de shanghai que foi comprado da Alemanha e era o trem operacional mais rápido do mundo 431km/h hoje esta linha funciona a velocidade de 300km/h para reduzir custos de manutenção.

Quem teve a oportunidade de andar neste trem na época que operava a 431km/h disse ser horrível, o trem tremia muito, era barulhento e quando 2 trens se encontravam cruzando entre si fazia um barulho horrível.


Aqui esta a linha de trem mais rápida do mundo, você pega o trem pensando que ira andar a 431km/h, mas ele não passa de 301km/h.




Aqui esta o trem mais rapido do mundo que parece que vai ser construido uma linha no Eua tambem.

https://en.wikipedia.org/wiki/Northeast_Maglev
https://en.wikipedia.org/wiki/Ch%C5%AB%C5%8D_Shinkansen

Antigamente a XINXUA publicava estas noticias chinesas ufanistas, hoje as midias ocidentais reproduzem as noticias chinesas sem saber se a noticia e verdadeira.
O primeiro teste foi feito a 50 km/h em uma pista miniaturizada de 0,6 km, depois passou para uma pista de 1,5 km; todos esses testes foram feitos na linha de testes maglev da Universidade Tongji de Xangai, após isso, completaram uma pista de teste de 5 km para o protótipo semelhante ao design dos trens maglev, esse protótipo é a seção traseira dos protótipos posteriores, o planejamento final era fazer um teste em uma pista de 60 km em Datong, mas eu não sei se isso foi realmente realizado, o que se foi publicado é que após a otimização do sistema para determinar o plano técnico final, o sistema completo foi desenvolvido e iniciou seis meses de ajustes e testes conjuntos em janeiro de 2021, sendo lançado oficialmente logo depois.


Sobre a condição de viagem do maglev chinês, não poderia ser diferente, até mesmo porque ambos os trens(chinês/alemão via EMS e japonês via EDS) mesmo sendo maglevs, usam abordagens diferentes. Além disso, você sabe que a velocidade máxima só é atingida durante algumas seções da pista, correto? Ou eu realmente preciso explicar pra você o motivo do maglev japonês só atingir a velocidade de 500 km/h no túnel? O maglev chinês para atingir a velocidade máxima depende até da condição atmosférica, porque o seu trajeto é em ambiente aberto. Sendo assim, levando as considerações das condições climáticas, o trem maglev só pode atingir velocidades e capacidades máximas em terrenos planos, com bom tempo e sem ventos, todos esses efeitos são reduzidos em um vácuo.

Aqui está ele operando a 431 km/h:



Como eu havia afirmado, existem duas tecnologias maglev de alta velocidade: suspensão eletromagnética (EMS) e suspensão eletrodinâmica (EDS). A principal desvantagem do EMS é a lacuna de levitação que só é limitado a apenas 1–2 cm entre o ímã e o estator que deve ser controlada e corrigida por sistemas automatizados especiais. Hoje, a tecnologia EMS é usada nos trens Transrapid e na linha maglev de Xangai. Ao contrário do EMS, o trem EDS pode levitar quase 10 cm acima da guia, mantendo a viagem mais suave, no caso do Japão, acredito que isso ocorreu principalmente por causa da característica principal do país: terremoto. O modo EDS é muito mais vantajoso para quem tem esse tipo de problema, com o trem podendo desacelerar e/ou até mesmo parar, dessa forma acionando as rodas.

A China possui protótipos de ambos os sistemas. Aqui um protótipo do EDS:
https://www.globaltimes.cn/page/202101/1212734.shtml
Imagem

Outro:
Imagem
https://rollingstockworld.com/passenger ... ed-maglev/

Sobre o trem japonês, a velocidade de 603 km/h só foi atingida em uma pista experimental em Yamanashi no ano de 2015, o que a China pretende estabelecer é o trem mais veloz do mundo operacional, atingindo velocidades de 600 km/h, usando o método EDS, eles pretendem estabelecer o recorde de 660 km/h nos testes operacionais, mas o trem teria uma velocidade máxima de 600 km/h e se conseguirem, irão estabelecer o recorde do trem operacional mais rápido do mundo, pelo menos o projeto durante o 14º Plano Quinquenal é estar operacional até 2025.

Enquanto isso, eles ainda pretendem manter o trem-bala aperfeiçoando-o:



Sob a ótica da reciprocidade, considere também um aviso meu:
Cuidado com a propaganda contra a China, levianamente pior e maior do que a propaganda pró-China. O canal japonês que você postou é um exemplo didático disso, considerando os títulos dos 425 vídeos desse canal. Além disso, não deu pra entender nada, porque nem legenda em inglês estava disponível, considere postar vídeos que tenham publicações em inglês ou pelo menos com alguma legenda em inglês, assim, todos poderiam compreender o que o vídeo estava afirmando.




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Re: China...

#1563 Mensagem por akivrx78 » Dom Out 29, 2023 2:50 pm



Sabe que noticias da China tem muitas fontes em outras fontes nem seria 600km/h, mas 620km/h.




Qualquer um que ver a notícia desta forma pensa que é 100% garantido que será o mais rápido do mundo.

O trem linear, que conecta o Aeroporto Internacional Pudong de Xangai e a Estação Rodoviária Longyang por aproximadamente 30 km, opera em velocidades reduzidas durante os períodos para evitar ruído.

Se você quiser viajar no trem linear, que tem velocidade máxima de 430 km/h, recomendamos verificar o fuso horário antes de embarcar.

Velocidade máxima do automóvel linear por hora
* 06:45-08:45 --- 300km/h
* 09:00~10:45 --- 430km/h
* 11h00-13h45 --- 300km/h
* 14h00-16h45 --- 430km/h
* 17h00-21h40 --- 300km/h
https://www.travelvision.jp/news/detail/news-46171
O Shanghai TransRapid é o único automóvel linear de alta velocidade em operação comercial no mundo. Atingiu velocidades superiores a 500 km/h em testes e, mesmo durante a operação comercial regular com passageiros a bordo, atingiu uma velocidade máxima de 430 km/h e tornou-se popular como “a ferrovia mais rápida do mundo que qualquer pessoa pode desfrutar”. '' desde que comprem um ingresso.

Porém, devido à disseminação do novo coronavírus, o número de clientes diminuiu drasticamente. Embora o serviço continue, a velocidade máxima de todos os trens foi reduzida para 300 km/h a partir desta primavera. A empresa operadora não revelou os motivos, mas alguns apontaram fatores como a redução dos custos operacionais face ao declínio do número de passageiros, bem como o envelhecimento das instalações.

A velocidade máxima de 300 km/h é inferior à velocidade operacional das ferrovias de alta velocidade da China, bem como do Shinkansen do Japão e do TGV da França. O Shanghai Maglev deixou de ser o mais rápido do mundo e passou a funcionar a uma “velocidade intermediária”. Entretanto, planos para construir uma nova linha linear também surgiram na China. Gostaria de analisar as últimas tendências.

https://www.newsweekjapan.jp/stories/wo ... -93570.php

Ou seja eles alteram a velocidade máxima quando quiserem.


O trem que os japoneses estão desenvolvendo se iniciou o desenvolvimento em 1970, somente décadas depois eles construíram uma linha e um protótipo para testes, o primeiro recorde mundial se nao me engado foi em 2003 581km/h, somente depois de 12 anos de desenvolvimento conseguiram chegar aos 600km/h.
Imagem
o trajeto da linha japonesa atravessa montanhas, áreas planas existe somente nos litorais e uma linha contornando o litoral o trajeto levaria mais tempo, por isto a maior parte da linha tera de ser construída em túneis cortando montanhas, além de que já existe uma linha que faz o trajeto pelo litoral se chama Tokai Shikansen.



O Maglev japonês vai funcionar a 500km/h não e por causa de clima, e pela simples questão que o trem se torna barulhento e treme demais, mesmo a 500km/h o Maglev faz mais barulho interno que um trem-bala normal, para o padrão chines se conseguirem pode circular a velocidade que quiserem, no Japão a segurança e conforto vem em primeiro lugar.





O Japão também tem um trem de 400km/h, mas ele vai entrar em operação somente quando se iniciar a troca pela serie E5 e se pretende operar em 360km/h, desde a inauguração em 1964, não houve nenhum acidente fatal, mesmo com terremotos ou tufões e com as linhas cheias de curvas, se um proprietário estiver no trajeto e não quiser vender sua propriedade se tem que contornar a área com curvas.






Na China o que importa é a propaganda, tem o caso da Indonésia construída e administrada pelos chineses muito interessante, mas deixa pra la.




Editado pela última vez por akivrx78 em Dom Out 29, 2023 4:23 pm, em um total de 1 vez.
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Re: China...

#1564 Mensagem por Suetham » Dom Out 29, 2023 4:08 pm

akivrx78 escreveu: Dom Out 29, 2023 2:50 pm

Sabe que noticias da China tem muitas fontes em outras fontes nem seria 600km/h, mas 620km/h.
Esse é o trem EDS. O que confere a abordagem EMS é o CF-600 que é o trem que se fala que irá atingir a velocidade operacional de até 600 km/h.
akivrx78 escreveu: Dom Out 29, 2023 2:50 pm

Qualquer um que ver a notícia desta forma pensa que é 100% garantido que será o mais rápido do mundo.

Ou seja eles alteram a velocidade máxima quando quiserem.
Mas se o maglev for colocado para operação e atingir velocidades de 600 km/h, ele será o trem mais rápido do mundo em operação. Não há o que discutir isso. Sobre o assunto dos horários, muito interessante e eu não sabia, então dessa forma, o Transrapid é mais veloz do que eu suponha e eu tenho certeza que eles só não atingem velocidades maiores por causa da energia consumida e dos ruídos.
akivrx78 escreveu: Dom Out 29, 2023 2:50 pm O trem que os japoneses estão desenvolvendo se iniciou o desenvolvimento em 1970, somente décadas depois eles construíram uma linha e um protótipo para testes,
Imagem
o trajeto da linha japonesa atravessa montanhas, áreas planas existe somente nos litorais e uma linha contornando o litoral o trajeto levaria mais tempo, por isto a maior parte da linha tera de ser construída em túneis cortando montanhas, além de que já existe uma linha que faz o trajeto pelo litoral se chama Tokai Shikansen.
Eu não me referi ao trajeto, mas a escolha da abordagem do maglev, a escolha do EDS pelo Japão se traduz na condição em que pode ocorrer queda de energia por causa de terremotos, sendo assim, caso ocorresse queda de energia, a roda seria acionado e o ou trem pararia ou continuaria na velocidade nominal baixa com as rodas acionadas.
akivrx78 escreveu: Dom Out 29, 2023 2:50 pm
O Maglev japonês vai funcionar a 500km/h não e por causa de clima, e pela simples questão que o trem se torna barulhento e treme demais, mesmo a 500km/h o Maglev faz mais barulho interno que um trem-bala normal, para o padrão chines se conseguirem pode circular a velocidade que quiserem, no Japão a segurança e conforto vem em primeiro lugar.
Se não prezassem pela segurança, manteria a velocidade máxima a qualquer horário, independente de qualquer condição.
akivrx78 escreveu: Dom Out 29, 2023 2:50 pm


O Japão também tem um trem de 400km/h, mas ele vai entrar em operação somente quando se iniciar a troca pela serie E5 e se pretende operar em 360km/h, desde a inauguração em 1964, não houve nenhum acidente fatal, mesmo com terremotos ou tufões e com as linhas cheias de curvas, se um proprietário estiver no trajeto e não quiser vender sua propriedade se tem que contornar a área com curvas.
Muito legal. Problema do Japão, não da China.
akivrx78 escreveu: Dom Out 29, 2023 2:50 pm



Na China o que importa é a propaganda, tem o caso da Indonésia construída e administrada pelos chineses muito interessante, mas deixa pra la.
kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk




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Re: China...

#1565 Mensagem por akivrx78 » Dom Out 29, 2023 5:26 pm

O dragão morde sua cauda

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Augustin Barletti, jornalista argentino e autor da investigação A Fome do Dragão. O plano da China para comer o mundo, faz soar o alerta sobre as intenções da China na América Latina. (Foto: Cortesia do autor)

POR SABINA NICHOLLS/DIÁLOGO
OUTUBRO 04, 2023
Conclusões da ampla investigação do jornalista Agustín Barletti sobre a China

“A penetração desenfreada da China na América Latina é preocupante”, diz o jornalista, escritor e editor argentino Agustín Barletti, após concluir sua mais recente e profunda investigação: A Fome do Dragão. O plano da China para comer o mundo. Após três anos de estudo, e com um extenso registro de fontes e documentos, Barletti revela as façanhas calculadas da República Popular da China (RPC) para conquistar o mundo e faz soar o alarme sobre as intenções do país asiático na América Latina, uma região que ele não hesita em catalogar como um espelho da África.

Barletti afirma que a situação na América Latina é extremamente desafiadora, pois a China encontrou nela um terreno fértil e um fertilizante fácil para atingir seus objetivos, sendo atualmente a segunda região do mundo com maior penetração do país asiático. Por meio de uma operação sigilosa baseada em carteiras abertas, diz o especialista, a China se alimenta de recursos naturais, manipula votos em organizações internacionais e vigia os países que, por sua vez, estão perdendo a soberania e ganhando dependência dela.

África, a sogra da América Latina

“A China tem fome”, começa dizendo Barletti, em uma conversa com Diálogo. “Tem fome de desafiar a supremacia ocidental em várias partes do mundo e recuperar um lugar histórico com o mandato do nacionalismo.” Barletti se refere à conquista delineada pela China, disputando com o Ocidente a liderança e, assim, tornando-se uma potência mundial por meio do controle absoluto das decisões geopolíticas dos países. “O objetivo é que as decisões futuras não possam ser tomadas de forma soberana sem consultar os desejos da China”, acrescenta.

E, para conseguir isso, a China contou com empréstimos. “Tudo é parte de uma proposta econômica”, diz o jornalista, que também é advogado e especialista em direito público, acrescentando que “trata-se de emprestar dinheiro a países em situações de emergência, mas com a particularidade de que eles não o devolvam”.

É um experimento chinês que começou na África. “Esse é o modelo acabado”, diz Barletti. “A China usou esse continente como uma espécie de laboratório para seu modelo colonizador, que foi bem-sucedido; agora ela busca repetir sua façanha em outros continentes, como a América Latina.”

Barletti condena a África, dizendo que, precisando desesperadamente de investimentos, ela se curvou para se tornar um continente dependente da China. “Hoje, 50 por cento dos grandes projetos de construção da África são controlados por 10.000 empresas chinesas”, declara Barletti. “Não é coincidência então que a dívida pública africana não deixou de crescer.” Em sua investigação, o jornalista revela que, desde 2000, a dívida pública da África passou de 35 por cento do PIB para 50 por cento, e a China é seu principal credor. A isto se somam outros dados preocupantes revelados pelo Banco Mundial em 2020, ao assegurar que sete países africanos estão em dificuldades de endividamento, devido ao volume de empréstimos chineses.

Esta é uma situação alarmante que, de acordo com Barletti, está sendo replicada na América Latina. “A África é aquela sogra a ser observada, é o espelho do que vai acontecer na América Latina se os líderes latino-americanos não colocarem freios nisso.”

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Foto de arquivo do pessoal do Exército de Libertação Popular da China, que participa da cerimônia de inauguração da nova base militar da China em Djibuti, em 1º de agosto de 2017. (Foto: AFP)

Poder com carteira aberta e usura

Desde o início do século, o mundo tem visto como a importância econômica e política da RPC na América Latina e no Caribe não parou de crescer. O aumento das relações econômicas e comerciais entre o país asiático e a América Latina tem sido constante, a tal ponto que a China deixou de ser insignificante nas economias dos países da região, para ser hoje o segundo maior parceiro comercial. Mas a grande pergunta a ser respondida é: Como a China conseguiu isso em tão pouco tempo? Quais são seus interesses e que benefícios traz essa relação comercial tão estreita para a região mais distante do país asiático e tão diferente política e culturalmente? “Nenhum”, responde prontamente Barletti.

O jornalista afirma que a penetração da China tem sido marcada por uma estratégia sigilosa baseada no que ele chama de “carteira aberta”. Ele se refere à China como o usurário da região, tendo se tornado um credor de emergência para os países que têm mais dificuldade de acessar empréstimos convencionais, prometendo-lhes dinheiro e convidando-os a participar da iniciativa Cinturão e Rota, que foi projetada para adquirir domínio econômico e político global.

De acordo com as investigações de Barletti, 60 por cento dos países que fazem parte dessa iniciativa têm o que é chamado de crédito lixo. “Ou seja, não têm acesso a organizações multilaterais de crédito”, explica o autor, acrescentando que “quando Pequim atua como credor alternativo, não lhe interessa a legitimidade do governo, nem sua capacidade de retorno financeiro, porque, no fim das contas, o que quer é que não lhe paguem”.

Barletti fala da armadilha da dívida como estratégia da China para ganhar influência política e poder econômico e explica: “por meio da dívida, a China vincula os países para influenciar posições ou determinações que levam à sua perda de soberania”.

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Um membro da comunidade uigur segura um cartaz, enquanto participa de uma manifestação para pedir ao Parlamento britânico que reconheça a perseguição da minoria muçulmana da China como genocídio e crimes contra a humanidade, em Londres, em 22 de abril de 2021. (Foto: Justin Tallis/AFP)

Influência vs. dinheiro

É assim que a América Latina se tornou o fantoche da região, diz Barletti, ao mencionar vários exemplos da manipulação da carteira aberta da China para atingir seus objetivos.

Um deles é a falta de apoio que os países democráticos receberam quando Michelle Bachelet liderou uma comitiva, em 2021, enviada para solicitar uma investigação e condenação da China pelas violações contra a minoria muçulmana uigur e os centros de detenção em Xinjiang. “A China não foi condenada, porque vários países da América do Sul e da África votaram a seu favor […].”

Outra das graves alegações feitas pelo jornalista é a pesca ilegal. “É um exército de navios construídos em estaleiros estatais, com tripulações chinesas, que também recebem subsídios estatais para combustível e construção de novos navios e apoio do Exército de Libertação Popular, para localizar áreas de pesca”, diz o especialista. Segundo explica, todos os anos, essas frotas saem da China, atravessam o Pacífico e se instalam ao largo do México, Equador, Chile, cruzam o Estreito de Magalhães e, durante quatro meses, ancoram no limite do mar da Argentina, especialmente em busca de lulas, o recurso pesqueiro mais valorizado do Atlântico Sul.

De acordo com um relatório elaborado pela ONG de conservação Oceania, entre janeiro de 2018 e abril de 2021, dados de satélite mostram que 400 embarcações chinesas saquearam as águas frente ao território argentino. A pesca ilegal de forma e de território também está causando a depredação de animais marinhos e um alto impacto ambiental, mas os países mais afetados não estão se manifestando sobre isso. “Não há uma atitude firme em relação a essa situação delicada, porque isso significaria brigar com a China e eles perderiam ainda mais se a China cortar sua carteira.” Barletti também adverte sobre a projeção de poder geopolítico dessa atividade ilegal: “a frota pesqueira da China é mais do que uma preocupação comercial porque, por meio dela, Pequim também está reforçando sua presença naval e reclamando rotas marítimas preciosas”.

Outro exemplo dado pelo autor é o porto de Chancay, no Peru, do qual a China é a maior acionista. “Está sendo construído um megaporto que viola todas as normas ambientais e ninguém levanta a voz, ou os poucos que o fazem são pequenas organizações ambientais que reclamam do desastre ecológico que está sendo causado por um porto sem nenhuma previsão ambiental, que não está destruindo apenas o meio ambiente, mas também um povo inteiro, e por quê? Tudo porque a carteira chinesa é muito forte e o país onde a China mais penetrou na América Latina foi o Peru.”

De acordo com China Index 2022, uma iniciativa do think tank Doublethink Lab, que classifica a penetração da China no mundo, o Peru é o país latino-americano com maior influência e o quinto entre os 82 países avaliados globalmente.


Imagem
Foto de arquivo. O navio patrulheiro oceânico ARA Bouchard (à esq.), da Marinha Argentina, detectou e capturou o navio chinês Hong Pu 16, por pescar ilegalmente em águas argentinas, em 5 de maio de 2020. (Foto: Marinha da Argentina)

Perda de ativos e dependência

O peso da influência que a China obteve por meio de empréstimos exorbitantes pode custar muito caro para os países receptores, que, de acordo com Barletti, pagarão um preço alto em termos de perda de ativos e dependência. O setor ferroviário é um exemplo disso, diz Barletti. “A China desembolsa dinheiro para que os países comprem seus trens, comprem os trilhos da China, para que depois os países fiquem presos à compra de todas as peças de reposição em seus países e, além disso, para que o pessoal chinês venha fazer a manutenção e os reparos. Portanto, não é que a China esteja emprestando aos países para modernizar as ferrovias, mas para ajudar a China a financiar seu setor ferroviário, pois, caso contrário, eles poderiam comprar trens da Bélgica com o dinheiro que a China está emprestando a eles? A resposta é não.” E ele continua, dando exemplos concretos, quanto “à situação que está acontecendo na Argentina com o sistema ferroviário, em Santiago do Chile com o metrô, a mesma coisa que vai acontecer em Bogotá e que já está acontecendo com o trem Maya no México”, disse.

Mas seu interesse não é apenas por meio de investimentos em infraestrutura; também cria dependência nos vários setores de insumos e recursos naturais que exportam para a China. “Um exemplo disso é o que está acontecendo na Argentina com a soja: 80 por cento da produção de soja, sua farinha, óleo, todos os seus produtos são exportados para a China, e hoje a China já comprou empresas na Argentina que têm portos, que têm fábricas de processamento de sementes oleaginosas, o que significa que 20 por cento da soja da Argentina já vem de empresas chinesas sediadas na Argentina.”

Em termos de aquisição de ativos, o caso clássico do que é conhecido como armadilha da dívida, um exemplo claro do que poderia acontecer na região é o porto do Sri Lanka. Apesar de estudos de viabilidade concluírem que um porto na cidade de Hambantota não seria lucrativo, o governo do Sri Lanka aceitou um empréstimo de US$ 1.080 milhões de Pequim para a construção do porto com uma condição. “A mesma de sempre”, diz Barletti, “que o grupo Communications Construction Company [CCCC], uma das maiores empresas estatais da China e executora do Partido Comunista Chinês no mundo, construísse o porto. Mas o projeto fracassou e Pequim cobrou. “Executou a hipoteca e o Sri Lanka acabou entregando as operações portuárias à China por 99 anos, e agora a China está construindo uma base naval no local e navios de guerra já estão chegando. Esse é o negócio deles”, afirmou Barletti.

No Equador, a situação foi semelhante. A usina hidrelétrica de Coca Codo Sinclair, o mais importante projeto de infraestrutura da história do país, foi construída pelos chineses e hoje apresenta inúmeras falhas de construção. “Ela não funciona nem com 12 por cento de sua capacidade e os chineses perdoaram uma parte da dívida em troca de uma concessão por 30 anos; em outras palavras, os chineses geram a eletricidade e a vendem ao Equador.”

Perda de soberania

Talvez, de todos os riscos apresentados por Barletti, a perda de soberania seja o mais preocupante. “Esse já é o ponto de inflexão”, diz o autor. A América Latina cedeu à China espaços que dificilmente conseguirá recuperar, como, por exemplo, os terrenos onde estão localizadas as 11 bases espaciais que a China já tem na região. “Essas bases são administradas pelo Exército de Libertação Popular, onde os países, detentores da soberania, não podem entrar sem autorização.” De acordo com a investigação de Barletti, baseada em estudos e dados documentados, são bases para a espionagem. “De lá, a China monitora tudo o que acontece nos satélites que orbitam a América Latina e o Hemisfério Sul.”

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A Estação Espacio Lejano na província de Neuquén, que chama bastante a atenção por seu potencial uso duplo e tem sido envolvida em controvérsias, é o resultado de acordos entre a Direção Geral de Controle de Lançamento e Rastreamento de Satélites da China e a Comissão Nacional de Atividades Espaciais da Argentina. (Foto: Comissão Nacional de Atividades Espaciais da Argentina)

Vigilância e fim das liberdades: a maior ameaça

Entre as manobras assustadoras da China para cumprir seu plano de dominação mundial que revela o autor, a espionagem é uma das principais prioridades. “A China está avançando pela força da vigilância, como aconteceu em 4 de fevereiro de 2023, com um balão espião que sobrevoou os Estados Unidos, a Colômbia e o Peru.” Seu olho controlador – como diz o jornalista – se estende além de suas fronteiras e, por meio de várias táticas, a China consegue vigiar seus cidadãos no exílio e os países onde penetrou. “Ela faz isso por meio de delegacias de polícia clandestinas”, diz Barletti. De acordo com os dados de sua investigação da organização internacional Safeguard Defenders, na América do Sul há delegacias secretas da polícia chinesa em Quito e Guayaquil, no Equador, Viña del Mar, no Chile, Rio de Janeiro e São Paulo, no Brasil, e Buenos Aires, na Argentina.

Mas também o faz, de acordo com as investigações, por meio de suas empresas, como a Huawei, por exemplo. A investigação de Barletti reflete que todas as empresas chinesas com mais de 500 pessoas são obrigadas a ter um membro do Partido Comunista em seu conselho, mas não apenas isso, mas, por lei, qualquer empresa chinesa é obrigada a fornecer todas as informações que coleta ao Partido Comunista Chinês, e isso se aplica a todos os tipos de empresas, incluindo empresas de tecnologia. “Isso é o que mais deveria preocupar os governantes. O fato de que a China esteja tentando transferir as ameaças às liberdades individuais para a região, de modo que nenhum país possa tomar decisões soberanas sem antes consultar o Partido Comunista, é muito sério”, condena Barletti.

Fim da anestesia?

Embora o quadro apresentado por Barletti pareça cinzento, o jornalista garante que a China está em um declínio relativo de poder. “O ponto de inflexão foi a COVID-19”, diz Barletti, convencido de que a pandemia abriu os olhos do mundo. “Quando a China se fecha, a economia mundial sofre uma crise e os alarmes disparam, porque eles percebem a dependência econômica de todos os países em relação à China.”

Desde então, diz Barletti, os países começaram a tomar medidas concretas e conjuntas, para conter o plano colossal da China, o que não teriam feito até então. Um exemplo disso é a conquista da China pelos mares. “O último grande avanço que a China tentou foi a compra do porto comercial de Hamburgo, o maior e mais importante da Alemanha e o terceiro maior da Europa; mas a pressão dos EUA e da Alemanha impediu a compra de quase 100 por cento e, no final, eles concordaram com 24,9 por cento, mas com a condição de proibir qualquer aquisição acima do limite de 25 por cento e de dar a si mesmos o direito de veto.” A China passou de uma participação estratégica, com uma minoria de bloqueio, para uma simples participação financeira.

A esse freio soma-se outro ainda mais poderoso, o da guerra fria tecnológica. “Quem controlar os semicondutores vai dominar o mundo”, diz Barletti. E ele conta como a China já está lutando para vencer essa batalha em que os minutos valem ouro. “Na Holanda, há uma fábrica que é a única no mundo que produz uma parte mínima, mas necessária, dos microchips mais avançados do mundo e que tinha um acordo assinado com os chineses. No entanto, a pressão do Ocidente fez com que a Holanda rescindisse o contrato e a China vai ficar três ou quatro anos para trás.”

Essas são apenas algumas das ações diretas que estão sendo tomadas contra o poder chinês. As reações também estão ocorrendo na África. “Depois de quase meio século desde a chegada da China, esse continente está acordando”, comenta Barletti. “O desejo de Xi Jinping de fazer que o exemplo africano, baseado no financiamento de infraestrutura, seja o espelho no qual os países em desenvolvimento podem se ver refletidos, parece estar crepitando.” Entre algumas das ações reveladas pelo autor, estão as denúncias feitas em fevereiro deste ano pela República Democrática do Congo contra as violações de Pequim a um acordo assinado para o desenvolvimento de infraestrutura em troca da exploração de minerais congoleses. “Embora tenham pago caro, eles já estão reagindo”, acrescenta Barletti.

Embora haja países que se tornaram mais conscientes, há outros que permanecem adormecidos, como a Colômbia, condena o autor. “A China viu a Colômbia como um dos países onde há pouca ou nenhuma consciência sobre o perigo chinês”, diz o especialista, acrescentando: “eu não vejo nenhum alerta na Colômbia, ninguém está levantando a voz sobre o que está acontecendo e os chineses, sem dúvida, tirarão proveito dessa situação”.

Imagem
O navio de rastreamento de satélites e mísseis balísticos Yuan Wang 5, do Exército de Libertação Popular, chega ao Porto de Hambantota, no Sri Lanka, que foi arrendado à China por 99 anos, em 16 de agosto de 2022. (Foto: Ishara S. Kodikara/AFP)

Colocando freios na China

Mas Barletti não parece estar preocupado com a letargia em que alguns países continuam a se deixar embalar diante da penetração da China, como seria de se esperar, porque o especialista tem sua própria previsão. “Não é que eles não conseguirão, porque o mundo vai impedi-los, mas o próprio regime autocrático deles, juntamente com o declínio econômico pelo qual estão passando, será a força vital que afogará esse projeto.”

O autor fala sobre a crise econômica pela qual está atravessando a China, passando de um crescimento de 8 por cento para 3 por cento. “É uma catástrofe”, exclama. Soma-se a isso o envelhecimento da população, fábricas e empresários que estão indo embora e uma grande desconfiança em relação às empresas de construção, o que, segundo o autor, causará sérios problemas internos que colocarão a China entre a espada e a parede. “Em 1980, após o massacre na Praça Tianamen, o povo chinês abriu mão de suas liberdades em troca de benefícios econômicos, tão entorpecido que estava, que não sentiu nem mesmo o cheiro da Primavera Árabe. O problema agora é que nem isso eles terão, porque a crise econômica chinesa está atingindo todos os lugares e as pessoas vão se revoltar”, diz Barletti.

O prognóstico de Barletti, após mais de três anos de investigação, é que o plano da China de se tornar a maior potência mundial pode não dar em nada. Ele se preocupa com a extensão em que essa situação afetará os países latino-americanos que hoje são tão dependentes da economia chinesa. “A China começará a andar em uma corda bamba e terá que decidir se executa sua hipoteca e afunda os países da região ou se mantém a influência política e continua a lançar boias salva-vidas, mas boias salva-vidas de chumbo, porque no final elas afundarão”, assim conclui Barletti suas reflexões de alerta.

https://dialogo-americas.com/pt-br/arti ... sua-cauda/




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Re: China...

#1566 Mensagem por akivrx78 » Dom Out 29, 2023 6:22 pm

Equipamentos militares chineses pouco confiáveis: perigo para a segurança nacional

POR JULIETA PELCASTRE/DIÁLOGO
OUTUBRO 20, 2023
Em um cenário global em que as opções de compra podem determinar a segurança de uma nação e até mesmo a vida de seus cidadãos e militares, a qualidade dos produtos chineses está mais uma vez emergindo como um tópico de debate. As preocupações crescentes atingiram um tom febril, especialmente após o incidente em Birmânia.

“Sim, persistem grandes preocupações sobre a qualidade dos produtos chineses, apesar das alegações de melhorias”, disse à Diálogo, em 3 de outubro, Euclides Tapia, professor sênior de Relações Internacionais da Universidade do Panamá. “A comparação com a industrialização em outros países aumenta as dúvidas sobre os padrões de qualidade da indústria chinesa.”

Em novembro de 2022, o site de notícias do setor aeroespacial e de defesa Global Defense Corp informou que as forças armadas birmanesas haviam imobilizado suas aeronaves chinesas JF-17, devido a sérios problemas estruturais e em seus motores. Os problemas na Birmânia ainda não foram corrigidos e, atualmente, 11 aeronaves JF-17 foram declaradas “impróprias para operações”.

Falhas mecânicas

O caso da Birmânia exemplifica a necessidade de ser extremamente cauteloso ao fazer investimentos que coloquem em risco a segurança de uma nação. “Isso deve servir como um exemplo claro para outros países. Estamos falando de um produto que não é trivial; se a qualidade não atender às expectativas, as perdas serão significativas”, acrescentou Tapia.

De acordo com a revista de negócios Business Today da Índia, os JF-17 Thunder da Birmânia foram projetados pela Corporação de Indústrias Aeronáuticas de Chengdu da China, mas produzidos e fornecidos pelo Complexo Aeronáutico do Paquistão, entre 2019 e 2021.

Essas aeronaves fazem parte de um acordo assinado pela junta militar da Birmânia em 2016 para adquirir o JF-17. Logo após a entrega do primeiro lote, a Força Aérea da Birmânia foi forçada a deixar as aeronaves em terra, depois de detectar falhas de funcionamento e defeitos estruturais, afirmou. Situações semelhantes ocorreram com as novas frotas adquiridas em 2022, declarou. Dois anos antes, em setembro de 2020, um JF-17 Thunder da Força Aérea do Paquistão caiu perto de Pindigheb, devido à cauda estabilizadora da aeronave ter se soltado em seu primeiro voo, enquanto decolava.

Imagem

Foto de arquivo. Oficiais militares observam uma aeronave JF-17 Thunder durante a Exposição e Seminário de Defesa (IDEAS) 2022, no Expo Center de Karachi, Paquistão, em 16 de novembro de 2022. O JF-17 foi descrito como defeituoso, incluindo problemas de baixa resistência, escassa precisão e radar de interceptação aerotransportado pouco confiável, para citar alguns. (Foto: Rizwan Tabassum/AFP)

As aeronaves em questão, que usam motores russos, são caras para operar e manter. Embora tenham certos sistemas avançados, seus materiais e mão de obra são de qualidade muito baixa e não possuem recursos essenciais, como mísseis Além do Alcance Visual (BVR) e radar de interceptação, o que limita sua eficácia em combate, disse Business Today.

Além dessas desvantagens, somam-se outros problemas adicionais, como a falta de resistência estrutural do corpo da aeronave para suportar a força gravitacional e ventos fortes, especificou Narinjara News.

O Exército da Birmânia “está frustrado”, porque a inatividade dos aviões está impedindo seus planos de fortalecer seu poder aéreo, disse Narinjara News.

“Comprar um produto chinês como esse é como jogar dinheiro fora e colocar em risco a segurança de seus cidadãos”, disse Tapia. “É fundamental que os governos sejam mais cautelosos ao comprar produtos de uma nação que, como a China, não tem o prestígio de países que ocupam posições mais altas no ranking mundial em termos de qualidade, como os Estados Unidos ou Israel.”

A China não possui os padrões internacionais necessários para ser considerada uma produtora confiável de armamentos infalíveis, acrescenta Tapia. Portanto, é essencial ter cautela ao considerar essas aquisições militares. “Os produtos ocidentais os superam em muito”, afirmou.

Obstáculos

O Paquistão também enfrenta desafios com outros produtos adquiridos da China, como um tanque de batalha principal para artilharia e defesa aérea. Esses equipamentos adquiridos nos últimos anos tiveram problemas de serviço e desempenho, levantando preocupações sobre a confiabilidade e a qualidade das aquisições chinesas, informou o jornal The Print India.

A Força Aérea Argentina está atualmente em processo de negociações para modernizar sua frota de aeronaves em curto prazo. Entre as opções que estão sendo consideradas, estão o JF-17 da China, informou o jornal argentino El Cronista, em 27 de setembro.

Os países devem ter cuidado ao considerar acordos militares com a China porque, embora Pequim se esforce para vender produtos nas áreas militares, espaciais e aeronáuticas, assim como os russos, seu controle de qualidade é péssimo e nunca atende aos padrões internacionais, explicou Tapia. “Eles negligenciam isso por causa de suas ambições de controle internacional.”

“A experiência da [Birmânia] e o caso do Sri Lanka, que acabou abrindo mão de um porto, por causa da armadilha financeira chinesa, são exemplos claros. Os países devem aprender com essas experiências amargas e evitá-las, para não comprometer sua soberania e seus recursos em acordos que podem ser prejudiciais a curto e longo prazo”, alertou.

É essencial garantir que o armamento proposto tenha sido usado com sucesso anteriormente, antes que qualquer compra seja considerada. Caso contrário, há um risco significativo na aquisição de produtos chineses, que podem ser potencialmente perigosos.

“A China enfrenta grandes recusas para colocar seus equipamentos, a menos que recorra a práticas questionáveis, como suborno de funcionários do país comprador. Isso é especialmente preocupante, quando se trata de aeronaves e armamentos militares. Curiosamente, a China não utiliza nenhuma aeronave JF-17 em sua frota da Força Aérea”, ressaltou Tapia.

https://dialogo-americas.com/pt-br/arti ... -nacional/




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#1567 Mensagem por akivrx78 » Sáb Nov 04, 2023 10:49 am

Estudante de Hong Kong condenado por postagens online no Japão
19 horas atrás

Um tribunal de Hong Kong condenou uma mulher de 23 anos a dois meses de prisão por sedição. As acusações estão relacionadas a postagens que ela fez nas redes sociais enquanto estudava no Japão.

O estudante foi acusado de fazer comentários pró-independência no Facebook e em outros lugares a partir de 2018.

Ela regressou a Hong Kong em Março e foi presa sob suspeita de violar a lei de segurança nacional do território. As acusações mais tarde foram enquadradas na lei de sedição.

Um tribunal disse na sexta-feira que a mulher tentou incitar a desconfiança no governo central através de 13 mensagens online, das quais 11 foram feitas no Japão.

As autoridades chinesas estão a reforçar os controlos sobre a liberdade de expressão sob a liderança do Presidente Xi Jinping.

A decisão do tribunal aumenta os receios de que as pessoas sejam punidas em Hong Kong pelas suas ações no exterior.

https://www3.nhk.or.jp/nhkworld/en/news/20231104_03/




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#1568 Mensagem por akivrx78 » Sáb Nov 25, 2023 5:59 pm





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#1569 Mensagem por akivrx78 » Sáb Nov 25, 2023 6:01 pm





A coisa ta feia na China não tem emprego.




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Re: China...

#1570 Mensagem por Naval » Sáb Nov 25, 2023 7:36 pm

Se tá feia a coisa na China imagina no Japão então que está em recessão. Acho engraçado acreditar nesse think thank norte americano. Claro que vai ser sempre tendencioso. A razão dele existir é denegrir a imagem da China.




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Re: China...

#1571 Mensagem por akivrx78 » Dom Nov 26, 2023 3:00 am

Naval escreveu: Sáb Nov 25, 2023 7:36 pm Se tá feia a coisa na China imagina no Japão então que está em recessão. Acho engraçado acreditar nesse think thank norte americano. Claro que vai ser sempre tendencioso. A razão dele existir é denegrir a imagem da China.
Mas no Japão emprego não falta, na verdade, o Japão era para ter tido um declínio muito maior nos últimos 30 anos, isto não ocorreu porque as mulheres começaram a trabalhar, agora a China tem uma grande população falta de empregos é um grande problema.



O que aconteceu com a economia do Japão?
País, em vez de ser uma história de advertência, é uma espécie de modelo

26.jul.2023 às 21h00

THE NEW YORK TIMES
Espero que pelo menos alguns dos meus leitores sejam jovens demais para se lembrarem disso, mas no início dos anos 1990 muitos americanos –especialmente os analistas, mas também líderes empresariais e uma boa parte do público em geral– estavam obcecados pela ascensão do Japão.

Dois dos livros mais vendidos em 1992 foram o romance "Sol Nascente", de Michael Crichton, sobre o que ele imaginava ser a crescente e sinistra influência das corporações japonesas, e "Head to Head: The Coming Economic Battle Among Japan, Europe and America" [Cabeça a cabeça: A próxima batalha econômica entre Japão, Europa e América], de Lester Thurow.

Agora é fácil esquecer, mas gosto de lembrar às pessoas como as livrarias dos aeroportos estavam cheias de brochuras com guerreiros samurais nas capas, pretendendo ensinar os segredos da administração japonesa.

O momento dessa obsessão pelo Japão foi impecável: ocorreu quase na hora exata em que a notável ascensão do Japão se transformou num declínio constante de seu poder econômico.

Atualmente, o foco da ansiedade sobre a concorrência global mudou do Japão para a China, que é uma superpotência econômica de boa-fé: ajustada pelo poder de compra, sua economia já é maior que a dos Estados Unidos. Mas a China parece estar vacilando ultimamente, e alguns têm se perguntado se seu caminho futuro poderá ser semelhante ao do Japão.

Minha resposta é que provavelmente não –que o da China será pior. Mas para entender por que digo isso você precisa saber algo sobre o que aconteceu com o Japão, que não foi a catástrofe que muitas pessoas imaginam.

Aqui está a história que você deve ter ouvido: no final dos anos 1980, o Japão experimentou uma monstruosa bolha de ações e imóveis, que acabou estourando. Mesmo agora, a média das ações do Nikkei está significativamente abaixo do pico atingido em 1989. Quando a bolha estourou, deixou bancos com problemas e um excesso de dívida corporativa, o que levou a uma geração de estagnação econômica.

Há alguma verdade em certos aspectos dessa história, mas falta o fator mais importante no declínio relativo do Japão: a demografia. Graças à baixa fertilidade e à falta de vontade de aceitar imigrantes, a população em idade produtiva do Japão vem diminuindo rapidamente desde meados da década de 1990.

A única maneira como o Japão poderia ter evitado um declínio relativo no tamanho de sua economia seria alcançar um crescimento muito mais rápido da produção por trabalhador do que outras grandes economias, o que não aconteceu.

Diante dos dados demográficos, entretanto, o Japão não se saiu tão mal. Ajustado pela demografia, o Japão alcançou um crescimento significativo: registrou um aumento de 45% na renda real per capita em atividade. Os Estados Unidos se saíram ainda melhor, mas isso dificilmente se encaixa na narrativa da estagnação japonesa.

Espere, há mais. Gerir uma economia com uma população em idade ativa em declínio é difícil, porque o baixo crescimento populacional tende a levar a um fraco investimento. Essa observação está no cerne da hipótese da estagnação secular, que diz que nações com crescimento populacional fraco tendem a enfrentar dificuldade persistente para manter o pleno emprego.

No entanto, o Japão conseguiu, de fato, evitar o desemprego em massa, ou mesmo problemas em massa de qualquer tipo.

A porcentagem de homens empregados em idade ativa permaneceu alta no Japão; na verdade, consistentemente superior à dos Estados Unidos.

E os jovens? O Japão teve um aumento do desemprego juvenil (de 15 a 24 anos) na década de 1990, mas esse aumento foi revertido desde então.

Aqui estão, via Banco Mundial, as estimativas da Organização Internacional do Trabalho sobre o desemprego juvenil no Japão e, como o assunto está chamando a atenção, na China.

Portanto, o desempenho econômico do Japão desde os dias em que todos pensavam que ele dominaria o mundo tem sido realmente muito bom. É verdade que o emprego foi sustentado em parte por grandes gastos deficitários, e a dívida japonesa disparou, mas as pessoas vêm prevendo uma crise da dívida japonesa há décadas, e ela não se concretizou.

De certa forma, o Japão, em vez de ser uma história de advertência, é uma espécie de modelo –um exemplo de como administrar uma evolução demográfica difícil enquanto permanece próspero e socialmente estável.

Embora seja difícil de quantificar, muitas pessoas com quem conversei dizem que a sociedade japonesa é muito mais dinâmica e culturalmente criativa do que muitas pessoas de fora imaginam. O economista e blogueiro Noah Smith, que conhece bem o país, diz que Tóquio é a nova Paris. Dada a barreira do idioma, eu principalmente tenho que acreditar na palavra dele, embora, tendo sido levado por Tóquio pelos habitantes locais, eu possa confirmar que a cidade tem muita vitalidade.

É verdade que essa mesma barreira linguística significa que Tóquio provavelmente não pode desempenhar o mesmo papel na cultura global que Paris já desempenhou. Mas os japoneses estão claramente obtendo grande sucesso com um urbanismo sofisticado; se você pensa no Japão como uma sociedade cansada e estagnada, está enganado.

O que me leva à pergunta que levantei no início desta coluna: a China será o próximo Japão?

Existem algumas semelhanças óbvias entre a China atual e o Japão em 1990. A China tem uma economia descontroladamente desequilibrada, com muito pouca demanda de consumo, mantida à tona apenas por um setor imobiliário hipertrofiado, e sua população em idade ativa está diminuindo.

Ao contrário do Japão em 1990, a maior parte da economia chinesa ainda está bem atrás da fronteira tecnológica, portanto deveria ter melhores perspectivas de rápido crescimento da produtividade, mas há preocupações crescentes de que a China possa ter caído na "armadilha da renda média" que parece afligir muitas economias emergentes, que crescem rapidamente, mas apenas até certo ponto, e depois estagnam.

No entanto, se a China está caminhando para uma desaceleração econômica, a pergunta interessante é se ela pode replicar a coesão social do Japão –sua capacidade de administrar um crescimento mais lento sem problemas em massa ou instabilidade social. Definitivamente, não sou um especialista em China, mas há algum indício de que a China, especialmente sob um regime autoritário errático, seja capaz disso? Observe que a China já tem um desemprego juvenil muito maior do que o Japão jamais teve.

Portanto, não, a China provavelmente não será o próximo Japão, economicamente falando. É provável que seja pior.

Tradução de Luiz Roberto M. Gonçalves
https://www1.folha.uol.com.br/colunas/p ... apao.shtml



Sem dinheiro, sem empregos... A “partilha de camas” entre os jovens está a aumentar nas grandes cidades da China.

22 de agosto de 2023

Nas grandes cidades da China, os jovens que não têm condições de pagar a renda partilham camas e dormem juntos.

Anúncios oferecendo aluguel “mesmo quarto, mesma cama” estão proliferando nas redes sociais.

Este sistema permite que dois jovens durmam na mesma cama ao mesmo tempo e paguem metade do aluguel um ao outro.

Nas grandes cidades da China, os jovens que lutam para sobreviver encontraram uma forma de sobreviver – partilhando a cama com estranhos.

Num momento em que a China enfrenta uma crise de desemprego juvenil, estão a ser publicados anúncios na plataforma de redes sociais chinesa Xiaohongshu, pedindo às pessoas que partilhem camas em cidades como Xangai e Pequim.

Isso é diferente de “roupas de cama quentes”, que é uma tendência em países como a Austrália, onde as pessoas economizam dinheiro no aluguel revezando-se no compartilhamento de camas. Na China, os “companheiros de cama” dormem na mesma cama ao mesmo tempo e dividem o aluguel.

Este acordo está a dar aos jovens a oportunidade de pensar em novas formas de manter limites com os outros.

O bordão “Mesmo quarto, mesma cama, futons diferentes” é frequentemente visto em postagens que procuram companheiros de cama. Uma jovem que anunciava uma cama no distrito de Baoshan, em Xangai, escreveu algo semelhante.

"Eu não ronco. Às vezes falo enquanto durmo. Acordo por volta das 9h e vou para a cama por volta das 21h. Terça-feira é meu dia de folga", postou a mulher.

A mulher escreveu que não conseguiu pagar o aluguel sozinha depois que a amiga se mudou. “Espero poder continuar vivendo com minhas companheiras”, disse ele.

A mulher disse que a sala era “espaçosa, com janela saliente, carpete e duas mesas e cadeiras”.

Vários usuários interessados ​​responderam a esta postagem.

“Estou muito interessado. Adoraria conversar com você”, comentou um usuário. No final de julho, a mulher que postou o anúncio escreveu que havia encontrado um locatário para agosto.

Outro anuncia um espaço para dormir no centro de Pequim por 1.850 yuans (cerca de 37 mil ienes) por mês. ``Mulheres que gostam de beleza'' são bem-vindas.

“Muitas vezes fico fora de casa, das 22h às 7h, todos os dias. Minha cama é enorme”, escreveu o autor, junto com uma foto mostrando o interior do quarto, incluindo uma máquina de lavar e uma pequena cozinha.

“Ainda posso alugar este lugar?”, perguntou um usuário.

“Quero viver uma vida normal sem ter que me preocupar em pagar aluguel.”
Essa tendência vem atraindo mais atenção desde que foi publicada em artigo na revista Shinshukan, no início de julho.

“Embora estes tipos de acordos de aluguer possam parecer drásticos ou ultrajantes, estas abordagens de aluguer conjunto não são incomuns em cidades de primeira linha”, observa o artigo.

As cidades de primeiro nível geralmente se referem a quatro cidades: Pequim, Xangai, Guangzhou e Shenzhen. De acordo com a Daiichi Financial Economics, o aluguel médio nessas cidades é de 88,15 yuans (cerca de 1.760 ienes) por metro quadrado por mês.

O site de notícias “Youth36kr” relata um exemplo de pessoas que vivem no mesmo quarto e cama nos subúrbios de Pequim.

Os dois, que se conheceram através de Xiaohongshu, não sabiam o nome verdadeiro um do outro ou sua aparência até se conhecerem em seu apartamento, mas cada um recebia 1.500 yuans (aproximadamente 30.000 ienes) por mês. Ele está pagando para alugar este quarto.

Youth36kr relata que os dois concordaram que ela não ronca, não é sonâmbula e não convida homens para seu quarto.

“Eles realizaram o desejo mais simples de viver uma vida normal sem ter que se preocupar em pagar aluguel”.

Jovens sem esperança

De acordo com o Gabinete Nacional de Estatísticas da China, a taxa de desemprego juvenil (para pessoas entre os 16 e os 24 anos na China) foi de 21,3% em Junho, a mais elevada em três meses consecutivos. O compartilhamento de cama surgiu nesta situação.

Embora se espere que 11,6 milhões de novos licenciados entrem no mercado de trabalho em 2023, os trabalhadores da Geração Z foram financeiramente devastados por três anos de pressão brutal causada pela COVID-19.

De acordo com uma pesquisa divulgada em 2023 pela consultora de recursos humanos MyCOS, o salário inicial médio para recém-formados na China era de 5.833 yuans (aproximadamente 116.500 ienes) por mês em 2021.

A perspectiva sombria levou à desconfiança entre os jovens trabalhadores da China, que estão a rejeitar a cultura da agitação, fazendo coisas como “deitar-se” ou posar de zombies para fotografias de formatura.

https://www.businessinsider.jp/post-273838


Ângulo: À medida que os graduados universitários têm mais dificuldade em encontrar emprego na China, os funcionários públicos “não regulares” proporcionam alívio temporário
Ellen Zhang, Marius Zaharia
16 de novembro de 2023

[Pequim/Hong Kong, 14 (Reuters)] - ``Depois de me formar, quero conseguir um emprego em uma empresa relacionada à Internet na China.'' Esse sonho foi frustrado e Peter Liu (24) conseguiu um emprego numa biblioteca nacional. Mas a força de Liu raramente é necessária no trabalho e, em seu tempo livre, ele passa o tempo estudando para mudar sua carreira.

“É realmente difícil conseguir um emprego numa grande empresa”, disse Liu, que se formou em produção televisiva numa universidade em Pequim antes de regressar à casa dos seus pais, na província central de Henan.

Liu encontrou trabalho como bibliotecário graças a uma campanha liderada pelo governo para reservar vagas temporárias para graduados universitários. Analistas dizem que é uma solução de curto prazo para manter a estabilidade social à medida que a economia desacelera e os empregos se tornam mais difíceis para os jovens chineses.

Esses empregos são chamados de “empregos de bem-estar” na China e incluem empregos como recepcionistas, secretárias, guardas de segurança e trabalhadores comunitários. Várias agências governamentais oferecem esses empregos todos os anos e normalmente atraem candidaturas de grupos desfavorecidos, como idosos e pessoas com deficiência.

No entanto, este ano, a escassez de emprego para os jovens na China, a segunda maior economia do mundo, agravou-se. Os licenciados universitários e os economistas dizem que há uma competição feroz entre os jovens licenciados das melhores universidades por cargos em áreas rurais distantes do centro da cidade.

O governo vê o emprego como fundamental para conter o descontentamento entre a geração mais pessimista em décadas. Os analistas dizem que mesmo uma pequena quantidade de experiência profissional para graduados universitários poderia beneficiar futuros empregadores à medida que a economia se recupera.

Esses “empregos assistenciais” têm contratos de 1 a 3 anos. O salário é quase igual ao salário mínimo local, que varia de 2.000 a 3.000 yuans (42.000 a 63.000 ienes) por mês. Às vezes, as refeições são fornecidas gratuitamente. De acordo com uma pesquisa realizada pelo site chinês de busca de empregos Hunting, o salário inicial médio esperado pelos graduados universitários é de 8.033 yuans, o que é significativamente inferior a isso.

Além dos “empregos sociais”, existe um programa para contratar um milhão de estagiários este ano, e empresas estatais e privadas estão sendo convidadas a participar.

O Ministério dos Recursos Humanos e Segurança Social não respondeu aos pedidos de comentários sobre as iniciativas governamentais e o mercado de trabalho. O ministério disse na mídia estatal na semana passada que o emprego entre os jovens estava melhorando.

Ao longo do ano passado, a China aliviou alguns encargos regulamentares para empresas em setores que anteriormente contratavam em grande número, como tecnologia, imobiliário e financeiro. Mas os editoriais dos meios de comunicação estatais apelam aos jovens licenciados para que procurem empregos pouco qualificados.

A taxa de desemprego juvenil atingiu um máximo histórico de 21,3% depois de 11,6 milhões de novos licenciados terem entrado no mercado de trabalho em Junho, e o Gabinete de Estatísticas Nacionais deixou de publicar estes dados em Julho. No dia 15 de novembro, o anúncio foi adiado pelo quarto mês consecutivo.

Não está claro quantas pessoas serão colocadas em cargos temporários ou estágios de curto prazo. No entanto, dado o grande número de publicações nas redes sociais comentando o processo de selecção e discutindo-o como uma opção de carreira, os analistas acreditam que continuará a haver procura por tais oportunidades de emprego, apesar da desaceleração económica.

Mas embora o sector estatal seja responsável por um quinto do emprego urbano da China, estas campanhas apenas proporcionam um alívio temporário da pressão económica a alguns licenciados universitários, salientam os economistas. O problema do desemprego juvenil representará provavelmente uma grande dor de cabeça para o governo chinês a longo prazo.

“O problema do desemprego juvenil continuará por algum tempo, pelo menos cinco a 10 anos”, disse Wang Jun, economista-chefe da Huatai Asset Management. O emprego como trabalhador temporário é “uma medida de curto prazo para manter a estabilidade e aliviar os conflitos sociais causados ​​pelo desemprego”, explica.


Na China, entre o final da década de 1970 e o início da década de 1980, a taxa de desemprego entre os jovens aumentou à medida que jovens com elevados níveis de escolaridade, que tinham trabalhado em zonas rurais, regressavam às cidades sob a direcção do antigo presidente chinês Mao Zedong. O final da década de 1990 também assistiu a um aumento do desemprego juvenil, à medida que o governo começou a reduzir o tamanho dos conglomerados estatais ineficientes.

Chen, de 23 anos, formado em universidade, conseguiu um emprego como secretário em um centro agrícola regional na cidade de Chongqing, no sudoeste, em agosto, vencendo a concorrência de mais de 10 rivais.

"A distância entre os sonhos e a realidade é enorme." Chen diz que queria ser professora.

Tanto Chen quanto Liu, que foi apresentado no início, estão usando seu tempo livre no trabalho para estudar para o concurso público em 2024. Segundo a mídia estatal, o número de candidatos será de 2,6 milhões, o maior de todos os tempos. Se você passar, estará embarcando em uma das carreiras mais invejadas da China. Economicamente, costuma-se dizer que é um caminho que nunca o deixará perdido.

Liu nunca imaginou que iria querer se tornar funcionário público, mas por enquanto ele está grato por pelo menos ter a chance.

“Não quero que meus pais me vejam em casa o dia todo”, disse Liu.

(Tradução: Airkreren)
https://jp.reuters.com/markets/japan/fu ... 023-11-15/




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Re: China...

#1572 Mensagem por akivrx78 » Qui Dez 07, 2023 4:54 pm

Itália anuncia retirada do One Belt One Road, prejudicando a China
2023/12/06

[Roma Kyodo] A versão eletrônica do Corriere della Sera, um importante jornal italiano, informou no dia 6 que o governo italiano notificou o lado chinês de sua retirada da iniciativa da zona megaeconômica da China “Um Cinturão, Uma Rota”. Além das preocupações com o autoritarismo da China, houve queixas de ministros e da comunidade empresarial sobre a falta de benefícios económicos. A Itália é o único membro do Grupo dos Sete (G7) e a sua retirada seria um golpe para a China.

O governo italiano notificou o lado chinês por escrito há três dias. Depois de confirmarem a manutenção de relações amistosas, os governos dos dois países concordaram que nenhum anúncio oficial seria feito.

De acordo com a estatal Italian Broadcasting Corporation (RAI), o Gabinete do Primeiro Ministro italiano respondeu “nenhum comentário” ao relatório. O vice-primeiro-ministro e ministro dos Negócios Estrangeiros e da Cooperação Internacional, Tayani, disse que a retirada "não significa qualquer ação negativa contra a China e permite-nos continuar o nosso excelente relacionamento".

De acordo com a mídia italiana, o primeiro-ministro Meloni teria comunicado informalmente a sua intenção de se retirar da Iniciativa Cinturão e Rota quando se reuniu com o primeiro-ministro chinês Li Qiang na Índia, em setembro deste ano.

https://nordot.app/1105110111293587554




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Re: China...

#1573 Mensagem por P44 » Sex Dez 08, 2023 4:54 pm

Purgas estalinianas no sistema político chinês

https://executivedigest.sapo.pt/noticia ... -da-china/




Triste sina ter nascido português 👎
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akivrx78
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Re: China...

#1574 Mensagem por akivrx78 » Sáb Dez 09, 2023 7:24 am

A ativista política Agnes Chow é livre para falar o que pensa no Canadá

7 de dezembro de 2023 às 12h49 JST

Chovia muito no distrito de Ikebukuro, em Tóquio, quando conheci Chow Ting, ao chegar de Hong Kong em junho de 2019.

Hoje com 27 anos ela é mais conhecida no Ocidente como Agnes Chow.

A franja de Chow ficou encharcada de chuva e grudada em sua testa. Isso a incomodava, e ela ficava mexendo no cabelo enquanto segurava um espelho de mão.

Isto pode parecer estranho, mas fez com que ela parecesse tão “comum” que senti que não combinava muito com a sua personalidade pública como uma activista pró-democracia de alto perfil.

Mas ela disse: “(China) é assustadora. Estou me rebelando porque estou com medo.” Lembro-me claramente da aspereza surpreendente de seu tom.

Quatro anos se passaram desde então, durante os quais ela foi presa duas vezes em Hong Kong. E depois de um longo silêncio, ela postou nas redes sociais no dia 3 de dezembro que havia se mudado para o Canadá em setembro.

A decisão não poderia ter sido fácil. Ela escreveu: “Decidi não voltar (para Hong Kong) e provavelmente nunca mais voltarei pelo resto da minha vida”.

Ela deve ter passado por uma provação e tanto durante a rápida transformação de Hong Kong sob o domínio chinês.

Como condição para obter o passaporte de volta, ela lembrou, ela teve que fazer uma viagem pela China continental. Lá, acompanhada por cinco policiais, ela foi levada a exposições políticas exaltando o Partido Comunista Chinês.

E ao retornar a Hong Kong, ela foi forçada a escrever uma carta de agradecimento às autoridades.


Esses arranjos coercitivos refletem respeito zero pelos sentimentos de uma pessoa.

O que não devemos esquecer é que, em Hong Kong, as pessoas que procuraram a democracia continuam a ser amordaçadas e oprimidas, e muitas estão na prisão.

“Não quero ser forçado a fazer coisas que não quero mais”, escreveu Chow. E agora que deixou Hong Kong, ela continuou: “Posso finalmente dizer o que quero dizer”.

Sinto o peso de suas palavras com tristeza.

https://www.asahi.com/ajw/articles/15077179



Um documentario japones mostrando imagens desde o inicio dos protestos que iniciaram em 2012 quando ela tinha 15 anos, pena que não tem legendas.



Aqui uma entrevista feita depois de decidir se mudar para o Canada.





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knigh7
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Re: China...

#1575 Mensagem por knigh7 » Dom Dez 17, 2023 1:15 pm

POR QUE XI JINPING NÃO CONFIA NO SEU EXÉRCITO?




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