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Mirage: um perigo para a população!

Enviado: Seg Out 18, 2004 12:22 pm
por Brasileiro
Ciência e Tecnologia

Caça rompe barreira do som e causa apreensão

Ruído foi percebido em um raio de até 200 quilômetros de Tramandaí, onde a aeronave fazia um vôo de teste

LEOLELI CAMARGO

Passava das 11h, e o consultor executivo Adolfo Arend, 41 anos, preparava a churrasqueira para assar o churrasco de domingo na cidade de São Jerônimo quando foi surpreendido por um estrondo intenso e assustador. Caminhou até a rua e notou que os vizinhos também haviam percebido o barulho e, como ele, se perguntavam o que teria provocado um som tão forte a ponto de fazer os vidros das janelas estremecerem.

O forte estampido foi gerado por um caça Mirage F 103 da Força Aérea Brasileira (FAB) que ultrapassou a velocidade do som durante um vôo de teste em Tramandaí, no Litoral Norte. A aeronave pertence a um grupamento de defesa aérea que está realizando treinamentos no Estado desde o início do mês.

De acordo com o tenente-coronel Heraldo Luiz Rodrigues, comandante do 1º Grupamento de Defesa Aérea (GDA), com sede na Base Aérea de Anápolis, em Goiás, o estrondo foi gerado quando um dos caças supersônicos ultrapassou a velocidade do som, causando um fenômeno conhecido como estrondo sônico.

O tenente-coronel Rodrigues explicou que é comum aeronaves em treinamento ultrapassarem a velocidade do som ao voarem acima de 10 mil pés (3.048 metros), altura mínima exigida pela FAB para alcançar essa velocidade. Abaixo disso, segundo Rodrigues, o ruído causado seria muito mais intenso e capaz de provocar danos materiais.

- A aeronave em questão voava a 12 mil metros, três vezes mais do que a altura mínima exigida - explicou Rodrigues.

O ruído que assustou a comunidade de São Jerônimo por volta do meio-dia de ontem causou apreensão também em outras cidades gaúchas. Na capital, o Centro Integrado de Operações da Segurança Pública (Ciosp) registrou dezenas de ligações para o Corpo de Bombeiros e para a Brigada Militar. Eram cidadãos assustados em busca de uma explicação para o estrondo.

- Liguei para a minha mãe em Viamão, e ela me contou que tinha escutado o mesmo barulho - contou Loiva Rodrigues, 45 anos, de São Jerônimo.

Segundo Loiva, um estrondo semelhante, só que ainda mais intenso, teria sido escutado na cidade na última quinta-feira, perto das 13h. O comandante do GDA informou que é muito provável que o ruído tenha sido provocado pelo mesmo motivo - velocidade maior do que a do som - durante um exercício de interceptação realizado ao leste de Santa Maria, no centro do Estado.

Este é o primeiro ano em que o GDA, responsável pela defesa aérea do Planalto Central e especialmente da capital do país, realiza testes no Rio Grande do Sul. O objetivo é ampliar a experiência dos pilotos e avaliar a performance das aeronaves em diferentes áreas geográficas do país. Abrigados na Base Aérea de Canoas, 10 aviões, 20 pilotos e 120 homens de apoio realizam treinamentos de aperfeiçoamento até a próxima sexta-feira.

A operação
- Participam do treinamento 10 aeronaves Mirage F 103 e 20 pilotos do Grupo de Defesa Aérea da FAB, sediados na Base Aérea de Anápolis, em Goiânia
- Apenas uma delas provocou o ruído durante um vôo de teste
Os treinos do grupo
- Tiro aéreo - Simulação de combate entre aeronaves realizada sob o mar do Litoral Norte
- Tiro terrestre - Simulação de combate com lançamento de munição em alvos terrestres realizada em um campo de instrução em São Jerônimo
- Vôo de interceptação - Simulação de busca e interceptação de aeronaves inimigas ou seqüestradas próximo a Santa Maria


Imagem

Enviado: Seg Out 18, 2004 1:56 pm
por sergiobraz
OLHA GALERA, MOREI EM ANÁPOLIS POR 5 ANOS, MARAVILHOSOS POR SINAL, E ERA COMUM OUVIRMOS ESTE SOM, ATÉ MESMO EM APRESENTAÇÕES NA BAAN ELES PASSAVAM RAZANTE E À CIMA DA DE MACH 1,(SEMPRE PEDIAM NOS ALTO-FALANTES PARA TAMPAR OS OUVIDOS DAS CRIANÇAS E ALERTAVAM AO PÚBLICO EM GERAL), AGORA UMA QUESTÃO, NESTA REGIÃO NUNCA ACONTECEU ISSO?
E OS F-5 DE CANOAS???

Enviado: Seg Out 18, 2004 3:46 pm
por Diorgenes
Quem escreveu esta reportagem só deve prestar mais atenção na geografia . Base Aérea de Anápolis, em Goiânia ?????Goiania é a capital de goias e Anoplis é outra cidade.

Enviado: Seg Out 18, 2004 4:15 pm
por Vinicius Pimenta
Muito menos sabem português. Ou então nossos Mirage III tem a incrível capacidade submarina! :roll: :lol: :lol: :lol: :lol: Vejam o que está escrito no final do quadro explicativo:

"Apesar de a manobra ter sido realizada sob o mar (...)"

Enviado: Seg Out 18, 2004 9:10 pm
por rodrigo
Vamos perdoar os erros, até porque todos nós já erramos por aqui!

OLHA GALERA, MOREI EM ANÁPOLIS POR 5 ANOS, MARAVILHOSOS POR SINAL, E ERA COMUM OUVIRMOS ESTE SOM, ATÉ MESMO EM APRESENTAÇÕES NA BAAN ELES PASSAVAM RAZANTE E À CIMA DA DE MACH 1

Sergio, em primeiro lugar, o MIRAGE quase não consegue chegar a MACH 1 em vôo rasante. E sobre quebrar a barreira do som em cima do público, é impossível, pois o som e o deslocamento de ar podem até causar a morte das pessoas embaixo. Uma simples passagem à baixa altura quebraria todos os vidros da BAAN. O que acontece é uma passagem em alta velocidade, que já causa um barulho ensurdecedor.

Enviado: Seg Out 18, 2004 9:19 pm
por César
Mas que exagero que a Reportagem tentou passar. Pareceu o fim do mundo, um absurdo o fato do MIII ter quebrado a barreira do som.

Que feio, a população ficou apavorada. :roll: Sinceramente.....

Abraço a todos

César

Enviado: Ter Out 19, 2004 1:05 pm
por Carlos Mathias
Será que o estrondo não foi um pedação do museu voador que quebrou? Tipo assim, uma lata que se soltou e rompeu a barreira do sono? Digo, som? [037] [037] [037]

Enviado: Ter Out 19, 2004 1:14 pm
por Lauro Melo
Apesar das criticas e de certa realidade, uma coisa para mim chama a atenção, a FAB tem nada menos que 16 a 17 Mirage III e todos operacionais. Apesar Da idade ( 32 anos ) e de estarem obsoletos eles não estão “perigosos”, pois se estivessem a FAB não estariam operando estes.
Com certeza a segurança dos pilotos não seria colocada em risco, idem Para A população.
Uma viz li aqui no DB, que as unidades agüentariam mais alguns anos operacionais e que o problema e o abismo tecnológico e não a conservação do avião em si.
Valeu,

Enviado: Ter Out 19, 2004 1:30 pm
por FinkenHeinle
Lauro Melo escreveu:Apesar das criticas e de certa realidade, uma coisa para mim chama a atenção, a FAB tem nada menos que 16 a 17 Mirage III e todos operacionais. Apesar Da idade ( 32 anos ) e de estarem obsoletos eles não estão “perigosos”, pois se estivessem a FAB não estariam operando estes.
Com certeza a segurança dos pilotos não seria colocada em risco, idem Para A população.
Uma viz li aqui no DB, que as unidades agüentariam mais alguns anos operacionais e que o problema e o abismo tecnológico e não a conservação do avião em si.
Valeu,


Isso Mesmo,


Brincadeiras à parte, o fato de a FAB conseguir manter uma boa operacionalidade dos Mirages mostra que essa aí tem bala na agulha.

Enquanto os argentinos estão com seus P-3 e A-4Ar com menos de 50% de operacionalidade, a FAB mostra à que veio. Por isso, penso que uma reformulação das forças, pensada no âmbito do MD seria bastante proveitosa, e, claro, a melhoria dos recursos mostraria que a FAB é uma grande força.

Enviado: Qua Out 20, 2004 10:47 am
por rodrigo
a FAB tem nada menos que 16 a 17 Mirage III e todos operacionais

A notícia que eu tinha era de 13 operacionais. Sendo que 3 em alerta 24hrs e 6 para treino, o resto passeia entre manutenção e treino.

Enviado: Qua Out 20, 2004 2:08 pm
por Analista
Rodrigo,

A notícia que eu tive quando visitei a BAAN em Julho/04 foi que eles tinham 16 Mirrages operacionais. Destes, 4 em alerta 24 horas, sendo 2 armados com mísseis e canhão... pronto para decolar em 7 minutos.

Analista

Enviado: Qua Out 20, 2004 10:14 pm
por alex
Andre escreveu:
Enquanto os argentinos estão com seus P-3 e A-4Ar com menos de 50% de operacionalidade, a FAB mostra à que veio.


Não é bem assim , a MB consta de 08 AF-1 operacionais por questões de custo para seus 28 (aproximadamente) pilotos.
A revista ASAS fale que 18 AMX estão estocados também.
Vamos com calma que não esta muito diferente não

Enviado: Qui Out 21, 2004 9:35 am
por rodrigo
A notícia que eu tive quando visitei a BAAN em Julho/04 foi que eles tinham 16 Mirrages operacionais. Destes, 4 em alerta 24 horas, sendo 2 armados com mísseis e canhão... pronto para decolar em 7 minutos.

O conceito de operacional varia de pessoa para pessoa. Para mim são os aviões em condições em vôo imediato. Mas algumas pessoas consideram operacionais os aviões que podem ser colocados em condições de vôo em até 48 horas. No meu conceito, existem apenas 13 aviões operacionais, se flexibilizarmos o conceito, podemos considerar até que todos os MIRAGE são operacionais.
Em relação ao MIRAGE de alerta, falam até em aviões em hangar subterrâneo, mas não conheço esse tipo de estrutura na FAB. Então, visíveis, só vi 3, armados com mísseis Python 3.

Enviado: Qui Out 21, 2004 11:41 am
por Vinicius Pimenta
O conceito de operacional varia de pessoa para pessoa. Para mim são os aviões em condições em vôo imediato. Mas algumas pessoas consideram operacionais os aviões que podem ser colocados em condições de vôo em até 48 horas. No meu conceito, existem apenas 13 aviões operacionais, se flexibilizarmos o conceito, podemos considerar até que todos os MIRAGE são operacionais.


Concordo que pode variar. Mas o que a FAB considera? Eu concordo com você. Pra mim operacional são aviões com condições de no máximo em 20 minutos estar prontos pro vôo. Não considero avião que só fica pronto pra voar em 2 dias como operacional. Ele está, no máximo, indisponível temporariamente.

Em relação ao MIRAGE de alerta, falam até em aviões em hangar subterrâneo, mas não conheço esse tipo de estrutura na FAB. Então, visíveis, só vi 3, armados com mísseis Python 3.


Essa de hangares subterrâneos da BAAN eu desconheço completamente. A única estrutura subterrânea que eu conheço (que por acaso eu esqueci o nome certo) é um tipo de centro de defesa em Brasília, onde fica o COMDABRA entre outros. Mas esse centro ainda não está completamente pronto. Acho que faltam alguns equipamentos e tal.

Enviado: Sáb Out 23, 2004 10:37 am
por Brasileiro
Barreira do som é rompida de novo

Aeronave da FAB fez vôo de treinamento ontem e causou estrondo em Santa Cruz do Sul

MARCIELE BRUM/ Casa Zero Hora/Santa Cruz do Sul

Um forte estampido ontem de manhã no céu de Santa Cruz do Sul propagou-se por mais de 150 quilômetros, chegando a Alvorada, Canoas e Porto Alegre. É a segunda vez nesta semana que um caça Mirage F 103, da Força Aérea Brasileira (FAB), provoca um estrondo de estremecer janelas ao romper a barreira do som durante treinamento no Estado.

No domingo, uma aeronave gerou o mesmo ruído, em Tramandaí, atingindo uma faixa de 200 quilômetros. Às 8h30min de ontem, o soldado da Brigada Militar de Alvorada Dionício Rocha, 47 anos, foi surpreendido pelo mesmo barulho percebido cinco dias antes. Desta vez, nenhum morador assustado chamou a BM.

- Parecia que uma bomba caía na região. Olhei para o céu e não vi nada. Eu ainda não tinha assimilado o último susto e veio outro. Ainda bem que o eco foi mais fraco - afirma Rocha.

Segundo o tenente-coronel Heraldo Luiz Rodrigues, comandante do 1º Grupamento de Defesa Aérea (GDA), com sede na Base Aérea de Anápolis (Goiás), o caça, com velocidade máxima de 1,8 mil km/h, trocou de motor e fez um vôo experimental para testá-lo. A aeronave partiu da Base Aérea de Canoas.

Às 8h15min de ontem, próximo a Santa Cruz, o Mirage voou mais rápido do que a velocidade do som (340 metros por segundo, cerca de 1,2 mil km/h), gerando o fenômeno. No teste, os militares utilizaram uma área mais aberta para diminuir a intensidade do ruído.

- O avião foi gerando ondas em formato de cone atrás dele. O barulho só foi escutado nos locais atingidos pelas laterais do cone, cerca de 12 segundos após a passagem da aeronave nas cidades - explica o tenente-coronel.

Uma solenidade ontem marcou o fim do treinamento, no Rio Grande do Sul, com 10 aviões, 20 pilotos e 120 homens do GDA. Ontem, o grupo retornou a Anápolis. Desde 28 de setembro, os militares faziam pela primeira vez testes aéreos e terrestres no Estado.

- Até o fim do ano, não retornaremos ao Sul. Mas, se os gaúchos sentirem saudade do barulho, podem nos chamar - brincou.

Em 1989 e 1990, os gaúchos se assustaram ao ouvir estrondos de aviões que romperam a barreira do som na Região Metropolitana e nos vales do Rio Pardo e do Taquari.


Até parece que é surpresa um caça da FAB romper a berreira do som...A FAB faz isso há mais de trinta anos, e só agora estão achando esquisito.