Brigada de Infantaria Paraquedista

Assuntos em discussão: Exército Brasileiro e exércitos estrangeiros, armamentos, equipamentos de exércitos em geral.

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Re: Artigo Brigada de Infantaria Paraquedista

#481 Mensagem por cabeça de martelo » Sáb Fev 04, 2017 4:47 pm

Tropas Especiais, Forças Especiais é outra coisa... :wink:

Em muitas Forças Armadas as unidades Paraquedistas continuam a ter uma enorme importância. Na prática são uma espécie de pau para toda a obra, desde operações típicas de unidades de Infantaria Ligeira de Assalto, passando por operações mais robustas usando meios Mecanizados a rodas, etc. Desde os anos 90 já vi os Páras Portugueses a fazerem desde missões de Força de Protecção a meios aéreos para resgatar nacionais de territórios, missões de manutenção de paz, missões de imposição de paz, QRF, anti-guerrilha, etc.




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Re: Artigo Brigada de Infantaria Paraquedista

#482 Mensagem por FCarvalho » Sáb Fev 04, 2017 5:34 pm

cabeça de martelo escreveu:Tropas Especiais, Forças Especiais é outra coisa... :wink:

Em muitas Forças Armadas as unidades Paraquedistas continuam a ter uma enorme importância. Na prática são uma espécie de pau para toda a obra, desde operações típicas de unidades de Infantaria Ligeira de Assalto, passando por operações mais robustas usando meios Mecanizados a rodas, etc. Desde os anos 90 já vi os Páras Portugueses a fazerem desde missões de Força de Protecção a meios aéreos para resgatar nacionais de territórios, missões de manutenção de paz, missões de imposição de paz, QRF, anti-guerrilha, etc.
Na acepção específica do termo sim, concordo. Mas que são especiais, isso eles lá são. :)

Veja quantas missões diferentes eles estão fazendo hoje, que citastes. Isso não é coisa para tropa comum. Tem que ter "sangue nos zóio" para encarar os tipos de missão que os pqdt's fazem.

Depois dos fuzos navais, é a melhor tropa que um país pode ter. 8-]

abs.




Um mal é um mal. Menor, maior, médio, tanto faz… As proporções são convencionadas e as fronteiras, imprecisas. Não sou um santo eremita e não pratiquei apenas o bem ao longo de minha vida. Mas, se me couber escolher entre dois males, prefiro abster-me por completo da escolha.
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Re: Artigo Brigada de Infantaria Paraquedista

#483 Mensagem por cabeça de martelo » Sex Fev 24, 2017 11:35 am

82nd Airborne Division escreveu:An important stage in our history has come to an end. The Pathfinders are gone.
Born of the catastrophic airborne assaults in Sicily in WWII, the Pathfinders were critical to the Division's mission in St. Mere Eglise on D Day.
The last of out Pathfinders returned from Djibouti earlier this month and yesterday our Pathfinder company deactivated. F Company, 2nd Assault Helicopter Battalion of the 82nd Combat Aviation Brigade, was the Army's last remaining Pathfinder company.
Our Pathfinders will remain an important part of our rich heritage. We will pay tribute to the legacy of the Pathfinder in an upcpoming episode of the All American Legacy Podcast.
:evil:




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Re: Artigo Brigada de Infantaria Paraquedista

#484 Mensagem por Ckrauslo » Sex Fev 24, 2017 3:58 pm

cabeça de martelo escreveu:
82nd Airborne Division escreveu:An important stage in our history has come to an end. The Pathfinders are gone.
Born of the catastrophic airborne assaults in Sicily in WWII, the Pathfinders were critical to the Division's mission in St. Mere Eglise on D Day.
The last of out Pathfinders returned from Djibouti earlier this month and yesterday our Pathfinder company deactivated. F Company, 2nd Assault Helicopter Battalion of the 82nd Combat Aviation Brigade, was the Army's last remaining Pathfinder company.
Our Pathfinders will remain an important part of our rich heritage. We will pay tribute to the legacy of the Pathfinder in an upcpoming episode of the All American Legacy Podcast.
:evil:
Quem vai desempenhar essa função agora quando tiver que fazer grandes assaltos de pqdt?
SOF?




Kept you waiting, huh?
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Re: Artigo Brigada de Infantaria Paraquedista

#485 Mensagem por Túlio » Sex Fev 24, 2017 4:07 pm

Pathfinders seriam os equivalentes aos nossos PRECs?




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Re: Artigo Brigada de Infantaria Paraquedista

#486 Mensagem por FCarvalho » Sex Fev 24, 2017 6:25 pm

Creio que sim. Essa é a nomeclatura que na GM II os americanos e ingleses usavam para designar as primeiras tropas do tipo como os hoje conhecidos precursores.

Agora eu não sei como se chamam, mas pelo jeito a 82 ainda nomeia seus precursores assim.

abs.




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Re: Artigo Brigada de Infantaria Paraquedista

#487 Mensagem por FCarvalho » Sex Fev 24, 2017 6:31 pm

Ckrauslo escreveu:
cabeça de martelo escreveu: :evil:
Quem vai desempenhar essa função agora quando tiver que fazer grandes assaltos de pqdt?
SOF?
Acho que possivelmente sim. A difusão das SOF nos últimos anos tem sido muito grande. Ou então algum tipo de tropa com especialidade no ramo, mas não necessariamente ligada aos pqdt's.

Aliás, este questão de precursor em tropas paraquedistas pode acabar por se tornar apenas mais uma especialização de FE's ou tropa similar, sem a necessidade da existência de uma OM que os agregue.

A ver.

abs.




Um mal é um mal. Menor, maior, médio, tanto faz… As proporções são convencionadas e as fronteiras, imprecisas. Não sou um santo eremita e não pratiquei apenas o bem ao longo de minha vida. Mas, se me couber escolher entre dois males, prefiro abster-me por completo da escolha.
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Re: Artigo Brigada de Infantaria Paraquedista

#488 Mensagem por cabeça de martelo » Sáb Fev 25, 2017 8:20 am

Uma coisa curiosa, os Precs Portugueses raramente tiveram contacto com os Precs Norte-Americanos, por norma quem vinha fazer exercícios cá em Tancos era o pessoal das SF. Penso que seja essa rapaziada que ficará com essa função, já que vai continuar a haver esses cursos. Antes dessa decisão já a maior parte dos Precs não estavam nesta Companhia, mas sim nos Rangers, SF, etc. O curso de Precursores deles não se compara em nada com o Português ou o Brasileiro, são apenas 3 semanas.




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Re: Artigo Brigada de Infantaria Paraquedista

#489 Mensagem por Túlio » Sáb Fev 25, 2017 9:57 am

FCarvalho escreveu:
Acho que possivelmente sim. A difusão das SOF nos últimos anos tem sido muito grande. Ou então algum tipo de tropa com especialidade no ramo, mas não necessariamente ligada aos pqdt's.

Aliás, este questão de precursor em tropas paraquedistas pode acabar por se tornar apenas mais uma especialização de FE's ou tropa similar, sem a necessidade da existência de uma OM que os agregue.

A ver.

abs.
Concordo integralmente, o paraquedismo militar já é especialização corriqueira em FFEE. A tropa em si, ao menos no Brasil, massivamente composta por conscritos, não é melhor nem mais eficaz do que qualquer unidade de Infantaria Leve. Os PRECs, como disseste, seriam mesmo apenas mais um tipo de especialização de Tropas de SpecOps (eu sugeriria o 1º Batalhão de Forças Especiais, que nasceu na Bda PQDT).

É difícil visualizar hoje vários batalhões inteiros sendo despejados em curto período de tempo via aviões por trás das linhas inimigas, o procedimento todo é complexo demais para o resultado imaginável, faz mais sentido deslocar frações maiores em helis - pelo rápido desdobramento pós-desembarque - e FFEE (menores e mais ágeis) por paraquedas, já que as missões, no quadro descrito, seriam muito diferentes.

Assim, creio que a boina vermelha algum dia terá outra destinação (o boot castanho está se disseminando por toda a Infantaria, ao menos em Países que levam a Defesa a sério), porque a Bda PQDT, em termos práticos, me parece estar com os dias contados. Nasceu na 2GM porque não tinha heli capaz de fazer o serviço. Hoje tem...




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Re: Artigo Brigada de Infantaria Paraquedista

#490 Mensagem por cabeça de martelo » Sáb Fev 25, 2017 12:15 pm

Usando uma expressão norte-americana, os Páras são "Jack of all trades, master of none", ou seja, podem fazer seja o que for, quando for e como for. Desde 96 vi unidades Para-quedistas a operarem como Infantaria simples, Infantaria Mecanizada, Infantaria Ligeira de Assalto e até como Protecção de Força. Um militar Para-quedista por norma está mais bem treinado devido a uma componente física e psicológica mais intensa e por norma esse período de formação é mais longo que um Infante "normal". Só para teres noção, quando houve uma procissão religiosa organizada pelo pároco militar que englobava as várias unidades do Polígono Militar de Tancos, a rapaziada da antiga Escola Prática de Infantaria perguntou-nos porque é que se passava uma gravação várias vezes ao dia, horas a fio em altos berros. Sabes o que era? Eram as sessões de toros e calistenias, onde nós fazíamos a contagem das repetições... isso era impensável para eles. Ou o facto de estarmos proibidos de andar, sendo forçados a correr entre as messes e a companhia quando íamos e vínhamos das refeições, ou de estarmos a fazer completas 5 em 5 minutos, ou...

Os Para-quedistas é uma Tropa Especial mesmo que não fizéssemos saltos.

O espírito de Corpo, o espírito de camaradagem e o de sacrifício, colocam as Tropas Especiais num outro patamar.




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Re: Artigo Brigada de Infantaria Paraquedista

#491 Mensagem por Clermont » Sáb Fev 25, 2017 8:08 pm

cabeça de martelo escreveu:Um militar Para-quedista por norma está mais bem treinado devido a uma componente física e psicológica mais intensa e por norma esse período de formação é mais longo que um Infante "normal".
Sob um ponto de vista do moral e rigidez física, provavelmente as coisas são assim mesmo. Um general da Segunda Guerra (não lembro, mais acredito que tenha sido Montgomery) dizia que podia ter dúvidas sobre qualquer tropa, exceto com os paraquedistas.

Afinal, um camarada que se joga de um avião voando alto, com certeza, cumprirá qualquer missão que receber.

Quanto ao preparo técnico individual do infante paraquedista comparado com o infante "normal", aí - como diria o famoso filósofo brasileiro, Derico - "há controvérsias".

Certa feita, perguntaram a um militar americano que, ao longo dos anos serviu nas mais diversas unidades de infantaria, qual a tropa ele considerava como mais adestrada para o combate. Todos imaginavam que ele responderia ser a 82ª Divisão Aeroterrestre, mas ele disse que era a 10ª Divisão de Montanha - na época, uma tropa de infantaria convencional, o termo "montanha" era só honorífico.

E indagado das razões ele explicou que o tempo e recursos dispendidos pelos paraquedistas com a preparação para o salto de paraquedas, numa tropa de infantes "normais" eram gastos com o aprimoramento de técnicas e táticas de combate de infantaria. E este fato, na avaliação dele, tornava uma tropa superior a outra como formação de combate.




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Re: Artigo Brigada de Infantaria Paraquedista

#492 Mensagem por MasterCaiafa » Sáb Fev 25, 2017 10:00 pm

Recordando Momentos Brigada de Infantaria Paraquedista por Roberto Caiafa

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Re: Artigo Brigada de Infantaria Paraquedista

#493 Mensagem por FCarvalho » Dom Fev 26, 2017 11:00 am

Túlio escreveu:
FCarvalho escreveu: Acho que possivelmente sim. A difusão das SOF nos últimos anos tem sido muito grande. Ou então algum tipo de tropa com especialidade no ramo, mas não necessariamente ligada aos pqdt's.
Aliás, este questão de precursor em tropas paraquedistas pode acabar por se tornar apenas mais uma especialização de FE's ou tropa similar, sem a necessidade da existência de uma OM que os agregue.
A ver.
abs.
Concordo integralmente, o paraquedismo militar já é especialização corriqueira em FFEE. A tropa em si, ao menos no Brasil, massivamente composta por conscritos, não é melhor nem mais eficaz do que qualquer unidade de Infantaria Leve. Os PRECs, como disseste, seriam mesmo apenas mais um tipo de especialização de Tropas de SpecOps (eu sugeriria o 1º Batalhão de Forças Especiais, que nasceu na Bda PQDT).
É difícil visualizar hoje vários batalhões inteiros sendo despejados em curto período de tempo via aviões por trás das linhas inimigas, o procedimento todo é complexo demais para o resultado imaginável, faz mais sentido deslocar frações maiores em helis - pelo rápido desdobramento pós-desembarque - e FFEE (menores e mais ágeis) por paraquedas, já que as missões, no quadro descrito, seriam muito diferentes.
Assim, creio que a boina vermelha algum dia terá outra destinação (o boot castanho está se disseminando por toda a Infantaria, ao menos em Países que levam a Defesa a sério), porque a Bda PQDT, em termos práticos, me parece estar com os dias contados. Nasceu na 2GM porque não tinha heli capaz de fazer o serviço. Hoje tem...
Se bem me lembro, as duas últimas operações de "massa" de pqdt's foram respectivamente, os americanos no Iraque, em 2003, e os franceses no Mali, em 2013. Uma espaço de 10 anos entre as duas operações. E antes disso, honestamente não me lembro de nenhuma outra operação recente. Antes disso os paras britânicos foram utilizados como infantaria comum nas Malvinas.

Mesmo assim, nada comparado as operações de assalto aerotransportado da GM II. Mesmo nos 20 anos seguintes, com as diversas guerras coloniais, o uso de paraquedistas em saltos de massa tornaram-se cada vez mais raros. Dien Bien Phu no Vietnã foi talvez a última grande operação dos paras franceses antes do Mali. Isso em 1954. :shock:

Os soviéticos no Afeganistão também lançaram mão de suas tropas pqdt's, mas também via de regra mais como undes comuns do que outra coisa. E mesmo antes, em Budapeste, 1956, e Praga, em 1968, torpas pqdt's também foram usadas, lançadas no terreno em pequena escala, ou como simples inf mec.

Na verdade hoje em dia, e no futuro previsível, o uso de operações pqdt's tendem mesmo cada vez mais para o uso de helos de assalto. Até o USMC segue esta linha há anos, apesar de uma certa revisão estar ocorrendo hoje em dia em favor da retomada das operações anfíbias tradicionais. O CFN tem acompanhado essa interessante discussão doutrinária.

Neste aspecto, tendo em vista a periculosidade do ambiente moderno da guerra atual - e que tende a piorar para este tipo de operação - mesmo as últimos laçamentos se deram no âmbito noturno, ou próximo a ele, com fins de expor o mínimo possível as tropas e os aviões. Hoje em dia qualquer força irregular, para ficar em um exemplo bem atual, com um mínimo de contatos e organização dispõe de Manpads em seu arsenal, que via de regra, são mais que suficiente para por abaixo um C-130, C-17 ou IL-76 da vida, e todos dentro dele. Imagine-se então exércitos regulares, mesmo que atrasados sob muitos aspectos.

Fato é que a vida dos pqdt's em termos de assalto aerotransportado pode estar se encaminhando realmente para o seu fim, ou sofrer adaptações cada vez maiores, que por ventura acabem levando à sua total descaracterização enquanto tropa pqdt. Nenhum comandante hoje em dia chega a pensar em operações de salto sem que as ZL's estejam totalmente seguras. E como a guerra irregular parece ser o caminho para o conflito do mundo moderno, sem linhas de contato, e portanto, sem se saber exatamente onde fica a retaguarda inimiga, vai ficar cada vez mais difícil se perceber a necessidade, e a oportunidade, de pqdt's fazerem o que lhes é mister. Ou seja, saltar.

Acho até que a nossa Cia Prec poderia se juntar a Bgda FE em Goiânia, tendo em vista que o treinamento deles não deixa a dever em quase nada ao dos comandos, ou mesmo a do Btl FE. Com algumas adaptações, acredito que este seria até um passo lógico quanto benéfico para as nossas forças especiais, que a bem da verdade, diga-se também, são relativamente pequenas se comparadas aos efetivos das ffaa's brasileira em geral.

Aliás, isso também seria algo muito bom para se discutir em um tópico apropriado. Todo mundo por ai que leva defesa a sério tem implementado e reforçado suas FE's. Mas aqui no Brasil, ninguém sabe, ninguém viu nada a respeito. Fruto de uma visão classista, elitista e talvez até preconceituosa em relação ao acesso a tais forças. Enfim, longe de mim dizer que não são boas, pelo contrário, mas há de se convir que a pergunta sobre se elas são e/ou serão suficientes hoje para suprir todas as nossas necessidades é algo que deveria constar frequentemente da pauta de discussões do EMFA, do MD e dos cmdos das ffaa's.

O ex-cmte do PARA-SAR não me deixa mentir.

abs.




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Re: Artigo Brigada de Infantaria Paraquedista

#494 Mensagem por FCarvalho » Dom Fev 26, 2017 11:14 am

Clermont escreveu:
cabeça de martelo escreveu:Um militar Para-quedista por norma está mais bem treinado devido a uma componente física e psicológica mais intensa e por norma esse período de formação é mais longo que um Infante "normal".
Sob um ponto de vista do moral e rigidez física, provavelmente as coisas são assim mesmo. Um general da Segunda Guerra (não lembro, mais acredito que tenha sido Montgomery) dizia que podia ter dúvidas sobre qualquer tropa, exceto com os paraquedistas.
Afinal, um camarada que se joga de um avião voando alto, com certeza, cumprirá qualquer missão que receber.
Quanto ao preparo técnico individual do infante paraquedista comparado com o infante "normal", aí - como diria o famoso filósofo brasileiro, Derico - "há controvérsias".
Certa feita, perguntaram a um militar americano que, ao longo dos anos serviu nas mais diversas unidades de infantaria, qual a tropa ele considerava como mais adestrada para o combate. Todos imaginavam que ele responderia ser a 82ª Divisão Aeroterrestre, mas ele disse que era a 10ª Divisão de Montanha - na época, uma tropa de infantaria convencional, o termo "montanha" era só honorífico.
E indagado das razões ele explicou que o tempo e recursos dispendidos pelos paraquedistas com a preparação para o salto de paraquedas, numa tropa de infantes "normais" eram gastos com o aprimoramento de técnicas e táticas de combate de infantaria. E este fato, na avaliação dele, tornava uma tropa superior a outra como formação de combate.
Tendo a crer que a questão do preparo e treinamento dos pqdt's poderia ser minorado, senão resolvido, profissionalizando-se totalmente a tropa. Leva-se muito tempo para formar um soldado profissional, e muito mais tempo ainda para se formar um soldado Pqdt. Se o tempo gasto formando novos recrutas puder ser investido no treinamento constante e maturação de soldados regulares já incorporados a tropa pqdt, como se faz por aqui em diversas OM's de fronteira e de pronto emprego, e na própria bgda pqdt, o treinamento deixaria de ser exatamente um problema, e viraria solução. Mas como todos sabem, tropas regulares costumas sair mais caros que a mão de obra semi-escrava do SMO. :roll:

Comparativamente, eu não vejo hoje muita diferença em termos de treinamento entre as nossas tropas ditas aeromóveis a não ser naquilo que lhes cabe as especialidades. No restante, todos tem os mesmos materiais, via de regra, e dispõe de um pouco mais de recursos para treinamento e instrução. A maior parte delas é formada por pessoal engajado e o que sobra é preenchido por pessoal do SMO que só está lá mesmo para garantir alguém continuar pegando no cabo da vassoura... :?

De especial mesmo estas tropas só tem o nome, a tradição e a lisonja de suas histórias. No mais são pouca coisa melhor treinadas que a imensa maioria da soldadesca que serve no SMO e que passará pelo EB sem nunca ter visto um fuzil moderno, ou um SA-18 ou um simples míssil AC ou até mesmo equipamentos MULE. Coisa aliás, que nem todo mundo tem nas nossas tropas ditas aeromóveis. :|

Enfim, o que diferencia um inf de montanha de um pqdt, ou o inf aeromóvel de um "inf leve" e/ou de inf slv ainda é simplesmente as OM's a que pertencem e suas especialidades. Quanto isso nos custa e qual a sua efetividade em termos reais no contexto de um TO operacional, bem, talvez só perguntando para quem entende do assunto para saber.

abs.




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Re: Artigo Brigada de Infantaria Paraquedista

#495 Mensagem por cabeça de martelo » Seg Mar 06, 2017 6:23 am

Clermont escreveu:
cabeça de martelo escreveu:Um militar Para-quedista por norma está mais bem treinado devido a uma componente física e psicológica mais intensa e por norma esse período de formação é mais longo que um Infante "normal".
Sob um ponto de vista do moral e rigidez física, provavelmente as coisas são assim mesmo. Um general da Segunda Guerra (não lembro, mais acredito que tenha sido Montgomery) dizia que podia ter dúvidas sobre qualquer tropa, exceto com os paraquedistas.

Afinal, um camarada que se joga de um avião voando alto, com certeza, cumprirá qualquer missão que receber.

Quanto ao preparo técnico individual do infante paraquedista comparado com o infante "normal", aí - como diria o famoso filósofo brasileiro, Derico - "há controvérsias".

Certa feita, perguntaram a um militar americano que, ao longo dos anos serviu nas mais diversas unidades de infantaria, qual a tropa ele considerava como mais adestrada para o combate. Todos imaginavam que ele responderia ser a 82ª Divisão Aeroterrestre, mas ele disse que era a 10ª Divisão de Montanha - na época, uma tropa de infantaria convencional, o termo "montanha" era só honorífico.

E indagado das razões ele explicou que o tempo e recursos dispendidos pelos paraquedistas com a preparação para o salto de paraquedas, numa tropa de infantes "normais" eram gastos com o aprimoramento de técnicas e táticas de combate de infantaria. E este fato, na avaliação dele, tornava uma tropa superior a outra como formação de combate.
A questão é que a Divisão paraquedista do Exercício Norte-Americano é na prática uma unidade nomal com militares com o Curso de Paraqudismo. Eles não são Paraquedistas na sua essência. Nada restou da unidade de elite formada na 2 GM.




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