"Chifre da África" - Etiópia, Eritréia, Somália & Djibuti

Área destinada para discussão sobre os conflitos do passado, do presente, futuro e missões de paz

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"Chifre da África" - Etiópia, Eritréia, Somália & Djibuti

#1 Mensagem por Enlil » Qua Fev 10, 2010 4:32 pm

Prezados colegas foristas, creio q a conturbada região do "Chifre da África" merecia um tópico dedicado. Como muitos sabem trata-se de uma das regiões de maior tensão na África, não só pela caótica questão somaliana - ausência de um governo central atuante na maior parte do país (dominada por "senhores da guerra" e milícias islâmicas) e pelas ações de "piratas" no Mar Vermelho e no Golfo de Áden, mas também pelas tensões entre Etiópia e a Eritréia e pela presença de várias bases de potências ocidentais no Djibuti.

Para complicar ainda mais a situação já complexa da década de 1990, quando ocorreu a guerra Etíope-Eritreiana por questões territoriais fronteiriças (com a primeira sendo apoiada pela Rússia e a segunda pela Ucrânia, link com uma síntese: http://www.globalsecurity.org/military/ ... ritrea.htm) e a intervenção "humanitária" dos EUA na Somália, nos últimos anos vimos a escalada de uma interligação e internacionalização nos conflitos envolvendo esses quatro países vizinhos: a Etiópia (com apoio dos EUA e da França) passou a intervir diretamente na guerra civil somaliana a partir de 2006 (fora terem tido breves combates de fronteira entre 1998-2000), um governo central de "estilo afegão" (sequer consegue controlar a capital) é apoiado pela potências ocidentais em Mogadíscio, a Eritréia passou a apoiar os grupos islâmicos da Somália e o Djibiti passou a ter em seu território bases francesas e americanas. A situação geopolítica de cada um desses países é complexa e só pode ser entendida a partir de um contexto mais amplo q é a inserção geopolítica do toda a região do Chifre da África na conjectura atual do norte da Africa Índica, da Península Arábica e dos interesses das potências ocidentais nessa área de extrema importância estratégica. Enfim, sem mais delongas, inicio o tópico com um breve vídeo sobre a Operation Sunset (23-26 de fevereiro de 1999) da Forças Armadas Etíopes na guerra desse país com a Eritréia:





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Re: "Chifre da África" - Etiópia, Eritréia, Somália & Djibuti

#2 Mensagem por Enlil » Qua Fev 10, 2010 4:46 pm

Eritrea-Ethiopia (Territorial Dispute, 1998-2000)

http://img130.imageshack.us/img130/9956/28702545.gif




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Re: "Chifre da África" - Etiópia, Eritréia, Somália & Djibuti

#3 Mensagem por Enlil » Sex Mar 12, 2010 5:51 am

Quinta-feira, 11 de março de 2010, 12:14

Pelo menos 43 já morreram em combates na Somália

Tropas do governo combateminsurgentes islâmicos desde quarta-feira; habitantes de Mogadiscio estão fugindo


Associated Press

MOGADISCIO - Os enfrentamentos entre insurgentes islâmicos e as tropas do governo da Somália deixaram ao menos 43 mortos nos últimos dois dias, informaram nesta quinta-feira, 11, funcionários do governo Somali.

Ali Muse, chefe do serviço de ambulâncias de Mogadiscio, disse ter visto 40 corpos estirados nas ruas durante os dois dias de combates. Ele também viu cerca de 150 feridos, sendo a maioria civis. "O combate foi ainda mais pesado que o de quarta-feira. Nossa ambulâncias às vezes passam no meio do tiroteio. Nosso pessoal passa por ruas perigosas e tem que desviar dos tiros e dos morteiros. Às vezes levamos horas para levar os feridos para os hospitais e por causa disso eles sangram até morrer", disse Muse. Abdi Mahad, médico do Hospital Medina, afirmou que três feridos levados ao centro morreram.

"Um morteiro acertou uma casa próxima da minha. Dá para ouvir os vizinhos chorando, mas não sabemos se há mortes. Não temos para onde fugir", disse Sahra Haji Abdulle, uma moradora de Mogadiscio.

As forças de paz da União Africana intervieram no combate com os insurgentes. Os rebeldes avançaram pela capital e se aproximaram do palácio presidencial, mas foram repelidos por tanques de guerra da União, segundo testemunhas locais.

O governo tem o apoio de 5,300 soldados da União Africana, que contam com tanques e outros equipamentos. Os insurgentes usam atiradores de elite e morteiros para repelir as fracas e mal treinadas tropas nacionais.

Os insurgentes, as tropas do governo e os soldados da União foram criticados por grupos de direitos humanos por atirar indiscriminadamente contra os somalis. "Os rebeldes lançaram o ataque e tivemos que nos defender. Nós os cercamos e matamos vários deles", disse Mohamed Siyad, ministro da Defesa, argumentando a favor dos combates.

http://www.estadao.com.br/noticias/inte ... 2791,0.htm




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Re: "Chifre da África" - Etiópia, Eritréia, Somália & Djibuti

#4 Mensagem por marcelo l. » Sáb Jun 12, 2010 3:57 pm

'Black Hawk Down' Commander On Winning The War on Terror
by W. Thomas Smith Jr.
06/08/2010


In the movie, Black Hawk Down, actor Tom Sizemore plays the role of real-life U.S. Army Ranger Lt. Col. (today retired Col.) Danny R. McKnight, the hard-bitten convoy commander whose inspirational leadership literally kept his men alive during the near-disastrous Battle of Mogadishu, Somalia in 1993.

Sizemore portrayed McKnight as an outspoken combat commander, who in action could be seen by his troops as being everywhere at the same time, fighting, directing the fight, and encouraging his men in the most desperate stages of the fight.

An accurate portrayal according to those who served with McKnight.

Today, nearly 17 years after one the bloodiest urban slugfests in contemporary military history, McKnight discusses what America is doing right in the global war on terror, what we are doing wrong, how the enemy perceives weakness in our desire to negotiate, and how political correctness is a fast-track to military disaster.

W. Thomas Smith Jr.: What are we doing right in the war on terrorism?

COL. DANNY R. McKNIGHT: Primarily, we are not quitting, and I hope we never quit. We committed to this fight when they brought it to us on Sept. 11, 2001. I’m personally proud that our president – at that time – took the approach that we will fight this thing called terrorism. But what everyone needs to understand is that terrorism did not start for us on 9/11. I hear a lot of people say, ‘terrorism began for us in 2001.’ That’s wrong. I wish it were that new to us, because then the enemy would be easier to take out. The FBI has it well-documented that terrorist attacks against us began at least as far back as 1980. What happened in 2001 was just the last straw. It was when we said, ‘This has to stop.’ Again to your question, what are we doing right? We haven’t quit fighting. We cannot let up. If we do, they [the Jihadists] will absolutely take over.


Smith: What are we doing wrong?

McKNIGHT: First, you must understand, I am not a supporter of the current administration.

Second, we are trying to be too kind and gentle in our approach, suggesting to the world – friends and enemies - that we don’t need to use our military might to defend ourselves and our interests. We are trying to rely too much on negotiating and compromising and trying to convince the world that we are not the preeminent military force in the world to be reckoned with.

You don’t win wars by making people feel that we are not going to press the fight.

Political correctness, which drives me up the wall, can be the death of the greatest country on earth. We have to get away from PC. I mean simple things like ‘don’t ask, don’t tell’ have become politically charged pieces of the broader military agenda, and this reexamining ‘don’t ask, don’t tell’ is not supported by the four chiefs of staff. The chairman and the weak secretary of Defense have decided to go with president on this, and they have attached an amendment to the 2011 Defense Spending Bill so they can push it through without the concurrence of the chiefs? What are we doing? We are caving to the forces of PC. That’s what we are doing wrong.

Smith: Do you see the Battle of Mogadishu as something of a microcosm of the broader war we are fighting against Jihad?

McKNIGHT: I most certainly do, though I don’t think anyone thought that in 1993. I also believe if there is one thing we should have done then, it was let us finish that mission. As hard as it would have been, the right thing for us to have done – the ‘hard right’ as I call it – would have been to let us finish. We did not finish. We did not capture [Somali warlord] Mohamed Farrah Aidid, because there were negotiations that took place between us and Aidid and his people for us to get [captured American helicopter pilot] Mike Durant back.

Now, Tom, with your background, you know we were never going to leave without Mike Durant. That would not have happened. We were ready at any moment to go get him. But we couldn’t because we were told we couldn’t go outside the compound again until negotiations were done.

So at the end of the negotiations, in order for us to get Mike Durant back, we had to leave.

Mike would tell you, you don’t negotiate with bad people because they will never be good people.

And your word, ‘microcosm,’ is a good way to describe it because we showed [political] weakness. And Osama bin Laden has used that against us ever since. He said, ‘Look at the Americans in Somalia. Kill them and drag them through the streets, and they will run because they are weak.’ So Somalia was a catalyst or an instigator of 9/11. It should have changed us in our approach to terrorism. Instead, it benefited the bad guys.

Smith: What about Somalia today?

McKNIGHT: The piracy we see off Somalia today is all Al Qaeda connected. It’s not so much the clan fighting there now today as it is the dominating Muslim militia. There are trying to control that country and maintain it as a safe haven for terrorists. Somalia is a key piece of ground. Look at where it sits on the Horn of Africa.

Smith: So how does the militia benefit from the piracy?

McKNIGHT: Money. You know you get a four-million-dollar ransom for a boat. The Somalis that take control of that money are cohorts of the feared militia. As long as the militia and their friends control Somalia, piracy will continue, and that money finances terrorists.

Had we stood fast in 1993, and shown them that if you mess we us we are going to kick you in the teeth, they would view us differently today.

Smith: How true to character was actor Tom Sizemore in his portrayal of you in the movie, Black Hawk Down?

McKNIGHT: You have to understand, I had zero to do with the writing of the book, Black Hawk Down. Second, my input into the movie was not much more than that.

They did have good advisors, and so the book and the movie were done well.

But my input with Tom Sizemore was pretty much two phone calls. He later told me that much of what he did was based on what he learned from other [U.S. Army] Rangers, and regarding me specifically was what he learned from Rangers who served with me. He said their general comments were, ‘Whatever you do, remember Col. McKnight was right there in the streets beside us, on our left, on our right, behind us and in front of us. He was fighting but he was leading more than anything else.’

Sizemore is bigger than I am, much bigger. I’m only 5’9.” A lot of times when I go places, people say, ‘We thought you’d be much bigger.’ I always say, ‘Sorry, this is all there is.’ Also, in the movie, he smokes. I do not smoke. Never dated Hiedi Fleiss either.

Smith: I understand you have a forthcoming book?

McKNIGHT: Yes. There is so much more associated with Black Hawk Down than just Black Hawk Down. Mark Bowden did a fabulous job, but his focus truly was the events associated with Oct. 3-4, 1993. And there’s more to the story.

I have written a book [release date to be determined] that focuses on leadership, which is one of the primary things that got us through that day.

The fight; Yes, I was privileged to be fighting alongside the greatest Americans that you could ever have between Rangers, Delta Force operators, a few Navy SEALs, and having Task Force 160 above us. We fought probably better than people could imagine, because when you are outnumbered – probably five to one – you have to fight pretty hard. But leadership was key. So I start the book with that.

Leadership, I think is the key to the success of our country – past, present, and future – and that’s the reason I’m concerned today, because I don’t see the right kind of leadership.

Smith: What else?

McKNIGHT: Decisions that were made. There were a lot of decisions made that people know nothing about. My book will really, clearly reveal those decisions.

[AUTHOR’S NOTE: The conversation continued with McKnight who detailed much more about his book, how truth will be told, fingers will be pointed, and Americans will learn just how much broader the 1993 Somali operation was. “Many people think the only mission we did there was the Oct. 3-4 mission,” says McKnight. “That was number seven. There has not been enough said about the other six.”]




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Re: "Chifre da África" - Etiópia, Eritréia, Somália & Djibuti

#5 Mensagem por jambockrs » Sáb Jun 12, 2010 7:18 pm

Meus prezados:
Senhor da guerra somali contrata mercenários alemães
Os políticos reagiram com indignação aos relatos de que uma empresa alemã assinou um contrato com um “senhor da guerra” somali de prestação de serviços de segurança. Ex-integrantes das Forças Especiais alemãs (KSK) e uma unidade de elite da polícia (GSG-9) poderiam em breve estar trabalhando como guarda-costas e instrutores no país sem lei.
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Durante anos, os políticos alemães e especialistas têm levantado suspeitas e críticas sobre as atividades da empresa de segurança privada americana Blackwater, agora conhecida como Xe Services, em lugares como o Iraque. "O governo americano permitiu às empresas de segurança privada tornarem-se onipresentes, criando unidades privadas incontrolável nas zonas de guerra do mundo", escreveu um jornal alemão em 2007.

Essa indignação está agora desgastada, à luz das revelações de que uma empresa de segurança alemã está fornecendo mercenários para um “senhor da guerra” somali. Na segunda-feira, Thomas Kaltegärtner, CEO do Grupo de Segurança Asgaard Alemão, confirmou uma notícia da empresa pública de televisão alemã ARD, que alega que a Asgaard planeja enviar ex-soldados alemães à Somália.

Num comunicado à imprensa em dezembro de 2009, a Asgaard anunciou que tinha assinado um "acordo de exclusividade sobre os serviços de segurança" com Abdinur Ahmed Darman. Darman, um “senhor da guerra” somali, que pretende assumir a presidência do país, e não reconhece a legitimidade do governo de transição apoiado pelas Nações Unidas do presidente da Somália, Sheikh Sharif Sheikh Ahmed. O acordo, segundo a empresa, abrange "todas as medidas necessárias para restabelecer a segurança e a paz para a Somália." O país não tem um governo central em funcionamento desde 1991.

De acordo com Kaltegärtner, ele próprio um ex-soldado da Bundeswehr, funcionários da Asgaard proporcionariam segurança para Darman e treinariam policiais e forças militares. Ele ressaltou, no entanto, que as operações de combate não foram planejadas. Ele disse que mais de 100 mercenários poderiam estar envolvidos nas operações. Embora as negociações ainda não estejam completas, é possível que os funcionários da Asgaard já estejam operando na Somália, Kaltegärtner também disse a um jornal que sua empresa empregava ex-membros das Forças Especiais do exército alemão, a KSK, e da unidade de elite GSG-9 da polícia alemã.
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Privatização da violência do Estado

Vários políticos alemães reagiram com indignação à notícia de que ex-soldados poderão em breve estar em ação no Chifre da África. "Em minha opinião, não é aceitável", diz Rainer Arnold, especialista em defesa dos sociais-democratas de centro-esquerda, em declaração na edição de terça-feira do jornal Frankfurter Rundschau. Ele pediu uma nova legislação para "claramente" limitar essas operações, acrescentando: "Não se pode privatizar o estado de violência".

Falando ao mesmo jornal, Omid Nouripour do Partido Verde acusou o governo alemão de não fazer o suficiente no passado para regular empresas de segurança privada. Paul Schäfer do Partido da Esquerda e Stinner Rainer do Partido Liberal Democrata, que governa em coalizão com os conservadores de Merkel, também criticou o acordo, com Schäfer falando de uma política de “sombras” em operações no estrangeiro.


Observadores alertam que os funcionários alemães da empresa poderiam ser mortos ou alvo de seqüestros na Somália. A milícia islâmica Al-Shabab, que controla várias regiões do país e partes da capital Mogadíscio, se aliou com a Al-Qaeda, que quer que a Alemanha retire suas tropas do Afeganistão. Os grupos islâmicos adorariam colocar suas mãos sobre reféns alemães, dizem especialistas.

"Se uma empresa alemã estiver a formar e apoiar uma milícia somali, isto certamente vai contra os interesses da Alemanha", disse Annette Weber, do Instituto Alemão de Assuntos Internacionais e Segurança (SWP), em declarações à ARD. O Ministério alemão das Relações Exteriores e Ministério da Defesa querem agora examinar de perto o que Asgaard está planejando fazer na Somália, segundo o jornal Süddeutsche Zeitung.

A própria empresa tentou minimizar a importância da operação. "Queremos trabalhar em estreita colaboração com o governo alemão e de nenhuma maneira agir contra seus interesses", disse um porta-voz da Asgaard em um comunicado publicado em seu site no domingo. "No momento não há cidadãos alemães trabalhando em nome do Asgaard na Somália." A empresa salientou que só iniciará suas operações na Somália, uma vez que Darman assuma o controle dos assuntos do Estado com a aprovação da ONU." ou seja, depois que derrube o presidente atual.
fonte:Defesanet




Um abraço e até mais...
Cláudio Severino da Silva
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Re: "Chifre da África" - Etiópia, Eritréia, Somália & Djibuti

#6 Mensagem por FOXTROT » Sáb Jun 12, 2010 7:31 pm

Infelizmente a vida vale pouco, quase nada eu diria nessa região paupérrima, mas como não há petróleo ninguém se interessa, porque se houvesse lá estariam os defensores universais.

Saudações




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Re: "Chifre da África" - Etiópia, Eritréia, Somália & Djibuti

#7 Mensagem por EDSON » Seg Jul 12, 2010 11:25 am

12/07/2010 - 10h47
Análise: Explosões em Uganda apontam para perigo da guerra na Somália
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WILLIAM MACLEAN
DA REUTERS, EM LONDRES (REINO UNIDO)

Os atentados a bomba devastadores em Uganda foram trabalho, muito provavelmente, de militantes somalis apoiados pela Al Qaeda e que buscam expandir regionalmente seu já crescente controle sobre o Estado fracassado do chifre da África.

O principal suspeito dos ataques da noite deste domingo, que mataram 64 entre torcedores da Copa do Mundo em Campala, é o grupo armado somali Al Shabab. Analistas dizem que se este for o caso, será o primeiro ataque estrangeiro do grupo.

A mudança de tática, afirma a teoria, teria sido decidida para pressionar da forma mais dramática possível as nações que contribuem com a missão de paz da União Africana na Somália.

"Shabab claramente não é mais uma ameaça paroquial", disse Henry Wilkinson, consultor da Janusian Security, em Londres. "É um acontecimento potencialmente muito importante porque o ataque, se realizado por eles, mostra que eles podem atacar muito longe de seu centro de gravidade operacional".

A possibilidade do envolvimento do Shabab é especialmente preocupante porque o grupo mantém entre seus membros vários homens da Al Qaeda que contribuíram para a rede global contra o Ocidente.

Isto inclui suspeitos do alto escalão da rede terrorista, como Fazul Abdullah Mohammed, indiciado por seu papel nos ataques a bomba contra embaixadas americanas no Quênia e na Tanzânia em 1998, que mataram ao menos 240 pessoas.

Anna Murison, da Exclusive Analysis, disse que o alvo do ataque parece consistente com os métodos e armas do Shabab, um dos quais é a resoluta oposição à Etiópia, maior vizinho da Somália.

"Escolher um restaurante etíope cheio de estrangeiros como alvo também reforça esta ideia. São três alvos em um só --Etiópia, Uganda e os Estados Unidos", disse.

Os ataques também podem complicar os esforços das tropas de paz da União Africana na Somália, conhecidas como Amisom.

"Você não vai ver países correndo para se voluntariar para Amisom depois disso", disse Gus Selassie, analista IHS Global Insight. Al Shabab vem alertando Uganda e Burundi a desistirem de seu envolvimento na Somália e a Uganda.

A especialista em Somália, Sally Healy, do Think Tank Britain's Chatham, disse esperar que o ataque aumente a ansiedade sobre o Shabab e a situação na Somália na região e na comunidade internacional.

FORÇA EXTERNA

Não há dúvidas de que o Shabab vê a Amisom como uma força inimiga e inclusive já realizou ataques contra suas tropas. "Ela é percebida como uma grande força de Uganda que age nos interesses da Etiópia e dos Estados Unidos", disse Healy.

Especialistas tentam agora determinar a extensão da influência dos militantes estrangeiros na aparente mudança tática do grupo.

Um relatório do International Crisis Group (ICG) sobre o Shabab, divulgado em maio passado, afirmou que os jihadistas estrangeiros são agora uma nova força motora no conflito somali.

"A beligerância, o fanatismo político e uma teologia extremista destes estrangeiros estão destruindo qualquer chance potencial de encontrar uma saída política ao conflito", afirma o documento, segundo o qual o real comando do grupo está em uma pequena célula de jihadistas estrangeiros que arrasta o Shabab ao extremismo.

+ Notícias sobre Uganda




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Re: "Chifre da África" - Etiópia, Eritréia, Somália & Djibuti

#8 Mensagem por Enlil » Ter Set 28, 2010 4:11 am

Permanece o mistério sobre suposto helicóptero militar que respondeu ataque com tiros na Somália
(Da redação, 27 de setembro de 2010)

Oficiais norte-americanos e da Força Naval da União Européia negaram hoje que um dos seus helicópteros esteve envolvido em trocas de tiro com residentes da cidade litorânea de Merca, localizada a 70km sudoeste de Mogadíscio, a capital da Somália.
Moradores de Merca disseram que militantes somalianos abriram fogo contra um helicóptero quando este fazia um sobrevoo na cidade. A aeronave respondeu com tiros, mas não causou danos materiais e felizmente não acertou moradores da região.
O mais curioso é que ninguém sabe dizer de onde veio aquele helicóptero, nem mesmo a quem ele pertence.

O Comando de Operações Especiais dos EUA na África e o Comando norte-americano na África alegaram que nenhuma de suas forças esteve envolvida neste incidente.
“Eu posso dizer que nós não temos tropas naquela vizinhança. Nós estamos tão surpresos quanto você, para ser honesto”, disse o Maj. Bryan Purtell, porta-voz do Comando de Operações Especiais Alemão na África.

Um morador de Merca, Dahi Aden, disse que militantes do al-Shabab, um dos grupos insurgentes mais poderosos do país, atacou um helicóptero militar quando este sobrevoava a área litorânea da cidade. Por sua vez, Aden afirmou que a aeronave não revidou aos tiros.

Já um segundo morador, Abdullahi Qalirow, afirmou ter visto o helicóptero respondendo aos tiros. “Uma vez que os insurgentes dispararam contra o helicóptero, o mesmo revidou com tiros de metralhadora”, explica Qalirow. Segundo este morador, haviam duas aeronaves no local, contradizendo outras pessoas que afirmam ter visto apenas um.

http://www.revistaasas.com.br/index.php ... 3&LE=atual




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Re: "Chifre da África" - Etiópia, Eritréia, Somália & Djibuti

#9 Mensagem por FOXTROT » Seg Out 18, 2010 10:45 am

terra.com.br

Tropas somali ocupam cidade na fronteira com Quênia e Etiópia
18 de outubro de 2010

Tropas do Governo da Somália ocuparam a cidade de Balad Hawo, junto à fronteira com Quênia e Etiópia, no sudoeste somali, informou nesta segunda-feira a emissora independente local Shabelle.

A operação é a primeira em meses no interior do país por parte das tropas governamentais, que controlam apenas pequenas porções de território e alguns enclaves de Mogadíscio, estes últimos graças ao apoio das tropas ugandenses e burundinesas da Missão da União Africana na Somália (Amisom, sigla em inglês).

Segundo a emissora, várias testemunhas disseram por telefone que as tropas governamentais, lideradas pelo senhor da guerra e membro do Parlamento Transitório somali Barre Aden Shir, conhecido como Hirale, atacaram no domingo os milicianos radicais islâmicos da Al Shabab, grupo ligado à Al Qaeda, que controlavam a cidade.

Os combates, que causaram pelo menos três mortes e deixaram vários feridos, segundo as testemunhas, começaram no subúrbio de Makariya, e os soldados governamentais, com veículos de artilharia, ocuparam a cidade domingo à noite, após a expulsão dos milicianos da Al Shabab.

Shabelle.

A Somália vive no caos desde que o ditador Mohammed Siad Barre foi derrubado em 1991, e seu território está controlado por milícias islâmicas, senhores da guerra tribais e grupos de bandidos.

A Al Shabab pretende derrubar o governo transitório, liderado pelo presidente Mohammed Siad Barre, para criar um estado muçulmano radical de corte "wahhabista" no leste da África.




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Re: "Chifre da África" - Etiópia, Eritréia, Somália & Djibuti

#10 Mensagem por marcelo l. » Qua Out 20, 2010 2:44 pm

A guerra continua confusa na Somalia...





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Re: "Chifre da África" - Etiópia, Eritréia, Somália & Djibuti

#11 Mensagem por marcelo l. » Dom Jan 23, 2011 9:58 am

http://www.nation.co.ke/News/africa/Mar ... index.html

Reports emanating from Central Somalia yesterday indicate that a unit of United States forces descended in an area called Gaan, 18 kilometres north of Haradhere, a former base of the notorious Somali pirates and a current stronghold of Al-Shabaab, the Somali Islamist movement opposing the government.

The marines are said to have used a helicopter to reach the remote location.

According to Shabelle, a broadcaster in Mogadishu, five armed soldiers descended from the chopper and immediately handcuffed three Somali youth that were next to a vehicle being repaired following a breakdown.

One of the three

Mohamed Bashir Mohamed told Shabelle that he was one of the three men flown by the American marines to a navy ship, off the coast. According to Bashir’s tale, the Americans kept the Somali men on a large ship for three hours and asked them whether they were pirates.
Having responded that they were not pirates, they were asked other questions such as where the pirates spend when they receive ransom money and who controlled the nearby Haradhere town.

He said that they responded knowing that Al-Shabaab controls the district, but nothing about pirates’ money.

The group was told that the American marines had their photos and that they were wanted men.




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Re: "Chifre da África" - Etiópia, Eritréia, Somália & Djibuti

#12 Mensagem por Enlil » Sex Jan 28, 2011 5:00 pm

Somália completa 20 anos de conflitos e anarquia

EFE – Duas décadas depois da queda do governo central a Somália está em ruínas após diversas guerras civis, conflitos religiosos e anarquia que causaram a morte de meio milhão de pessoas, forçaram um milhão de refugiados ao exílio e deslocaram internamente outros milhões. No dia 26 de janeiro de 1991, grupos guerrilheiros ao comando de líderes tribais conhecidos como “senhores da guerra” derrubaram Siad Barre, o ditador pró-socialista que governava a Somália desde outubro de 1969, e dividiram o país em feudos nos quais imperava a lei do mais forte.

“As gerações de somalis nascidos na era dos conflitos ficaram sem futuro, adotaram a guerra como modo de vida e perpetuaram os confrontos mediante motivações religiosas, étnicas e econômicas”, afirma Hassan Moalim Yousef, presidente do Centro para a Paz e os Direitos Humanos (CPHR). Segundo Yousef, os últimos 20 anos foram marcados por “contínuos conflitos e violações dos direitos humanos e em todo esse tempo o mundo não conseguiu ajudar o povo somali”.

“Os únicos que sabem sobre as situações da conflagração, entendem bem o que é fugir, matar, violar, os deslocados internos, campos de refugiados e outras coisas, mas desconhecem o (verdadeiro) significado de palavras como paz, governo e democracia já que nunca as experimentaram na prática”, acrescenta.

A guerra civil começou quando um grupo de políticos somalis, respaldados por algumas autoridades regionais, formaram um governo temporário liderado por Ali Mahdi Muhammad, que se transformou no “senhor da guerra” quando sua administração foi desafiada por outro líder tribal, Mohamed Farah Aideed, cujas milícias o derrubaram. Ali Mahdi, que falou com à Agência Efe de Nairóbi, rejeita as afirmações que foi ele quem suscitou a prolongada guerra civil na Somália.

“Fui eleito legalmente pelos delegados da primeira conferência de reconciliação realizada em Djibuti. Aideed não esteve nessa reunião, até seguia combatendo no sul do país, e quando se inteirou que eu tinha sido designado (presidente) me declarou a guerra”, assinala. Segundo Mahdi, “se Aideed tivesse respeitado meu mandato, ele teria sido meu sucessor (no poder) e Somália não se encontraria no estado em que está”.

O confronto entre Ali Mahdi e Aideed, cujas milícias foram as que expulsaram a Siad Barre de Mogadíscio, mudou o caráter do conflito, que deixou de ser uma guerra de libertação para se transformar em enfrentamentos entre clãs e afundou na incerteza o futuro do povo somali.

Atualmente, o governo se encontra cercado pelos insurgentes de Al-Shabab, um grupo extremista vinculado a Al-Qaeda, que controla todo o sul da Somália e o resto da capital e quer instalar no país um regime de Governo baseado na “sharia”.

Fonte: Terra

http://planobrasil.com/2011/01/27/somal ... -anarquia/




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Pablo Maica
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Re: "Chifre da África" - Etiópia, Eritréia, Somália & Djibuti

#13 Mensagem por Pablo Maica » Qua Mai 25, 2011 2:07 pm

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Peacekeepers from the African Union Mission to Somalia (AMISOM) park their tanks near the main Bakara market during fighting between Somalia government soldiers and Islamist insurgents in the capital Mogadishu, May 23, 2011. African Union peacekeepers and Somali government forces advanced on Mogadishu's Bakara market, a rebel stronghold, amid heavy gunbattles, a spokesman for the peacekeeping force said.
Esse Mercado Bakara, que lugrzinho cascudo!!



Um abraço e t+ :D




Enlil
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Re: "Chifre da África" - Etiópia, Eritréia, Somália & Djibut

#14 Mensagem por Enlil » Sáb Jul 16, 2011 1:46 pm

Seca na África leva milhares a campos de refugiados
Atualizado em 9 de julho, 2011 - 12:02 (Brasília) 15:02 GMT

A seca que vem castigando a região leste do continente africano, conhecida como Chifre da Africa, está sobrecarregando campos de refugiados em países da região


De acordo com a Anne Mwathe, enviada especial da BBC à região entre a Somália e o Quênia, campos de refugiados na região, já sobrecarregados, estão operando muito acima de sua capacidade.

A seca é considerada a mais grave a atingir a região em 60 anos.

Três campos de refugiados na cidade de Daabab, a 100 quilômetros da fronteira com a Somália, estão abrigando um total de 370 mil refugiados, quando seu limite seria de 90 mil pessoas.

Representantes da ONG médica disseram à BBC que o número de pessoas em um campo de refugiados somali dobrou em questão de dias ao longo desta semana e que o local agora conta com 5 mil refugiados.

Sem alimentos


A MSF é apenas uma das entidades assistenciais agindo dentro de áreas da Somália controladas pelo grupo islâmico militante al Shabaab.

"Nós temos visto um aumento do número de pessoas desabrigadas que se refugiaram em acampamentos. Há uma semana,havia cerca de 300 famílias em um campo. Em questão de poucos dias, saltou para 800 famílias'', afirmou Jon Beliveau, um representante da MSF na região conhecida como Chifre da Africa.

A organização está dando auxílio médico a essas 800 famílias - cerca de 5 mil pessoas - mas não conta com alimentos para dar a elas.

De acordo com Jon Beliveau, os refugiados estão vivendo ''um momento desesperador e vulenerável''.

Somente água

De acordo com a Anne Mwathe, enviada especial da BBC à fronteira entre a Somália e o Quênia, a fronteira entre os dois países havia sido fechada no lado queniano, devido a temores de infiltração de milícias islamicas somalis ao longo da porosa e longa divisa.

Mas o governo do Quênia informou que, por conta dos tratados internacionais do qual é signatário, não irá barrar a entrada de refugiados em busca de auxílio no país.

Weheleey Osman Haji, uma mãe de seis crianças de 33 anos, contou à enviada da BBC que caminhou ao longo de vários dias ao lado de seus filhos para fugir da seca, sem se alimentar.

''Estamos caminhando há 22 dias bebendo apenas água. Desde que nasceu meu bebê, não como nada. Preciso agora de comida, vida, água e abrigo. Tudo que um ser humano precisa

A enviada da BBC conta que cartéis que lucram com o tráfico de pessoas estariam aproveitando a crise para cobrar de pessoas desabrigadas pela travessia da fronteira.

http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticia ... s_bg.shtml




Rodrigoiano
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Re: "Chifre da África" - Etiópia, Eritréia, Somália & Djibut

#15 Mensagem por Rodrigoiano » Qua Jul 20, 2011 4:21 am

CNN Breaking News

The United Nations declares a famine in parts of southern Somalia amid the worst drought in 60 years

cnn.com




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