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Posts Notáveis dos Usuários

Enviado: Qua Set 02, 2009 5:52 pm
por Enlil
Volta e meia leio alguns posts notáveis de alguns foristas; é o tipo de leitura q corrobora o elevado nível cultural, o conhecimento, o bom senso e a perspicácia no domínio da linguagem de alguns usuários. Em síntese, é o q torna um prazer participar deste fórum. Enfim, como existe o tópico Posts e respostas imortais dos usuários acho q o fórum merece um tópico para a reprodução de posts sagazes q indicam o elevado nível cultural, o conhecimento, o senso aguçado de percepção, reflexão, sutileza e engenho de raciocínio dos usuários em seus argumentos.

Quando alguém postar neste tópico seria pertinente fazer referências, inclusive com citação do tópico e a página.

Está aberto o espaço, um [ ] a todos, até mais...

Re: Posts Notáveis dos Usuários

Enviado: Qui Set 03, 2009 11:34 pm
por Enlil
Tópico Líbia celebra 40 anos de Khadafi no poder, primeira página:

jumentodonordeste escreveu:Carta de alerta.
03 de Setembro de 2009.

Aviso aos povos futuros,

Entendam que nosso tempo era realmente conturbado e muito diferente do seu. Nossa política externa era feroz defensora da democracia, paz e da liberdade individual e financeira, mas, quando podíamos ganhar dinheiro, nós nos misturávamos com todo tipo de ditador, genocida, terrorista, autoritário e ladrão.
Eu sei que nós somos muito difíceis de compreender e é exatamente por isso que escrevo para alertá-los dos nossos contrastes demagógicos. Essa é uma carta de explicação aos povos do futuro, que não compreendem nosso tempo. Caso você consiga compreender essa loucura, por favor, coloque essa carta onde ela estava, pois ela não foi feita para sua era.

Agradeço-lhes a atenção,

Mundo Ocidental.

Re: Posts Notáveis dos Usuários

Enviado: Sex Set 04, 2009 5:09 am
por P44
ia agora postar isso Nukualofa! Imagem

Re: Posts Notáveis dos Usuários

Enviado: Ter Set 15, 2009 1:36 am
por Enlil
F-X-2 agora é OFICIAL, confira a partir da Pg 310! (pág. 1218)
orestespf escreveu:
Franz Luiz escreveu: Orestes, realmente muito boa pergunta. A sua intenção de forçar o raciocínio funcionou e agora me "encafifou",
como se diz aqui no interior de Sao Paulo.
Já estou queimando meus neurônios e as idéias iniciais me deixaram muito curioso ( e possivelmente
preocupado) com o cenário que este povo "de cima" vislumbra para as próximas décadas.
Vou pensar bastante nisto.
Um abraço

Franz Luiz
Olá Franz,

tudo bem? Vou lhe contar uma coisa (não conte para mais ninguém do fórum. :mrgreen: ), entrei aqui interessado no hardware (infos sobre os equipamentos que temos e teremos), com o tempo cheguei a conclusão que tudo isso conta pouco ou quase nada. É importante sim, muito, mas o que chega pra gente é pra lá de questionável (a prática nos ensina estas coisas). Então me interessei por outras questões, por exemplo, o que somos, o que temos, o que teremos e o que queremos ser. Assim os mestres de fato me ensinaram.

Só que tenho vários defeitos, um deles é ser professor, ou seja, não entregar de badeja, mas sim provocar o livre pensamento (certo ou errado, não conta, o que vale é pensar, é assim que se aprende a tomar decisões quando for o caso e momento). Este defeito reside no fato de não ser professor, mestre ou doutor neste fórum, aqui não se ensina, se aprende. Por outro lado, as sementinhas plantadas renderam árvores e frutos, basta ver por aí, povo está mais crítico do que nunca. Mas também ganhei inimigos que nem conheço... Deixemos as estrelas verdadeiras nascerem, deixemos as estrelas que se acham constelações se apagarem pela própria implosão (virarão buracos negros). O Orestes é uma Lua, sua luz é reflexões de estrelas mais brilhantes; uns acham, uns têm certeza, uns já foram para o buraco negro e não perceberam.

Sobre o FX-2, bem, os fatos estão aí, mas ver é complicado. Mas o matemático é treinado para ver no escuro, a arte de enxergar o lado escuro da lua (a pura abstração), logo é capaz de ver o que poucos veem, porém é possível ver o que não existe (teoria da conspiração, dizem). Este péssimo hábito (mais um, viu?) faz com que minhas ansiedades precisem ser compartilhadas com outros, não para dizer ou provar que estou certo, mas para provocar o que realmente tem boa visão a dizer e mostrar o quanto sabe. Fazer Ciência é isso, responder acertadamente a poucas coisas, mas provocar sabiamente alguns para que façam muito mais.

Como não tenho competência e habilidade para responder certas coisas, opto por perguntar. Não para ter respostas que me satisfazem, mas para abrir a janela para que outros possam ver o sol e brilhar mais, até, do que ele. Minha luz já se desvanece, mas o esbravejar dos tolos só os restarão menos iluminados.


Forte abraço,

Orestes

Re: Posts Notáveis dos Usuários

Enviado: Dom Set 20, 2009 9:50 am
por Enlil
F-X-2 agora é OFICIAL, confira a partir da Pg 310! pág. 1238
Franz Luiz escreveu:Resumo da ópera:

No começo eram as trevas e discutíamos super-trunfo. Foi legal.
Fez-se a luz e então, graças ao super-trunfo tão arduamente garimpado
em inúmeras publicações pelos colegas, fizemos um juizo de valor
e cada um escolheu seu preferido.
Depois, quando nossos olhos se abriram, percebemos que as difereças
de desempenho não apontariam o iluminado dentre os três.
Percebemos que os homens de Estado tinham um projeto maior,
estratégico. Elaboraram uma END. E apontaram, não mais para o
norte e sim para nordeste.
Começamos então a discutir estratégia e geopolítica.
E agora, quando os Francos estão a despontar, vemos a concorrência,
na mídia e nos fóruns, desviarem da estratégia e geopolítica para outros caminhos,
todos tentando evitar a nova bússola.
Veio a história dos ovos na mesma cesta, que não vingou
Depois tentaram transformar a decisão política em algo detestável e corrupto por natureza
e que deveríamos deixar que a FAB escolhesse seu caça sozinha, com pureza técnica e sem
estratégia geopolítica.
Agora espalha-se pela mídia a pechincha, tentando colocar na cabeça de Deputados
e Senadores que não se precisa gastar mais quando já temos um ou dois mais
baratos (não dizendo é claro as consequências disto).
Conjuntamente vemos a tentativa de desconstruir a oferta de TOTs feita pelos Francos.
Vamos ver a próxima tática, caso estas duas últimas não vinguem também.
Após o anúncio definitivo da escolha, caso continuem por muito e não se assine este contrato logo,
possivelmente veremos o cancelamento tão almejado pelos concorrentes e consequente destruição do
poderio aéreo brasileiro, até que alguém venha e compre, simplesmente, jogando
a estratégia para a cesta seção.

Um abraço esperançoso em um muito rápido final (assinado).

Franz Luiz

Re: Posts Notáveis dos Usuários

Enviado: Qua Set 23, 2009 12:00 am
por Enlil
FINALMENTE RAFALE O GRANDE VENCEDOR!!! pág. 141.
Bender escreveu:
Bourne escreveu:O papel dos congressistas é questionar e discutir de todas as formas possíveis os negócios propostos pelo governo e FA's. Ou, se agissem como postes, seriam legais? Os lobbies e outras formas menos nobres de convencimento agem por todos os cantos, por isso tudo deve ser discutido.
Mas a questão é justamente essa,para se questionar e discutir,se faz nescessária que adquiram conhecimento e sabedoria sobre o tema,para que os questionamentos não se tornem simples manifestações de ignorância e despreparo.

Na realidade caro Bourne,eles são postes e estão agindo como postes, :shock: essa é a questão,postes como sabes são objetos públicos desprovidos de cérebro,mas tem a vantagem de por vezes conterem uma haste com luminária e a partir dai aumentarem sua importância irradiando LUZ!

No caso dos nobres deputados são postes que não conseguem irradiar LUZ! Mas tem a capacidade notável de que mesmo sem luz viverem cercados de mariposas.

Seria bom mesmo,que os dignos e legítimos representantes do povo,deixassem de serem postes,com relação a esse assunto e começassem a pelo menos "estudarem" e se 'informarem" mais detalhadamente sobre questões tão relevantes como estas da defesa,que voce tão brilhantemente debate aqui no DB,para deixarem de serem meros postes sem LUZ,mas a esperança de que isso aconteça,da minha parte pelo menos é nenhuma,portanto entre uma mula que fala e dá coices,e uma mula que só dá coices,ainda prefiro a segunda,que pelo menos não aborrece e irrita só dá coices .

Sds.

Re: Posts Notáveis dos Usuários

Enviado: Sex Set 25, 2009 9:50 am
por Enlil
NOTÍCIAS (Forças Aéreas, pág. 1032.)
orestespf escreveu:
Vinicius Pimenta escreveu: Caças de graça? :lol: :lol: :lol: Foi o Presidente quem disse. :mrgreen: :mrgreen:

Falando sério, falei isso tem um tempão. O governo está esticando a corda ao máximo, num jogo forte de usar um concorrente para pressionar o outro. Se der bobeira, uma hora ela arrebenta.

Porém, Orestes, se o que você afirma seria o mesmo em outras palavras dizer que a Dassault não colocou no papel o que o Sarkozy pediu, que tipo de conclusões pode-se tirar disso tudo?
Olá Vinícius,

não fui muito feliz na forma que escrevi, ficou dúbia. Já falei, não sei ser sucinto. :lol: :lol:

Não me referia ao Rafale, me referia a um dos outros dois, por isso a frase seguinte (do Papai Noel). Mas uma coisa é certa, o que escrevi permite uma leitura clara em relação ao caça francês, se aplica a ele igualmente. Na verdade me referi ao Gripen, ou seja, "pedir o que não é possível de ganhar".

A situação da Dassault é uma só: ou ela cumpre o prometido pelo Sarkozy, ou dança. Está claro pra mim que o Governo não vai pagar mais do que acredita ser o razoável. Ele quer o Rafale principalmente, assim penso, por motivos simbólicos. Tenho evitado comentar este assunto aqui no fórum, mas acho que compensa comentar um pouco. Parte deste texto foi um debate reservado com um amigo. Vamos lá:

Uma coisa que poucos perceberam é que:

1) não temos nada contra os EUA;

2) quem deseja ser grande e importante internacionalmente (Brasil) é preciso ter total controle em sua vizinhança;

3) o Brasil quer porque quer ocupar o espaço dos americanos na AL toda;

4) o objetivo é maior, é termos controle sobre todo o Atlântico Sul (mas isso é pra longo prazo).

O problema são vários, cito alguns poucos:

1) dar exemplo que não precisamos da dependência deles, podemos ser donos de nossos narizes;

2) convencer a vizinhança que nosso modelo de "independência" deu certo;

3) convencer a vizinhança (e outros!) que eles poderiam adotá-lo ao invés do modelo/influência americana;

4) espalhar a "boa nova".

Um dos símbolos do poder que um país exerce sobre outro é o uso de equipamentos do mais forte, isto é um recado claro, tipo, "vejam, o maior de vocês usam, e se é bom pra eles, será pra vocês também". Assim sendo, o principal símbolo a ser cortado é o militar. Só que para isto restam duas opções: fabricar seus próprios equipamentos militares ou tentar parceria com alguém diferente e que tope (tal coisa).

É aí que entrou a Rússia e a França. Veja que, no caso dos caças, a Suécia "não serve", cerca de 50% do Gripen é americano. Com a Rússia só daria certo se ela topasse uma proposta fantástica, que na prática seria "nos passe tudo e não reclame". Absurdo? Não, ela poderia topar, mas como está quebrada... Então ela apareceu com uma proposta "normal". A diplomacia avaliou que não compensaria, que só serviria para passar ideia que estaríamos tentando comprar uma briga com os EUA, assim como o Chávez vem fazendo. O objetivo não é brigar com os americanos, nem peitá-los, o objetivo é ficarmos livres da dependência (enorme) que temos.

Quando se fala em "decisão política" favorável à França, leia como sendo "decisão política para não termos mais dependência dos EUA". É isto, não adianta boas propostas deles, será negado. Como o Gripen depende muito deles... Então até poderia-se dizer que a França foi eleita por eliminação e não por favoritismo como se pensa por aí. Deixo cada um com sua análise, mas aqui não me preocupei depreciar a França e nem este acordo.

O que está acontecendo no momento não tem ligação alguma com pré-sal, com Chávez, Colômbia, etc., não da forma que muitos falam e acreditam. Tudo isso é retórica para justificar os enormes investimentos, nada mais do que isso. Os motivos são outros, como comentei acima.

Vejo este projeto do Brasil como algo grandioso, mas planejado e bem pensado; é geopolítico acima de tudo, por isso as tais "decisões políticas" que poucos compreenderam até agora. Muito do que vemos não teria explicações simples, porém, pensemos assim: como comprar de um país (Suécia) que politicamente e geopoliticamente sempre ficou em cima do muro? Como comprar um equipamento que é quase símbolo dos equipamentos americanos? Como comprar de um país cuja representatividade em fóruns internacionais (ONU, etc.) é quase nula? Talvez esta seja a "limitação" do Gripen NG? Não é o caça, é a Suécia que oferece "pouco" (diante do que se busca).

Como comentei acima, a França não foi escolhida por seus méritos apenas, foi por eliminação (nada pejorativo). Isto não significa que seja ruim, apenas que é a menos pior. Além do mais, os posicionamentos políticos e geopolíticos da França é quase idêntico ao nosso, daí ser mais fácil conversar e negociar. Este alinhamento natural das ideias e práticas recomenda a França mais do que os outros, inclusive.

Se a Dassault vai conseguir honrar as promessas do Sarkozy, bem, não sei. Uma coisa é certa: todo o país (França) acusava o seu presidente de não se envolver nas vendas da Dassault, dizendo que a cupa era dele, agora não poderá ser mais acusado destas coisas. O Sarkozy poderá dizer pra todos: eu fiz mais do que podia, foi a empresa que não cedeu. O pré-acordo com o Sarkozy não é muito, o acertado foi que continuaríamos o processo de compra com eles se o Rafale for vendido pelo mesmo preço que eles (franceses) pagam, o mesmo para a manutenção. Então se a Dassault consegue bancar este valor para os franceses, por que não conseguiria pra nós? Só se eles não quiserem mesmo. E vou além, se a Dassault disser que não tem como, provar no papel que é impossível, não duvido nada que o governo francês banque a diferença. Sim, isto é essencial pra eles neste momento, é projeção de poder (pra eles), é influência sobre outros países e a França precisa muito disso, caso contrário, terá que conviver com o Brasil a olhando de cima pra baixo muito em breve, então é melhor ser parceiro do que concorrente.

De tempos pra cá venho dizendo que o Rafale não era o meu preferido (que era o SU-35), mas que entendo ser o melhor para o Brasil neste momento. Disse isso porque consegui compreender que a parceria com a França tem propósitos maiores, são nossos projetos de Estado, não é coisa do Lula e mais alguns, é algo que independerá de futuros governos, isto já está para ser regulamentado.

Não queremos inimizades e problemas com os EUA, só precisamos acabar com a dependência deles para conseguir maior espaço político no mundo, mas principalmente nos países do Atlântico Sul, inclusive africanos. Não comprar dos americanos significa ficar livre da dependência, mas não se faz isso com tudo, com todas as áreas, apenas nas mais "representativas", mas simbólicas, como a militar. O jogo é muito grande, o caminho é brilhante, este governo está mostrando competência e força para saber lidar com tudo isso e o próximo passo é aprovar tudo no Congresso, aí não terá outro presidente mudando o rumo das coisas. E a parceria com a França será para sempre? Lógico que não, até isso é simbólico, logo tem data para acabar. Digamos que é um casamento muito bem armado.

O Brasil cresceu mais do que se anuncia, não quer apenas uma cadeira no CS, quer muito mais. Só que não adianta ficar na cola dos EUA, todos diriam que seríamos representantes deles. A França é um dos países mais imparciais para questões internacionais no grupo dos grandes, daí a diferença. Alguns diriam que trocamos seis (EUA) por meia-dúzia (França), mas a essência está justamente neste ato simbólico: mudança! Ser capaz de mudar, mostrar vontade de mudar. E se você consegue mudar agora, mesmo que de seis para meia-dúzia, então pode-se mudar mais adiante novamente, a independência quase total, por isso o casamento ter anúncio prévio para acabar.

Sobre o valer a pena "investir" neste casamento do faz de conta, não sei dizer, é preciso muito tempo para analisar e julgar. Acho que o governo está pensando no País sim, se der errado, pelo menos cometeu erro novo, visto que nenhum outro governo fez isso pelo Brasil (sem apologias!!). É uma tentativa ousada, pode dar certo ou não, mas esta tal independência não é do dia pra noite, demorará décadas. Por isso lhe disse que os equipamentos militares são símbolo de tudo isso, representa um pensamento e uma ousadia.

Só que realmente o FX-2 não acabou, pode haver uma reviravolta sim, o próprio Governo já admite isso. O jogo político favorece a França, mas não vamos comprar só para atingir nossos objetivos pagando mais do que vale ou compensa. Se a Dassault (não o governo francês) não se enquadrar, então os caças "independentes" ficarão para mais tarde. Quem vencerá entre os concorrentes, bem, não sei.

O Governo criou o seu símbolo para toda esta mudança e que no fundo tem mais cara de criação do zero, visto nunca termos tido um sistema de defesa de fato, tudo era voltado para o nosso potencial inimigo (Argentina) que na prática nunca chegou a isso. Hoje se pensa em algo muito maior, as atenções se voltaram para a Amazônia e mais recentemente para a Amazônia Azul, as necessidades não mudaram, as atenções é que se fizeram presentes. E dentro deste simbolismos representado pela campo militar (dentro do cenário internacional que o Brasil almeja) o símbolo mais expressivo para o leigo são os caças, mas apenas para maquiar (desviar atenções) do mais importante (maior) de todos estes símbolos: o sub nuclear. Este já está blindado, visto que o calor do debate em relação aos caças produziu o desejado, desviar a atenção do comum para encobrir o sensível e exposto assunto nuclear.

A parceria com a França é muito importante, o Brasil quer, o governo francês quer e precisa, o único que pode impedir a vinda do Rafale para o Brasil é a Dassault. Neste caso, outro caça será escolhido, perde-se o objetivo maior, mas não perde o sistema de defesa do País (todos os caças são ótimos, sem exceção).


Grande abraço,

Orestes

Re: Posts Notáveis dos Usuários

Enviado: Sex Set 25, 2009 8:57 pm
por soultrain
Bender escreveu:
Alfredo762 escreveu:Olá Orestes, como está?

Vou falar brevemente e por cima sobre hierarquia nesse contexto. As coisas nessas páginas tomaram um rumo completamente dispensável.

Deixe-me copiar o artigo 142 da Constituição Federal.

Art. 142. As Forças Armadas, constituídas pela Marinha, pelo Exército e pela Aeronáutica, são instituições nacionais permanentes e regulares, organizadas com base na hierarquia e na disciplina, sob a autoridade suprema do Presidente da República, e destinam-se à defesa da Pátria, à garantia dos poderes constitucionais e, por iniciativa de qualquer destes, da lei e da ordem.

Por favor, não confundam isotônico com hipopótamo. São coisas diferentes. O que vocês não podem confundir no presente caso é hierarquia com autoridade.

A hierarquia é o cumprimento eficaz e exato dos deveres militares, ordenados pela autoridade militar, por postos e graduações em níveis diferentes. Sendo que a autoridade e a responsabilidade crescerão no grau hierárquico. Sempre no âmbito militar. O presidente manda na sua respectiva seara. Em tempos de guerra, ele assume a plenitude do comando da nação. Fonte: Celso Mello, um dos maiores constitucionalistas do país, na sua Constituição Comentada.

As instituições militares, em virtude da hierarquia e disciplina, sempre serão perenes. Sempre serão imutáveis. Já o chefe do governo muda. Pois se muda o lado ideológico de liderança da nação.

E a FAB? Por ser a autoridade hierárquica na seara dela, cabe ao Saito agir com a última palavra na FAB. Esta tem o papel primordial de avaliar qual o melhor vetor que lhe convém. Quem opera é a FAB e não o governo.

Por que? Simples. O governo não mantém esses caças. Ele dá uma verba, sempre represada, para a Força Aérea Brasileira. Dessa verba, ela paga desde o cafezinho ao motor sobressalente que encomenda. Se no final do ano o dinheiro não der, a FAB terá que se virar, pois não será o governo que irá ajudar. É a FAB que vai ver qual o melhor vetor que ela pode ter, qual o melhor que ela pode manter.

Por que? Novamente, é simples. É ela que detém todo o conhecimento técnico e científico de manter um equipo desses. Não é um grupo de civis metido a militares que vão entender o que é melhor para a FAB. Muito menos lobbychas. Sequer usarei o chavão ufanista “escolher o melhor para o Brasil”, pois isso faz um Brigadeiro cair de dor de tamanho absurdo que é.

Vocês não têm idéia do que se passa nos bastidores. O que se diz é que o rafaleco vai entrar pela porta de traz e não pela da frente. A maioria da FAB nem pensa em rafaleco.

Não houve quebra de hierarquia no caso em tela. Essa questão da nota não diz absolutamente nada.

Aliás, tome cuidado ao acusar de quebra de hierarquia. Isso é uma acusação muito séria e gravíssima. Ainda mais nesses minutos finais do jogo. Isso pode dar cartão vermelho. Sei que você não teve a intenção disso, pois ás vezes, falamos o indevido no calor da palavra.

No presente caso, nada disso ocorreu. Se ocorresse, o Saito estaria preso agora. Como ele é uma pessoa centrada, profissional e patriota, ele está longe de passar por isso.

O que pude ver aqui é um linxamento moral da Força Aérea Brasileira por puro capricho ideológico. E pior, em um fórum de defesa...

Forte Abraço!
Alfredo

P.S. – Infelizmente, sobram ufanistas e faltam patriotas.
Porém aqui deve ficar um ponto que você não vai encontrar na END.

De onde virá o dinheiro para fazer tudo que se almeja? Nem país Europeu teria um orçamento para isso.

Alfredo
Olá Alfredo,

O Carlos já fez um comentário muito apropriado,mas me permita que faça o meu,que não tenho dúvidas infelizmente não terá o mesmo vigor,portanto espero que não seja enfadonho e superficial.

Se existe uma coisa que concordo inteiramente com você,é que a “FAB é operadora do equipamento,e tem capacidade de avaliar o melhor vetor que lhe convem”,sem dúvida.

Infelizmente para a FAB,eu imagino para você também,pelo que expôs acima,ela mantem a sua função de operadora,com a contribuição em impostos feita pela totalidade da nação,cujo administrador desses impostos são membros dos ministérios federais,nomeados pelo sr. presidente da Republica,que recebeu mandato legitimo e democrático,dado pela maioria da população em eleições livres e também democráticas.

Esse mandato de “cunho político e ideológico” dado pela maioria da população, autoriza o chefe do executivo a determinar os rumos do país nos seus mais amplos aspectos,inclusive no que se refere ao reaparelhamento das FAs,serem necessários ou não.

Uma compra de equipamento militar,que tem como uma das premissas básicas,e estratégia governamental,que haja transferência de tecnologias associadas,aos equipamentos adquiridos,e desenvolvimento industrial, leva em consideração não só o aspecto técnico da tecnologia com origem a qual a FAB está mais afeita e se sente mais confortável,mas leva também em conta,se o executivo que tem mandatopolítico, ideológico e legítimo,acha se a origem dessa tecnologia,está de acordo com os aspectos e objetivos imaginados por esse mesmo poder executivo,no que se refere aos posicionamentos também ideológicos,políticos,diplomáticos e industriais,imaginados por ele.

Usando uma feliz analogia criada por você(?),não vamos aqui então “confundir isotônico com hipopótamo” e querer dar a FAB “mandato” para determinar e impor ao país as opiniões e escolhas que não se referem as questões técnicas,mas se referem as outras de atribuição do poder executivo.

Cabe a ela o dever de “orientar tecnicamente” com sua experiência e sabedoria o governo a respeito do equipamento que esse mesmo governo irá adquirir com dinheiro dos impostos,para que a mesma o “opere”,e cumpra a sua função constitucional no que se refere a proteção do espaço aéreo da nação.

Cabe ao governo e esses civis “metidos a militares” que foram eleitos pelo povo, fazer vários brigadeiros se possível “caírem de dôr”,e “escolher o melhor para o Brasil” de acordo com todos os aspectos citados acima por mim que cabem ao poder executivo, que possui mandato transitório mas legítimo e ideológico para isso, e que não cabe a FAB,a “operadora” fazê-lo,inclusive pelo seu caráter “perene” como instituição apartidária,o CMTE Saito tem a ultima palavra na FAB,mas não tem e não deve ter a ultima palavra no governo,ela FAB “tem o papel primordial de avaliar o melhor vetor que lhe convém”,mas não tem o papel nem a capacidade,nem o mandato popular, para avaliar o que melhor convém ao país.

Você me mostra mais uma vez que tem trânsito nos “bastidores” da FAB,ao afirmar:” O que se diz é que o rafaleco vai entrar pela porta de traz e não pela da frente. A maioria da FAB nem pensa em rafaleco.”,isso me leva então a tomar a liberdade de lhe fazer uma pergunta singela,e que não deverá causar nenhum trauma a voce por respondê-la,já que afirma categoricamente o que ela não deseja pejorativamente:”o Rafaleco”,então mate a curiosidade de seus colegas de FDB e nos diga:Qual dos outros dois equipamentos a FAB deseja?Deve também saber o porque?Seria o Tijolo?


Notei nesse seu post,e no comentário que separei de um post seguinte,que seus argumentos,quanto as verbas necessárias a futura operatividade dos equipamentos que vierem a ser adquiridos,se apegam a falta de razoabilidade e realidade no documento da END, ao qual me parece, você, pelo tanto que diz “se deleitar em comentá-lo” em um sem numero de Fóruns deve ser especialista e conhecedor. Saiba não é o meu caso,pois o li quando foi publicado e só.

Realmente na minha visão tratá-se de uma carta de intenções para a área de defesa,com uma dúzia de projetos de lei,atrelados a ela,que visam dar forma inicia, no campo tributário e estatutário a uma “possível” futura industria de defesa nacional,e uma “possível” reestruturação e redistribuição dos efetivos e operação das 3 Forças.

Não vejo pecado,que um governo legítimo tenha a preocupação também “legitima” de estudar,debater e propor um projeto de reestruturação e reequipamento das FAs.

Talvez os membros das FAs,que desejem que seu status permaneça estático e intocável,e seus simpatizantes,vejam.

A END não definiu fontes perênes de verbas para reequipamento e manutenção futura das FAs!,nem deveria ser essa sua função,esse documento é a chamada para o debate político democrático sobre o tema defesa,não um tratado impositivo de determinação de verbas,para isso ou aquilo.

Muito me admira, que um advogado e professor,que me passa ser uma pessoa atualizada e com inteligência acima da média,não acompanhe e esteja alheio, aos movimentos do MD,e no próprio CN,feito por parlamentares que tem formado frentes e grupos para que “democraticamente” se façam alterações constitucionais,que possam garantir essas verbas futuras,que “ideologicamente na minha opinião” protejam as FAs de quinta colunas do calibre por exemplo do sr. José Serra e outros membros do PSDB,que mostram claramente desprezo por essas instituições militares,para que se infortunadamente esse ou algum desses, chegar a chefia do executivo federal,não venham a destruir por puro revanchismo esse processo.

Você nutre e demonstra também a existência de uma preocupação da FAB pelas possíveis faltas de recursos para manter os futuros caças,e outros equipamentos,isso talvez seja até natural tendo as FAs passado os últimos dois mandatos de FHC do PSDB(8 anos)no governo,sendo tratada como um incômodo ao qual não”devemos verbas nem satisfações”,devia, ideologicamente na minha opinião,preocupar-se a FAB em relembrar esses 8 anos de penúria nas mãos do sr. FHC do PSDB,e imaginá-los no futuro,nessas mesmas mãos,que sempre “se lavaram” quando a questão era a Defesa e as FAs,e não em criticar um projeto desse governo atual, que tem um ano de vida,e que nem se fossem só intenções pueris,o que já está provado que não são,já seriam muito mais do que “intenção nenhuma”, a não ser a de prejudicar as FAs, dos governos passados.

Eu não sei onde voce viu aqui,"linxamento moral da FAB",eu vejo críticas,se justas ou não cabe a cada um avaliar,mas eu sei onde eu vi "linxamento total", não só da FAB mas das 3 FAs Brasileiras,foram nos 2 governos do sr. FHC.

Saudações.

Re: Posts Notáveis dos Usuários

Enviado: Sáb Set 26, 2009 8:19 pm
por Enlil
Tema escurro, não percam seu tempo em ler (pág. 01)
jp escreveu:(BEM! EU AVISEI...SE TEIMARAM AGORA PROSSIGAM)

Graças a sagrada carta magna dou-me ao direito de abrir o bico sem levar puxões de orelhas (que, aliás, são de abano). Até porque, mentecapto e teimoso qual um jegue estressado que sou, recuso-me a rir e escoimar falácias de autoritarismos, velados e/ou explícitos de qualquer pulha (é intrigante: a realidade nos mostra que todo autoritário é, quase, um pulha. Mas que, pequenos autoritário são, TODOS, pulhas). Esteado no tempo profissional, deveres da profissão infelizmente, enauseáva-me sempre que ouvia o eterno jargão dos pulhas: "sabe com quem está falando?". Em geral, antes da minha ejaculação (moderação. esporro é palavrão?), eu terminava por rir desbragadamente.

Ninguém está entendo nada? Pois é! Eu sou assim mesmo, ainda mais quando me excedo no Nescau.

Ainda não ouvi nenhum membro do forum avançar os limites da razão e ofender instituições ou diretamente algum membro específico dessas entidades. Seria impatriótico a ofensa institucional, e muar a ofensa pessoal. Aliás, seja contra um servidor público, em particular, ou contra qualquer cidadão em geral.
No entanto, o primado do direito é que possamos postular, cada um de nós por si ou em associação com quem no seja uníssono, nossas próprias teses. Tudo sob o cetro maior do livre pensar e da liberdade em defender o que postulamos, seja com fundamento ou não. Evidentemente, haverá os mais lupinos e mais sábios em um ou outro tema. Porém, isto não oferece chance de sofrermos o latrocínio de nossa liberdade de nos expressar. Putz! Calma pessoal, não vou citar Voltaire.

Sei que respeito os que sabem, os que sabem pouco, os que nada sabem (igualzin a eu), e até os que pensam que sabem. Só repilo e alijo-me dos arrogantes (os mesmos que os pulhas). Esses, mesmo que saibam alguma coisa fazem do seu saber inútil e que não serve a ninguém, pois o egoncetrismo exacerbador já lhes tolheu a utilidade do conhecimento.
picuinhas, nada mais [005]

De que adianta para mim dizer que torço pelo Rafale. Em que vou fundamentar minha "torcida"? Bem, para mim, que nada sei, vale pela minha opinião, pela minha observação dos antecedentes americanos, ainda que os franceses tenham os seu "antecedente$". Vale por achar que o Gripen NG é um ótimo caça, principalmente quando sair o primeiro da linha de montagem. Vale por achar que cabe à FAB a escanometria técnica dos escolhidos, e ao governo (qualquer que seja ele) o poder político de estado em fazer a escolha final. Portanto, minha eqüina dedução me diz que isto já foi feito. Se eu estiver errado, ainda assim, o sol continuará a brilhar por alguns milhões de anos e pulhas nunca conseguirão viver em comunidade (pulhas são fidelíssimos aos seus dogmas).
Mas, como eu mesmo devo ser um pulha, fico com o Rafale. Aceito contra-argumentos (claro, na altura do campeonato não me fará mudar minha opinião), só declino o absolutismo talebã dos exegetas do apocalipse que vivem bradando: "olha heim?! Vai dar fezes!"

Caramba! Quem são esses? sabem do que bradam? O que desejam? Querem o absolutismo como se fosse a pedra filosofal dos problemas brasileiros. Nem sabem quantos, e como, brasileiros foram sacrificados, cumprindo o seu dever. Ou simplesmente quantos cidadãos comuns o foram, para que conquistássemos a democracia. Ousam pensar até que os militares querem isto. Desculpem, mas são mais jegues do que eu.
Os militares, que vivem e respiram o dever à pátria, abrindo mão de interesses familiares, inclusive, aspiram o profissionalismo íntegro de suas qualificaçoes profissionais e de suas instituições. Há muito sabem que a corrupção ideológica, a qual patrioticamente combateram, não levou só a sangria de fato e moral da sociedade mas, também, à baderna institucionalizada em várias frentes e entidades de nossa nação.
E quando uso o termo "militar", especificamente para esta época, cito, TODOS, aqueles que ombrearam à mesma missão em defender nossa nação de outros tipos de pulhas que a queriam macular
Portanto, isto não quer dizer que estejamos dormindo, só estamos com um ôlho no padre e outro na missa ou ruminando sobre o velho conceito: o preço da liberdade é a eterna vigilância.

Mas falar em ameaças, em levantes e movimentos face a uma decisão, sa-bi-da-men-te, de e do governo. É de se rir muito!
Pressões, em forma de reiterar opiniões técnicas, preferências pessoais etc não podem ser igualadas como "insinuações à quebra de hierarquia". Cidadãos, trabalhadores (e os militares não o são?) tem o direito às suas preferências. No caso deles, não é ilícito expressá-las, ainda que sob certas condicionantes. E NINGUÉM precisa ensiná-los a isto.

Quem não conhece o seio militar pode até pensar assim, quem não conhece o respeito à disciplina hierárquica e e precedência calcada na retidão pode tecer essas ilações. A baderna dos donos das instituições acabou. Os eternos caciques que não davam margem ao profissionalismo, jactando-se na esbórnia política (só trocavam a gandola pelo paletó), deu lugar ao verdadeiro soldado. Basta ver que temos nosso colega Marino aqui. Ele expôe, respeitosa e medidamente, suas opiniões sempre nos trazendo - o quanto e quando possível - notícias de nosso hobby (nossa "paixão" que é o conhecimento dos assuntos sobre DEFESA). Quando antes isto seria possível? Temos acadêmicos (como o Orestes) que perdem seu tempo em analises e projeções, outros membros de instituições de governo, engenheiros, amadores com conhecimento avançado. Enfim, temos uma plêiade de cidadãos aptos a trocar e expandir conhecimento na sociedade brasileira sobre um atema de extrema importância para o Brasil. Eu me orgulho de estar aqui.

Talvez, seja por isto. Talvez, seja por conta do nosso crescimento, o crescimento do forum, em sua importãncia, e por sua qualidade maior de poder irradiar assunto tão importante, que tenhamos começado a atrair moscas.

A propósito: É Rafale mesmo, eu avisei (e queria :mrgreen: )
Abçs aos amigos.

A propósito 2: CM, "Super Robot Violáceo", Soultrain, Orestes, PRick, Bolovo, Beronha, Flávio (esqueci alguém? :mrgreen: ), gosto de doce de leite com amendoim e de maçãs (caso eu seja preso - nunca se sabe).

Re: Posts Notáveis dos Usuários

Enviado: Dom Set 27, 2009 8:07 am
por P44
tópico da crise das honduras, pág. 62
lelobh escreveu:Difícil tarefa chamar de golpista o presidente, eleito pelo povo, que tentava, através de um instrumento próprio da democracia direta, consultar a opinião da população.

É certo que não me agrada o seu chapéu estranho, seu bigode, seus pés ao ar em nossa embaixada, mas não somos consultores de moda ou etiqueta, e aquilo não é um desfile.

Alguns condenam o desejo do presidente deposto alterar a constituição. Não posso me manifestar sobre esse desejo, sequer sei qual era seu real interesse, e em verdade pouco me importa, atenho-me aos fatos. É fato que alguns guardam dois pesos e duas medidas para eventos semelhantes.

Aqui nessa terra de grandes contrastes, de golpes e golpistas (mesmo que fracassados), na qual a constituição apregoa que todo poder emana do povo (não dos militares, não dos políticos, não dos senadores e deputados, não dos jornalistas, não dos juízes...) vimos nossa constituição ser alterada recentemente sem utilização das ferramentas próprias para a democracia direta.

Enfim, aqui se aprovou a reeleição através do poder econômico e da democracia indireta. As vezes trata-se de utopia um dos alicerces da nação: "do poder emanar do povo.".

Prefiro fechar meus olhos para os usurpadores do Estado e acreditar na utopia.

E por essas e outras aquele presidente de Honduras, infeliz das escolhas políticas à vestimenta, é transformado pelos cegos do nosso reino de faz de conta em um golpista consumado, mesmo que tenha pleiteado fazer do povo o juiz dos seus atos.

A visão torpe não mudará toda história. Os poderes de Honduras, ao ignorarem os caminhos civilizados para impedimento de um presidente, atentaram contra seu próprio país e fizeram do espaço público algo privado.

A democracia é uma construção permanente e suas estruturas não permitem remendos, desvios, sob pena de levarmos toda obra à ruína.

As nações civilizadas se colocam ombro a ombro com nosso país em defesa dos alicerces da democracia, e condenam o golpe naquele país, mas ainda assim muitos dentre nós preferem filiar-se ao isolado governo de fato de Honduras.

Certamente, algo de nobre existe em defender o governo de fato. É o lado mais fraco, o mundo contra o pobre governo de Honduras, devem nossos grandes sábios travarem na verdade uma luta pelo equilíbrio da balança, apenas isso explica.

Não que seja correto concordar com muito dos absurdos nessa situação, inclusive aqueles cometidos pelo nosso governo, mas temeroso é pensar que ideologias questionáveis ainda cegam parte o nosso povo, até aqueles mais instruídos.

É impreterível que evitemos ao presidente deposto o uso da nossa embaixada como um palanque para suas atividades políticas. Que suas atividades fiquem restritas aos possíveis acordos com o governo de fato, e nada mais.

Devemos permanecer firmes em nossa posição, enquanto ela se ater a manutenção da democracia. A época dos mandatários depostos pela força passou. Honduras não nos remete apenas aos golpes na América do século XX, não, Honduras nos remete ao golpe que deu origem à nossa República. Zelaya, no final de seu mandato foi transformado, ao melhor estilo militar, em um D. Pedro II, deposto e expulso no meio na noite.

Devemos vigiar sempre para que o poder do povo não seja usurpado por quem quer que seja, independentemente de sua tendência, seja de direita ou esquerda, use chapéu ou não.

O Brasil, ainda com sua meia transformação, ainda com todos seus erros, deve zelar pelas democracia e impedir que os golpistas vejam nas terras das Américas horizontes para suas aventuras.

Não somos belicistas, não vamos à guerra, acreditamos nos organismos multilaterais, nas vantagens da paz mundial e na não intervenção militar.

Nenhum de nós, vejo, acredita seriamente em um ataque nosso, e espero que seja assim.

Lutamos com as palavras, lutamos com ferramentas econômicas, pressionamos e nos mantemos firmes. Espero, com vivo desejo, que façamos da democracia a vitoriosa sem utilizarmos armas de guerra. Essa será a verdadeira vitória da racionalidade sobre a barbárie.

Não devolveremos democracia para um povo destruindo seu país.

Que nossas armas apenas sejam utilizadas para defender nosso povo das agressões injustas e severas.

Confesso que um orgulho bateu quando vi uma bandeira por detrás de todos aqueles. Lá estava a bandeira do Brasil tremulando ao vento, em defesa da democracia.

É só uma opinião, nada mais que uma opinião.

Re: Posts Notáveis dos Usuários

Enviado: Ter Out 06, 2009 1:56 am
por Enlil
A pornografia da guerra (pág. 01)
Clermont escreveu:UMA CULTURA DA ATROCIDADE.

Por Chris Hedges – 18 de junho de 2007 – Truthdig, drilling beneath the headlines.( http://www.truthdig.com/report/item/200 ... _atrocity/)

“Que espécie de Deus essas pessoas adoram?”

(mulher iraquiana não-identificada, cuja casa havia sido bombardeada por forças americanas, em 2003. Toda sua família foi aniquilada.)

“Tendo servido honrosamente nos Fuzileiros Navais e cumprido minha temporada no Vietnam, eu posso dizer a todos vocês que a guerra é a COISA MAIS PORNOGRÁFICA que a espécie humana jamais inventou. Glória? Na guerra? Besteira! Guerras são travadas na lixeira. O fedor dos mortos apodrecendo nunca pode ser limpo da memória. A visão, os sons e o cheiro de um ataque aéreo nunca se vão. Glória? Isso é para os filmes e os políticos mentirosos que nunca estiveram na guerra.”

(Ex-combatente americano do Vietnam.)

Imagem

(Mohammed Saleem, 1 ano e seis meses de idade. Ele, e mais quatro membros da família foram mortos quando forças americanas abriram fogo contra seu veículo na vizinhança de Sadr City, em Bagdá, em junho de 2004, durante a luta entre os americanos e os seguidores de um clérigo radical.)



Todos os soldados, quando ocupam e batalham contra forças insurgentes, como no Iraque, Gaza ou Vietnam, são rapidamente colocados naquilo que o psiquiatra Robert Jay Lifton denomina “situações produtoras de atrocidades”. Neste ambiente, cercado por uma população hostil, atos simples como ir a uma loja comprar uma lata de coca-cola ou dirigir por uma rua significam que você pode ser morto. Esse constante medo e tensão leva os soldados a olhar todos à sua volta como o inimigo. A hostilidade é reforçada quando o inimigo, como no Iraque é fugidio, sombrio e difícil de achar. A raiva que os soldados sentem após uma bomba de estrada explodir, matando ou mutilando seus camaradas, é facilmente direcionada com o tempo para os civis que são vistos como apoiando os insurgentes. É um pequeno pulo psicológico, mas um enorme moralmente. É um pulo entre matar – atirar em alguém que tem a capacidade de causar mal a você – para assassinar – o ataque mortífero contra alguém que não pode fazer mal a você. A guerra no Iraque, agora, trata-se, principalmente, sobre assassinar. O ato de matar é muito pouco. Fuzileiros e soldados americanos tem se tornado, após quatro anos de guerra, aclimatados à atrocidade.

O projeto de assassinato americano não é descrito nesses termos para o público distante. Os políticos ainda falam na abstração da glória, honra e heroísmo, da necessidade de melhorar o mundo, em frases ocas de renovação política e espiritual. A imprensa, como na maioria das guerras, é servilmente complacente. A realidade da guerra – o fato de que as forças de ocupação se tornaram, juntamente com as violentas milícias, uma fonte de terror para a maioria dos iraquianos – não é transmitida ao público americano. A imprensa divulga os ferimentos físicos e emocionais impostos sobre estes que matam em nosso nome. Os iraquianos, esses que nós matamos, são, em sua maioria, mortos sem nome e sem rosto. Esses que matam grande número de pessoas sempre proclamam isso como uma lamentável, porém necessária ação.

A realidade e a narrativa mítica da guerra colidem quando amargurados ex-combatentes voltam para casa. Eles se acham alienados do mundo em volta deles, um mundo que ainda acredita no mito da guerra e nas virtudes da nação.

Tina Susman, em um artigo de 12 de junho nos Los Angeles Times dá aos leitores um raro vislumbre neste lado da guerra. Ela escreveu sobre um rapaz iraquiano de 17 anos morto por um violente, aleatório fogo desfechado por soldados americanos em uma vizinhança de Bagdá, após a explosão de uma bomba. Essas matanças que os iraquianos dizem ocorrer diariamente, raramente são confirmadas, mas, neste caso, o rapaz era filho de um empregado local do Los Angeles Times.

Médicos iraquianos, supervisionados por epidemiologistas na Escola de Saúde Pública da Universidade John Hopkins, publicaram um estudo, no último ano, no jornal médico britânico The Lancet. O estudo estimava que 655 mil pessoas à mais do que o normal tinham morrido no Iraque desde que as forças da Coalizão invadiram o país em março de 2003. Isso é vinte vezes mais que as estimadas 30 mil mortes civis que o presidente Bush citou em um discurso dezembro último.

Do total de 655 mil estimadas “mortes em excesso”, 601 mil resultaram de violência *. As mortes remanescentes ocorreram de doença e outras causas, de acordo com o estudo. Trata-se de cerca de 500 mortes violentas adicionais por dia, através do país.

O tenente-coronel Andrew J. Bacevich, um ex-combatente do Vietnam, que é um professor de relações internacionais na Universidade de Boston, estimou no ano passado que as tropas americanas tem matado “dezenas de milhares” de iraquianos inocentes, devido a acidentes de indisciplina de fogo.

Números oficiais deixaram de existir. O governo iraquiano não libera mais o número de baixas civis e os militares americanos, normalmente, não fornecem relatórios sobre civis mortos ou feridos por forças americanas.

“É um negócio psicológicos. Quando um soldado americano é morto ou ferido, eles atiram em represália,” Alaa Safi contou ao Los Angeles Times. Ele contou que seu irmão, Ahmed, foi morto em 4 de abril, quando tropas americanas crivaram de balas as ruas de sua vizinhança no sul de Bagdá, após o ataque de um tocaieiro.

A guerra é a pornografia da violência. Ela tem uma beleza sombria, preenchida com o monstruoso e o grotesco. A Bíblia chama isso “a luxúria do olho” e previne os crentes contra ela. A guerra nos permite engajar nos impulsos primários que mantemos ocultos no mais profundo, mais íntimo interior de nossas fantasias. Ela nos permite destruir não só coisas mas seres humanos. Nesse momento de total destruição, nós manejamos o poder do divino, o poder de dar ou aniquilar a vida. Unidades armadas se tornam enlouquecidas pelo frenesi da destruição. Todas as coisas, incluindo seres humanos, se tornam objetos – objetos seja para gratificar ou para destruir ou ambos. Quase ninguém está imune. O contágio da multidão garante isso.

Seres humanos são metralhados e bombardeados pelo ar, lança-granadas automáticos alvejam cabanas e arredores com explosivos de alta-potência, e comboios correm desvairadamente através do Iraque, velozes trens de carga da morte. Esses soldados e fuzileiros tem, na ponta dos dedos, a temerária capacidade de pedir poder de fogo que oblitera paisagens e vilas. O universo moral é virado de ponta cabeça. Ninguém passa por isso sem ser afetado. A guerra nos arremessa dentro de um vórtice de barbarismo, dor e fugidio êxtase. Ela nos arremessa dentro de um mundo onde a lei é de pouca importância.

É preciso pouco em tempo de guerra para tranformar homens e mulheres comuns em assassinos. Muitos cedem, de boa vontade, à sedução do poder ilimitado para destruir. Todos sentem a pressão dos pares para se conformar. Poucos, uma vez em batalha, acham a força para resistir à carnificina gratuita. A coragem física é comum no campo de batalha. A coragem moral, não.

As máquinas militares e as burocracias de estado, que buscam nos fazer obedecer, também buscam silenciar estes que retornam da guerra e falam a verdade. Além disso, o público tem pouco desejo de arruinar a narrativa heróica, mítica. A essência da guerra, que é a morte, é cuidadosamente mascarada da visão. Os poucos, solitários jornalistas que tentam falar a verdade sobre a guerra, para descrever a experiência de constantemente estar no lado receptor do poder de fogo americano, em breve, se tornam parias, não mais capazes de se incorporarem com os militares, jantar com os funcionários na Zona Verde, ou conseguir credenciais de imprensa. E, portanto, a vasta maioria da imprensa mente para nós, embora, não abertamente; é a mentira da omissão, mas é uma mentira, apesar de tudo.

Os ex-combatentes que retornam, mesmo se não falam sobre as atrocidade que cometerem ou testemunharam no Iraque, irão passar o resto de suas vidas lidando com o que fizeram. Eles irão sofrer reações atrasadas à tensão. Eles irão sofrer, como aqueles que retornaram do Vietnam, uma crise de fé. O Deus que eles conheciam, ou pensavam que conheciam, lhes falhou. Os altos sacerdotes de nossa religião cívica, dos políticos aos pregadores, até os sabichões da televisão, que lhes prometeram a glória e a honra através da guerra, os traíram.

A guerra é sempre sobre traição; traição dos jovens pelos velhos; dos idealistas pelos cínicos e dos soldados pelos políticos. Esse amargo conhecimento está se infiltrando nas fileiras das forças armadas americanas. Ele está trazendo uma nova onda de ex-combatentes enraivecidos e despossuídos que nunca mais irão confiar no país que os mandou para a guerra.

Nós fazemos nossos heróis do barro. Nós louvamos seus feitos valentes. Nós lhes damos uniformes com fitas coloridas pelos atos de violência que eles cometeram ou suportaram. Eles são nossos falsos repositórios de glória e honra, de poder, de hipocrisia, de patriotismo e egolatria, tudo o que queremos acreditar sobre nós mesmos. Eles são nossos santos de gesso, os ícones que aplaudimos para nos defender e tornar a nós e a nossa nação, grandes. Eles são as escoras de nossa demente religião cívica, nosso amor pelo poder e força, nossa crença em nosso direito como uma nação escolhida para brandir essa força contra os fracos. Esta é a idolatria de si mesmo da nação.

Profetas não são estes que falam de piedade e dever dos púlpitos – há poucas pessoas nos púlpitos dignas de se escutar. Os profetas são os desgastados destroços de homens e mulheres que voltam do Iraque e encontram a coragem para pronunciar as hesitantes palavras que não queremos ouvir, palavras que precisamos ouvir e digerir de modo a conhecer a nós mesmos. Esses ex-combatentes, aqueles que ousam falar a verdade, viram e provaram como a guerra nos mergulhou na barbaridade, perversão, dor e numa incontida orgia de morte. E são os testemunhos deles, se nós tomarmos o tempo para escutar, que, tão somente, poderá nos salvar.


___________________________

Chris Hedges, que se graduou pela Harvard Divinity School e foi, por quase duas décadas, um correspondente para o The New York Times. É o autor de “American Fascists: The Christian Right and the War on America.”

Em 17 de maio de 2003, duas semanas após o famoso discursso “Missão Cumprida” do presidente G.W. Bush, Hedges fez um discurso de abertura no Rockford College, em Rockford, Illinois, afirmando: “Estamos embarcando em uma ocupação que, se a história serve de guia, irá ser tão danosa para nossas almas, como será para nosso prestígio, poder e segurança”. Várias centenas de membros do auditório vaiaram e escarneceram de seu discurso, embora alguns tenham aplaudido. O microfone de Hedges foi cortado duas vezes e dois jovens correram para o palco para tentar impedi-lo de falar. Hedges teve de abreviar seu discurso e foi escoltado para fora do campus por funcionários da segurança, antes que a cerimônia tivesse acabado.


_____________________________________

* : Ué? Mas, agora mesmo, acabei de ouvir um discurso do presidente Bush, sobre o uso de células-tronco - que ele vetou. Bush disse: "Sacrificar vidas humanas, com o argumento de salvar outras vidas humanas, não é ético".

E matar centenas e centenas de milhares de pessoas, com o argumento de "implantar a Democracia", seria ético?

Re: Posts Notáveis dos Usuários

Enviado: Ter Out 06, 2009 4:37 am
por Enlil
A pornografia da guerra (pág. 19)
Clermont escreveu:AS REAIS LIÇÕES DO VIETNAM.

Por Andrew J. Bacevich – The Los Angeles Times, 26 de agosto de 2007.
”Naturalmente, as pessoas comuns não querem a guerra, nem na Rússia, nem na Inglaterra, nem na América e nem na Alemanha. Isso se compreende. Mas, afinal de contas são os líderes do país quem determinam a política, e sempre é uma questão simples arrastar o povo junto, seja na democracia, ou numa ditadura fascista, ou num parlamento ou numa ditadura comunista. ... Com voz ou sem voz, o povo sempre pode ser trazido para o lado dos líderes. Isso é fácil. Tudo que você tem a fazer é dizer que eles estão sendo atacados, e denunciar os pacifistas por falta de patriotismo e por exporem o país ao perigo. Isso funciona do mesmo modo em qualquer país.”

(Hermann Göring, em entrevista em Nuremberg, 1945)
Considerar a débâcle da Guerra do Vietnam como uma racionalização para sustentar a presença militar dos Estados Unidos no Iraque requer considerável imaginação. Ao menos, o discurso do Presidente Bush aos Ex-combatentes das Guerras Externas (VFW, Veterans Foreign Wars) no início desta semana, revelou uma, até agora, insuspeitada capacidade criativa. Porém, como exercício de análise histórica, suas observações demonstram ser seletivas e em benefício próprio.

Por anos, a administração Bush tem rejeitado todas as comparações entre o Iraque e o Vietnam. Agora, o presidente cita o Vietnam para reforçar sua insistência em “cuidar dos iraquianos enquanto eles constroem sua democracia”. Fazer de outro modo, ele diz, convidará a repetição dos eventos que se seguiram a queda de Saigon, quando “milhões de cidadãos inocentes” foram assassinados, aprisionados ou forçados a fugir.

O presidente vê o abandono de nossos aliados do Sudeste da Ásia como uma desgraça, deplorando o destino sofrido pelo “Povo dos Botes” e as vítimas do Khmer Vermelho. De acordo com Bush, a retirada do Iraque se constituirá num ato de abandono comparável. Além disso, o presidente encontra poucas conexões entre o Vietnam e o Iraque. Isso é infortunado. Pois essa guerra anterior oferece lições de imediata relevância para a difícil situação que enfrentamos hoje. Como o balanço do discurso do presidente no VFW deixa claro, Bush permanece indiferente à história que realmente importa.

Aqui vão umas poucas lições que ele atropelou.

Em guerras não-convencionais, contagem de corpos, realmente não conta. Na Guerra do Vietnam, o superior poder de fogo americano permitiu às forças dos Estados Unidos prevalecer na maioria dos engajamentos táticos. Nós matamos montes de norte-vietnamitas e vietcongs. Porém, matança não produz vitória – os esforços das tropas americanas, com muita freqüência se mostraram contra-produtivos.

Assim também é no Iraque – embora Bush insista de outro modo. Seu discurso o fez parecer com o presidente Lyndon Johnson, se vangloriando de que, a cada mês desde janeiro, as tropas americanas “mataram ou capturaram, em média 1500 terroristas da Al Qaeda e outros extremistas.” Se Bush pensa que, ao produzir grandes grandes contagens de corpos, o assim chamado “reforço” irá reverter o curso da guerra, ele está se iludindo. A questão real não é quantos caras maus nós matamos, mas quantos mais nossa continuada presença no Iraque está criando.

Não há substituto para a legitimidade. Guerras como a do Vietnam e do Iraque não são vencidas militarmente, no melhor dos casos são resolvidas politicamente. Mas soluções políticas implicam a existência de instituições políticas, capazes de governarem efetivamente e de comandarem a lealdade da população.

Na República do Vietnam, criada pelos Estados Unidos após a partição da Indochina Francesa, tais instituições não existiam. Apesar de um enorme investimento dos Estados Unidos em construção de nações, elas nunca existiram. No fim, o Vietnam do Sul provou ser uma ficção.

Assim é, também com o Iraque, conjurado pelos britânicos após a Grande Guerra de 1914 a partir dos restos do Império Otomano. Como cortesia, nós podemos fazer de conta que o Iraque se qualifica como uma “nação-estado”. De fato, dadas as suas profundas divisões tribais e sectárias, o Iraque faz o Vietnam do Sul parecer muito bom, por comparação.

Em sua apresentação na VFW, Bush descreve o Primeiro-Ministro Nouri Maliki como “um bom sujeito”. Se Maliki é um bom sujeito, ou mesmo um sujeito danado de bom, não vem ao caso. A questão real é se ele preside um governo capaz de governar. A evidência crescente sugere que a resposta a essa questão é não.

Como uma lente para a análise estratégica, a ideologia distorce antes do que clarifica. 1 Desde o Dwight D. Eisenhower indo até Richard M. Nixon, uma elenco de presidentes convenceram a si próprios de que defender o Vietnam do Sul se qualificava como um interesse vital dos Estados Unidos. Para o mundo livre, uma conquista comunista desse país iria implicar numa derrota inaceitável.

Mesmo assim, quando o Vietnam do Sul caiu, o efeito estratégico se mostrou limitado. Os dominós em queda nunca representaram uma ameaça à nossa linha costeira por uma simples razão. Os comunistas do Vietnam do Norte estavam menos interessados em promover a revolução mundial do que em unificar o país deles sob o domínio socialista. Nós nos iludimos ao pensar que estávamos defendendo a liberdade contra o totalitarismo. De fato, nós nos enfiamos dentro de uma guerra civil.

Com respeito ao Iraque, Bush persiste em cometer um erro análogo. Em suas observações na VFW, o presidente descreveu o Iraque como uma “luta ideológica”. Nosso adversário lá visa esmagar “a liberdade, tolerância e a dissenção,” ele disse, doravante “impondo essa ideologia por toda uma vital região do mundo.” Se nós não lutarmos com eles “lá”, nós, certamente teremos de lutar com eles, “aqui”. 2

Islamistas radicais como Osama bin Laden subscrevem uma odiosa ideologia. Mas imaginar que bin Laden e outros do mesmo tipo tem a capacidade de controlarem o Oriente Médio, restaurando o chamado Califato, é um absurdo tão ingênuo como a bazófia da teoria do dominós dos anos 1950 e 1960.

Política, não ideologia, irá determinar o futuro do Oriente Médio. Estas são boas e más novas. Boas novas porque os interesses e aspirações dos árabes e não-árabes, xiitas e sunitas, modernizadores e tradicionalistas irão se combinar para impedir qualquer uma das facções de ganhar o controle. Más novas porque esses mesmos fatores, garantem que o Oriente Médio permanecerá uma bagunça instável no futuro previsível.

Às vezes, as pessoas podem administrar seus próprios negócios. Os Estados Unidos precisam se meter nesta bagunça? Talvez não.

Aqui, a experiência do Vietnam após a derrota dos Estados Unidos é instrutiva. Uma vez que os americanos partiram, os vietnamitas começaram a agir juntos. Embora não seja uma utopia, o Vietnam se tornou uma nação estável e cada vez mais próspera. Ele é um membro responsável da comunidade internacional. Em Hanói, os comunistas permanecem no poder. De um ponto de vista americano, quem se importa?

Bush nem mesmo se referiu a condição do Vietnam de hoje. Ainda assim, a questão aparece por si só: não seria possível que o povo do Oriente Médio possa ser mais qualificado para determinar seu futuro do que um punhado de soldados americanos, benfeitores? A resposta a essa questão pode muito bem ser, sim.


1 : Essa aqui eu acho muito boa.

2 : não posso deixar de citar uma declaração do presidente americano Lyndon B. Johnson, em outra guerra:

“Se permitirmos que o Vietnam caia, amanhã estaremos lutando no Hawaii, e na semana seguinte, em San Francisco.”

Os tempos passam, os presidentes mudam, mas algumas coisas perduram, infelizmente.


__________________________________________

Andrew J. Bacevich é professor de história e relações internacionais na Universidade de Boston. Ele é um ex-combatente da Guerra do Vietnam.

Re: Posts Notáveis dos Usuários

Enviado: Ter Out 06, 2009 5:13 am
por Enlil
A pornografia da guerra (pág. 19)
Clermont escreveu:ÓDIO E MEDO.

Por Charley Reese – 2 de outubro de 2007.

O poeta Robert Burns, observando um piolho andando em volta da cabeça de uma mulher rica, se inspirou para escrever um poema que contém uma linha que demonstra a necessidade de ver a nós mesmos como os outros nos vêem.

Eu acabei de ler um blog (http://arabwomanblues.blogspot.com/2007 ... chive.html) de uma mulher árabe, obviamente instruída, que está lívida de ódio por nós devido a destruição do Iraque. Ela desconsidera as desculpas daqueles que dizem não terem votado na atual administração.

O que se segue é um resumo. Ela diz: “Meu problema são vocês. Seu caráter, seu comportamento, sua presunção, sua arrogância, falso orgulho, negação, estupidez coletiva e ignorância, seu modo de vida, que eu acho tedioso, desagradável e vazio. Vocês são ogros do consumismo, cobiça, avidez, voracidade, inveja, despeito. Vocês não são nada, e o seu nihilismo contamina tudo o mais. Vocês destroem e auto-destroem.”

Ela termina dizendo: “O Iraque afundou com seu passado e futuro. Eu posso, apenas prometer uma coisa a vocês. Não importa o quanto tempo possa levar, nós vamos levar vocês para o fundo conosco.”

Nós, americanos, somos muito bons em desconsiderar críticos e criticismo. Nós temos uma tão elevada opinião sobre nós mesmos, que simplesmente não podemos acreditar que gente normal possa não gostar de nós, muito menos nos odiar. Nós podemos destruir países inteiros, matar milhões de pessoas e, então esperar ingenuamente que os sobreviventes nos dêem as boas-vindas como amigos.

O velho ditado de que alguém colhe o que plantou é uma observação bem precisa do modo como a história humana se desenrola. Nós plantamos e estamos, continuamente colhendo uma porção de ódio para nós mesmos.

A guerra é a coisa mais horrível que um grupo de pessoas pode infligir sobre outra. A guerra destrói vidas, lares, famílias, economias, culturas e o futuro. Ela mata, mutila e empobrece. A precipitação da guerra é o ódio, e como a radioatividade, seu veneno pode perdurar por gerações.

O vitorioso sempre acha que sua vitória irá durar para sempre, mas a verdade é que todas as vitórias são temporárias. Eu não faria pouco caso do voto de vingança da dama. Ela tem um aliado nesta mesma estupidez coletiva e ignorância que ela critica.

Qualquer um que olhe para a atual liderança, tanto esses nos cargos como os que aspiram aos cargos, e se sente bem a respeito do futuro é danadamente mais otimista do que eu. A corrupção, tanto monetária quanto intelectual, é tão profunda e entrincheirada em nossa sociedade que será preciso um milagre para que possamos sobreviver a ela.

Observando o mundo, eu vejo muito poucos países onde as pessoas tenham qualquer que seja a razão para gostar de nós. Eles podem ser impotentes no momento para expressarem seu ódio, mas o poder, como a vitória, também é efêmero.

“Seja cuidadoso sobre quem você pisa no caminho para cima, porque você irá encontrar as mesmas pessoas no caminho para baixo.” Um ator meio bandido disse isso nos anos 1930.

Uma de nossas culpas é que temos sido condicionados pela televisão e ciclos políticos curtos para pensar em curto prazo. A verdade é que temos sido personagens no palco da história apenas por um instante. Nós ganhamos na arrancada, mas a história da espécie humana é uma maratona.

Se alguma vez você visitar a Palestina, algum palestino irá, quase com certeza apontar para as ruínas deixadas pelos romanos e cruzados e dizer: “Onde estão eles agora? Levou 200 anos para nos livrarmos dos cruzados, mas eles se foram e nós ainda estamos aqui.”

Pergunte a si mesmo se você voaria até o Iraque e, desarmado e sem escolta, faria uma caminhada através de Bagdá, orgulhosamente ostentando uma bandeira americana em sua lapela. O ódio tem um irmão gêmeo, e ele é o medo. Nós devíamos parar de prejudicar as outras pessoas para que possamos viver sem ódio ou medo.

Re: Posts Notáveis dos Usuários

Enviado: Ter Out 20, 2009 7:17 pm
por Enlil
F-X-2 agora é OFICIAL, confira a partir da Pg 310! (pág. 1439)
Bender escreveu:Os EUA já são um grande parceiro comercial do Brasil,com eles temos relações sólidas e respeitosas que já vem de séculos,são eles um modelo de desenvolvimento e progresso para nós e para muitos no mundo,tratá-se da nação mais poderosa do planeta no plano militar e tecnológico,podemos até dizer que somos mais que nações amigas,pelas relações estáveis que mantemos com eles e a pela forte influência e representação industrial que suas empresas tem no nosso país,nossas FAs fazem exercícios conjuntos,fazem intercâmbios são uma referência para nós também nessa área.

Mas estratégias e intenções americanas quando o assunto é soberania militar de algum país de sua área de influência,não mudam,mesmo quando não passam de boatos e lobye,de sonhos mirabolantes divulgados ao sabor de interesses,para os "crentes" de plantão,elas sempre contém o ranço da dominação e a imposição da adesão a qualquer custo,mesmo se tratando de mentiras descaradas,são sempre baseadas no princípio de não perder poder de influência,não perder dominio intelectual,não deixar que surja independência atual e futura daqueles que consideram seus satélites históricos,como nós.

A necessidade de ter uma "ponte" na cidade de Natal,para prover de suprimentos as tropas americanas na Africa,trouxe ao Brasil o Presidente americano,F.D. Roosevelt que "comprou" o uso de um espaço em nosso território,e pagou por ele: uma siderúrgica!,e ainda demos de agrado 20.000 pracinhas para o front italiano.

Mais de sessenta anos se passaram,e me admira ver,que uma nova proposta de "compra" por parte dos EUA, é colocada sobre a mesa e faz os olhos de muitos brilhar,acreditam nessa montanha de promessas nunca antes feitas?.

Como enxergamos o Brasil de hoje e do futuro senhores?

Nós continuamos sendo um país que se compra?É essa visão de soberania "vendida" por "negócios irrecusáveis e mirabolantes"que ainda prevalece por aqui?

Quer dizer então que fizemos um processo de seleção,para "adquirir" caças e Tots,mas quem vai comprar a nossa "decisão" com migalhas é um dos fornecedores?

E o que "nós" vamos dar aos EUA de off-set,nessa proposta de compra que nos fazem?Já pararam pra pensar?

Mais uma vez eu repito,essa compra de caças para a FAB,significa muito pouco quando falamos do equipamento em si,mas contém um simbolismo,mesmo que esse simbolismo signifique muito menos que o da construção do Submarino Nuclear,que inclusive eles ficaram muito felizes pelos franceses terem nos vendido a peso de ouro o conhecimento e ajuda.

Seria tudo, pura e simplesmente uma transação comercial?Os senhores crêem veementemente que se trata disso?O melhor negócio?O que traga mais vantagens e bônus?

Acreditam que qual seja o nível de qualquer acordo "estratégico e de defesa mirabolante",que venhamos novamente a ter com os EUA,esse acordo é a adimissão e colaboração por parte deles, que o Brasil a partir desse acordo seja qual for, venha finalmente iniciar a caminhada por suas próprias pernas,de independência,grandeza e igualdade moral perante eles?Eles nos ajudarão a nos libertar do seu próprio e longo "jugo" estratégico e de poder?Acreditam nisso?

Pois bem,então temos o aliado que todos sonhamos os EUA,o parceiro estratégico e comercial.

Os EUA serão nossos parceiros estratégicos,e a partir dessa parceria podemos e devemos elevar nosso padrão de exigências comercias e de privilégios,é a nossa hora,e nada nos será negado,seremos agora tratados como grandes.

Estaremos na cadeira ao seu lado no CSO.


Pediremos e receberemos finalmente o apoio e conhecimento irrestrito necessário ao desenvolvimento e efetivação dos nossos lançadores de satélite,e eles nos ajudarão.

Mostraremos que nossa nova posição de destaque entre as futuras potências do planeta,nos leverá inevitavelmente ao desenvolvimento de armas nucleares.E eles nos apoiarão.

Compraremos os seus caças da Boeing,mas também nos juntaremos ao desenvolvimento do F35 da L.Martin. E eles nos transferirão todo o conhecimento desse projeto de 5.a Geração,para que façamos o nosso F35 BR.

Qualquer arma do arsenal americano,fornecida a seus parceiros preferencias também estarão ao nosso alcance,Tomahawks,Patriots,nada mais nos será negado,nos ajudarão a desenvolver os nossos.

Nossos submarinos carregarão misseis de cruzeiro US/BR.

Isso nos elevará ao patamar de respeito e igualdade que merecemos,sim a nossa hora chegou,não somos mais a "republiqueta" que se compra com uma siderúrgica,seremos finalmente aceitos no ról,daqueles que merecem não só a colaboração mas a confiança irrestrita para que alcancemos a independência estratégica, inclusive daqueles que agora nos ajudam a criá-la.

Nossos satélites BR,orbitarão livres de qualquer ameaça na liberdade do espaço.

Embargos e outras políticas restritivas,quais sejam serão finalmente coisa do passado.

Tudo seria realmente maravilhoso e fácil se assim fosse,e não fosse simplesmente mais uma tentativa desesperada de não se perder os dedos e os anéis da influência sobre aquela que deverá se tornar uma das nações mais ricas e importantes do mundo nas próximas décadas,e para que isso não ocorra,todas as atitudes serão tomadas,sejam legitimas ou torpes,a história está ai para confirmar que esse esforço será gigantesco e inevitável,o futuro da liberdade de ação dessa futura potência alimentar,energética e militar, que está começando a ser decidido nos dias presentes,eles finalmente enxergam isso.

O caminho árduo do investimento em P&D,em ciência,de absorção da tecnologia de terceiros a peso de ouro e criação de tecnologias próprias e independentes não será mais necessário.

Que esmolas precisam nos oferecer dessa vez,para que nada se altere contra seus interesses?Acho que dessa vez uma siderúrgica é pouco,o esforço terá que ser maior,e se não for suficiente,ai vale tudo.

Nenhum país do Planeta possui a Força econômica e comercial,o poder de barganha e oferecimentos possíveis e imagináveis que os EUA,junto a esse poder indescritível de fazer prevalecer sempre as suas ofertas,está embutido a cumplicidade e anuência que também fazem parte do pacote.

Esses "pseudos" pacotes trazem consigo também,a parede ao qual empurram os dirigentes políticos dos países compradores,a parede da oferta irrecusável e extraordinária,que se não acatada e aceita,se torna injustificável perante a opinião pública desses países que lutam contra condições sociais ainda injustas,e que ainda contam com a pressão dos entes politicos simpatizantes internos,aos seus objetivos.É o nosso caso,e esta arma final é a que começa a se apresentar.

Vamos aplaudir mais uma vez essa tentativa,de dominar corações e mentes,com noticias plantadas,realmente qualquer quirera e trocado é suficiente para o Brasil vender sua alma,nós somos pequenos mesmo.

Mas que assim não seja!

E dessa vez, não será. Amem!

Sds.

Re: Posts Notáveis dos Usuários

Enviado: Qua Nov 04, 2009 10:02 am
por P44
do tópico FX-2
orestespf escreveu:
soultrain escreveu: É verdade, mas o sentido de Estado, onde fica? Muitos defendem que seria a FAB a escolher por exemplo e defendem com argumentos e alguns até radicalmente, mas não percebem que a decisão não será da FAB nunca, porque a FAB não é um orgão democrático e serão alguns militares que decidirão pela FAB, mas o que passaria para o publico seria: A decisão foi da FAB, da FAB instituição, não de x ou y. E ai quem seria atacado? A instituição, que não pode em condição alguma percorrer os becos cheios de lama, a FAB tem de estar mais acima desse meio nauseabundo.

São as pessoas que dizem defender a FAB que querem que seja a própria a tomar a decisão.

Isso é coerente? é possível que alguém pense assim?

[[]]'s
Soultrain, a coisa realmente é sintomática, veja, dizem que o governo, em particular o presidente Lula, não tem que decidir nada, pois ele não entende nada de caça. Ora bolas, ou querem tirar a prerrogativa legítima do Presidente da República (seja qual for) ou estão insinuando que para meter bedelho nas compras para as FFAA o presidente tem que ser militar. SERÁ??????????????

Nunca na história deste país se teve um presidente que ousasse tanto em compras militares e que tratasse o assunto defesa com o mínimo de respeito (não estou fazendo apologias, que fique claro!), nem na época em que tivemos presidentes militares. Aí me aparece um sujeito ignorante (no sentido de diplomas e nada mais do que isso), torneiro mecânico, que inclusive esteve nas mãos dos militares em momentos passados de nossa história ao fazer seus piquetes, emplaca pra Presidente e achando pouco, se preocupa com a Defesa e com os próprios militares. Putz! O cara é estúpido ou estão sendo estúpido com o cara! Aquele que poderia morrer fazendo discursos panfletários contra os militares, algo próximo do ex e daquele amigo que ainda insiste. Putz! Quando vão respeitar aquele que minimamente demonstrou e está demonstrando que tem preocupação real com a Defesa???

E ainda tem gente achando que vão dobrar o torneiro mecânico na base do... Sei... Seja qual for o caça a ser anunciado, afirmo, será por pura decisão do presidente Lula, estando ou não de acordo com aqueles que pensam o contrário. E seria extremamente hilário vê-lo dizer que o processo será interrompido mais uma vez porque a FAB não diz o que quer. Não será um tapa de luva, será um soco no olho.

Tem-se que parar de dizer que temos que ter o melhor, ou aquele que oferece mais, ou aquele que tem isso ou aquilo e de brinde vem aquilo outro, deve-se aceitar aquilo que se pode ter (melhor ou pior), pois tem décadas que não se tem nada!!! Tentar melindrar um cara que tem um índice elevadíssimo de aceitação popular depois de 7 anos de gestão é dar tiro no pé.

Sou assim, peça o que quiser, mas aceite o que ganhar.


Abração!!!