Armas inteligentes brasileiras
Enviado: Qui Jun 18, 2009 10:27 am
ESP, do Godoy, mas vamos lá:
DEFESA
País produz armamentos inteligentes
Empresas lançam aviões sem piloto, bombas guiadas e mísseis
Roberto Godoy
Aviões sem piloto para missões de vigilância - e de ataque - em voos de 15 horas; bombas
guiadas que podem ser lançadas a 20 quilômetros do alvo; mísseis capazes de cobrir 300 quilômetros
para despejar uma grossa chuva de fogo sobre o objetivo. O erro máximo é de 6 metros.
O primeiro pacote de armas inteligentes da indústria brasileira de sistemas de Defesa está
entrando no catálogo de três diferentes empresas, Avibrás Aeroespacial, Britanite IBQ Ltdª e Mectron
Engenharia. Os projetos são independentes.
A proposta mais recente envolve Britanite e Mectron, organizações cheias de segredos. A feira
LAAD, realizada no Rio há dois meses, serviu para a apresentação das maquetes do kit de guiagem
SMK, criado no Comando Tecnológico da Aeronáutica (CTA), de São José dos Campos, e entregue ao
setor privado para desenvolvimento.
O equipamento, adaptável a bombas de 250 e 500 quilos, utiliza um sistema inercial de
navegação. Recebe ainda o sinal das redes GPS, americana, e Glonass, da Rússia. O benefício é o
aumento do alcance e a preservação da performance sob condições climáticas adversas.
Não há ligação física entre o avião lançador e a bomba no fornecimento de dados de orientação
até o impacto final. As principais aeronaves da frota de combate da aviação militar do Brasil - o F-5EM, o
AMX, o Super Tucano, e com certeza o futuro caça F-X2 - tem provisão para levar arma. Não há
informação oficial sobre o programa. Os testes e provas de qualificação, a princípio, seriam iniciados em
2010. As empresas não comentam. O CTA não confirma.
DE OLHO NO MAR
Na sede do maior grupo de equipamentos militares do País, a Avibrás Aeroespacial, de São José
dos Campos, "o núcleo duro de competência da empresa", como é definida pelo presidente Sammi
Hassuani a equipe de engenheiros responsável pela manutenção dos novos projetos industriais,
comemorava a aprovação da proposta de construção do Veículo Aéreo não Tripulado, o VANT.
O programa custará, até o lote cabeça de série, a quantia de R$ 27 milhões, parte do governo e
parte da própria Avibrás. O resultado, esperado em 2011, é um avião sem piloto, autonomia de 15 horas,
carga útil de 150 quilos, alcance de 150 quilômetros e teto de 4,5 mil metros. "Será a primeira geração de
uma família que já tem até a segunda geração definida, com capacidade de 25 horas contínuas no ar,
alcance de 500 quilômetros e meia tonelada de carga", destaca Hassuani.
Os dois modelos poderão ser carregados com mísseis leves "ou com outra novidade da
empresa, a versão de guiagem primária do foguete Skyfire-70 dotado de ogiva de seis quilos". A arma é
eficiente contra caminhões semiblindados. "Ainda é cara, coisa de US$ 20 mil dólares, e estamos
trabalhando para reduzir esse preço até os padrões do mercado", diz.
No arquivo de projetos à espera de investimentos, a Avibrás - que está sob regime de
recuperação judicial, do qual Sammi espera sair antes do prazo, no inicio de 2010 - estão os kits de
bombas inteligentes. O projeto foi iniciado em 2002. O mercado internacional estimado é de 50 mil
unidades a cada três anos e a US$ 21 mil cada. O equipamento da Avibrás permite bombardeio de
precisão de 12 metros depois do lançamento por um caça AMX e de um voo planado de 20 quilômetros.
Um processador de informações é montado na ponta da bomba e um conjunto de aletas móveis na
seção traseira. "O produto é a consequência da gestão do conhecimento avançado em áreas como os
algoritmos de voo, aerodinâmica e química", afirma o Hassuani.
A mesma abordagem está sendo dada a um ambicioso programa destinado, por exemplo, a
integrar o elo do Exército na defesa dos interesses na plataforma continental, jazidas do pré-sal e toda a
rede de plataformas marítimas da Petrobrás. O míssil de cruzeiro leve TM, revelado em 2001, é a versão
local de uma classe de arma guiada criada com a meta no baixo custo. A versão brasileira atua entre 150
e 300 quilômetros. Pode ser disparada do solo por carretas padrão do sistema Astros-II ou embarcada
em caça bombardeiro.
A proposta de Hassuani é empregar mísseis em baterias de até seis veículos, dois a dois,
totalizando 12 vetores. O TM é de calibrec 450 mm, e cobre alvos de 120 a 300 quilômetros (veja
gráfico). Distribuídos ao longo dos pontos estratégicos do litoral, podem levar fogo rápido e intenso sobre
conjunto de embarcações que pretenda, por exemplo, tomar instalações da rede de exploração de
petróleo. O investimento, de longo prazo, chega a R$ 1 bilhão.
DEFESA
País produz armamentos inteligentes
Empresas lançam aviões sem piloto, bombas guiadas e mísseis
Roberto Godoy
Aviões sem piloto para missões de vigilância - e de ataque - em voos de 15 horas; bombas
guiadas que podem ser lançadas a 20 quilômetros do alvo; mísseis capazes de cobrir 300 quilômetros
para despejar uma grossa chuva de fogo sobre o objetivo. O erro máximo é de 6 metros.
O primeiro pacote de armas inteligentes da indústria brasileira de sistemas de Defesa está
entrando no catálogo de três diferentes empresas, Avibrás Aeroespacial, Britanite IBQ Ltdª e Mectron
Engenharia. Os projetos são independentes.
A proposta mais recente envolve Britanite e Mectron, organizações cheias de segredos. A feira
LAAD, realizada no Rio há dois meses, serviu para a apresentação das maquetes do kit de guiagem
SMK, criado no Comando Tecnológico da Aeronáutica (CTA), de São José dos Campos, e entregue ao
setor privado para desenvolvimento.
O equipamento, adaptável a bombas de 250 e 500 quilos, utiliza um sistema inercial de
navegação. Recebe ainda o sinal das redes GPS, americana, e Glonass, da Rússia. O benefício é o
aumento do alcance e a preservação da performance sob condições climáticas adversas.
Não há ligação física entre o avião lançador e a bomba no fornecimento de dados de orientação
até o impacto final. As principais aeronaves da frota de combate da aviação militar do Brasil - o F-5EM, o
AMX, o Super Tucano, e com certeza o futuro caça F-X2 - tem provisão para levar arma. Não há
informação oficial sobre o programa. Os testes e provas de qualificação, a princípio, seriam iniciados em
2010. As empresas não comentam. O CTA não confirma.
DE OLHO NO MAR
Na sede do maior grupo de equipamentos militares do País, a Avibrás Aeroespacial, de São José
dos Campos, "o núcleo duro de competência da empresa", como é definida pelo presidente Sammi
Hassuani a equipe de engenheiros responsável pela manutenção dos novos projetos industriais,
comemorava a aprovação da proposta de construção do Veículo Aéreo não Tripulado, o VANT.
O programa custará, até o lote cabeça de série, a quantia de R$ 27 milhões, parte do governo e
parte da própria Avibrás. O resultado, esperado em 2011, é um avião sem piloto, autonomia de 15 horas,
carga útil de 150 quilos, alcance de 150 quilômetros e teto de 4,5 mil metros. "Será a primeira geração de
uma família que já tem até a segunda geração definida, com capacidade de 25 horas contínuas no ar,
alcance de 500 quilômetros e meia tonelada de carga", destaca Hassuani.
Os dois modelos poderão ser carregados com mísseis leves "ou com outra novidade da
empresa, a versão de guiagem primária do foguete Skyfire-70 dotado de ogiva de seis quilos". A arma é
eficiente contra caminhões semiblindados. "Ainda é cara, coisa de US$ 20 mil dólares, e estamos
trabalhando para reduzir esse preço até os padrões do mercado", diz.
No arquivo de projetos à espera de investimentos, a Avibrás - que está sob regime de
recuperação judicial, do qual Sammi espera sair antes do prazo, no inicio de 2010 - estão os kits de
bombas inteligentes. O projeto foi iniciado em 2002. O mercado internacional estimado é de 50 mil
unidades a cada três anos e a US$ 21 mil cada. O equipamento da Avibrás permite bombardeio de
precisão de 12 metros depois do lançamento por um caça AMX e de um voo planado de 20 quilômetros.
Um processador de informações é montado na ponta da bomba e um conjunto de aletas móveis na
seção traseira. "O produto é a consequência da gestão do conhecimento avançado em áreas como os
algoritmos de voo, aerodinâmica e química", afirma o Hassuani.
A mesma abordagem está sendo dada a um ambicioso programa destinado, por exemplo, a
integrar o elo do Exército na defesa dos interesses na plataforma continental, jazidas do pré-sal e toda a
rede de plataformas marítimas da Petrobrás. O míssil de cruzeiro leve TM, revelado em 2001, é a versão
local de uma classe de arma guiada criada com a meta no baixo custo. A versão brasileira atua entre 150
e 300 quilômetros. Pode ser disparada do solo por carretas padrão do sistema Astros-II ou embarcada
em caça bombardeiro.
A proposta de Hassuani é empregar mísseis em baterias de até seis veículos, dois a dois,
totalizando 12 vetores. O TM é de calibrec 450 mm, e cobre alvos de 120 a 300 quilômetros (veja
gráfico). Distribuídos ao longo dos pontos estratégicos do litoral, podem levar fogo rápido e intenso sobre
conjunto de embarcações que pretenda, por exemplo, tomar instalações da rede de exploração de
petróleo. O investimento, de longo prazo, chega a R$ 1 bilhão.