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BOMBAS DE FRAGMENTAÇÃO PROIBIDAS

Enviado: Qua Dez 03, 2008 9:52 am
por Rui Elias Maltez
Guerra
Bombas de fragmentação oficialmente proibidas

03.12.2008 - 10h46 Susana Almeida Ribeiro / http://ultimahora.publico.clix.pt/

Uma centena de países, incluindo Portugal, estão hoje em Oslo para assinarem um tratado que passa a proibir o uso de bombas de fragmentação, que devastam as populações civis, numa cerimónia marcada pela não assinatura do tratado pelos Estados Unidos, Rússia e China, três dos maiores produtores deste tipo de armamento.

“O mundo é hoje um lugar mais seguro. Este é o acordo humanitário mais importante do último decénio”, declarou à AFP Richard Moyes, co-presidente da Coligação contra as Bombas de Fragmentação (CMC), uma organização que agrupa cerca de 300 ONG.

Na origem do processo de interdição, a Noruega deu início ao processo formal de assinaturas, rubricando em primeiro lugar o acordo, que proíbe a produção, utilização, armazenamento e comércio deste tipo de armas e que obriga os países signatários ajudar as pessoas e os países vítimas deste tipo de munições.

As bombas de fragmentação podem conter centenas de outras bombas mais pequenas, que se dispersam por um vasto perímetro mas que não explodem no imediato, transformando-se “de facto” em minas antipessoais, interditas em 1997 pela Convenção de Otava.

De acordo com a Handicap International, cerca de 100 mil pessoas, 98 por cento das quais civis, morreram ou ficaram mutiladas na explosão de bombas de fragmentação um pouco por todo o mundo desde 1965. Mais de um quarto são crianças, atraídas pelas suas formas e cores.

Hoje e amanhã, uma centena de países, incluindo Portugal, deverão assinar o texto negociado em Maio último, em Dublin.

Mas a eficácia do tratado fica limitada pela ausência dos principais produtores e utilizadores deste tipo de armamento: Estados Unidos, Rússia, China, Israel, Índia e Paquistão.

Em Oslo está o ministro dos Negócios Estrangeiros português, Luís Amado, a fim de assinar o tratado. “Num momento em que as tensões se desenvolvem perigosamente em alguns teatros (…), é bom que haja apesar de tudo um esforço da comunidade internacional para controlar os efeitos mais negativos que se associam à guerra e aos conflitos”, disse o ministro português, citado pelo Diário Digital.
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P & R: Bombas de fragmentação

O que são bombas de fragmentação?

São bombas que, por sua vez, contêm múltiplos engenhos explosivos mais pequenos. As bombas são lançadas a partir de aviões ou de mísseis terra-terra e abrem-se em pleno ar, antes atingirem o chão, libertando as munições mais pequenas, que podem depois ficar espalhadas por uma área superior ao total ocupado por vários estádios de futebol. Qualquer pessoa que esteja nessa área poderá morrer ou ficar ferida. Muitas das bombas não explodem imediatamente, podendo permanecer activas, no solo, durante vários anos, actuando dessa maneira como minas antipessoais.

Quando e onde é que já foram usadas?

A União Soviética usou pela primeira vez bombas de fragmentação em 1943 contra as tropas nazis.
Entre 1964 e 1973 o Exército norte-americano lançou um total estimado em 260 milhões de munições de fragmentação no Laos. Até agora, menos de 400 mil foram retiradas em segurança do terreno, ou seja, o equivalente a 0,47 por cento do total, e pelo menos 11 mil pessoas morreram em consequência deste tipo de armamento.
Pelo menos 15 países usaram bombas de fragmentação, incluindo a Eritreia, Etiópia, França, Israel, Marrocos, Holanda, Grã-Bretanha, Rússia e Estados Unidos. Um número reduzido de grupos armados não-estatais também já usou este tipo de armamento.
As bombas de fragmentação foram igualmente usadas de forma maciça durante a Guerra do Golfo, na Tchetchénia, na ex-Jugoslávia, Afeganistão e Iraque.
A ONU estima que Israel usou até quatro milhões de bombas de fragmentação no Líbano durante a guerra de 2006 contra as guerrilhas Hezbollah, que dispararam mais de cem munições de “rockets” de fragmentação contra o norte de Israel.
A Rússia usou vários tipos de munições de fragmentação numa série de locais do distrito georgiano de Gori, já este ano. A Geórgia também usou bombas de fragmentação em Agosto deste ano, durante o conflito que manteve com a Rússia no Cáucaso.

Legado mortal

Um terço das mortes em consequência do rebentamento de bombas de fragmentação vitimou crianças. Sessenta por cento das mortes causadas por este tipo de armamento ocorre em pessoas que levavam a cabo actividades quotidianas.

Mil milhões de munições ainda armazenadas pelo mundo

Mil milhões de munições deste tipo ainda estão espalhadas actualmente por 76 países. Um total de 34 Estados produziu mais de 210 tipos diferentes de bombas de fragmentação.
Em Março de 2007, a Bélgica tornou-se o primeiro país a criminalizar o investimento em empresas que fabriquem bombas de fragmentação.

Fontes: Reuters e Cluster Munitions Coalition

Re: BOMBAS DE FRAGMENTAÇÃO PROIBIDAS

Enviado: Qua Dez 03, 2008 11:34 am
por z.garcia
Alguem sabe se o Brasil assinou isto? Pelo que eu saiba, o Brasil não iria assinar este acordo.

Re: BOMBAS DE FRAGMENTAÇÃO PROIBIDAS

Enviado: Qua Dez 03, 2008 11:43 am
por rodman
Parece me que já não usamos mais Napalm por tratados como este, sobre as de fragmentação não tenho certeza.

Re: BOMBAS DE FRAGMENTAÇÃO PROIBIDAS

Enviado: Qua Dez 03, 2008 11:48 am
por Degan
Creo que hay un error en el nombre de la bomba.

La que se CONFIRMO (ante la protesta de USA) como prohibida es la BOMBA DE RASIMO o CLUSTER, y no la de FRAGMENTACION.

Saludos,

Re: BOMBAS DE FRAGMENTAÇÃO PROIBIDAS

Enviado: Qua Dez 03, 2008 12:27 pm
por Glauber Prestes
Se não me engano, o Brasil NÃO assinou o tratado para extinguir as bombas Cluster.

Re: BOMBAS DE FRAGMENTAÇÃO PROIBIDAS

Enviado: Qua Dez 03, 2008 12:45 pm
por Skyway
Poxa, nós temos ainda em nossos arsenais lotes de Napalm, e já não podemos usar em conflito ao que indica...e agora bombas Cluster que nós fabricamos vamos ter que parar tambem? Poxa, guerra é guerra e arma é arma, foi feita pra matar.

Tomara que não tenhamos assinado.

Um abraço!

Re: BOMBAS DE FRAGMENTAÇÃO PROIBIDAS

Enviado: Qua Dez 03, 2008 1:14 pm
por Glauber Prestes
O lance da napalm foi meio que imposição, todo o mundo ficou proibido de usar... Mas sei lá... deixa elas no estoque, porque as vezes, esse tratado cai.

Re: BOMBAS DE FRAGMENTAÇÃO PROIBIDAS

Enviado: Qua Dez 03, 2008 1:31 pm
por Sterrius
Napalm até onde sei a meio que um consenso, se nao me engano EUA tb não usa mais napalm apesar de os ter no arsenal. (No desespero quem liga pra acordo? ). Alguem vai la na wikipedia que com certeza deve ter o acordo.

O Brasil foi a reunião mas não estava disposto a assinar tal acordo justamente porque é um país exportador. (apesar que agora passa a ser so fabricante, ja que tem uns 90 clientes a menos).

Os especialistas ja falaram que sem os 3 gigantes esse acordo é praticamente inutil ja que são eles que participam da maioria dos conflitos.

Re: BOMBAS DE FRAGMENTAÇÃO PROIBIDAS

Enviado: Qua Dez 03, 2008 3:18 pm
por Glauber Prestes
Sterrius escreveu:Os especialistas ja falaram que sem os 3 gigantes esse acordo é praticamente inutil ja que são eles que participam da maioria dos conflitos.
Ou seja, o tratado vai pro vinagre.

Re: BOMBAS DE FRAGMENTAÇÃO PROIBIDAS

Enviado: Qua Dez 03, 2008 4:23 pm
por Sterrius
O tratado so é eficiente em diminuir a exportação dessas bombas. Ja que boa parte dos assinantes não ira comprar algo que nao vai usar.

Eu creio que o Brasil so assina quando pelo menos metade dos grandes utilizadores tb assinar. (do grupo dos BRIC + EUA e Russia).

Re: BOMBAS DE FRAGMENTAÇÃO PROIBIDAS

Enviado: Qui Dez 04, 2008 6:53 am
por manuel.liste
Espanha vai destruir todas as suas munições de fragmentação antes do verão de 2009

http://www.infodefensa.com/esp/noticias ... sp?cod=893

Re: BOMBAS DE FRAGMENTAÇÃO PROIBIDAS

Enviado: Qui Dez 04, 2008 10:17 am
por jauro
Brasil rejeita banir bombas de cacho

País não firma tratado que entra em vigor hoje e proíbe munição

Denise Chrispim Marin



O Brasil não aderiu ao tratado internacional que proíbe a fabricação, o armazenamento, o comércio e o uso das bombas de cacho, consideradas pela comunidade internacional como um das munições mais devastadoras para as populações civis em zonas de guerra.

O Tratado de Oslo, que proíbe o emprego dessas munições, passou a vigorar ontem para os mais de cem países signatários, mas o Brasil, os Estados Unidos, a Rússia, a China e a Índia - todos, países produtores - preferiram ficar fora das negociações, concluídas em maio, em Dublin, na Irlanda.

Questionado sobre a decisão brasileira pela Comissão de Relações Exteriores, o chanceler Celso Amorim alegou que ainda não há uma posição fechada no governo sobre essa questão e o Brasil poderá, no futuro, aderir ao tratado.

Amorim explicou que o governo discorda da exceção aberta no documento para a produção das bombas por França, Grã-Bretanha e Alemanha, que apresentam um mecanismo que impede a explosão retardada dos fragmentos. Para o chanceler, trata-se de uma “discriminação”.



POUCA PRECISÃO

As características que fazem das bombas de cacho uma munição ilegal são seu baixo índice de detonação e a falta de precisão.Elas são lançadas às centenas a partir de mísseis, morteiros ou outras bombas principais e se espalham por vastas extensões de terra, muitas vezes infestando terras produtivas e zonas civis povoadas.

Grande parte dessas submunições - na maioria dos modelos, pequenas como pilhas ou latas de conserva - não se detona ao tocar o solo e passa a funcionar como pequenas minas antipessoa, podendo provocar mortes e mutilações durante décadas.

Segundo a organização Handicap International, desde 1965, mais de 100 mil pessoas já foram atingidas por estas munições.

Grande parte das vítimas é de crianças que tocam as bombas por curiosidade e desconhecimento, perdendo a vida ou convivendo com mutilações permanentes pelo restante de suas vidas.

Grethe Oestern, vice-presidente da Coalizão de Bombas de Cacho (CMC, na sigla em inglês), disse esperar que os EUA venham a aderir ao tratado a partir de 2009, o que faria do Brasil o único país produtor dessa munição nas Américas.

“No passado, o hoje presidente eleito, Barack Obama, votou em favor de uma regulamentação nacional sobre as submunições nos EUA, portanto, essa não é uma possibilidade teórica”, disse Oestern.

Re: BOMBAS DE FRAGMENTAÇÃO PROIBIDAS

Enviado: Qui Dez 04, 2008 10:30 am
por Carlos Mathias
Esse tratado só proíbe as bombas mais simples, que nós vendemos muito mais baratas que as deles. As sofisticadas, como um ESCALP-EG carregado delas, poooooode!
Entenderam a jogada? Tomahawk, Taurus, KDW, SCALP-EG e outros meios de lançamento sofisticados ainda podem ser vendidos, porque não há concorrência por parte dos que produzem estas bombas mais simples e baratas, como nós.
Quando o AVMT-300 ficar pronto, cóf! Cóf! Cóf!... Sair da prancheta, vós vamos estar fora da proibição também.

Isso foi o que o William Waack(?) disse ontem 1:30 da matina no JG.

Re: BOMBAS DE FRAGMENTAÇÃO PROIBIDAS

Enviado: Qui Dez 04, 2008 11:19 am
por rodrigo
Grethe Oestern, vice-presidente da Coalizão de Bombas de Cacho (CMC, na sigla em inglês), disse esperar que os EUA venham a aderir ao tratado a partir de 2009, o que faria do Brasil o único país produtor dessa munição nas Américas.

“No passado, o hoje presidente eleito, Barack Obama, votou em favor de uma regulamentação nacional sobre as submunições nos EUA, portanto, essa não é uma possibilidade teórica”, disse Oestern.
Vamos ver se muda mesmo. O Secretário de Defesa é o mesmo.

Re: BOMBAS DE FRAGMENTAÇÃO PROIBIDAS

Enviado: Qui Dez 04, 2008 11:20 am
por Skyway
Já ta na hora dos países começarem a jogar aos poucos umas pás de cal nesse assunto e deixar morrer no esquecimento.

Deixem nossas bombinhas de cacho em paz. :lol: