Tu-160 - ROMANCE SEIS HORAS a/p pg 27 já na parte 41

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kekosam
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Re: Dois Tu-160 pousam na Venezuela - SEIS HORAS a/p pag 27

#796 Mensagem por kekosam » Qui Dez 08, 2011 3:09 pm

Boa pergunta... :mrgreen:




Assinatura? Estou vendo com meu advogado...
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GDA_Fear
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Re: Dois Tu-160 pousam na Venezuela - SEIS HORAS a/p pag 27

#797 Mensagem por GDA_Fear » Qui Dez 08, 2011 8:10 pm

Cara comecei a ler agora, impressionante Túlio véio exelente é pouco, muito show, pricipalmente Major Mathias e Tentente PRick, o bagulho do KS-172 eu raxei demais ! [003] [003]




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Túlio
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Re: Dois Tu-160 pousam na Venezuela - SEIS HORAS a/p pag 27

#798 Mensagem por Túlio » Dom Dez 11, 2011 9:08 pm

SEIS HORAS - Parte 32


SALA DE CRISES - CASA BRANCA


- Como estão as coisas na costa oeste? - perguntou a Presidente Palin, sem olhar para ninguém em especial.
- Terríveis, senhora. - respondeu-lhe o Secretário de Estado. - Nosso território encolheu quase um milhão de quilômetros quadrados, o que nem em nossas piores estimativas era considerado. Cerca de quinze milhões de...hmmm...baixas, senhora. Outro tanto de refugiados...
- Refugees...aqui! - murmurou ela. Então voltou-se para o teto, brandindo o punho cerrado:
- Você é sem dúvida o maior FDP de todos os tempos! Como ousou?
Os outros apenas se entreolharam, calados. O telefone tocou:
- É para a senhora, Presidente Palin.
- Quem...?
- Um ex-presidente, Mr. George Walker Bush.
- Será que teve alguma idéia que nos ajude a resolver essa confusão? Me passe o telefone. - apanhou o aparelho - E aí, George querido, como vão as coisas?
- Péssimas. Várias torres minhas de extração de petróleo estão praticamente à beira do mar. Ondas enormes, você tinha que ver, Sarah. Mas complicou, uma porção de surfistas cabeludos descobriram e se acamparam por aqui junto com um monte de refugiados, está um nojo, mal dá para trabalhar com aquela gentalha FDP pulando onda e fumando maconha por toda parte, Jesus Christ...
- Todo mundo tem problemas, George...
- Sei disso mas você não podia...?
- Não, sinto, George. Tudo o que temos está sendo redirecionado justamente para alojar e alimentar essa gente, não queremos outro Caso Katrina aqui... - alfinetou.
- Ah, então é assim? Pois eu lhe digo, o que vai fazer quando ficar sem petróleo, hein?
- Vamos voltar aos cavalos e carroças, George querido... - ela sorriu docemente.
- Não brinque comigo! Sem petróleo a economia - que já não vai nada bem das pernas com essas loucuras que você anda fazendo - pára de vez...
A Presidente se ergue da cadeira, pálida de raiva:
- Loucuras? Eu? Quem foi que enterrou nossa economia, George? Fui eu? Quem nos enfiou em guerras que não poderíamos nem sequer empatar, quanto mais vencer? Fui eu? Mesmo?
- Isso são detalhes. Isso é passado. E o tombo na economia foi uma herança maldita que recebi do Clinton, aquele imprudente comedor de estagiárias que...
- Herança maldita? O que deu em você, está falando igual àquele ex-presidente comunista lá do Brasil - nisso lembrou e murmurou...Brasil...- retomou o diálogo:
- Olhe, George, faça o que puder por aí, sei lá, contrate uma PMC para correr com a cambada, faça o que puder, estou com um monte de encrencas aqui, você sabe como é... - e desligou na cara do ex-presidente. Voltou-se para os assessores:
- E o que estamos fazendo no caso do Brasil?
O Secretário de Defesa respondeu:
- Bem, madame, os Chineses estão liberando as parcelas de financiamento nos volumes e datas certas, creio que em um mês e pouco já teremos condições de...
- Cancele tudo. Vamos usar esse dinheiro na reconstrução do que sobrou de nosso país.
- Mas presidente...
- Homem, de que adianta irmos destruir o país dos outros quando o nosso está aos cacos? Como irei explicar isso ao povo? Eles me amam! - o doce sorriso maternal lhe voltou ao rosto.
- Senhora, e os nossos aliados na Venezuela? Perdemos dezenas de aeronaves lá...
A voz da Presidente esfriou consideravelmente:
- Eu já não tinha dito que não queria tropas nossas na África?
O Secretário respirou fundo:
- Presidente, a Venezuela fica logo ao norte do Brasil, eles lançaram um ataque covarde e destruíram tudo o que tínhamos em condições de voo...
- Era muito?
- Bem...não, nem tanto mas...
- Então esqueça!
- Mas e os nossos aliados?
- Aliados? E desde quando somos aliados de macacos? Nossos aliados falam Inglês como nós, os Britânicos, por exemplo!
- Estes estão à beira de serem esmagados pelos Chineses...
- Bem, m* acontece. Já estiveram em situação parecida e se safaram, não?
O Secretário de Defesa respirou ainda mais fundo:
- Senhora Presidente, há um outro problema...
- Qual, homem? - respondeu ela, em tom de enfado.
- Temos uma força blindada superequipada na Argentina, rumando para o Brasil...
- Quem autorizou isso? Que loucura!
- Senhora, fui eu. Parecia uma boa idéia, atacar os Brasileiros pelo ar no norte e por terra no sul, isso iria deixá-los bem desnorteados...
- Mande voltar!
- O Secretário desistiu. Apenas olhou para seu assistente, General Hader. Este falou:
- Senhora Presidente, me permite usar da palavra?
- Fale, General.
- Senhora, Trata-se de uma coluna blindada quase do tamanho de duas divisões. Forças Argentinas a acompanham mas a janela é curta, temos pouco tempo para chegar à fronteira do Brasil e invadir por causa do trânsito civil, que tem de ser restaurado logo. Os Argentinos não gostam de nós mas gostam ainda menos dos Brasileiros, só por isso nos deram esta oportunidade mas condicionada ao tempo no qual causaremos transtornos ao tráfego normal...
- Ué, só mandar dar meia volta.
- Não é tão simples. São poucas as estradas que obtivemos e, para não causar tanto transtorno, separamos as unidades logísticas das operacionais, que vão bem na vanguarda. Só para deter essa força em boa ordem já vai levar mais de um dia, para fazê-la dar meia volta vai levar então pelo menos uma semana e vão dar de frente com as colunas logísticas, as quais estão em silêncio-rádio para que o inimigo não perceba que estão separadas da força principal. Isso significa que não temos como fazê-las voltar também. Desse modo, se mandarmos de volta a coluna de vanguarda esta dará de frente com a retaguarda e provavelmente muito trânsito civil, o que causará o maior engarrafamento de todos os tempos, Presidente...
A Presidente pensou um pouco. Então sentenciou:
- Deixe rolar, então. Vai ser uma bela lição para esses cucarachas comedores de bananas.
- Sim senhora. Mas...
- Mas o que, inferno?
- Bem, desculpe, Senhora Presidente, mas praticamente não teremos apoio aéreo...
Ela pensou. Olhou com raiva para o teto de novo. Então sentenciou:
- Os senhores começaram isso. Agora se virem. E não contem com num um tostão além do que já têm, já falei que o resto vai para o Fundo de Reconstrução. Alguém tem mais alguma pergunta? - arguiu, expressão feroz. Ninguém falou.

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O Feldmarschall Einsamkeit continuava em pé, debruçado sobre a torre de seu Leopard2A8. Orgulhava-se daquela máquina, a mais poderosa já construída, e era toda sua! Literalmente, as sugestões que fizera, devidamente fundamentadas, sobre o Leopard 2A7 haviam sido levadas a sério, ainda mais que um dos diretores da KMW era seu primo. Era aparentemente simples: alongar o curso de recuo da peça principal de calibre 120 mm, após reforço da culatra, para cerca de 500 mm, reforçar também o mecanismo de amortecimento, alongar o tubo para mais cinco calibres (tornando-o L/60) e desenvolver uma munição APFSDS com penetrador mais pesado e carga de projeção cerca de 1/3 maior. Os testes haviam dado resultados primorosos e a munição, agora chamada DM-73X, só podia ser usado por aquele carro de combate. Sua blindagem (também aperfeiçoada, colocando grades de carbonato de tungstênio entre 'sanduíches' menos espessos de carbonato de boro) e mobilidade eram tão boas quanto as de qualquer outro MBT da atualidade, senão melhores. Imaginou como seu pai ficaria orgulhoso do filho e as lembranças o inundaram...

Ainda menino, vibrava com as histórias que o pai, ex-SS Panzergranadier, que deixara o serviço no posto de Sturmbahnführer (equivalente a Major, e que aportara ao Brasil disfarçado de pracinha), lhe contava sobre a segunda guerra mundial, particularmente a admiração por um de seus comandantes, o famoso Kurt Meyer, conhecido como PanzerMeyer, e com quem lutara lado a lado grande parte da guerra. O menino, fascinado, ouvia os relatos, muito exagerados e mesmo fantasiosos, por exemplo sobre um Panzer Alemão arrasar sozinho cem congêneres Russos apenas para ver diante de si outros duzentos, cuspindo fogo sem parar. E PanzerMeyer sempre chegava na hora exata, safando os kameraden. Ainda criança, o pequeno Eins já decidira o que seria na vida: o PanzerMeyer do Brasil...

O pai trabalhava agora como mecânico eletricista de caminhões e veículos pesados (após trazer a noiva de Munique, Greta, com a qual casou na igreja Luterana da pequena cidade onde se estabelecera) e era muito requisitado (como não seria? Um homem acostumado a consertar motores, caixas de marchas e sistemas elétricos sob fogo) por toda a região, enquanto Eins evoluía para uma adolescência de muita leitura, reflexão e poucas namoradas. O concurso e a admissão à EsPCEx ,em primeiro lugar, lhe pareceram absolutamente naturais. A conclusão, ainda em primeiro lugar e a admissão imediata à AMAN idem, do mesmo modo que o novo primeiro lugar na conclusão. Claro, tivera de suportar os trotes dos mais antigos mas o fizera com estoicismo, sem brechas para punições. Confiava em si e acreditava piamente que teria um grande futuro no EB.

Então, caiu nas graças de um major, que lhe perguntara diretamente:
- O que você espera da vida, aspira?
- Cavalaria, senhor. Ser o melhor de todos.
Já era um homem bem grande. O oficial falou:
- Com esse tamanhão acho que você nem cabe num M-41...
O jovem aspirante pensou antes de responder. Sua vida na AMAN era sempre pautada por pensar antes de agir e falar. Mas havia algo na expressão daquele major que o induzia à sinceridade...
- Não penso em M-41, senhor. Aquilo é material obsoleto.
O major o olhou longamente, pensando:
"Mais um que vai se decepcionar e mudar de carreira. Pena..."
Não imaginava os recursos de que o jovem louro grandalhão podia dispor - nem sequer ele próprio imaginava ainda...

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Chuck Norris voltou-se ligeiramente para ver se ninguém prestava atenção ao que acontecia ali. Nada, nem um olhar de soslaio, todos absortos em seus próprios assuntos. E esse foi todo o tempo de que o Sniper precisou para poder, mesmo sentado, sacar e atirar tão rápido quando seu oponente.

Ambos profissionais da máxima qualidade, não se exporiam a envolvimentos públicos em tiroteios - mais ainda o Sniper, que não desejava ter seu rosto conhecido, por razões óbvias - e assim, ambos utilizavam armas silenciosas, das poucas e raras que realmente o são. O Sniper atirou uma fração de segundo antes com sua pequena pistola Russa MSP. Esta arma, lembrando uma das antigas Derringers, possui dois canos montados e é municiada com um clip de dois cartuchos calibre 7,62 x 38 mm. O interessante é que a arma em si não possui qualquer supressor, a munição é que não produz ruído, já que a pólvora, ao ser queimada, arremessa para a frente uma espécie de pistão o qual, diante da violenta pressão em sua traseira, expulsa o projétil que pesa aproximadamente o mesmo que um 9 mm P a uma velocidade de cerca de 150 m/s. Ao chegar ao final de seu curso, a parte traseira do pistão sela o estojo, evitando a saída dos gases e o ruído dela proveniente. Só se ouve mesmo um leve 'clic' do percussor duplo. Arma letal a curta distância.

Mas Chuck Norris usava naturalmente um colete leve nível II, que deteve ambos os projéteis, fazendo-o apenas cambalear para trás, enquanto sacava e efetuava dois disparos de seu revólver Americano QSPR, que funciona por um princípio algo diferente. Usando uma espoleta maior, típica de espingardas de caça, seguida por uma pequena carga de pólvora, ao disparo um pistão tronco-cônico arremessa para a frente um sabot plástico contendo quinze esferas de tungstênio pesando cerca de meio grama cada a uma velocidade de pouco mais de 220 m/s. O ruído é ligeiramente maior que o da MSP, aproximando-se de uma .22 com supressor. Num bar com música ambiente e muita conversa, também nada foi percebido, exceto pelo Sniper, que sentiu como se uma enorme marreta lhe atingisse o peito duas vezes. Ao perceber que algo quente corria por dentro da roupa, apercebeu-se que o seu colete não fora tão bem.

Chuck Norris tornou a olhar em volta para se certificar de que nada estava sendo notado antes de finalizar (pois notara o efeito de sua arma no Sniper), ao ouvir "Garçon, aqui, sim?" e um homem alto com o indefectível uniforme de sua classe - mas o de estabelecimentos finos - olhou com algum espanto e encaminhou-se para eles. Não se procedia assim ali. Outras pessoas também olharam, tentando localizar quem cometera a gafe. O Sniper, agora com ar de profundamente embriagado, voz pastosa, anunciou:
- Mais um duplo para mim e outro pro meu amigo aqui. Senta aí, Chuck! Ei pessoal, sabem que está aqui comigo? O Chuck Norris, ele - hic - mesmo, o cara em pessoa! Quem quer autógrafo?

Várias pessoas se aproximaram, incluindo um Ministro. Afinal, o homem salvara a vida do Presidente Orestes. Câmeras e flashes. Pessoas que nunca vira querendo posar ao seu lado, com as expressões e sorrisos idiotas de sempre. No retorno do garçon, o Sniper lhe disse:
- Chapa, estou num trago daqueles. Pode me levar até a frente e esperar comigo enquanto o manobrista busca meu carro?
- Senhor, mas vai conseguir dirigir?
- Meu carro sabe o caminho sozinho, não se preocupe. Pode fazer isso por mim?
E, cercado de fãs ansiosos, Chuck Norris amaldiçoou sua fama, vendo a presa tão cobiçada e quase abatida se lhe escapar por entre os dedos.

O garçon amparou o Sniper até que seu carro - um Audi alugado - lhe foi trazido. Então, para espanto do garçon, entrou nele com desenvoltura, fechou a porta e lhe entregou duas notas de cem reais:
- Cara, estou lhe devendo uma! - e rindo, arrancou, em busca de uma farmácia.

-----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------

A claridade já se reduzira o suficiente para que o Comandante Marino identificasse o que estava próximo à proa do São Paulo, que se encontrava agora totalmente imóvel, a uns cem metros do Marajó, este em idêntica condição.

Um homem de armadura sobre um cavalo! Empunhava uma enorme lança medieval e um escudo. Encaminhou-se em trote lento até onde estava o Comandante. Parou diante dele, a ponta da lança levemente encostada em seu peito. Então, com a mão que segurava o escudo, ergueu a viseira do elmo e perguntou:
- Pá, onde raios vim a paraire, ora pois?


(Continua...)




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Re: Dois Tu-160 pousam na Venezuela - SEIS HORAS a/p pag 27

#799 Mensagem por P44 » Seg Dez 12, 2011 9:11 am

Mete...essa...porra...toda...junta...num...tópico..só...pows!!!!




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Túlio
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Re: Dois Tu-160 pousam na Venezuela - SEIS HORAS a/p pag 27

#800 Mensagem por Túlio » Ter Dez 13, 2011 1:49 pm

SEIS HORAS - Parte 33


O Sniper passara em seu hotel apenas para reunir sua bagagem, mudando-se imediatamente para outro, em Anápolis. Só então, já no quarto, despira o paletó (não sem alguns gemidos e pragas), a camisa (mais imprecações e ais) e por fim analisara o colete balístico. Várias pequenas perfurações. A dor não era pouca mas há muito aprendera a dominá-la e mesmo considerá-la bem vinda. Se havia dor, havia vida. Então, já no banheiro da suíte, despiu também o colete.

Era desagradável, para dizer pouco. Vários pequenos orifícios sangrentos. As esferas disparadas por Chuck Norris não se haviam contentado em simplesmente atravessar a pele ou arranhar costelas, várias haviam penetrado a carne. Então, após um longo banho onde certa quantidade de sangue desceu com a água morna, nu e de frente para o grande espelho de cristal, abriu o pacote comprado na farmácia. Primeiro, despejou sobre os pontos atingidos - e sem economizar - o desinfetante. Ardeu em cada ponto atingido e eram muitos. Respirou fundo e trincou os dentes. Quando a dor diminuiu, começou a remover as esferas que haviam penetrado a carne com uma pinça. Trabalho delicado e bastante doloroso. Terminado, cobriu todos os ferimentos com generosa camada de creme antiinflamatório. Não usou ataduras nem gaze pois aprendera no campo que quanto mais abafasse o ferimento, maior o tempo para se curar. Só então tomou dois comprimidos analgésicos.

Então, resolveu-se a ligar. Tinha de dar conta do que estava havendo a seu contratante. Ele era a caça agora. O fone tocou apenas duas vezes antes de ser atendido. Uma pergunta seca:
- Então?
- Estou todo esburacado, como é que aquele...?
- Ainda pode cumprir a missão?
- Tão cedo não. Preciso...
- Ok. Está fora. Volte para sua fazenda. Quando estiver melhor teremos algo para você. Agora precisamos nos livrar daquele sujeito.
- Ei, eu ainda...
- Não! Neste momento você apenas comprometeria a missão. Ele o conhece e pode prever seus movimentos. Já disse, caia fora o mais rápido que puder. Quando aparecer algo que seja adequado ao seu estilo, chamaremos.
- Mas...
- Cara, entenda, você está fora desta missão: já contatei a Organização. Eles têm gente por toda parte, vão lhe dar cobertura para desaparecer e depois se encarregarão do resto.
- A...Organização? Pensei que fosse uma lenda...
- Não é. Você já deve estar sob vigilância. Caia fora o mais rápido possível, esse pessoal não é nada tolerante. Se demorar muito por aí podem achar que está comprometendo a missão e...já sabe.
- Tá ok. Vou cair fora em menos de meia hora.
- Perfeito. Até mais. - e o homem desligou.
O Sniper instalara microcâmeras em cada elevador, além de um sistema que monitorava os andares em que parava. Não pôde evitar um leve tremor ao vê-lo entrando no número dois. Ele, o maldito FDP. Chuck Norris!
- Mas esse viado não cansa nunca? - resmungou, enquanto fechava suas duas sacolas de viagem.

Chuck Norris via a porta fechar-se quando a linda garota de cabelo alourado surgiu correndo, fazendo-lhe sinal para esperar. Um cavalheiro por natureza, sorriu e apertou o botão vermelho. A moça entrou, rosto afogueado, apertando a bolsa com um dos braços e na outra mão uma garrafa de refrigerante - com canudinho - pela metade, a garrafa suando de tão gelada. Devia ter uns dezoito ou dezenove anos de idade, a bela menina. Ofegante, ela agradeceu:
- Muito obrigada.
Os ouvidos treinados de Chuck não o traíram. Aquele sotaque...
- Você é de onde?
Ela o olhou com ar de desconfiança e aproximou o canudo dos lábios, como se fosse beber um gole para evitar responder a um estranho. Então pareceu mudar de idéia:
- La Serena, Chile.
- Ei, somos compatriotas. Também sou Chileno. Ei, que tal se...
- Tio, aperta no vinte?
Frustrado, Chuck, que já apertara no vinte e dois, fez o que a garota pedira. Talvez se dando conta do visível mal estar, ela ofereceu:
- Aceita um gole de Sukita? - quase disse 'tio' de novo mas segurou a tempo.
Sorridente, ele tirou o canudinho e bebeu tudo. Entregou a garrafa vazia à deslumbrante garota.
- Obrigado...sobrinha. Está um calor daqueles, não?
Ela olhou para a garrafa com ar desapontado.
- É...
Desceu no vigésimo andar com um sorriso incandescente para Chuck.
- Obrigada, tio! Voltou-lhe as costas e seguiu pelo longo corredor.
Pelo monitor, o Sniper, que estava no vinte e um, acompanhava tudo. Viu Chuck olhar para a câmera e sorrir de modo feroz.
- O FDP sabe que estou olhando! Isso é quase sobrenatural, que m* mesmo! - e acompanhou quando parou no vinte e dois e Chuck desceu. Passou a imaginar como seria a abordagem. Ouviu passos no apartamento acima. "É ele, PQP!" - olhou para as janelas avarandadas. O campo de tiro seria excelente se ele tentasse entrar por ali. Mas não, Chuck Norris não era conhecido por ser óbvio. Não. Era mais fácil...
- O FDP vai explodir um pedaço do piso e cair bem em cima de mim, p*!
E correu para a porta, abrindo-a e saindo rapidamente, uma sacola em cada mão, rumo ao elevador. Se tivesse apenas um pouco de sorte...
- Parece estar com pressa, amigo...
A voz era inconfundível. Tinha Chuck Norris bem às suas costas. O Sniper sabia que estava perdido.
- Posso...posso me virar?
- Mas claro, amigo, nunca matei ninguém pelas costas...
Voltou-se, ainda com as sacolas nas mãos. Ali estava ele, uma Mini-Uzi em cada mão e um sorriso congelado no rosto. O Sniper, aterrado:
- Mas como...?
- Você nunca ouviu falar em escadas de incêndio?
- Ia lhe perguntar a mesma coisa...tio. - veio a voz maviosa por trás de Chuck. Ele começou a se voltar, mal conseguindo ver a belíssima garota, agora empunhando uma pistola FN Five seveN Tactical Model, que imediatamente disparou, atingindo-o na têmpora. Ele acabou de se virar, olhos esgazeados, ficando meio de frente para a jovem, que murmurou suavemente, sorrindo de modo travesso:
- Esta o seu colete não segura... - e disparou os dezenove cartuchos restantes contra seu tórax e abdômen. Chuck caiu pesadamente, as Mini-Uzis se lhe escapando das mãos.
Recarregando e dando o golpe no ferrolho da arma, olhou para o Sniper, ainda em pé, boquiaberto, uma sacola ainda em cada mão:
- Está esperando o que? Dá no pé, meu! Agora é conosco!
- Mas pensei que...
- Sim, todo mundo pensa o mesmo, só meninos. A Organização é muito mais esperta do que isso. Agora caia fora ou vai se juntar a ele!
Mais do que depressa, o Sniper entrou num dos elevadores, apertando no botão do andar térreo. A garota olhou para o homem caído e falou num rádio, embutido em seu relógio de pulso:
- Está pronto? Descarreguei a FN nele, além de fazê-lo beber estricnina em quantidade suficiente para matar uns cem elefantes ou mais.
- Então para que eu preciso...?
- Tenho que lembrá-lo de quem é o Chuck Norris? A Morte certa vez se meteu com ele. Por uma ano ninguém morreu no mundo inteiro até que ela saísse da UTI do hospital. Fique em prontidão aí! Estou caindo fora. - E desceu velozmente as escadas. Elevadores podem enguiçar, escadas e pernas jovens não...
Atraídos pelos disparos, hóspedes ligavam para a portaria. A polícia já estava a caminho. No topo de um prédio mais baixo, quase que frontal ao hotel, um homem calvo aguardava por trás da balaustrada superior. Sem pressa, atarrachou o longo e grosso supressor, quase do comprimento do fuzil bullpup VSSK Russo. Sabia o que fazer, aprendera desde criança, no mosteiro da Organização...

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O São Paulo continuava parado. O Imediato Walther correu até o Comandante, estacando ao se dar conta do homem montado:
- Senhor, o que...?
- É uma longa história, Walther. Como estamos?
- Bueno, senhor, em umas doze horas podemos botar essa banheira para andar novamente, ainda que não possamos manter mais do que uns dez nós. Diria que dá para chegar ao Rio, com jeitinho...
- Meu Deus, que droga...
- Ei, senhor, essas são as boas notícias!
- Boas? Pode haver piores? - perguntou o Comandante, já adivinhando.
- Bueno, senhor, há tanta destruição a bordo que vamos passar pelo menos uns três anos docados. Sinto muito...
- Não, de novo não! E no meio de uma guerra, ainda por cima...
Só então o Imediato passou a prestar mais atenção ao estranho cavaleiro.
- Perdi algo, senhor?
O cavaleiro, agora com a lança erguida, apenas o olhou. O Comandante:
- Deixa, Walther, depois a gente tenta entender. Vamos botar esse navio pra rodar...
O cavaleiro:
- Mas isso é uma nau, ora pois? Mas onde podem estaire os remadoires, as velas...?
- Remadores? Velas? - perguntou o Imediato.
- Mas claro, pá, como esperais que um navio possa se moveire? Pareceu se lembrar de algo:
- E qu'stão a fazeire que naum estais a ajoelhaire perante vosso rei?
- Rei? - ambos se entreolharam.
- Sim, Rei. Dom Sebastião I, vosso monarca pelo desejo de Nosso Senhor Jesu, o Verdadeiro Cristo, se bem que nunca estive a ouvire Português taum estranho como o que estais a falaire, pá!
- Mas como o senhor...digo, Vossa Majestade veio parar aqui?
- Raios me partam que naum sei, ora bolas. Estava em combate, cercado de mouros a tentaire por-me fim quando estive a veire uma luz azulada e...estava aqui.
"Maldito Bagetti" - pensou, irritado, o Comandante. O que fariam com aquele estranho?

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A CASA BRANCA - GABINETE DE CRISE

- Senhora Presidente, notícias muito estranhas da NSA!
- Ah, demônios, o que poderia ser agora?
- Veja estas fotos de satélite, Senhora Presidente.
Mesmo olhos leigos podiam ver exatamente o que se passara. Dezoito fortes emanações infravermelhas demarcavam de modo algo rústico as partes agora submersas da costa oeste.
- O que significa isso?
- Que não foi uma catástrofe natural, alguém a provocou! Pior do que isso, usando armas nucleares enterradas profundamente, bem no meio das placas tectônicas. Senhora Presidente, não foi nenhum inimigo mixuruca, foi alguém bem poderoso...
- Quem? - rugiu a mandatária.
- Estamos trabalhando nisso, Senhora Presidente!
- Pois se virem, eu quero saber quem e quero saber logo! O fogo do inferno será uma carícia perto do que eu vou fazer!

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PALÁCIO DO PLANALTO - GABINETE PRESIDENCIAL

- E então, Pimenta?
- Nenhum problema, senhor. As aeronaves devem estar começando a pousar em Portugal. Agregamos um VIP para levar o MRE e uma pequena comitiva para dar posse ao Sócrates. Parece que vai ser como o senhor mandou, em Olivença. Só que há um probleminha...
- Xi, o que pode ser? Os Chineses começaram a...?
- Não, os chinas estão na deles. É que tem uma espanholada lá e que parece que não vai arredar o pé só na base da conversa. Fiquei meio atrapalhado, mas o Paisano parece que teve uma boa idéia...

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PORTUGAL - PROXIMIDADES DE OLIVENÇA

Cinco carros Guarani se aproximam da cidadezinha e param no acampamento montado para servir de ponta de lança para a retomada. Por onde passam os Portugueses dão vivas. No acampamento uma tenda maior e mais luxuosa. Em seu interior, o Comandante das forças militares no TO, Coronel Rodrigues, o MRE e o novo Governador a ser empossado, José Sócrates. Este fala:
- Pois sinhoire Paisano, não me parece de bom alvitre que...
- Ora, senhor Sócrates, que governador teria maior legitimidade do que o Libertador de Olivença?
- Pois é, mas bem que eu podia a entraire depois dos combates... - arrisca Sócrates.
- Com o Povo vendo tudo de binóculos e lunetas? Não, a idéia é politicamente péssima. Do meu ponto de vista, quem tomar aquela cidade será o Governador de Portugal por aclamação popular. O nosso coronel aqui o seria facilmente... - alfineta o MRE.
- Está báim, está báim, mas vou num tanque desses, pelo menos?
O Coronel:
- Claro, senhor governador, bem no líder, o que vai à frente do destacamento! - sorri algo forçado. Adoraria liderar aquela carga.
- Bem à frente, pá? - geme Sócrates.
- Sim senhor, é uma grande honra receber e responder os primeiros disparos inimigos, eu o invejo de certa forma. - torna a alfinetar o MRE. Aquilo quase estava sendo divertido, afinal.
- Recebeire tiros? Naum me haviam falado de levaire tiros, pá!
- É o preço da glória...Governador. - o MRE segurava o riso o quanto podia, vendo a ambição lutando com o medo nos olhos de José Sócrates. Este pareceu decidir-se:
- Que seja. Tudo farei por Portugal, mesmo com o risco da própria vida! - Olhou para o MRE:
- Amigo Paisano, que fato deverei a usaire?
- Caro Governador, conhecendo-o como o conheço, recomendo o marrom.
- Sim, sim, o marrom, onde está meu fato marrom? - grita para um assessor. Este o traz rapidamente. Num pequeno biombo instalado dentro da tenda, o futuro Governador troca-se rapidamente. Sai dali de espinha ereta, cabeça erguida:
- Qual o tanque que devo a embarcaire, sinhoire coronéli?
- Calma, senhor, não se entra em um carro Brasileiro à beira de um combate sem EPI. - e passa-lhe um capacete e um colete balístico, cujas cores camufladas não destoam tanto assim do terno marrom. Ajuda-o a vestir. Sócrates comenta, só para dizer alguma coisa:
- Pesado isso, naum? Mal dá para se mexeire...
- Mortos é que não se mexem - zomba o MRE, percebendo o calafrio que a evocação da morte causa a Sócrates. O acompanha até embarcar no carro de transporte de tropas. Lá deixa um pacote aos cuidados de um soldado, cochichando-lhe algo aos ouvidos. O soldado sorri matreiramente. O Coronel entra com Sócrates e lhe indica uma escotilha. Ele passa por ela e se vê com o tronco do lado de fora do carro, protegido por uma chapa de aço inclinada e tendo diante de si uma pesada metralhadora MAG. A original, ponto cinquenta, causaria estragos demais.
- Ó coronéli, o que eu vou a fazeire agora?
- Fique tranquilo. Quando atirarem no senhor, aponte a metralhadora e responda ao fogo. - dirige-se a um dos soldados:
- Fernando, quando a coisa estiver por engrossar, destrave a MAG para o Governador.
- Sim senhor!
"Quando estiverem a atiraire em mim" - geme Sócrates - "mas e se acertarem, o que vai a seire?"
Os carros arrancam. Formação em cunha, um GC em cada. Reto e rápido para Olivença. Ao longe, o fumo de alguns disparos podem ser vistos.
- E aí, Fernando, não vai destravar? - pergunta um dos soldados. O interpelado olha pela escotilha:
- Não, muito longe ainda...
Sócrates, à frente da pequena coluna, está de olhos tão fechados quanto possível. Segura-se na metralhadora, os solavancos são poucos para um soldado mas terríveis para alguém acostumado apenas a carros de luxo. Então por pura sorte, um projétil embate com violência contra o escudo blindado da metralhadora, com um som terrível de aço contra aço. Sócrates quase tem um ataque cardíaco. Sequer nota outra coisa que lhe acontece. Os soldados, abaixo e em ambiente confinado, sim:
- PQP, quem peidou, p*?
- Peidou o c***lho, quem se kgou? - berra um sargento. E prossegue:
- Deter coluna, deter coluna!
Os veículos param. No carro-líder, todos já notaram de onde vem o mau cheiro. O sargento:
- Senhor governador, venha por aqui.
Sócrates passa, vendo cada soldado botar os dedos no nariz à sua passagem. O sargento o conduz para fora da VTR, atrás.
- Tire as calças!
- Mas qu'stais a dizeire, sou o governadoire de...
- Ainda não. Tira a p* da calça, cara!
Humilhado, ele tira. As cuecas estão recheadas de algo com aroma nada agradável.
- Tira as cuecas também!
- Cuecas? Por quem me tomas, não uso cuecas, isso é cousa de...
- Tá, calçolas, tira logo, p*!
Muito vermelho, ele cumpre a ordem recebida. Vendo tudo pelo binóculo, o MRE Paisano pensa se não vai precisar de uma cueca nova para si próprio, pois está à beira de se mijar de tanto rir. Lágrimas lhe rolam pelo rosto. Observa quando o pacote que passou ao soldado é aberto e tiram de lá um rolo de papel higiênico e um fraldão, desses que pessoas muito idosas, já sem controle de suas funções excretoras, usam. Cor de Rosa, para senhoras, claro. O futuro governador se limpa e veste o fraldão. Nada de calças, só o fraldão rosa e os sapatos. O MRE está à beira da apoplexia, tanto que ri. Tosse. Quando Sócrates torna a embarcar na VTR, é a vez de os soldados quase morrerem de rir, vendo aquele homem de fraldão rosa, sapatos Italianos e EPI completa. Vermelho como um tomate, reassume o posto atrás da metralhadora. Berra o sargento!
- Toca! Só paramos lá dentro. Tentem não usar explosivos e olhem para onde atiram, não queremos estragar a arquitetura. Chegando mais próximo, mais projéteis embatem contra o Guarani.
- Fernando, destrava a arma do 'rosinha'!
A risada é uma só. O soldado chamado ergue o braço e solta a trava da MAG. Sócrates, que se havia agarrado à arma de olhos novamente fechados e com o dedo colado ao gatilho, inicia uma rajada sem fim, a arma chacoalhando e disparando para todos os lados, acertando inclusive os demais veículos, até acabar a munição. Mais risadas. Os Guaranis entram na pequena localidade. Vendo os enormes veículos abrindo as portas traseiras e vomitando soldados armados até os dentes, as metralhadoras orgânicas apontadas para todos os lados, a pequena resistência se rende. Olivença é novamente parte de Portugal!

O Povo, que vira tudo com lunetas - e que, na posição que lhe fora designada, não vira o lastimável espetáculo de Sócrates mas apenas ele disparando sem cessar com a metralhadora, dava vivas:
- Viva Sócas! Viva o Libertador de Olivença! Nosso Governador!
Ninguém chegou a notar que ele não descia da VTR, mantendo-se em seu posto, atrás da MAG descarregada. Outro Guarani dirigiu-se para lá, levando apenas o MRE e um par de calças marrons.

Poucas horas depois, já recomposto, José Sócrates era empossado pelo Ministro das Relações Exteriores do Brasil como Governador do Estado de Portugal. Ainda com o colete e o capacete - com que se fizera fotografar ad nauseam - cumprimentava e acenava sem parar para a multidão eufórica.

Um tuga encontrou uma calça e uma cueca kgadas nas proximidades de Olivença:
- Caraigu que algum Espanhol se esteve a kgaire todo, pá! - e caiu na risada. E ali começou a lenda do Espanhol kgado. Não faltou quem dissesse que fora o próprio Rei de Espanha. Quem sabia não diria, disso se assegurara o MRE.


(Continua...)




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Re: Dois Tu-160 pousam na Venezuela - SEIS HORAS a/p pag 27

#801 Mensagem por Cunha » Ter Dez 13, 2011 7:10 pm

Quanta maldade... Fraldão geriátrico rosa!

[018]




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Re: Dois Tu-160 pousam na Venezuela - SEIS HORAS a/p pag 27

#802 Mensagem por soultrain » Ter Dez 13, 2011 9:18 pm

Pois é, acho que falta um pouco de sexo na história para poder introduzir meia dúzia de gostosas. Era interessante também ter uma historia de mocinha pobre apaixonada por um rico e a dicotomia conflituante de gémeos separados à nascença que se apaixonam quando se reencontram sem saber a verdade.

A Globo compra a história no momento :mrgreen: :mrgreen: :mrgreen:





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Re: Dois Tu-160 pousam na Venezuela - SEIS HORAS a/p pag 27

#803 Mensagem por Túlio » Qua Dez 14, 2011 12:21 am

SEXO? Como é que vou botar SEXO numa história baseada em membros de um Fórum que só tem CUECA? Será que O BOURNE aceita fazer uma ponta? Vocês topariam uma relação GAY? A grôbo sim, pelo que sei... :twisted: :twisted: :twisted: :twisted:




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Re: Dois Tu-160 pousam na Venezuela - SEIS HORAS a/p pag 27

#804 Mensagem por jumentodonordeste » Qua Dez 14, 2011 1:20 am

Bonito perceber que o escritor um amor muito bonito e verdadeiro pelo Sócrates. :lol: :lol:

Como sei que já fizeram referências ao meu "pacote", já gostaria de dizer que NÃO sou voluntário para essa experiência homossexual. :lol:
E se algum moderador editar o que eu escrevi agora e tirar aquele "não" da mensagem, vão todos queimar no fogo infernal. ¬¬




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Re: Dois Tu-160 pousam na Venezuela - SEIS HORAS a/p pag 27

#805 Mensagem por kekosam » Sex Dez 16, 2011 5:48 pm

Putz... o Túlio se enrolou com a boiolágem e parou de postar...




Assinatura? Estou vendo com meu advogado...
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Re: Dois Tu-160 pousam na Venezuela - SEIS HORAS a/p pag 27

#806 Mensagem por Túlio » Sex Dez 16, 2011 6:45 pm

Não, eu e dois cupinchas estamos já há três dias fuçando no motor de meu Gol - que eu explodi a 170, não estava chipado nem com turbocharger senão para concluir a história só com um médium que entendesse de internet :mrgreen: - e isso cansa pra burro, quando não tinha nada para mim no serviço eu dava uma voltinha na net mas só pensando em motor, isso ferra com a criatividade de qualquer um. De qualquer modo, já havia escrito um pedaço da próxima parte, sai quando as kôzaz por aqui estiverem mais calmas...




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Re: Dois Tu-160 pousam na Venezuela - SEIS HORAS a/p pag 27

#807 Mensagem por Túlio » Dom Dez 18, 2011 10:04 am

SEIS HORAS - Parte 34


O Feldmarschall Einsamkeit continuava visível na torre de seu Leopard 2A8, só que agora do lado Argentino da ponte de Uruguaiana. Um golpe de mão lançado pelo PELOPES do 7º BIB, por baixo da ponte, eliminara os sapadores Argentinos que montavam cargas de demolição sob os pilares e, após atravessar o rio em botes de borracha a remo - por seu silêncio - eliminara o grupo que guardava a fronteira, quase todos da Gendarmeria Argentina (mas com alguns militares junto). Fora tão simples e rápido que os soldados quase se aborreceram. Agora mantinham posições defensivas nas proximidades da ponte, vital ao avanço das forças Brasileiras, ainda empunhando suas MP-7 com supressor usadas na ação.

Segundo as ordens pessoais do Feldmarschall, os CCs deveriam passar primeiro e estabelecer um perímetro defensivo - cada vez mais extenso, à medida que mais CCs chegassem - que garantisse a passagem segura dos demais veículos. Uma força militar Argentina de fronteira tentara reagir e fora simplesmente esmagada. Eins mantinha sua posição, ignorando possíveis snipers nas proximidades, apenas pelo prazer de ver desfilar diante de si todo aquele poderio. E as lembranças mais uma vez o assaltaram, enquanto retribuía mecanicamente às continências dos que passavam.

Tinha dois irmãos mais velhos, sendo o caçula. Na verdade, eram um irmão e uma irmã. O irmão primogênito, Viktor, cerca de dez anos mais velho, sempre fora seu herói particular, muito mais que o pai excêntrico, apesar de adorar suas histórias de blindados e PanzerMeyer. Como eletricista, seu pai tinha hábitos esquisitos, como todo dia, após acordar e lavar o rosto, ir para a oficina pegada à casa ainda antes do desjejum e dar-se choques "para acordar direito", como dizia. Tentava alcançar algum estranho record. Dizia orgulhosamente que já suportava 440 volts mas que desejava alcançar o que chamava de "seu limite" e que choques elétricos faziam bem ao coração. A família nada dizia, nem poderia fazê-lo, o velho Eins não era dado a discussões, isso ficara claro desde que eram pequenos e Greta aceitava passivamente, estimulando mesmo os filhos a cederem às esquisitices do pai.

Por volta de seu primeiro ano na EsPCex, seu irmão já formado em direito e começando a se meter com política, fora chamado ao gabinete do Cmt e informado que seu pai falecera e que tinha cerca de uma semana para comparecer aos ritos fúnebres. Lá chegando, após ajudar a consolar a mãe chorosa e irmã idem, conversara a sós com o irmão. Este lhe dissera que o velho se eletrocutara com uma descarga de 550 volts. Seu coração havia simplesmente parado de bater, tão logo alguns funcionários haviam cortado a força e o retirado da barra de cobre em que costumava segurar antes de acionar a alavanca que liberava a energia.
- O velho nunca foi bem certo - dissera o irmão, em Alemão. Antes que protestasse (o pai estava a poucos metros, em um caixão), o irmão arrematou:
- Hündchen (filhote), agora eu sou teu Vatti (papai). Não há mais ninguém por ti no mundo, sabes como é a Mutti (mamãe), não entende de nada além de sua cozinha e não vê um palmo além do nariz. Ademais, nossa irmãzinha começa a me preocupar mas disso eu cuido. Quero saber se confias em mim, apenas isso.
Eins pensou. Contrapôs a imagem do pai esquisito ao irmão, sempre forte e inteligente. Não precisou pensar muito:
- Confio. Agora és o Vatti! - e abraçou o irmão.
- Contes sempre comigo. Se tiveres algum problema na vida, fales sempre comigo primeiro.

Sem o conhecimento do jovem cadete, Viktor arranjara astuciosamente o casamento da irmã jovem, loura, burra mas belíssima com o filho caçula do maior cacique político de seu partido, velha raposa de fortes discursos e suaves manobras de bastidores. Sabia que havia selado mais do que uma simples aliança conjugal, o rapaz ficara quase fora de si ao conhecer a garota e o velho lhe dera a entender que não conseguia contrariar os desejos do jovem herdeiro. Na festa de casamento, Viktor fora informado pelo velho de sua satisfação pelo modo sutil, discreto e eficiente com que conduzira "as negociações a bom termo", fora esta a forma como se expressara. Respondera com falsa modéstia, dizendo apenas que ''dera uma mãozinha à natureza", e sorrira. Mais tarde o velho perguntara se ele se interessaria em ser Deputado Federal por um estado do Nordeste. Novo sorriso. Dois anos após comparecia à formatura do irmão caçula com seu novo título.

"Irmão de deputado" - murmurara um outro cadete ao colega do lado. "Não basta ser o CDF mais FDP do mundo e se formar em primeiro, ainda por cima irmão de deputado. Adivinhe quem vai ser o primeiro quatro estrelas da turma?"

Claro que Eins não sabia dos conchavos do irmão, comparecera ao casamento e estranhara um pouco o noivo ser uns cinco centímetros mais baixo que a noiva mas aquela sua irmã nunca fora muito esperta mesmo, talvez sequer tivesse noção de altura. Já no caso de Viktor sim, ele estranhara a subida tão rápida e não compreendia a candidatura e eleição do irmão ao Congresso por um estado a milhares de quilômetros daquele em que nasceram e viviam. Viktor filosofou:
- O homem percorre sendas que às vezes até a si próprio é difícil explicar... - e ficara nisso.

-------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------

O Sniper deixara o carro no estacionamento do aeroporto e sequer se importara em avisar à concessionária. Comprara passagem para o primeiro voo que sairia. Era um da TAM para São Paulo, em vinte minutos. Estava desarmado - jamais embarcaria de outro modo - e olhava nervosamente para as portas de embarque, até que foram fechadas e a aeronave, após angustiantes minutos, começou a taxiar lentamente para a pista. Parou. Então, após o que pareceu uma eternidade, começou a arremetida e decolou. O Sniper finalmente respirou. Pelo menos por enquanto estava livre de Chuck Norris...

No hotel estava uma balbúrdia no vigésimo primeiro andar. Um homem aparentemente morto, duas submetralhadoras Mini-Uzi próximas das mãos, policiais e paramédicos por toda parte. Um PM resolveu catar as armas mas, com o treinamento que tinha, não se deu conta de que ambas estavam com o ferrolho para trás e destravadas, prontas para o disparo. Seu enorme abdômen coberto por um colete tático nível II o atrapalhou e, ao tentar juntar ambas as armas ao mesmo tempo, tocou no gatilho de uma delas, ocasionando uma rajada curta que acertou o quadril de um dos paramédicos e a perna de um dos outros policiais. Largou a arma no chão, aterrado, murmurando "foi sem querer, essa m* dispara sozinha, p*". Chuck já estava colocado na maca. Outro policial - um sargento - apanhou cuidadosamente as armas e, segurando-as pelos protuberantes carregadores, as colocou novamente nos coldres subaxilares de 'morto', ainda na maca. Travou os coldres. Outras duas foram usadas no paramédico e no policial, ambos feridos pela inesperada rajada. Nos ocupantes das três macas foram colocadas máscaras de auxílio à respiração. Então foram levados para baixo.

O homem calvo aguardava pacientemente, espiando volta e meia para a rua. Então, o inesperado: ao invés de uma, três macas. Não podia saber quem era seu alvo por todos estarem com o rosto coberto e com um cobertor sobre o corpo. Decidiu rápido: pegaria os três. Ergueu mais o tronco e mirou no que vinha mais à frente, executando um perfeito disparo no tórax. Sem saber, matara o policial ferido na perna com um preciso e silencioso - dado o grande ruído na rua - disparo de um projétil de 12,7 mm. Mirou no segundo, após acionar manualmente o ferrolho e, num gesto elegante, recolher ainda no ar o estojo vazio, enfiando-o no bolso do paletó preto. O segundo já estava a meio caminho da viatura de socorro - os paramédicos sequer haviam notado o impacto que transfixara o peito do policial ferido - e ele já o enquadrava, dedo roçando o gatilho. Então, deu-se o inusitado.

O ferido abriu os olhos e encarou diretamente o homem calvo, enquanto sacava as Mini-Uzis com extrema velocidade, disparando-as ambas logo em seguida. Foi um corre-corre geral, rajadas de armas automáticas nunca são um convite para pessoas permanecerem em pé em seus lugares. Uma famosa repórter de televisão gritou para seu cinegrafista, que se agachou o mais que pôde com sua câmera, esta meio apontada para o chão:
- Filma isso, Jorge. Te levanta daí e filma! - estavam no ar.
- Filmar o teu c*, pensa que eu sou doido, tá chovendo bala, p*!
- Jorge, por Deus, vai ser a reportagem do ano, Jorge!
- Vai tomar no rabo! Se eu gostasse de levar tiro ia trabalhar pro Datena. E te abaixa aí, p* de m*!
- Jorge, trate de...
O âncora cortou a transmissão especial sobre o tiroteio no luxuoso hotel, murmurando desculpas ao público e já imaginando a cena no Youtube. Muita gente gravava telejornais para pegar gafes do gênero e essa era das mais quentes, um cinegrafista - ex-cinegrafista, pensou, corrigindo-se - dizendo poucas e boas a uma conhecida repórter televisiva. Ia dar encrenca para todo mundo na emissora. Até para ele, que demorara a cortar. Bem, sempre podia botar a culpa no editor...

Com dois buracos calibre 9 mm na testa, o homem calvo jazia no telhado, meio caído sobre a balaustrada. Uma jovem agachada a alguns metros atrás dele se aproximou, recolheu o fuzil, descarregou-o, desmontou o enorme supressor e colocou tudo em uma sacola de lona. Revistou então os bolsos do falecido homem calvo. Como esperava, achou apenas um estojo de 12,7 x 54 mm ainda quente e um telefone celular, que lançou na mesma sacola. Então, vestindo rapidamente luvas de enfermagem, sacou da necessaire um pequeno bisturi e removeu a parte do couro cabeludo próxima à nuca do morto. Não muito, apenas uns oito centímetros quadrados. Tirou carne junto. Era preciso. Depois dirigiu-se às escadas, descendo-as com rapidez. Quando os primeiros policiais começaram a entrar ela estava saindo.
- Moça. o que deu lá em cima? Está ferida? - nem olhou para a sacola. Mulheres estão sempre carregando bugigangas.
- Não. Ouvi uns estouros aí na rua, o que houve?
- Sei lá. Melhor sair logo, moça.
- Estou indo, obrigada. E sorriu.

Chuck Norris desmaiara de novo, as armas, agora completamente descarregadas, lhe caíram das mãos. Ninguém queria chegar perto, vai que o doido começava a atirar de novo...

Finalmente, vendo que não se movia, um dos paramédicos tomou coragem e se aproximou.
- Tá limpo, pessoal, apagou. Vamos tacar logo na ambulância!
- E as armas?
- Deixa essas m*s aí, a polícia que recolha! Vamos nessa. Toca pro hospital, João! - não precisou falar de novo. Sirene aberta, o veículo disparou.

Dobrando a esquina, a garota encontrou um espaço sem transeuntes. Abriu seu próprio celular. O sinal estava ótimo. Apenas clicou no número seis. Ouviu o som de discagem, o aviso de redirecionamento e então os toques de chamada. Apenas três. Então alguém atendeu.
- Fala o Irmão Zorba, secretário particular do Irmão Aristarkos. O que deseja, 98?
- Preciso falar com ele, temos um problema aqui.
- Só um instante. - um coro religioso substituiu a voz do secretário. Logo em seguida a voz, fria como gelo:
- Irmão Aristarkos. O que deseja, 98?
- Temos um problema aqui, Irmão.
- Ora, qual? Três operadores nossos estavam no aeroporto e viram o Protegido embarcar sem sinais do Alvo 2.
- Não, foi aqui perto, no Hotel. O Alvo 2 de algum modo acordou e, sinto dizer, o 11 está morto. Dois disparos na testa. Chequei e recolhi tudo.
- Inclusive...? - desagradava-lhe dizer a palavra.
- Sim. Totalmente inidentificável.
- Pena. Era um excelente Operador mas a idade já começava a atrapalhá-lo...
- Bem, alguma ordem adicional?
- Não exatamente. Vou ter de colocar o 47 nessa missão.
- O...47?
- Sim. Ele está voltando da Ásia, onde acabou com um tal de John Rambo, que andava tocando o horror por lá...
- Ele matou o Rambo?
- Que tem de mais? No fundo, são apenas alvos que morrem com um disparo bem colocado...
- É, mas esse 2...
- Sim, esse é diferente, seu metabolismo parece assimilar tudo, até balas, veneno, radiação, o que lançarem contra ele. Enfraquece quando atingido mas depois de algum tempo retorna mais forte. Nós o estudamos algum tempo atrás.
- Pois é, eu mesma lhe dei uma dose cavalar de estricnina e ainda lhe enfiei vinte disparos de Five seveN, sendo um na têmpora e minutos depois...
- Ele a viu bem?
- Sim. Acho que vou ter de sumir por uns tempos...
O Irmão Aristarkos pareceu pensar por algum tempo. Depois falou naquela voz gelada:
- Não tão logo, dirija-se à casa segura oito e aguarde pelo 47. Quando ele chegar passe-lhe todos os dados de que dispuser, então sim, ele a encaminhará para nós. Quero-o tão bem informado quanto possível.

-------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------

No São Paulo que, de pane em pane, se arrastava rumo ao Rio de Janeiro, o Comandante Marino e seu Imediato atualizavam o homem que se dizia Rei sobre o que se passara desde que ele deixara Portugal.
- Mas pá, entaum os pérfidos Espanhóis tiveram a ousadia de invadire meu Portugal a mando desse tal de Napoleão? Vou mandaire a enforcaire esse vilaum!
- Majestade, ele já está morto há mais de duzentos anos... - diasse o Imediato.
O Cmt apenas revirou os olhos.

-----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------

O pequeno e luxuoso Legacy rumava para o Oriente Médio. Koslova não pilotava, chorando muito, amargurada pelo que fora compelida a fazer, então Pizdec, convencido por Jones, que ditava a rota, conduzia a aeronave.
- Eu mereço mesmo ser presa pelo resto da vida pelo que fiz! - desabafava ela.
- Mas minha cara, não havia como você saber... - consolava Jones. Pizdec, maldosamente:
- Não se preocupe, prisão é o que não vai lhe faltar quando voltarmos à Rodina...
Ela sequer respondeu. Quem o fez foi Jones:
- O amigo deveria controlar um pouco sua língua. Lembre-se de que estava lá também...
- Sim, estava, mas amarrado como uma maldita salsicha! - explodiu Pizdec.
- Alguém o amarrou, meu caro, quando levava as cargas para a Argentina? Receio que não, o que o torna tão cúmplice quanto a nossa querida Major...
- Mas eu não sabia!
- Nem ela. Entende meu ponto, amigo?
- Não é a mesma coisa!
- Diga isso aos Americanos, meu caro. Eles colocarão naquela lastimável e bárbara cadeira elétrica qualquer um em quem puserem as mãos e só depois irão fazer perguntas...
Pizdec silenciou, começando a compreender o tamanho da enrascada em que estava envolvido. Com efeito, ajudara a levar as ogivas à Argentina. Os Americanos deviam andar doidos para por as mãos em qualquer um que tivesse o mínimo envolvimento com o caso. E ele era um agente do FSB. A Rodina seria envolvida. Talvez até um conflito nuclear, ainda mais com aquela mulher estranha na Casa Branca...

-----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------

A campainha tocou apenas uma vez. Ela correu a abrir, a pistola atrás do corpo. Era ele. Perguntou mesmo assim:
- Você é...
- 47. Conte-me tudo desde o princípio.




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Re: Dois Tu-160 pousam na Venezuela - SEIS HORAS a/p pag 27

#808 Mensagem por valter » Sex Jan 13, 2012 12:24 pm

e ai Tulio quando continua a saga :D e o presidente brasileiro o que será dele :twisted:




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Re: Dois Tu-160 pousam na Venezuela - SEIS HORAS a/p pag 27

#809 Mensagem por Túlio » Sex Jan 13, 2012 7:09 pm

Tive de dar uma parada na história por causa de lastimáveis eventos recentes. Vou dar mais um tempo para ver se normalizou mesmo e retorno, aliás, já tenho mais de meio episódio escrito mesmo...... :wink: 8-]




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Re: Dois Tu-160 pousam na Venezuela - SEIS HORAS a/p pag 27

#810 Mensagem por Marcelo Reis Batista » Sáb Jan 14, 2012 9:53 pm

Não sei não, mas algo me diz que o novo presidente será o brado retumbante!

Mas o possível assassinato do presidente Orestes, terminaria com consequências terríveis!!! O Brasil retaliaria com nukes??




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