O futuro da AAAe no Brasil

Assuntos em discussão: Exército Brasileiro e exércitos estrangeiros, armamentos, equipamentos de exércitos em geral.

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Re: O futuro da AAAe no Brasil

#11491 Mensagem por FCarvalho » Seg Fev 26, 2024 1:29 am

Se der o Atmos, certeza vamos de Athos nas AD e onde mais couber. Quanto ao Caesar, o modelo AR é o TR-1 155\52, que foi modernizado em tempos recentes pelos franceses, além do LG-1 Mk III em 105mm.

O EB não vai escolher o SH-15, por mais que a proposta seja atraente em qualquer sentido, simplesmente porque sabe o que acontece com a sua reaproximação com o US Army, além de arrumar, supostamente, motivos para algumas pretensas sansões, ou ameaças de, ao país em função das rusgas entre Washington e Pequim. Material militar chinês no EB só se o governo quiser puxar briga com os norte americanos a troco de nada. O que não me admira se acontecer antes do ano acabar.

Por outro lado, eu se fosse o EB iria mais longe nesse negócio com a AAe, e conversaria com os indianos para olhar de perto o Barak 8 e suas versões terrestres que são produzidas por lá. Pode até vir o Akash NG a princípio, mas, eu poria o míssil indo-israelense nos planos subsequentes, dependendo do que acontecer no contrato dos aviões da Embraer. É só colocar um nome próprio indiano nele e dizer que foi projetado e produzido por lá que tá tudo certo.

Quanto ao mais, só espero que isso não signifique por a perder a tentativa de dar alguma organização à AAe nas ffaa's com o programa AAe comum. Já basta de comum não termos nada.




Um mal é um mal. Menor, maior, médio, tanto faz… As proporções são convencionadas e as fronteiras, imprecisas. Não sou um santo eremita e não pratiquei apenas o bem ao longo de minha vida. Mas, se me couber escolher entre dois males, prefiro abster-me por completo da escolha.
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Re: O futuro da AAAe no Brasil

#11492 Mensagem por FCarvalho » Ter Fev 27, 2024 9:40 pm

Quanto ao novo edital para a aquisição de bateria(s) AAe para o exército, tenho algumas dúvidas.

Por que o EB abriu um novo RFI-RFQ com base nos mesmos RO\RTLI emitidos para o programa defesa AAe comum de forma separada, e independente daquele processo, visando na prática obter sistema AAe idêntico e com as mesmas características já identificadas para compra para as três forças? Dois trabalhos para o mesmo fim?

O RFQ emitido em 2023 para a defesa AAe comum ainda continua válido? Se sim, por que então o EB abriu um novo processo voltado exclusivamente a si, quando ele já é contemplado, também, no de nov\2023?

A quantidade indicada no edital do exército continua prevendo a compra de 1 a 3 baterias de sistema AAe. O edital de 2023, salvo engano, prevê até 8 bia AAe para o EB. Qual a lógica de se fazer novo processo de seleção tendo em vista a aquisição de sistemas que, em teoria, devem ser comuns para as três forças, já que o presente processo pode, eventualmente, levar à aquisição de sistema diferente escolhido no edital do Programa Defesa AAe Comum?

Se o Programa Defesa AAe Comum gestado pelo EB ainda está em vigor, com os seus RO\RTLI emitidos, e mesmo RFQ ainda em plena validade, como o exército pretende gerir dois processos de aquisição ao mesmo tempo visando o mesmo objeto, quando não tem recursos previstos para um e outro no curto e médio prazo?


Eu li o presente edital lançado pelo EB por completo, e não há absolutamente nada de novo nele sobre o objeto a ser adquirido, no caso, um sistema de defesa AAe com partes em armamento, comunicações e logística que não esteja descrito no documento de nov de 2023. A única diferença é que este é voltado única e exclusivamente para o EB.

No final, são 1 a 3 baterias no edital de 2024 para o exército, e outras 8 baterias no edital de nov\2023 dentro do programa defesa aae comum a que o EB faz jus. Ou seja, se nada mudar em termos burocráticos, o EB poderá ser pleiteado com até 11 baterias AAe se ambos os processos permanecerem ativos e chegarem a termo.

Oras, sabemos que o exército mal tem grana sequer para comprar uma mísera bateria de RBS-70NG, que se dirá de uma bateria média altura que pretende. Com que dinheiro irá comprar 11 bia's? Pior, estamos falando de compras de 18 baterias AAe média altura, afinal, o RFQ Defesa AAe Média Comum requer 15 bia AAe.

Lembrando que, no manual, uma Bia AAe pode contar com 3 a 6 sistemas de lançamento, sendo que naquele RFQ de 2023 uma bateria foi cotada com no mínimo 3 a 4 lançadores. O que for feito em termos de organização dependerá da oferta de cada empresa e o tipo do sistema oferecido, já que alguns modelos a bia pode vir a ter 8 lançadores.

Bom, o exército também costuma ser bastante flexível na ora de organizar e distribuir os seus meios, já que normalmente a maioria das OM AAe nunca operou, e não opera, com os quantitativos materiais indicados em seus manuais. Então, não seria nenhuma novidade se o número de bia a serem direcionadas ao EB em ambos processos acabarem por alimentar os 6 GAAe que temos hoje.

Com 15 bia do Programa Defesa AAe Média Altura Comum a 3 ou 4 lançadores, temos um negócio potencial para até 60 lançadores. Com mais 3 baterias do edital do exército, que não faz menção a quantidades do objeto a ser adquirido, e assumindo aquele primeiro referencial, temos mais 12 lançadores. Ou 18 lançadores, se a bia for formada a 6 peças. E 24, caso o sistema escolhido seja formado por 8 lançadores.

Eu ainda não acredito que este ou qualquer outro governo esteja disponível em tempo algum para adquirir quase uma centena e meia de lançadores de mísseis AAe no caso de bia formadas a 8 peças. E mesmo que fossem apenas 3 lançadores por Bia, seriam 54 unidades em potencial, fora os meios de apoio logísticos, sistemas C4ISR e armamento. Simplesmente é uma conta alta demais para o interesse político tupiniquim admitir empenhar verba pública que, na mentalidade tacanha e mesquinha dele, poderia ser direcionada a seus próprios interesses.

A ver.




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Re: O futuro da AAAe no Brasil

#11493 Mensagem por FCarvalho » Sáb Abr 20, 2024 4:07 pm

A defesa antiaérea brasileira frente às novas ameaças representadas pelos atuais Sistemas de Aeronaves Remotamente Pilotados (SARP)

https://www.defesaaereanaval.com.br/exe ... tados-sarp

Já começou mal dizendo que o que temos em sistemas AAe de curto alcance é eficiente contra UAV\UCAV. :roll:




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Re: O futuro da AAAe no Brasil

#11494 Mensagem por gabriel219 » Sáb Abr 20, 2024 8:13 pm

Por que começou mal?

Os sistemas de curto alcance que temos são realmente eficientes, o que nos falta são sensores para detecção, especialmente radares que trabalhem em diferentes bandas, como Banda Ku e Banda S, fora sensores como IRST. Canhões com munição ABM também serão necessários, mas RBS-70 e Gepard são altamente efetivos contra drones.




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Re: O futuro da AAAe no Brasil

#11495 Mensagem por FCarvalho » Sáb Abr 20, 2024 8:46 pm

gabriel219 escreveu: Sáb Abr 20, 2024 8:13 pm Por que começou mal?
Os sistemas de curto alcance que temos são realmente eficientes, o que nos falta são sensores para detecção, especialmente radares que trabalhem em diferentes bandas, como Banda Ku e Banda S, fora sensores como IRST. Canhões com munição ABM também serão necessários, mas RBS-70 e Gepard são altamente efetivos contra drones.
Os Igla-S tem quase 30 anos de adquirido. E são em pequeníssima quantidade e disponibilidade. É raro na tropa conhecer alguém que saiba utilizar com eficácia este sistema quando deveria ser um ativo comum em toda ela. E o exército sequer menciona sua substituição por outro mais moderno, apesar da antiguidade do material.

O Gepard foi comprado como uma solução de compromisso para a AAe das bdas bldas. Seus sistemas eletrônicos são tão ou mais defasados quanto do Leopard 1A5. E não há programa ou projeto de modernização para eles, ao contrário dos CC do exército. O que está acontecendo na Ucrânia não pode ser tomado como exemplo a risca para nós. Este sistema é também uma solução de oportunidade, e que tem se mostrado relativamente efetiva contra UAV, mas, novamente, não é e nunca foi projetado para isso, e suas capacidades são bastante restritas para um TO em que haja ameaças diversas além dos drones.

O caso dos RBS-70NG é igual aos dos Igla-S, sendo que a modernidade os trás mais para perto de ser um sistema realmente efetivo contra diversos tipos de UAV. Mas como outros do tipo, ele depende necessariamente de um sistema de radar tão capaz quanto ele de identificar e traquear os seus alvos, para que seja realmente efetivo. Não saberia dizer se os M-60 Saber empregados junto com eles pelas tropas AAe do exército são capazes de fazer o serviço, de forma a tornar o sistema como um todo eficiente contra UAV. E como os mísseis russos, são contados a dedo e disponíveis em quantidades mínimas; e mesmo assim, o EB até hoje não se deu sequer o trabalho de testar tais sistemas contra alvos simulando drones.

Quanto a canhões com munição ABM, estamos na espera até hoje sobre novidades da UT30BR 2 que, a priori, seria adaptada na função anti drone com o canhão 30mm e, quiçá, um radar e\ou sistema eletrônico de jamming. Mas nada mais se soube deste projeto de modernização. Não foi citado, salvo engano, se esta versão poderia ser equipada com Manpad, também.

No caso de radares, o que temos em mãos, como falei acima, é o M-60 Saber, que está em sua segunda versão. Mas não saberia dizer o quanto ele é bom o suficiente para orientar os mísseis que temos contra UAV e\ou UAV e outros tipos de drones.




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