Estratégia Nacional de Defesa

Área destinada para discussão sobre os conflitos do passado, do presente, futuro e missões de paz

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Re: Estratégia Nacional de Defesa

#886 Mensagem por Marino » Sáb Set 25, 2010 11:52 am

Parabéns

O Ministro da Defesa, Nelson Jobim lança nos próximos dias edição especial do livro “Segurança Internacional: Perspectivas Brasileiras”. Trata-se da mais abrangente e qualificada coletânea de artigos publicada no Brasil sobre o tema




"A reconquista da soberania perdida não restabelece o status quo."
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Re: Estratégia Nacional de Defesa

#887 Mensagem por Marino » Sáb Set 25, 2010 11:52 am

Pensei que os DBistas iriam analizar as portarias acima, com uma lupa.




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Re: Estratégia Nacional de Defesa

#888 Mensagem por PRick » Sáb Set 25, 2010 12:59 pm

Marino escreveu:Pensei que os DBistas iriam analizar as portarias acima, com uma lupa.

Bem, é mais um passo na direção já tomada, o pessoal anda muito ocupado, é tanto tópico que a gente fica perdido às vezes. :mrgreen: :mrgreen:

[]´s




PRick

Re: Estratégia Nacional de Defesa

#889 Mensagem por PRick » Sáb Set 25, 2010 12:59 pm

Marino escreveu:Parabéns

O Ministro da Defesa, Nelson Jobim lança nos próximos dias edição especial do livro “Segurança Internacional: Perspectivas Brasileiras”. Trata-se da mais abrangente e qualificada coletânea de artigos publicada no Brasil sobre o tema

Será vendido em livrarias? Onde conseguir um exemplar.

[]´s




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Re: Estratégia Nacional de Defesa

#890 Mensagem por Marino » Sáb Set 25, 2010 1:07 pm

Aí no Rio na FGV.




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Re: Estratégia Nacional de Defesa

#891 Mensagem por Carlos Lima » Sáb Set 25, 2010 9:45 pm

Marino... e agora como ficam as compras? Ficam a cargo de quem, do MD?

[]s
CB_Lima




CB_Lima = Carlos Lima :)
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Re: Estratégia Nacional de Defesa

#892 Mensagem por jauro » Sáb Out 09, 2010 5:57 pm

Palestra do MinDef na FIESP.
(URL encurtado: http://migre.me/1wiDO )




"A disciplina militar prestante não se aprende senhor, sonhando e na fantasia, mas labutando e pelejando." (CAMÕES)
Jauro.
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Re: Estratégia Nacional de Defesa

#893 Mensagem por Marino » Sáb Out 09, 2010 6:03 pm

cb_lima escreveu:Marino... e agora como ficam as compras? Ficam a cargo de quem, do MD?

[]s
CB_Lima
As compras podem ser feitas diretamente nas livrarias, como a Cultura de São paulo, ou na Fundação Getúlio Vargas, creio que até pela internet.
Preço: R$ 25,00 por um SENHOR livro.




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Re: Estratégia Nacional de Defesa

#894 Mensagem por Marino » Sáb Out 09, 2010 6:51 pm

Palestra do NJ em São Paulo, na FIESP:
https://www.defesa.gov.br/arquivos/File ... _fiesp.pdf




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SantaCatarinaBR - Brasil retoma investimentos na área de def

#895 Mensagem por novatoop » Sáb Out 09, 2010 8:48 pm

SantaCatarinaBR - Brasil retoma investimentos na área de defesa (06/10/2010) GLOBO
-
Reportagem exibida dia 06/10/2010 no Jornal das Dez (GLOBO).
-
O projeto de reaparelhamento das Forças Armadas deve abrir também o mercado de exportações para a indústria nacional. Cerca de 700 empresas brasileiras estão prontas para aproveitar a oportunidade.
-




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Re: Estratégia Nacional de Defesa

#896 Mensagem por Francoorp » Sáb Out 09, 2010 10:03 pm

Deu no Defesa@Net: COMDEFESA

Reaparelhamento das Forças Armadas inclui sistema espacial, afirma Nelson Jobim



Ministro destaca necessidade da vigilância das fronteiras, entre os investimentos maciços no âmbito da soberania nacional

Edgar Marcel, Agência Indusnet Fiesp
Fotos Vitor Salgado – FIESP

Imagem

A renovação das instituições nacionais permanentes (Exército, Marinha e Aeronáutica) foi apresentada no seminário Reaparelhamento das Forças Armadas, nesta quarta-feira (6), na sede da Fiesp. Inserido no contexto mundial, o Brasil passa por novas estratégias e configurações nestes setores.

O ministro da Defesa, Nelson Jobim, fez uma abrangente exposição dos detalhes destes procedimentos a serem adotados para uma plateia repleta de integrantes e autoridades das Forças Armadas. O evento, realizado pelo Departamento da Indústria de Defesa (Comdefesa) da Fiesp, tem como objetivo participar dos processos de desenvolvimento do País.

“A Fiesp, por meio do Comdefesa, tem confiança absoluta que o futuro da indústria nacional de defesa será grandioso, como grandioso é o nosso Brasil”, afirmou Jairo Cândido, diretor-titular do departamento da entidade.

As ações do Comdefesa visam consolidar as relações com o ministério da Defesa e cooperar com o desenvolvimento da estrutura das Forças Armadas. A atuação da indústria é fundamental para o reaparelhamento destas imprescindíveis instituições, e a Fiesp trabalha no sentido de promover projetos alinhados com as premissas da Política Nacional de Defesa.

Diretrizes

De acordo com o ministro, a Estratégia Nacional de Defesa possui um arcabouço cooperativo com outros países da América do Sul e uma visão dissuasória com o resto do mundo. A tática tem como fundamento integrar a indústria defensiva à sociedade, como um escudo de proteção ao desenvolvimento autônomo nacional.

O Brasil tem 13 milhões de quilômetros quadrados de território emerso e imerso, com mais de 16 mil quilômetros de fronteira terrestre, o que torna impossível a presença das forças em todos os espaços. A partir da capacitação profissional oferecida pela pelas instituições aos recrutas, surgirão programas de vigilância de fronteiras e monitoramento do espaço aéreo.

Observação preventiva

Nelson Jobim defende a ideia um sistema espacial brasileiro para fins militares (de proteção), de conhecimento do território para a agricultura, saúde, monitoramento de incêndio em florestas, entre outros.

“É inconcebível virmos a comprar imagens de satélites controlados por outros países”, criticou o ministro, que percorreu toda a Amazônia e a fronteira terrestre do Brasil.

As diferenças observadas na extensa divisa entre o País e o restante da América do Sul apontaram as necessidades de cada ponto, como veículos terrestres, aviões de transporte de cargas e helicópteros para deslocamento de forças. Os itens estão previstos no orçamento de 27 bilhões de dólares que serão investidos na área de defesa.

Imagem
Dr Jairo Cândido (COMDEFESA), DR Paulo Skaf (FIESP), Ministro Nelson Jobim,
Almirante Moura Neto, General Enzo Peri, Brigadeiro juniti Saito e General De Nardi


Medidas

O ministro enfatizou que os conceitos de implementação e ações estratégicas são compostos por quatro itens:

Ciência e Tecnologia, que fomentará a pesquisa de materiais, equipamentos e sistemas militares e civil;

Recursos humanos, para criar um quadro de especialistas civis em defesa;

Indústria de material de defesa, que irá compatibilizar os esforços governamentais de aceleração do crescimento com as necessidades da defesa nacional;

Operações de paz, para estimular o adestramento de militares e civis para atuações emergenciais de manutenção da paz e reconstrução do País, como as recentes ações no Haiti.

A importância maior das ações pró-defesa no Brasil, segundo Nelson Jobim, é o resultado destas em um longo prazo, daqui a 50 anos. “Não estamos falando no período histórico da nossa geração, e sim de uma nação. Nossa responsabilidade é com o País”, concluiu o ministro.

Fonte: Defesa@Net




As Nossas vidas não são nada, A Nossa Pátria é tudo !!!

Imagem http://francoorp.blogspot.com/
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Re: Estratégia Nacional de Defesa

#897 Mensagem por Marino » Seg Out 11, 2010 11:09 am

Globo:
Para quê?
Sérgio Paulo Muniz da Costa
No mês de agosto, precisamente no Dia do Soldado, o governo alterou as condições de
cumprimento da missão constitucional das Forças Armadas, modificando-a na sua essência. Com a
inserção de um político na cadeia de comando e a subordinação do emprego das forças a um oficialgeneral
escolhido segundo critérios políticos, estão dadas as condições para o governo usar interna ou
externamente os meios militares segundo a hipótese que bem lhe aprouver.
Assim, o aparato institucional das Forças Armadas passou a ficar legalmente sujeito a uma
vontade política única centralizada na chefia do Executivo. Logo depois da Segunda Guerra, os políticos
brasileiros souberam usar para seus fins o prestígio das Forças Armadas. Em meio à instabilidade
política reinante, um jovem general proferiu em 1957 uma palestra em que concluía: Forças Armadas,
para quê? Profissional de carreira arraigadamente legalista, oficial de operações da Divisão de Infantaria
da Força Expedicionária Brasileira, culto historiador militar, um ouvinte atento de Fernand Braudel,
Castello Branco, como chefe do Estado-Maior, reiteraria no início dos anos 60 o alerta sobre a
transformação do Exército em milícia.
Anos depois, como presidente num regime que ele via comprometido com a autoextinção,
Castello Branco tomou medidas para afastar as Forças Armadas da política partidária, reforçando o
papel dos altos comandos e limitando o tempo de serviço dos oficiais-generais com autoridade de
comando. Isso era coerente com a visão de uma revolução para acabar com todas as revoluções.
Ingênuo ou não, foi esse ideal que viabilizou um novo regime, de normalidade democrática, sem golpe de
Estado, algo inédito na história da República.
Dividem-se hoje os analistas entre os que veem nos acontecimentos no Brasil um risco ao
sistema democrático e os que enxergam apenas mais um capítulo da luta pelo poder. Como ambos têm
parte da razão, mais útil seria que os atores da cena política assumissem suas posições diante da velha
dicotomia que nos assola há décadas: a preservação do sistema democrático plural ou a sua supressão
em benefício de um projeto de poder. Pela prática política em curso e manifestações dos dois candidatos
à Presidência, anunciase a extinção do regime fundado em 19851988, do que estranhamente participam
os próprios herdeiros da vontade política que o instituiu no caso o PMDB das lideranças históricas hoje
desaparecidas. Por mais que detestassem (ou detestem) os militares, elas tiveram (e têm) que lidar com
a equação militar, porque não há como alijá-la do poder. Se não o fizerem, alguém o fará (e já o fez).
A História não se repete, mas deixa lições. O controle político ilimitado das Forças Armadas
permite que um Rumsfeld emita ordens de mobilização e deslocamento a unidades militares para uma
guerra a ser precipitada segundo as conveniências do poder e demita preventivamente quem dele
discordar por dever funcional. Da caixa de horrores da ascensão nazista nos anos 30 na Alemanha,
pode-se tirar a vergonhosa omissão dos seus generais diante do assassinato de políticos e de alguns de
seus próprios companheiros, que levou à supressão de toda e qualquer oposição.
Cada um deplore a tragédia que preferir, mas tratemos de evitar a nossa. Diante de tantas
mudanças, assumidas ou não, é sempre atual e prudente perguntar: para quê?
Estão dadas as condições para o governo usar os meios militares como lhe aprouver
Preservação do sistema plural democrático ou sua supressão para um projeto de poder?
SÉRGIO PAULO MUNIZ COSTA é historiador e foi delegado do Brasil na Junta
Interamericana de Defesa, órgão de assessoria da OEA para assuntos de segurança hemisférica.




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Re: Estratégia Nacional de Defesa

#898 Mensagem por LeandroGCard » Seg Out 11, 2010 12:33 pm

Marino escreveu:Globo:
Para quê?
Sérgio Paulo Muniz da Costa
No mês de agosto, precisamente no Dia do Soldado, o governo alterou as condições de
cumprimento da missão constitucional das Forças Armadas, modificando-a na sua essência. Com a
inserção de um político na cadeia de comando e a subordinação do emprego das forças a um oficialgeneral
escolhido segundo critérios políticos, estão dadas as condições para o governo usar interna ou
externamente os meios militares segundo a hipótese que bem lhe aprouver.
Assim, o aparato institucional das Forças Armadas passou a ficar legalmente sujeito a uma
vontade política única centralizada na chefia do Executivo. Logo depois da Segunda Guerra, os políticos
brasileiros souberam usar para seus fins o prestígio das Forças Armadas. Em meio à instabilidade
política reinante, um jovem general proferiu em 1957 uma palestra em que concluía: Forças Armadas,
para quê? Profissional de carreira arraigadamente legalista, oficial de operações da Divisão de Infantaria
da Força Expedicionária Brasileira, culto historiador militar, um ouvinte atento de Fernand Braudel,
Castello Branco, como chefe do Estado-Maior, reiteraria no início dos anos 60 o alerta sobre a
transformação do Exército em milícia.
Anos depois, como presidente num regime que ele via comprometido com a autoextinção,
Castello Branco tomou medidas para afastar as Forças Armadas da política partidária, reforçando o
papel dos altos comandos e limitando o tempo de serviço dos oficiais-generais com autoridade de
comando. Isso era coerente com a visão de uma revolução para acabar com todas as revoluções.
Ingênuo ou não, foi esse ideal que viabilizou um novo regime, de normalidade democrática, sem golpe de
Estado, algo inédito na história da República.
Dividem-se hoje os analistas entre os que veem nos acontecimentos no Brasil um risco ao
sistema democrático e os que enxergam apenas mais um capítulo da luta pelo poder. Como ambos têm
parte da razão, mais útil seria que os atores da cena política assumissem suas posições diante da velha
dicotomia que nos assola há décadas: a preservação do sistema democrático plural ou a sua supressão
em benefício de um projeto de poder. Pela prática política em curso e manifestações dos dois candidatos
à Presidência, anunciase a extinção do regime fundado em 19851988, do que estranhamente participam
os próprios herdeiros da vontade política que o instituiu no caso o PMDB das lideranças históricas hoje
desaparecidas. Por mais que detestassem (ou detestem) os militares, elas tiveram (e têm) que lidar com
a equação militar, porque não há como alijá-la do poder. Se não o fizerem, alguém o fará (e já o fez).
A História não se repete, mas deixa lições. O controle político ilimitado das Forças Armadas
permite que um Rumsfeld emita ordens de mobilização e deslocamento a unidades militares para uma
guerra a ser precipitada segundo as conveniências do poder e demita preventivamente quem dele
discordar por dever funcional. Da caixa de horrores da ascensão nazista nos anos 30 na Alemanha,
pode-se tirar a vergonhosa omissão dos seus generais diante do assassinato de políticos e de alguns de
seus próprios companheiros, que levou à supressão de toda e qualquer oposição.
Cada um deplore a tragédia que preferir, mas tratemos de evitar a nossa. Diante de tantas
mudanças, assumidas ou não, é sempre atual e prudente perguntar: para quê?
Estão dadas as condições para o governo usar os meios militares como lhe aprouver
Preservação do sistema plural democrático ou sua supressão para um projeto de poder?
SÉRGIO PAULO MUNIZ COSTA é historiador e foi delegado do Brasil na Junta
Interamericana de Defesa, órgão de assessoria da OEA para assuntos de segurança hemisférica.
Até entendo a preocupação do articulista (supondo que é somente uma preocupação justa com a estrutura institucional do país, e não apenas eleitoreira), existem de fato exemplos históricos antigos e recentes de forças armadas subordinadas totalmente ao poder executivo acabarem sendo utilizadas como instrumentos das ambições do chefe de ocasião deste, e não no interesse de toda a nação.

Mas se as FA's não estiverem vinculadas e submetidas ao executivo, a quem deveriam estar? Ao legislativo, que em princípio não tem a prerrogativa de gerenciamento do estado? Ao judiciário? Apenas a elas mesmas? Qual a proposta alternativa dele então?


Leandro G. Card




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Re: Estratégia Nacional de Defesa

#899 Mensagem por Marino » Qua Out 20, 2010 11:14 am

OPINIÕES
As reservas do Brasil
Josué Souto Maior Mussalém // Economista
jmussalem@hotmail.com
Não vou me referir aqui as grandes reservas cambiais acumuladas por nosso país as quais
alcançaram US$ 280 bilhões na quarta-feira dia 13 de outubro deste ano. As reservas a que refiro são as
militares, ou seja, os contingentes de reservistas que o Brasil dispõe em caso de mobilização nacional.
Não existe no horizonte previsível de curto prazo qualquer risco de conflito militar envolvendo nosso
País, mas como desejamos um lugar de destaque no Mundo inclusive um assento permanente no
Conselho de Segurança da ONU, vamos precisar de Forças Armadas modernas e poderosas não
apenas como elemento de defesa territorial mas também como força de dissuasão ao nível da América
Latina. O patrimônio ambiental, as reservas petrolíferas, o gigantesco estoque de água doce são fatores
que nos colocam numa posição de vanguarda ao nível mundial. Além disso, uma indústria moderna e
diversificada como também uma agricultura que vem se destacando na produção e na produtividade sem
falar na poderosa produção pecuária nos remete a uma reflexão sobre o papel do poderio militar
brasileiro nos próximos vinte anos.
De fato o Ministério da Defesa anunciou que nos próximos quinze anos nosso país vai investir
US$ 27 bilhões na compra de modernos equipamentos de combate para as três forças singulares o
Exército, a Marinha e a Aeronáutica Militar. Novos carros de combate e de transporte blindado, artilharia
auto-propulsada, mísseis antiaéreos equipamentos eletrônicos de controle de combate para uma nova
artilharia antiaérea estão nos planos das forças terrestres. Uma nova família de fragatas e de navios
patrulha de alto-mar, além de submarinos convencionais, estão nos planos para a Marinha de Guerra
sem falar no atrasado projeto de construção de um submarino nuclear de vital importância para a
consolidação do poder naval brasileiro. Novos caças supersônicos de combate e modernos aviões de
transporte e de patrulha naval, além de um grande numero de helicópteros de combate e de transporte
estão nos planos da Força Aérea Brasileira. Aliás, ao nível de helicópteros de combate já compramos
cinqüenta unidades que serão distribuídas com as três forças.
Não podemos dizer que o montante proposto para compra de equipamentos pelo Ministério da
Defesa seja suficiente porque os preços de aquisição de equipamentos militares modernos hoje em dia
são bastante elevados. Um carro de combate Leopardo II A6 fabricado na República Federal da
Alemanha custa US$ 5 milhões o mesmo acontecendo com o carro de combate Leclerc de fabricação
francesa. Assim um lote de mil carros de combate dos tipos assinalados necessários para a composição
de cinco brigadas de cavalaria blindadas custaria nada menos do que US$ 5 bilhões. Fundamental dessa
iniciativa de defesa não está só no equipamento, mas na qualidade de seus operadores militares; é aqui
que reside a grande e importante questão da formação de reservas que atuem na vida civil em períodos
de paz, mas que estejam prontas para um engajamento de curto prazo. Segundo o respeitado Instituto
de Estudos Estratégicos de Londres o Brasil dispõe de 1.115.000 homens de reserva de primeira linha e
mais 225.000 homens de segunda linha. Da reserva de primeira linha 400.000 homens são mobilizáveis
em trinta dias. Importante destacar que a formação profissional das reservas militares é de fundamental
importância para nosso sistema de defesa. Todos os países que possuem forças militares relevantes
como USA, Rússia, China, França, Alemanha e Israel têm em suas reservas seus grandes contingentes
mobilizáveis. Mas não apenas esses. A Suíça que é tradicionalmente neutra obriga a todos os seus
cidadãos homens e mulheres à prestação de serviço militar e depois de se tornarem reservistas mantêm
uma arma de guerra (fuzil automático) e uniforme de combate em casa para pronta mobilização. As
reservas do Exército Brasileiro devem se qualificar cada vez mais como também as da Marinha e
Aeronáutica. No caso das forças terrestres o papel dos CPORs e NPORs se torna cada dia mais
importante para a formação dos oficiais da reserva que fazem da vida civil a profissão permanente mas
que em caso de necessidade devem estar prontos para o engajamento de combate. Vale a pena lembrar
que a Força Expedicionária Brasileira que combateu na frente italiana na Segunda Guerra Mundial tinha
um grande numero de oficiais da reserva alguns deles formados inicialmente no CPOR do Recife e que
tiveram desempenho elogiável no campo de batalha. Formar reservas aumenta o poderio militar do Brasil
a um custo bem reduzido.




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Re: Estratégia Nacional de Defesa

#900 Mensagem por Junker » Sex Out 22, 2010 6:46 pm

Indústria da defesa investe em inovação
21/10/2010

Os investimentos do Ministério da Defesa no Brasil cresceram 77% em três anos, passando de R$ 2,645 bilhões, em 2006, para R$ 4,691 bilhões, em 2009. Do total de recursos destinados à indústria de defesa, somente no ano passado foram investidos R$ 2,457 bilhões no reaparelhamento das Forças Armadas, o que significa um crescimento de 93% em relação a 2006 (R$ 1,270 bilhão).

Os dados – apresentados durante a 2ª Oficina de Trabalho “Diagnóstico da Base Industrial da Defesa (BID)”, realizada nos dias 14 e 15 de outubro, em Brasília – mostram que o momento é oportuno para o desenvolvimento desse complexo industrial.

O evento, realizado pela Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), com o apoio dos ministérios da Defesa, da Ciência e Tecnologia, da Defesa e do Desenvolvimento, teve como objetivo contribuir para as ações da Estratégia Nacional de Defesa e da Política de Desenvolvimento Produtivo (PDP) do Governo Federal.

Também apoiaram o encontro a Associação das Indústrias Aeroespaciais do Brasil (AIAB), a Associação Brasileira das Indústrias de Materiais de Defesa e Segurança (ABIMDE) e a Agência Espacial Brasileira (AEB).

Durante o encontro, que contou com a presença dos Ministros da Defesa, Nelson Jobim, da Ciência e Tecnologia, Sergio Rezende, e do presidente da ABDI, Reginaldo Arcuri, foram apresentadas informações sobre a Base Industrial da Defesa (BID), com uma avaliação sobre a importância econômica da competitividade das empresas brasileiras de produtos de defesa.

Em sua palestra, o presidente da ABDI, Reginaldo Arcuri, destacou que a Política de Desenvolvimento Produtivo (PDP) da Defesa tem como um de seus principais instrumentos a ampliação da participação do Complexo Industrial de Defesa nos mercados interno e externo. “O diagnóstico que será finalizado após a oficina de trabalho é o primeiro passo para a construção de um mapeamento amplo dos fornecedores de produtos de defesa”, disse Arcuri.

O ministro da Defesa, Nelson Jobim, destacou a importância das empresas de produtos de defesa no processo de desenvolvimento da indústria nacional. “A autonomia tecnológica é uma das bases da estrutura da estratégia nacional da Defesa”, disse.

Segundo ele, “As empresas de produtos de defesa merecem uma atenção especial do Estado e, por isso, são extremamente importantes os investimentos públicos. Os altos custos de desenvolvimento tecnológico exigidos demandam ações governamentais de suporte e as empresas brasileiras têm um grande desafio pela frente em aberto para atender as necessidades da Defesa Nacional.”

O ministro da Ciência e Tecnologia, Sérgio Rezende, ressaltou que a inovação tem que fazer parte, de uma vez por todas, das estratégias empresariais. Ele também destacou a importância da ação do governo para ampliar os incentivos para a formação em recursos humanos, por meio das bolsas de estudos em todas as modalidades.

“Atualmente, existem no Brasil 366 instituições de pesquisas com cerca de 85 mil doutores”, destacou o ministro. A qualificação da mão de obra também foi apontada durante o evento como um elemento fundamental para o desenvolvimento e a expansão da base industrial de defesa.

A ABDI, com o apoio dos Ministérios da Defesa e do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, e da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), realizou um levantamento junto às empresas de produtos de defesa que mostra que mais de 90% delas investiram em inovação nos últimos cinco anos e 81% informaram que pretendem aumentar seus investimentos no próximo quinquênio.

Além da apresentação dos resultados do levantamento, especialistas da Universidade Federal Fluminense (UFF), o Brigadeiro Maurício Pazzini Brandão, o Almirante Robério da Cunha Coutinho e o professor Gustavo Heck apresentaram, respectivamente, a situação atual do ambiente da plataforma aeroespacial, naval e terrestre de Defesa no Brasil e no mundo, na 2ª Oficina. Eles destacaram os aspectos da geopolítica, regulatório, tecnológico, de inovação, mercadológicos e econômicos.

Ao final, a diretora da ABDI, Maria Luisa Campos Machado Leal, comentou a necessidade de uma definição de projetos de maior interesse do governo que envolva o complexo industrial da Defesa. “As oportunidades são crescentes, mas é preciso um esforço para definir prioridades, tendo o cuidado de não comprometer o poder de compra do governo e, ao mesmo tempo, criarmos condições para que as empresas nacionais se desenvolvam de forma competitiva e para atender essas demandas específicas”, observou a diretora. Após as apresentações, os participantes foram divididos em grupos de trabalho para a construção de uma visão compartilhada sobre a BID.

Os resultados das atividades dos grupos de trabalho realizados na 2ª Oficina de Trabalho “Diagnóstico da Base Industrial da Defesa (BID)” serão apresentados em reunião prevista para o início de novembro, em São Paulo. Cada um dos três grupos, que discutiram separadamente os temas Geopolítico e Regulatório, Tecnologia e Inovação, Economia e Mercado, se dedicou a identificar pontos como oportunidades, ameaças, debilidades e ações estratégicas de cada eixo de debate proposto.

O diagnóstico da Base Industrial de Defesa será composto, além do levantamento feito pela Unicamp, pelo trabalho de especialistas coordenado pela UFF, com o apoio do Instituto Tecnológico da Aeronáutica (ITA) e pelos resultados das oficinas de trabalho que discutiram a situação da Defesa do país.
http://www.abdi.com.br/?q=node/2924




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