Doutrinas táticas, operacionais e estratégicas.

Assuntos em discussão: Exército Brasileiro e exércitos estrangeiros, armamentos, equipamentos de exércitos em geral.

Moderadores: J.Ricardo, Conselho de Moderação

Mensagem
Autor
Avatar do usuário
FCarvalho
Sênior
Sênior
Mensagens: 36157
Registrado em: Sex Mai 02, 2003 6:55 pm
Localização: Manaus
Agradeceram: 3130 vezes

Re: Doutrinas táticas, operacionais e estratégicas.

#286 Mensagem por FCarvalho » Sex Ago 14, 2020 1:52 pm

Tenho uma imensa curiosidade sobre qual deve ser o mínimo de suprimento em munições que cada batalhão de infantaria deve ter no exército a fim de poder sustentar pelo menos 24 hora de combate.
Mais de uma vez já houve críticas ao fato de que o EB não tem sequer munição para 24 horas de guerra, o que acho pouco crível, mas de qualquer forma, algo que deveria ao menos ser investigado por quem de direito. E como temos essa mania estranha de economia em tudo no meio militar.
De qualquer forma, as tabelas acima podem dar uma boa ideia do que é necessário.

abs




Um mal é um mal. Menor, maior, médio, tanto faz… As proporções são convencionadas e as fronteiras, imprecisas. Não sou um santo eremita e não pratiquei apenas o bem ao longo de minha vida. Mas, se me couber escolher entre dois males, prefiro abster-me por completo da escolha.
A. Sapkowski
Avatar do usuário
Alfa BR
Avançado
Avançado
Mensagens: 540
Registrado em: Qui Mar 03, 2016 5:43 pm
Agradeceram: 220 vezes

Re: Doutrinas táticas, operacionais e estratégicas.

#287 Mensagem por Alfa BR » Sex Ago 14, 2020 3:40 pm

FCarvalho escreveu: Sex Ago 14, 2020 1:44 pm Bom, pelos números apresentados nestas tabelas é possível estimar que a nossa situação por aqui não deve estar lá essas coisas em termos de estoques de munição, mesmo porque, até para treinamento as munições no EB são racionadas ao máximo.

Imagino que se para apenas dois ou três dias de combate tem de haver toda essa disponibilidade, qual deve ser o tamanho do trabalho das OM homólogas ao batalhões e bases logísticas do EB para sustentar uma divisão ou brigada, até mesmo um simples batalhão, em combate por um mês ou mais.

Temos várias empresas aqui que fabricam munições, embora sendo apenas o básico. Mesmo assim, temos espaço aqui para atrair ou negociar a produção sob licença do que precisamos, principalmente levando em conta que os mais novos tipos que estão sendo usados.

Apenas para ilustrar, a lista de munições do Carl Gustav:

Imagem

abs
Falando em Carl Gustav:

A dotação prevista para as Sec AC de uma Companhia de Fuzileiros Leve de um Batalhão de Infantaria Leve (BIL) para as primeiras 24 horas de operação durante a execução de um Assalto Aeromóvel (Ass Amv) é de 6 tiros por peça. Ao todo 18 tiros por Sec AC.

Tomando como base a munição anticarro padrão do CSR Carl Gustav, a granada 84mm HEAT 551 (HEAT é o acrônimo em inglês para "Alto Explosivo Anticarro"), que pesa 3,2 kg inteira, então o conjunto da arma (sem acessórios) e 6 tiros teria 30 kg.

Seriam 18 tiros por Cia Fuz Leve e 54 tiros por BIL (nas 3 Cia Fuz Leve) para as primeiras 24 horas de operação. 54 tiros = 172,8 kg de munição




Avatar do usuário
FCarvalho
Sênior
Sênior
Mensagens: 36157
Registrado em: Sex Mai 02, 2003 6:55 pm
Localização: Manaus
Agradeceram: 3130 vezes

Re: Doutrinas táticas, operacionais e estratégicas.

#288 Mensagem por FCarvalho » Sex Ago 14, 2020 9:20 pm

Olá AlfaBR. Obrigado pela indicação.
Então, para durar um mês no combate, cada BIL teria que dispor de 1620 munições somente para o Carl Gustav. Este número me parece grande demais para ser guardado no batalhão.
Qual seria o número de munições que cada OM neste nível pode dispor em seus paióis? O suficiente apenas para 24, 48, 27 horas?
Isto só confirma que a nossa capacidade de produção em casa de munições deve e pode ser incentivada.
Suponho que 30 dias é o mínimo em estoque que o EB deve dispor de munições até ter de pedir novos lotes de reposição. Claro, dependendo do tipo de embate em que estejamos envolvidos.
No caso do Carl Gustav, são 10 tipos de munições diferentes. Uma brigada teria de dispor de 4.860 unidades divididas entre a dezena de tipos diferentes que ele pode disparar para durar 30 dias no combate. Novamente, é um número muito grande para ficar nos paióis da OM logística da brigada. Ou não?

abs




Um mal é um mal. Menor, maior, médio, tanto faz… As proporções são convencionadas e as fronteiras, imprecisas. Não sou um santo eremita e não pratiquei apenas o bem ao longo de minha vida. Mas, se me couber escolher entre dois males, prefiro abster-me por completo da escolha.
A. Sapkowski
Avatar do usuário
FCarvalho
Sênior
Sênior
Mensagens: 36157
Registrado em: Sex Mai 02, 2003 6:55 pm
Localização: Manaus
Agradeceram: 3130 vezes

Re: Doutrinas táticas, operacionais e estratégicas.

#289 Mensagem por FCarvalho » Sex Ago 14, 2020 9:32 pm

Salvo melhor juízo, e me corrijam se eu estiver errado por favor, cada BIL tem reservas para até 72 horas de operações após o assalto conforme a doutrina atual, enquanto um btl pqdt deve dura até 48 horas antes de ser substituído ou receber novos suprimentos.

Como BIL e BtlPqdt tem organizações muito parecidas, as 54 munições/24 horas servem para ambos. Isto nos leva a que cada batalhão deve dispor consigo de 162 e 108 tiros, respectivamente, para poder operar nas ações de assalto aeromóvel e aerotransportado preconizadas.

abs




Um mal é um mal. Menor, maior, médio, tanto faz… As proporções são convencionadas e as fronteiras, imprecisas. Não sou um santo eremita e não pratiquei apenas o bem ao longo de minha vida. Mas, se me couber escolher entre dois males, prefiro abster-me por completo da escolha.
A. Sapkowski
Avatar do usuário
gabriel219
Sênior
Sênior
Mensagens: 13451
Registrado em: Qui Abr 18, 2013 9:03 am
Agradeceram: 2298 vezes

Re: Doutrinas táticas, operacionais e estratégicas.

#290 Mensagem por gabriel219 » Dom Ago 16, 2020 5:17 pm

O que deve ser considerado é: em caso de necessidade, quanto que nossa indústria pode produzir e o quanto a logística pode distribuir para a linha de frente em 48 horas?

Na minha opinião, em 48 horas, as tropas em combate precisam estar abastecidas para mais, ao menos, 72 horas de combate.




Avatar do usuário
FCarvalho
Sênior
Sênior
Mensagens: 36157
Registrado em: Sex Mai 02, 2003 6:55 pm
Localização: Manaus
Agradeceram: 3130 vezes

Re: Doutrinas táticas, operacionais e estratégicas.

#291 Mensagem por FCarvalho » Dom Ago 16, 2020 10:29 pm

Eu suponho que o EB e demais forças, tenham em mente estoques de combate para pelo menos 30 dias antes de ter que pedir reforço da indústria.
Mas acho que na realidade não chegamos nem perto disso. E com tão poucas industrias fabricando munições no país, e somente o básico, talvez nem os AT4 e Carl Gusta tenham estoques para esse tempo já que suas munições não são fabricadas aqui.
Quem tem que definir isso é o CoLog. Mas mesmo munição hoje em dia é algo pode custar bem caro no caso das mais modernas.

abs




Um mal é um mal. Menor, maior, médio, tanto faz… As proporções são convencionadas e as fronteiras, imprecisas. Não sou um santo eremita e não pratiquei apenas o bem ao longo de minha vida. Mas, se me couber escolher entre dois males, prefiro abster-me por completo da escolha.
A. Sapkowski
Avatar do usuário
EDSON
Sênior
Sênior
Mensagens: 7303
Registrado em: Sex Fev 16, 2007 4:12 pm
Localização: CURITIBA/PR
Agradeceram: 335 vezes

Re: Doutrinas táticas, operacionais e estratégicas.

#292 Mensagem por EDSON » Qui Nov 19, 2020 6:36 pm

Antes de ler o parecer que temos abaixo do general Movses Hakobyan, é bom salientar que ele bota a culpa da derrota toda no poder politico. Mas não a guerra sem politica e como é claro, a guerra é a continuação da politica de forma violenta.
Como ainda as operações das unidades armênias não esta clara temos que relativizar o que ele disse . Antes de se debruçar sobre as lamentações do General abaixo e o que ele diz sobre suas tarefas é bom lembrar uma velha máxima militar:



A vitória tem mil pais e mães, mas a derrota é orfã.





Do russo para português.

Ex-chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas Armênias na derrota em Karabakh

Imagem

Ex-chefe do Estado-Maior das Forças Armadas da Armênia e ex-Ministro da Defesa da NKR Movses Hakobyan por uma série de razões puramente militares para a derrota da Armênia na guerra.
O próprio vídeo com ele em armênio e mais de 1,5 horas. Interessante:

1. Pashinyan no terceiro dia de guerra interrompeu as atividades de mobilização, enviando voluntários despreparados para Karabakh.

2. A mobilização no território da Armênia foi concluída apenas por 52%, nos territórios de Karabakh por 78%. Ao mesmo tempo, esses números foram alcançados apenas no 5º dia de guerra, momento em que, de acordo com o plano, eram destinadas 40 horas. Além disso, o atraso do cronograma aumentou ainda mais. Na verdade, a mobilização planejada falhou. A razão para isso foram as contra-medidas objetivas do inimigo (às quais os militares nem sempre reagiram com flexibilidade) e as ações da liderança política, que na verdade frustraram a mobilização.

3. Não havia distribuição centralizada de voluntários, eles próprios escolhiam para onde ir. De acordo com o plano, em cada direção as tropas foram reabastecidas em 50% de Artsakh e 50% da Armênia. Surgiram problemas nos flancos direito e esquerdo, onde não foi possível garantir o reabastecimento das unidades de primeira linha. O volume de reposição da primeira linha do NKR foi de apenas 32%. A Armênia também não conseguiu atingir as metas de reposição planejadas. As unidades na primeira linha permaneceram exatamente até perder sua eficácia de combate na ausência de reposição total das perdas. Nos primeiros três dias, eles tiveram bastante sucesso na resolução de missões de combate. Além disso, o recurso acabou, e não havia possibilidade de reabastecê-los ou reforçá-los com outras peças. Pessoas e unidades estavam ausentes. As razões para isso residem nas peculiaridades do planejamento pré-guerra e na qualidade da preparação para a guerra.

4. De acordo com uma certa "decisão secreta", antes da guerra, foram reduzidos 5 regimentos de artilharia, os quais tinham uma unidade de material, quartel-general, etc. e que deveriam ser destacados após a mobilização. Como parte da "otimização", decidiu-se abandoná-los. Um destino semelhante se abateu sobre várias empresas no próprio Karabakh, que foram reduzidas para economizar dinheiro. Eram essas companhias que deveriam deter a segunda linha de defesa e, após a mobilização, serem tripuladas e reunidas em batalhões sentados nas áreas fortificadas, garantindo maior estabilidade operacional de toda a formação das tropas armênias. Além disso, em algumas empresas, com o objetivo de "otimização" e "economia", os pelotões individuais foram reduzidos. Em uma parte significativa dos pelotões, o número de soldados foi reduzido de 11 para 9. Ou seja, "otimização"

5. Já no início da guerra, mais de 1,5 mil pessoas desertaram das tropas armênias, que fugiram para o território da Armênia, porque inicialmente foram designadas a tarefas erradas. Alguns foram trazidos de volta após trabalho explicativo.

6. A compra do Su-30SM e do sistema de defesa aérea Osa é um erro, uma vez que não participaram integralmente da guerra de Karabakh. A culpa por essa decisão incompetente é de Pashinyan e seus capangas na liderança das Forças Armadas Armênias.

7. Durante 44 dias de guerra, as autoridades armênias deliberadamente mal informaram a sociedade armênia, que não percebeu totalmente a gravidade da situação no front, excedendo os volumes padrão de desinformação no caso de uma guerra muitas vezes.

8. Hakobyan elogiou a si mesmo pelo fato de que com ele eles compraram da Rússia MLRS "Smerch", SAM "Tor", MANPADS "Verba" e "Igla", que se mostraram bem na guerra de Karabakh. As "Agulhas" e "Torá" foram responsáveis ​​pela maior parte dos UAVs azerbaijanos e turcos abatidos.
"Torá" foi comprado em 2017-2018 sob Sargsyan. Até 2022, foi planejado comprar mais duas divisões Tors, 1 divisão Smerchi e um grande lote de ATGMs russos modernos e lançadores de granadas. Mas devido à chegada de Pashinyan ao poder, o plano para a compra de armas foi revisado e, em vez do acima, eles compraram da Federação Russa caças Su-30SM sem mísseis (há sérias restrições ao fornecimento de armas para eles) e sistemas de defesa aérea Osa desatualizados, gastando dinheiro com eles, que se destinavam à moderna "Torá" e "Tornado". Segundo Hakobyan, o motivo dessa mudança é que o Su-30SM e o sistema de mísseis de defesa aérea Osa podem ser comprados de forma rápida e mais barata, enquanto a Torá é mais cara e a entrega completa demorará mais. Na verdade, esta é a resposta à pergunta de por que os armênios eram tão ruins com a defesa aérea.

9. Hakobyan confirmou que, no decorrer das hostilidades, a Armênia usou o Iskander OTRK, mas não especificou o propósito e o resultado do ataque.

10. Os preparativos para a guerra foram frustrados pelo Chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas Armênias Davtyan, que apareceu neste cargo depois que Pashinyan assumiu o poder. Com ele, o número de funcionários aumentou 95% e o número de lutadores reais diminuiu. Além disso, os planos de defesa em Karabakh e os planos de compra de armas foram alterados para pior. Hakobyan considera a decisão sobre esta nomeação completamente analfabeta. Davtyan foi substituído por Pashinyan em junho de 2020.

E assim por diante.

O secretário de imprensa de Pashinyan disse que Hakobyan deveria ser tratado pelas agências de aplicação da lei por "declarações falsas".
Parece que as agências de aplicação da lei deveriam antes de tudo lidar com Pashinyan, mas somente depois que os acordos de Moscou fossem implementados.




Editado pela última vez por EDSON em Sex Nov 20, 2020 10:50 am, em um total de 1 vez.
Avatar do usuário
FCarvalho
Sênior
Sênior
Mensagens: 36157
Registrado em: Sex Mai 02, 2003 6:55 pm
Localização: Manaus
Agradeceram: 3130 vezes

Re: Doutrinas táticas, operacionais e estratégicas.

#293 Mensagem por FCarvalho » Qui Nov 19, 2020 8:32 pm

Se houve incompetência, ela foi de todos os lados pelos armênios. Mas claro, ninguém quer assumir de fato a suas culpas pela perda do território e a derrota acachapante sofrida para os azeris.
Os vizinhos se prepararam, e bem, para assumir os riscos, e os bônus, dessa guerra, contando com o apoio da Turquia. E o resultado foi o que vimos.
Me parece que os russos indiretamente vão retomar a influência sobre os armênios. Algo que eles nunca deveriam ter deixado de lado totalmente. O processo de depuração político interno da Armênia está só começando.

abs




Um mal é um mal. Menor, maior, médio, tanto faz… As proporções são convencionadas e as fronteiras, imprecisas. Não sou um santo eremita e não pratiquei apenas o bem ao longo de minha vida. Mas, se me couber escolher entre dois males, prefiro abster-me por completo da escolha.
A. Sapkowski
Avatar do usuário
FCarvalho
Sênior
Sênior
Mensagens: 36157
Registrado em: Sex Mai 02, 2003 6:55 pm
Localização: Manaus
Agradeceram: 3130 vezes

Re: Doutrinas táticas, operacionais e estratégicas.

#294 Mensagem por FCarvalho » Sex Nov 20, 2020 12:11 pm

IS THE INFANTRY BRIGADE COMBAT TEAM BECOMING OBSOLETE?
DANIEL VAZQUEZ - APRIL 17, 2020

https://warontherocks.com/2020/04/is-th ... -obsolete/




Um mal é um mal. Menor, maior, médio, tanto faz… As proporções são convencionadas e as fronteiras, imprecisas. Não sou um santo eremita e não pratiquei apenas o bem ao longo de minha vida. Mas, se me couber escolher entre dois males, prefiro abster-me por completo da escolha.
A. Sapkowski
Avatar do usuário
cabeça de martelo
Sênior
Sênior
Mensagens: 37829
Registrado em: Sex Out 21, 2005 10:45 am
Localização: Portugal
Agradeceram: 2602 vezes

Re: Doutrinas táticas, operacionais e estratégicas.

#295 Mensagem por cabeça de martelo » Sex Dez 18, 2020 8:48 am



Dragon Rising: Guide to China's Modern Infantry Squads | Organization

A estrutura e organização das secções de atiradores chinesas.




"Lá nos confins da Península Ibérica, existe um povo que não governa nem se deixa governar ”, Caio Júlio César, líder Militar Romano".

Portugal está morto e enterrado!!!

https://i.postimg.cc/QdsVdRtD/exwqs.jpg
Avatar do usuário
cabeça de martelo
Sênior
Sênior
Mensagens: 37829
Registrado em: Sex Out 21, 2005 10:45 am
Localização: Portugal
Agradeceram: 2602 vezes

Re: Doutrinas táticas, operacionais e estratégicas.

#296 Mensagem por cabeça de martelo » Seg Jan 25, 2021 1:57 pm

Israel reveals progress, challenges as it implements new war-fighting concept
By: Seth J. Frantzman

JERUSALEM — The Israel Defense Forces are moving to sync capabilities and modify units as part of its new multiyear plan that envision a multidimensional battlefield, an IDF official said in a background briefing with Defense News.

Israel’s new concept is meant to prepare the country for these transformations so it is ahead of its peers in terms of fielding technology. As part of this approach, Israel conducted its first multilayered integrated air defense drill in December 2020, and local defense companies, such as Rafael Advanced Defense Systems, are incorporating more artificial intelligence and automatic target recognition capabilities into their platforms.

When Israel talks about multidimensional maneuvers on the battlefield, the official said, it looks at how other armed services, like the U.S. Marine Corps, use a vast array of platforms and assets, moving beyond the idea of infantry, armor, naval and air forces as separate services. This is the most significant change currently taking place with the IDF, the official explained, and with as conscript-based military, the country finds it challenging to maintain that type of interdisciplinary approach.

Israel’s military is not only made up of conscripts but also a large reserve force, and the IDF is seeking to train those personnel the same way it does new recruits using the new doctrine and the latest technology. The official said the focus is now on the individual soldier, modifying the war fighter’s training and use of technology.

This is not about training troops on how to better conquer a certain hill, the official added, but rather looking at how restraints and demands have changed on the battlefield as well as how recruits have changed in terms of their technological experience. One specific restraint is time because soldiers serve as conscripts for only several years.

Because of the time constraint, Israel uses simulators and new technology to achieve better outcomes in war games and apply those findings for the next real conflict. The IDF has put many of its brigades through new simulators in the last year, and uses “Human Performance Optimization” to develop training through understanding neuroplasticity — the method of using tools to understand how the brain works, IDF officials explained during the briefing.

While Israel has state-of-the-art platforms in its new Sa’ar 6 warship and F-35 jets, platforms needed by ground forces for the future fight are yet to arrive, and land warfare challenges are distinct, the official explained. At the infantry level, the official said, the military needs to adapt to the skills of its young recruits.

In other words, while the infantry soldier still goes to battle with a rifle, today’s war fighter joins the army with experience in smartphones and other technology with which predecessors were unfamiliar. The IDF’s goal is to take the same rifleman and make that individual the platform itself, enabling the war fighter to directly use the latest technology.

Another challenge facing the IDF is the casualty count, like that seen in wars during the 1960s and 1970s, according to the briefing. That means the IDF wants a decisive victory but without the kinds of losses of the 1967 war, which saw Israel lose about 800 soldiers.

Israel knows its enemies understand this challenge and that current adversaries don’t face Israel head to head in a conventional conflict. Instead, militants sometimes use underground compounds and fight among civilians, seeking to strike at Israel’s weakest links.

One solution is Israel’s use of technology to find and expose enemies. This also means the individual soldier fighting small insurgent units must know his or her rifle is not the only weapon available — there is also instant access to air assets, ships and more. The idea is that the war fighter has all these capabilities within reach, so when that individual makes a decision of what and how to use, that technology is available with the click of a finger.

But minimizing civilian casualties is also a concern for the military. The IDF is faced with finding enemy forces in dense civilian areas. In response, the military is seeking munitions with improved precision.

Implementing these new concepts on the battlefield also means more drones and the use of computerized tablets, for instance. The official also said Israel is specifically focused on AI to enable technology to think and calculate different options that soldiers can exploit during multidimensional maneuvers, as well as rockets that can more precisely identify targets midflight using AI and electro-optics.

https://www.defensenews.com/global/mide ... g-concept/




"Lá nos confins da Península Ibérica, existe um povo que não governa nem se deixa governar ”, Caio Júlio César, líder Militar Romano".

Portugal está morto e enterrado!!!

https://i.postimg.cc/QdsVdRtD/exwqs.jpg
Avatar do usuário
Big Boss
Novato
Novato
Mensagens: 5
Registrado em: Dom Jun 28, 2020 6:28 pm
Agradeceram: 1 vez

Re: Doutrinas táticas, operacionais e estratégicas.

#297 Mensagem por Big Boss » Dom Fev 28, 2021 7:42 pm

Por que ler Beaufre hoje?

Imagem

Não tendo sido o inventor de um conceito emblemático, o General Beaufre é antes de tudo um montador, que assume quando escreve a Liddell Hart “tendo tentado [...] racionalizar as várias concepções de estratégia (1)”. Mas não há nada neutro nesta abordagem que o levou a reconciliar Clausewitz e Liddell Hart. Ao dar-se os meios para aproximar o que se opõe, Beaufre corre o risco de uma releitura que pode levar a uma modificação profunda dos padrões que ele monta.

Certamente, para alguns, esta montagem enfraquece os conceitos em uma confusão que permite defender tudo e seu oposto. Para outros, ao contrário, a montagem é um crioulo que reformula conceitos tanto quanto forja novas palavras - como a de "paz-guerra" - e permite pensar as mais diversas situações. Na verdade, a complexidade do mundo no início do século XXI parece provar que este último está certo, como Pierre Hassner atesta em 2015, convidando seus leitores a relerem Beaufre. A complexidade não deve (apenas) ser entendida em seu sentido comum de complicado, mas também naquele, etimológico, de "tecido em conjunto": de múltiplos fatores interdependentes - proliferação, rearmamento, jihad global, saúde, crise econômica e social - em um contexto de enfraquecimento geral dos sistemas regulatórios internacionais tornam o mundo de 2020 certamente mais complexo do que o de 1970.

Resto do artigo: https://www.warfareblog.com.br/2021/02/ ... -hoje.html




Avatar do usuário
FCarvalho
Sênior
Sênior
Mensagens: 36157
Registrado em: Sex Mai 02, 2003 6:55 pm
Localização: Manaus
Agradeceram: 3130 vezes

Re: Doutrinas táticas, operacionais e estratégicas.

#298 Mensagem por FCarvalho » Qua Out 20, 2021 9:58 pm

Lições da Síria: A Rússia cria infantaria motorizada super leve.
24 de setembro de 2017
Por Filipe Luiz dos Santos Rosa

https://contratempo.info/colunistas/lic ... uper-leve/

Algo que deveríamos pensar por aqui tendo em vista o processo de mecanização das forças de infantaria do exército e a adequação da doutrina de uso da infantaria para os diversos tipos de conflitos pelo mundo.




Um mal é um mal. Menor, maior, médio, tanto faz… As proporções são convencionadas e as fronteiras, imprecisas. Não sou um santo eremita e não pratiquei apenas o bem ao longo de minha vida. Mas, se me couber escolher entre dois males, prefiro abster-me por completo da escolha.
A. Sapkowski
Avatar do usuário
knigh7
Sênior
Sênior
Mensagens: 18125
Registrado em: Ter Nov 06, 2007 12:54 am
Localização: S J do Rio Preto-SP
Agradeceram: 2250 vezes

Re: Doutrinas táticas, operacionais e estratégicas.

#299 Mensagem por knigh7 » Qui Dez 09, 2021 1:22 am





Avatar do usuário
Alfa BR
Avançado
Avançado
Mensagens: 540
Registrado em: Qui Mar 03, 2016 5:43 pm
Agradeceram: 220 vezes

Re: Doutrinas táticas, operacionais e estratégicas.

#300 Mensagem por Alfa BR » Qua Dez 29, 2021 1:36 am

A doutrina de Guerra de Resistência do Exército Brasileiro para a Amazônia

Imagem

O Combate de Resistência ou Guerra de Resistência é o conflito armado em que nacionais de um país ocupado por outro país ou coligação de países, total ou parcialmente, lutam contra o poder de ocupação para restabelecer a soberania e a independência. As operações nesse ambiente se caracterizam pelo desenvolvimento de ações militares em um conflito prolongado, de caráter restrito, na maioria das vezes de baixa intensidade, onde normalmente empregam-se táticas e técnicas não convencionais e inovadoras. Visa a obter a vitória pelo enfraquecimento moral, físico e material do inimigo, por sua desarticulação estratégica e tática, além da obtenção do apoio político e da opinião pública interna e externa. Ressalta-se a necessidade de desgastar o inimigo, caracterizado como detentor de poder militar incontestavelmente superior.

A atual doutrina de resistência nasceu nos anos 90, quando o Estado-Maior do Exército (EME), atentos as nova conjuntura global pós-Guerra Fria, elaborou a Doutrina Gama, na qual são estipulados métodos de resolução de conflitos na Região Amazônica. A doutrina Gama orienta o preparo e emprego da força terrestre na Amazônia e divide-se entre Doutrina Gama-C (Convencional), destinada ao combate a inimigos de poder semelhante ou inferior ao Brasil com emprego da força regular em combate predominantemente convencional, e a Doutrina Gama-R (Resistência), conhecida como “Estratégia da Resistência”, para o combate a um inimigo de poder militar incontestavelmente superior, com o emprego da força regular e de irregulares em ações não-convencionais (incursões, destruições, sabotagens).

Conforme dito, o Combate de Resistência seria realizado na hipótese de violação da integridade territorial, na área estratégica da Amazônia, por país, ou coligação de países de incontestável superioridade militar, que seguindo determinação de organismo internacional, realizariam intervenção militar com base no chamado "dever de ingerência". Este tem origem na concepção da soberania limitada das nações, cabendo a organismos internacionais, como por exemplo, o Conselho de Segurança das Nações Unidas, determinar o limite dessa soberania.

O princípio de soberania limitada, ou compartilhada, contesta a legitimidade dos estados nacionais soberanos, por considerá-los obstáculos às soluções de problemas ditos humanitários, tais como violações de direitos humanos, preservação do meio ambiente, populações indígenas, narcotráfico e outros. Coincidentemente, todos estes problemas são, no momento, evidenciados quando estudamos a Amazônia Brasileira.

Assim, as Nações Unidas, ou outro órgão internacional teriam, "em nome da Humanidade", o dever de ingerência em países que apresentem problemas classificados como "humanitários", justificando, desse modo, a intervenção de potências do chamado "primeiro mundo" em países periféricos.

A doutrina Gama-R pressupõe que a uma ocupação total da Amazônia Brasileira por forças estrangeiras seria inviável, considerando a vastidão de seu território. O poder de combate necessário seria de tal vulto que tornaria inaceitável a relação custo-benefício para qualquer das atuais potências mundiais, ou até mesmo de possíveis coligações.

Muito mais provável, é considerar a intervenção estrangeira a um território limitado, denominado como Área de Exclusão. Tal área possuiria uma ou mais das seguintes características: ser despovoada ou habitada por grupos étnicos não integrados à comunidade nacional, estar situada na faixa de fronteira, conter ou estar próxima de um grande centro urbano regional. Um exemplo é a Reserva Indígena lanomâmi, com 94.000 km2 de área e 900 km de fronteira com a Venezuela. O certo é que quanto mais isolada a região mais difícil será a capacidade de apoiar a resistência.

Neste quadro visualizado, o invasor inicialmente buscaria criar um clima favorável à intervenção. Agindo no campo político, econômico e psicossocial, tentando isolar o país frente à opinião pública internacional, reduzindo-lhe o moral e a vontade de lutar. Planejaria a invasão partindo de um país plataforma, deslocando grande massa de suprimentos, equipamentos e unidades de combate.

Após levar à cabo a ação militar, o invasor empregaria técnicas do conflito de baixa intensidade, procurando em uma primeira fase, após a ocupação da área, implementar a Zona de Exclusão abrangendo a área ocupada e realizar ações psicossociais e econômicas para angariar apoio da população local.

Mas o que faria o Exército Brasileiro em face a isso?

A incontestável superioridade de meios de uma força invasora obrigaria o Exército Brasileiro a evitar o combate decisivo, conservando o máximo possível suas forças enquanto prolonga o conflito.

A rarefação demográfica da Amazônia, sua massa florestal, sua civilização dissolvida ao longo dos caudais e sua economia primitiva incapazes de atender às complexas necessidades militares, são fatores que apontam para que a resistência na Amazônia deve ser conduzida, pelo menos em sua fase inicial, com pequenos efetivos, raramente ultrapassando o valor de uma companhia.

O empenho da estratégia de resistência se iniciaria com o agravamento das tensões, no momento em que o organismo internacional determinaria a desmilitarização da área contestada e ameaça empregar uma força multinacional para fazer valer a sua decisão. O Governo Brasileiro, diante de grave ameaça à sua soberania, decreta a mobilização geral e ativa a estrutura militar de guerra. É criado o Teatro de Operações Terrestres Amazônico, com sua organização e emprego característicos.

A aplicação militar da estratégia da resistência será realizada nas seguintes fases:

- 1ª fase - Preparação da Área de Resistência
- 2ª fase - Resistência inicial e internamento
- 3ª fase - Combate de Resistência
- 4ª fase - Expulsão do invasor

Preparação da Área de Resistência

Na fase de preparação, serão desencadeadas ações preliminares. Como no cenário levantado pressupõe-se uma evolução temporal considerável antes da invasão, será possível uma certa previsibilidade, o que possibilitará a realizacão de preparativos.

A área de operações é organizada da seguinte maneira:

- Área de Resistência: onde se dará as operações de resistência e seu apoio logístico. Será estabelecida pela força invasora ao decretar uma Área de Exclusão.

- Área de Combate: onde se executará as operações de combate pelas Brigadas, Batalhões e Companhias da Infantaria de Selva.

- Área de Operação de Forças Especiais: onde se executará as ações de combate por civis mobilizados por Forças Especiais.

As operações de resistência serão conduzidas empregando-se Forças de Resistência nas Áreas de Combate de sua responsabilidade, organizadas da seguinte forma:

Força Principal:

Nas Áreas de Combate é constituída por tropas regulares apoiadas por elementos de apoio ao combate, apoio logístico comunicação e etc.

Na Área de Forças Especiais é constituida por civis treinados e mobilizados por For Esp na chamada Força de Guerrilha.

Força de Sustentação:

Elementos civis que prestarão apoio logístico à Força Principal.

Força Subterrânea:

Constituída por elementos civis, principalmente das áreas urbanas, treinados para causar dificuldades, danos ou baixas ao invasor, por meio de ações de Guerra Irregular.

Imagem

Assim, as medidas referentes à Concentração Estratégica e à infiltração de elementos dos diferentes Destacamentos de Operações de Forças Especiais (DOFEsp) na provável área de ocupação poderão ser iniciadas. Da mesma forma, serão estocados os suprimentos, trabalhos de construção serão feitos, população local mobilizada, trabalhos de sabotagem e demolição de infra-estrutura que poderá ser utilizada pelo invasor…

Também se admite uma grande operação de
demonstração de força coordenada pelo Comando da Força Terretre. Não se tem a pretensão de dissuadir o invasor pela força militar pois se sabe que as Forças Armadas nacionais não têm capacidade de revide. Entretanto, a demonstração pode contribuir com o esforço dissuasório do Governo ao caracterizar, através do envio de tropas para a área objeto do conflito, a firme intenção da Nação de nãoaceitar a decisão do organismo internacional de segurança. Sob a ótica militar, a demonstração de força contribui para a diminuição do moral da força invasora que, ao levantar a ordem de batalha, preverá combate acirrado ao invés de um ocupação pacífica. As principais ações de demonstração de força são o preparo de posições defensivas nas principais localidades e execução de exercícios de diversas naturezas, em locais variados e que impliquem em intenso movimento de tropas. Algo similiar foi visto com a recente Operação Amazônia.

Resistência inicial e internamento

A resistência inicial é tênue e de curta duração. Não é previsto o engajamento de elementos de combate. Tem a finalidade maior de causar impacto psicológico imediato, através da destruição das primeiras aeronaves que adentrem o espaço aéreo nacional. Constitui-se na concretização daquelas ações definidas anteriormente: destruição de estruturas e equipamento não transportável para que não sejam utilizadas pelo inimigo, implantação de sensores e armamento antiaéreo, além de outras ações planejadas.

As frações partem para o internamento na selva e permanecem sem atuação temporariamente, por um período que caracterize um certo relaxamento das medidas de segurança do invasor.

Com relação às ações de combate, esses elementos internados poderão atuar na destruição de aeronaves de transporte de tropas por misseis antiaéreos, nas operações contra zonas de lançamento e pouso do inimigo, na realização do fogo fortuito por atiradores de precisão, nas emboscadas, na colocação de armadilhas dispersas em pontos importantes do terreno e de passagem obrigatória de tropa, tudo com a finalidade de causar o maior número de baixas ao inimigo.

Importantes missões terá, também, a Força Subterrânea. Atos de terrorismo
contra o agressor e sabotagens em instalações serão realizados, aproveitando-se da confusa situação dos combates iniciais. Nesta fase, faz-se necessário ressaltar a importância das Operações Psicológicas a serem desencadeadas, por exemplo, através da ação de elementos de Comunicação Social, filmando e fotografando as operações e divulgando para o mundo, procurando desenvolver uma campanha de conquista da opinião pública internacional. Nesse aspecto, torna-se obrigatório uma "censura" naquelas matérias favoráveis ao agressor e que não deverão ser divulgadas ao público interno, sob pena de chocar a população e, consequentemente, ocasionar uma possivel perda do apoio da comunidade naciona.

Combate de resistência

Nessa fase, a mais duradoura, serão desencadeadas ações subsequentes de combate, ou seja, serão intensificadas todas aquelas ações iniciais realizadas com a finalidade precípua de desgastar o agressor.

Considera-se nesta etapa que o inimigo consolidou seus objetivos e instalou suas Bases de Operações e de Combate. Seria o momento adequado para o início das ações de Guerra Irregular, particularmente ações de guerrilha, cujos objetivos principais seriam: provocar o maior número de baixas em pessoal e material ao inimigo; obter a simpatia da opinião pública internacional, inclusive da população do invasor; impedir a interdição da área e sua exploração comercial; e, por último, destruir ou expulsar o agressor.

Essas ações incluirão atos de sabotagem e terrorismo nas bases do agressor, golpes de mão, assassinatos de lideres (oficiais), emboscadas e outras que fazem parte de um rosário de pequenas ações dos guerrilheiros, complementadas, ainda, por ações de maior vulto, tais como as incursões de longo alcance executadas pelas reservas amigas e as ações de retaliação contra países vizinhos colaboradores do invasor. Nesta fase serão utilizadas Operações Psicológicas, visando a abater o moral do inimigo. Ao mesmo tempo dever-se-á limitar ao máximo a mobilidade aérea do inimigo pelo emprego de armas antiaéreas isoladas por pequenas frações, em regiões favoráveis à aproximação do inimigo.

Expulsão do Invasor:

Posteriormente, em função da evolução da situação, se buscará a expulsão da Força Invasora, desgastada pelo conflito prologando e enfraquecida moral, físico e materialmente por sua desarticulação estratégica e tática, além da perda do apoio político e da opinião pública interna e externa.

Nesta fase haverá a predominância das ações convencionais e, consequentemente, serão empregados maiores efetivos, que através de manobras ofensivas de maior vulto, buscarão a retomada da Área de Exclusão,reestabelecendo o controle nacional.

Ótimo vídeo sobre essa doutrina:





Responder