Missilhouse do Brasil

Assuntos em discussão: Força Aérea Brasileira, forças aéreas estrangeiras e aviação militar.

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Re: Missilhouse do Brasil

#3346 Mensagem por FCarvalho » Sáb Nov 28, 2020 6:30 pm

tião teles escreveu: Sáb Nov 28, 2020 5:22 pm No Brasil acontece uma coisa bem interessante, desenvolvemos armas chamadas de inteligentes. mas não fabricamos para as forças: piranha 1 e 2, mar, o a-dart parece que vai ter o mesmo destino que mss 1.2, um veículo não tripulado falcão, que é objeto de grande segredo, um míssil de longo alcance que esta sempre na reta final, mas nunca é concluído, uma cabeça de busca desenvolvida para o míssil semelhante ao igla que esta na prateleira no ctex, o mansup que eu tenho dúvidas se realmente vai embarcar nas novas fragatas e assim caminha a humanidade. O piranha 1 até foi fabricado um lote de 40, mas somente para teste. Somando todos os valores utilizados para o desenvolvimento de tudo isso, o resultado é uma grana preta. Se existe uma justificativa para tal procedimento, eu gostaria muito saber.
Na minha ignóbil opinião, isto se dá por 3 fatores básicos: um, falta de coordenação/planejamento geral dos projetos das forças, que é um dever do ministério da defesa e que ele não faz, ou não tem força para fazer segundo critérios próprios; dois, a eterna falta/irregularidade de verbas para o orçamento da defesa, que acaba por infringir descontinuidade ao processo de desenvolvimento da P&D em defesa, e por fim, ausência completa de objetivos críveis e alcançáveis dentro das limitações da nossa realidade, que só pode ser feita mediante cobrança e fiscalização por quem de direito, no caso, o congresso nacional, coisa que ele não faz, obviamente.

Se conseguirmos mudar um ou duas destas questões, fica um pouco menos complicado desenvolver e finalizar os projetos da defesa no Brasil.

abs




Um mal é um mal. Menor, maior, médio, tanto faz… As proporções são convencionadas e as fronteiras, imprecisas. Não sou um santo eremita e não pratiquei apenas o bem ao longo de minha vida. Mas, se me couber escolher entre dois males, prefiro abster-me por completo da escolha.
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Re: Missilhouse do Brasil

#3347 Mensagem por gabriel219 » Sáb Nov 28, 2020 7:33 pm

FIGHTERCOM escreveu: Sáb Nov 28, 2020 5:58 pm
gabriel219 escreveu: Sáb Nov 28, 2020 3:21 pm Não sei se a fonte é confiável, mas diz aqui que o Brasil demonstrou interesse no BraHmos NG, pra equipar Submarinos e Gripen:



Fonte: https://eurasiantimes.com/indian-brahmo ... n-missile/

BraHmos seria baum demais, não só essa versão, como uma lançada ao solo com 600 km de alcance pra defesa de costa.

Fora o BraHmos II, desenvolvimento de míssil hipersônico em que poderíamos entrar com parceria, já com o que obtivemos nos ensaios do 14-X.
O BraHmos II não seria um concorrente do MICLA?

Abraços,

Wesley
BraHmos II é o desenvolvimento de um míssil hipersônico:
Imagem

Velocidade prevista para Mach 8, alcance de 1,000 km e ogiva varianto até 220 kg. Não é um concorrente do MICLA.

Aliás creio que nem o BraHmos seja concorrente para o MICLA, sendo supersônico.

Não vejo problema algum em ter os três, sendo MICLA e MCT em maiores quantidades até por serem mais baratos, seguido do BraHmos-NG e do futuro BraHmos II.




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Re: Missilhouse do Brasil

#3348 Mensagem por gabriel219 » Sáb Nov 28, 2020 7:37 pm

Dos mísseis desenvolvidos, creio que somente vale a pena ressuscitar o MAR-1 e o MAA-1B, este último servindo para o A-29 em missões anti-drone.

MSS 1.2AC e o MANSUP são dois mísseis que nasceram com obsolência de 30 anos. O que foi gasto no MANSUP inclusive é um absurdo, mais do que o EB chegou a contratar 100 mísseis MCT, algo na casa da centena de milhões de dólares. Bastava a MB encomendar uma versão anti-navio do MCT, mas procurou fazer o mais difícil.




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Re: Missilhouse do Brasil

#3349 Mensagem por tião teles » Dom Nov 29, 2020 8:12 am

Pois é.




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Re: Missilhouse do Brasil

#3350 Mensagem por gabriel219 » Seg Nov 30, 2020 11:12 pm

Diferenças do atual BraHmos e o BraHmos-NG:

Imagem




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Re: Missilhouse do Brasil

#3351 Mensagem por vplemes » Ter Dez 01, 2020 11:47 am

Uma coisa que sempre bato muito é o fato de investirmos durante anos no desenvolvimento de uma arma e quando finalmente fica pronta geralmente está em faze de obsolescência e nossas FFAAs acabam não comprando, ou quando compram é em pequenos lotes que não são economicamente viáveis para o fabricante. Só como exemplo, caso a MB venha a adotar o Mansup quantas unidades compraria? Supondo (e sendo bem otimista) tenhamos dez escoltas e cada uma tenha uma dotação de 4 mísseis, seriam quarenta mísseis. Vamos supor que a mb compre mais uns quarenta (sei que sou muito otimista!), teríamos um total de 80 mísseis. Ninguém monta uma linda de produção para oitenta mísseis. Alguém poderia argumentar com exportações, mas aí pergunto: exportar um míssil com alcance perna curta e que não tem nenhum plus tecnológico, com custos de aquisição que não devem ser baratos (baixa escala não perdoa!), com nossa falta de influência internacional, bla, blá, blá, quem aposta seu rico dinheirinho nessa possibilidade? Sem planejamento e investimento em compras a largo prazo e em boas quantidades é melhor e mais barato comprar de prateleira mesmo.




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Re: Missilhouse do Brasil

#3352 Mensagem por FCarvalho » Ter Dez 01, 2020 2:32 pm

Há compradores para todos os gostos, necessidades e bolsos no mundo.
O problema como bem lembrado por ti é que os nossos cronogramas de desenvolvimento estão sempre atrasados diante da realidade da velocidade dos avanços tecnológicos. Essa é uma questão que temos, e podemos, resolver internamente em função do orçamento.
O Mansup provavelmente terá uma vida curta, penso eu, assim como o seu homólogo Manaer. Me parecem mais uma bancada de testes e desenvolvimento tecnológico do que propriamente um sistema operacional. Mas ao menos o Mansup já está garantido nas Tamandaré.
Salvo erro, cada navio pode levar até 8 mísseis no convés, e talvez mais 8 undes no paiol de armas, caso exista um para eles. Isso significa, em tese, até 16 mísseis por navio, o que geraria uma demanda de 64 undes para as 4 primeiras, e mais 32 no caso uma 5a e 6a unidades venham a ser encomendadas. Esses 96 mísseis para a nossa realidade já é mais que suficiente para ensejar uma linha de produção, tendo em vista, novamente, em tese, que a produção dele tenha sequencia para equipar um segundo lote de fragatas da MB. Aliás, a falta de sequência produtiva em termos de vetores também é um agravante para o desenvolvimento e sistemas nacionais, seja de armas ou vetores. Um segundo lote seria necessário e impositivo a fim de ao menos gerar um Mansup mk II, ou mesmo um novo míssil. A compra pelas demais forças também seria algo necessário, mas aí é mais um complicação vide que o EB largou mão da artilharia de costa há muitos anos e a FAB não tem e/ou não mostra interesse, por exemplo, no Manaer.

abs




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Re: Missilhouse do Brasil

#3353 Mensagem por gabriel219 » Ter Dez 01, 2020 2:56 pm

Mansup nunca deveria ter existido, essa é a realidade. A MB teimou com um míssil equivalente ao primeiro Exocet, enquanto havia um míssil bem mais capaz em desenvolvimento, chamado de MTC. Existe até configuração com aletas em X, ideal para uso no mar, porém...

Mansup MkII? Meu Deus!!!!

Será que é genialidade demais simplesmente pegar o MTC com aletas em X, colocar uma cabeça de guerra guiada ativa e capacidade sea skimmer?




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Re: Missilhouse do Brasil

#3354 Mensagem por Brasileiro » Ter Dez 01, 2020 3:39 pm

Na falta de perspectiva de aquisição de novos mísseis anti-navio, resolveram desenvolver motor novo para repotencializar os atuais Exocet BII. Depois, viram que não faltaria muita coisa se desenvolvessem também um seeker e uma plataforma inercial. Acontece que o tempo passou, o míssil da MB atrasou e acabou correndo em paralelo com o do EB, bem mais capacitado em termos de desempenho geral.

A Avibras só faz o que pagam e mandam fazer, e se tivesse um terceiro projeto de míssil de cruzeiro totalmente diferente, digamos da FAB, ela com certeza desenvolveria a pedido, pois não lhe cabe apontar necessidades das FA's e visa o lucro.

Pensando só com a cabeça da Marinha, que devia ver o míssil do EB como algo incerto e fora de seu controle, não abriria mão de seu próprio projeto para encampar um outro que já estava em andamento e fora do que ela havia especificado inicialmente (que era um Exocet :roll: ).

Então o culpado é o MD, que se tivesse mais punho e visão dava uma prensada na MB, para que ficasse com o que restou do MANSUP (o seeker, a plataforma de guiamento e o sistema de lançamento) e anexasse o que fosse possível em uma versão naval do MTC-300. O MD manda e a MB obedece, simples assim. Se não manda, cada um faz o que quer, com o triplo do orçamento.




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Re: Missilhouse do Brasil

#3355 Mensagem por gabriel219 » Ter Dez 01, 2020 3:53 pm

Brasileiro escreveu: Ter Dez 01, 2020 3:39 pm Na falta de perspectiva de aquisição de novos mísseis anti-navio, resolveram desenvolver motor novo para repotencializar os atuais Exocet BII. Depois, viram que não faltaria muita coisa se desenvolvessem também um seeker e uma plataforma inercial. Acontece que o tempo passou, o míssil da MB atrasou e acabou correndo em paralelo com o do EB, bem mais capacitado em termos de desempenho geral.

A Avibras só faz o que pagam e mandam fazer, e se tivesse um terceiro projeto de míssil de cruzeiro totalmente diferente, digamos da FAB, ela com certeza desenvolveria a pedido, pois não lhe cabe apontar necessidades das FA's e visa o lucro.

Pensando só com a cabeça da Marinha, que devia ver o míssil do EB como algo incerto e fora de seu controle, não abriria mão de seu próprio projeto para encampar um outro que já estava em andamento e fora do que ela havia especificado inicialmente (que era um Exocet :roll: ).

Então o culpado é o MD, que se tivesse mais punho e visão dava uma prensada na MB, para que ficasse com o que restou do MANSUP (o seeker, a plataforma de guiamento e o sistema de lançamento) e anexasse o que fosse possível em uma versão naval do MTC-300. O MD manda e a MB obedece, simples assim. Se não manda, cada um faz o que quer, com o triplo do orçamento.
Sinceramente, duvido que a MB tenha olhado pro MTC como algo "incerto e duvidoso", olharam com o puro preconceito que temos aqui. Ninguém quer se juntar pra nada, são três Forças independentes.

Concordo que o MD é o maior culpado pela situação, mas lembre-se que 4 anos antes do primeiro lançamento do MANSUP, teve o lançamento do MTC. Existiam clientes externos já interessados, como Arábia Saudita e Indonésia. E quanto ao MANSUP?

A própria Marinha é detentora de sistemas Astros Mk6 e isso é o que mais revolta!

Nem sabemos que a MB vai adquirir mais que 40 e ninguém vai querer comprar um míssil caro dos anos 70, assim como é o MSS.

Se os recursos utilizados no MANSUP - que foram muuuito altos, uma centena de milhões de dólares - fossem usados no MTC, muito provavelmente este já estaria em fabricação seriada, com uma versão lançada por ar a caminho.




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Re: Missilhouse do Brasil

#3356 Mensagem por gabriel219 » Sex Dez 25, 2020 2:17 am

Até onde se pode apurar, parece que os Indianos ofereceram o BrahMos ainda em 2010, conversando com Oficiais Brasileiros desde então, que agora se interessam no BrahMos-NG. Sinceramente, torço para que ocorra essa compra.




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Re: Missilhouse do Brasil

#3357 Mensagem por Pablo Maica » Qui Mar 18, 2021 12:24 am

Um das questões pelas quais não conseguimos manter uma base de defesa, falta na continuidade, faz mais sentido comprar 50 misseis por ano do que comprar 500 de uma só vez e demorar 20 anos para fazer uma nova compra.

Esse é apenas um corte, mas vale a pena ver essa entrevista inteira, explica muita coisa sobre indústria de defesa e programa espacial no Brasil.




Um abraço e t+ :)




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Re: Missilhouse do Brasil

#3358 Mensagem por FCarvalho » Sex Mar 26, 2021 7:22 pm

Tal lógica manteria a linha de produção aberta de qualquer sistema de armas que a BID viesse a dispor para a FAB, EB e MB.
Mas fazer exercício com munição real é tão surreal para as ffaa brasileiras quanto alguém nelas acreditar realmente que podermos ir à guerra algum dia.




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Re: Missilhouse do Brasil

#3359 Mensagem por gabriel219 » Seg Fev 21, 2022 2:12 am

@Poti, respondendo a você em relação ao MAR-1, no tópico do F-X2, ao que parece, a SIATT não detém o direito do projeto, ainda estando atrelado a Mectron. Por questões orçamentárias, a FAB congelou as verbas do míssil.

Quem teria dito isso foi o Diretor da SIATT. Dessa forma, mesmo que a FAB não tivesse congelado os recursos, o andamento do projeto não seria possível, tendo em vista que a Mectron fechou e a SIATT não detém os direitos para terminar o desenvolvimento. O MAR-1 estava em fase final de desenvolvimento, com disparos com a guiagem funcionando e acertando os alvos. Havia vídeo disso, mas nunca mais encontrei.

Os outros projetos como SMKB e MAA-1B sofrem do mesmo mal.

Eu queria muitos que esses três projetos fossem ressuscitados, com o MAA-1B sendo pensado para ser um míssil focado em destruir drones através do A-29B, MAR-1 pela importância de se ter um míssil dessa forma, deixando o inimigo inseguro sobre deixar ou não seus radares ligados e o SMKB por haver necessidade de um kit GPS barato frente aos Spice que teremos. Além disso, o uso do corpo do míssil do MAR-1 seria interessante para desenvolvimento de outros mísseis.




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Re: Missilhouse do Brasil

#3360 Mensagem por FCarvalho » Dom Fev 27, 2022 11:56 am

Em se falando de mísseis made in Brasil, o conflito ucraniano parece estar deixando escancarado o erro de abortar os poucos projetos que se tem/teve no pais em relação a armamento inteligente.

Atualmente não temos na prática domínio sobre quase nada dos raros sistemas missilísticos que operamos nas três forças. Mais de 90% do que temos ou é importado e/ou não se faz manutenção/desenvolvimento no país.

Resumidamente, o EB só conhece mísseis na figura dos Igla-S e do RBS-70NG, recém adquirido, e dos Eryx que chegaram a ser operados mas dos quais não se soube mais nada. Em termos práticos, o EB pouco ou nada sabe sobre operar mísseis operacionalmente. A introdução dos Spike LR pode ser uma luz no fim do túnel, mas ainda está longe de trazer as mudanças radicais que se precisa ver na força neste tema.

A FAB idem, já que os poucos sistemas modernos que possui vierem há pouco tempo na forma dos Derby/I-Derby e dos Phython III/IV e paramos por aí. Armamento ar-superfície nossos paiós são praticamente inócuos e o MAR-1 que poderia ter derivado uma família de mísseis foi simplesmente cancelado sem mais explicações. O MICLA é uma promessa para o futuro, e é só. Os mísseis ar-ar recém comprados são em poucas quantidades e todos importados, quase com certeza uma caixa preta da qual não conseguiremos tirar nenhu proveito tecnológico. Restam alguns poucos projetos de kit de guiagem para bombas que estão aí querendo sair do papel.

A MB que é a força mais antiga a operar mísseis, está pautada em sistemas franceses e italianos já ultrapassados e com pouca vida útil pela frente, como seus vetores de lançamento. Os sistema Mistral da FFE ao que parece foram aposentados, assim como os BILL suecos. Não restou muita coisa a não ser o projeto do Mansup, que pode vir a derivar uma família de mísseis de uso naval. Espera-se que a introdução de mísseis nos modernizados Super Linx possa trazer melhorias pontuais, já que os Sea Skua estão fora de operação há tempos. A disputa continua entre Spike e Sea Venom.

O MSS 1.2 morreu e ninguém sabe onde enterram o corpo. O A-Darter tem futuro incerto. O MAR-1 foi defenestrado. MICLA, MCT, MANSUP são os únicos sistemas que ainda tem alguma coisa sendo feita em matéria de desenvolvimento nacional, com um ou dois sistemas de kit de bombas inteligentes sendo apresentados em feita este ano mas sem qualquer perspectiva real de virem a ser adotados ou mesmo ser dada continuidade em seu desenvolvimento. Enfim, abrimos mão de muitas coisas nas últimas décadas em relação a PDI em Defesa, seja por motivos financeiros, quase sempre, seja por questões de prioridade de investimentos. Mas é fato que se olharmos a Ucrânia hoje e os muitos problemas que eles estão tendo com relação à logística, suprimentos, estoques, reposição e manutenção de seus sistemas bélicos, apesar de terem recebido, e ainda estar recebendo, muito apoio material de USA e OTAN/UE, mesmo assim no médio e longo prazo as perspectivas deles virem a vencer esta guerra são praticamente inviáveis. Com ou sem ajuda externa.

E se olharmos para os nossos estoques, logística e indústria de defesa hoje, veremos que a situação pode ser muito pior do que a da Ucrânia, já que não temos, supostamente, nem metade do que eles tem em matéria de capacidade industrial de defesa, além dos nada desprezíveis números de material ex-soviético disponíveis e em operação, modernizados ou não. Enfim, dá para ver que uma guerra não se vence apenas com sansões econômicas, boa fé, palavras de apoio e pressão política. Como o presidente Zelensky afirmou ao seu colega norte americano, "precisamos de munição, não de uma carona".

Tomara essa frase faça as cabeças pensantes por aqui refletirem um pouco sobre nossas estratégicas de defesa.




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