O caso do satélite espião
Enviado: Ter Fev 19, 2008 6:38 pm
Olá a todos
Dentro de dois dias, um cruzador americano baseado no Pacífico vai abater com um míssil um satélite espião avariado. É uma medida de precaução para que nada chegue cá abaixo (nem combustível, nem algum segredo). Mas é também um acto com implicações técnicas e políticas interessantes, que nos passa completamente ao lado como muitas outras coisas na espuma dos dias.
Na parte técnica é uma espécie de ficção científica que se torna realidade. Um navio que abate um satélite com um sistema concebido não para abater satélites, mas sim mísseis balísticos. Embora limitado a órbitas baixas (que são justamente aquelas percorridas pelos satélites de reconhecimento), o sistema de combate em questão (um sistema AEGIS/SM-3) mostra uma versatilidade de emprego, que não seria de esperar num sistema destes. Com tal emprego, o sistema valoriza e outros utilizadores (fora dos EUA) ficarão a pensar se um dia não vale a pena ter a última versão do sistema nos seus navios de guerra. Estou só a lembrar-me aqui ao lado da Espanha, que vai ter 6 fragatas com o sistema AEGIS, embora sem capacidade antibalística.
Na parte política, os EUA mostram que o programa anti-míssil (BMD) da marinha americana tem grandes potencialidades e que além da sua vertente antibalística, pode também ser adaptado para acções anti-satélite, embora de forma limitada e pontual. Ora, esta vertente tem uma influência política interna e externa. A nível interno reforça o papel do programa BMD da marinha baseado no binómio Aegis/SM-3, a nível externo projecta a capacidade americana deste sistema e o seu potencial de combate em caso de conflito.
Talvez nada disto seja importante para nós, mas é de espantar que não se veja na imprensa (na televisão já nem se fala) uma análise aprofundada sobre este evento. Passa por nós como se não existisse.
http://www.areamilitar.net/opiniao/opin ... ?nrnot=114
http://radiante.wordpress.com/
Zé
Dentro de dois dias, um cruzador americano baseado no Pacífico vai abater com um míssil um satélite espião avariado. É uma medida de precaução para que nada chegue cá abaixo (nem combustível, nem algum segredo). Mas é também um acto com implicações técnicas e políticas interessantes, que nos passa completamente ao lado como muitas outras coisas na espuma dos dias.
Na parte técnica é uma espécie de ficção científica que se torna realidade. Um navio que abate um satélite com um sistema concebido não para abater satélites, mas sim mísseis balísticos. Embora limitado a órbitas baixas (que são justamente aquelas percorridas pelos satélites de reconhecimento), o sistema de combate em questão (um sistema AEGIS/SM-3) mostra uma versatilidade de emprego, que não seria de esperar num sistema destes. Com tal emprego, o sistema valoriza e outros utilizadores (fora dos EUA) ficarão a pensar se um dia não vale a pena ter a última versão do sistema nos seus navios de guerra. Estou só a lembrar-me aqui ao lado da Espanha, que vai ter 6 fragatas com o sistema AEGIS, embora sem capacidade antibalística.
Na parte política, os EUA mostram que o programa anti-míssil (BMD) da marinha americana tem grandes potencialidades e que além da sua vertente antibalística, pode também ser adaptado para acções anti-satélite, embora de forma limitada e pontual. Ora, esta vertente tem uma influência política interna e externa. A nível interno reforça o papel do programa BMD da marinha baseado no binómio Aegis/SM-3, a nível externo projecta a capacidade americana deste sistema e o seu potencial de combate em caso de conflito.
Talvez nada disto seja importante para nós, mas é de espantar que não se veja na imprensa (na televisão já nem se fala) uma análise aprofundada sobre este evento. Passa por nós como se não existisse.
http://www.areamilitar.net/opiniao/opin ... ?nrnot=114
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Zé