Líbano

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Líbano

#1 Mensagem por Tigershark » Qua Dez 12, 2007 11:07 am

12/12/07 - 10h12 - Atualizado em 12/12/07 - 10h12


França condena atentado e denúncia tentativa de desestabilizar o Líbano

Da EFE



Paris, 12 dez (EFE).- O Governo francês condenou com "a maior firmeza" o atentado de hoje em Beirute que causou a morte, entre outros, de um alto responsável do Exército libanês, e denunciou a "vontade" de seus autores de "desestabilizar" o Líbano.



"A França expressa suas condolências às famílias das vítimas" do atentado e pede uma "reação unânime de repúdio", afirmou em comunicado o Ministério de Exteriores francês.



O diretor de operações militares do Exército libanês, general François al-Hajj, morreu no atentado cometido no bairro de Baabda, próximo ao palácio presidencial.



A nota acrescenta que a única resposta para todos aqueles que querem desestabilizar o Líbano consiste em que "todos os responsáveis políticos assumam sua responsabilidade e realizem sem demora a eleição" do novo presidente.



O Líbano passa por uma crise política há mais de um ano, em meio à impossibilidade dos grupos parlamentares de definir a eleição do sucessor do ex-presidente Émile Lahoud, cujo mandato terminou em 24 de novembro.



"A França pede que toda a comunidade internacional exerça a maior influência possível" sobre Beirute, afirmou o Ministério de Exteriores francês. EFE




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#2 Mensagem por Dieneces » Qua Dez 12, 2007 11:45 am

Eu já acho que o Líbano e a Palestina são casos insolúveis . Só separando Cristãos ,Xiitas e Sunitas em países diferentes e levantando muros e fossos entre eles , o muro do tamanho da muralha da China , um pouco mais alta até , e o fosso da largura do mar vermelho (na parte mais larga) , ao menos. E o Hezzbollah&Hamas só mandando pra essas colônias que estão estudando em criar em outros planetas...aquele com Aliens&Predators seria uma boa idéia de destino .




Brotei no Ventre da Pampa,que é Pátria na minha Terra/Sou resumo de uma Guerra,que ainda tem importância/Sou Raiz,sou Sangue,sou Verso/Sou maior que a História Grega/Eu sou Gaúcho e me chega,p'ra ser Feliz no Universo.
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EDSON
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#3 Mensagem por EDSON » Dom Fev 17, 2008 7:57 pm

FUNDAMENTALISMOS
Como a Al-Qaeda implantou-se no Líbano
Os combates entre o exército e a Fatah Al Islam, que terminaram com dezenas de mortes, revelam que a rede de Bin Laden chegou à antiga "Suíça do Oriente Médio". Seria algo impossível sem a invasão do Iraque pelos EUA e a guerra perdida de Israel, em 2006

Fidaa Itani

“Fomos abruptamente envolvidos em uma luta que não é nossa. Eu preferia não ter que enfrentar o exército libanês”. Foi assim que Chahine Chahine, considerado um dos dirigentes do grupo Fatah Al Islam, dirigiu-se a um negociador, durante o cerco ao campo de refugiados palestinos de Nahr Al Bared, montado pelo exército do Líbano. Até então, ninguém sabia ainda que o tal Chahine Chahine era filho de Osama bin Laden e um alto comandante da Al Qaeda. Sua opinião sobre o combate direto reflete a ambivalência das posições da organização terrorista em relação ao Líbano: o país é um terreno de enfrentamento com os Estados Unidos e seus aliados? Ou deve ser considerado como um simples campo de treino e trânsito dos combatentes da Al Qaeda?

Em 4 de setembro de 2007, dois dias após a tomada do campo, Georges Khury, o diretor de informações do exército libanês, admitiu que os combatentes do grupo Fatah Al Islam eram efetivamente membros da Al Qaeda. Na verdade, as origens dessa organização são antigas no Líbano: ainda nos anos 1990 os tribunais julgaram os “salafistas [1]” por “crime de constituição de células terroristas ligadas à Al Qaeda”.

Os militantes condenados naquela ocasião tinham escolhido o caminho aberto por Salem El-Chahhal, que criou, em 1974, os grupos Muslimun (Muçulmanos) e Shabab Mohammad (Jovens de Maomé). O processo de incorporação foi relativamente rápido. Em 1989, no fim da guerra civil libanesa, os salafistas eram pouco influentes, mas decidiram investir contra outras organizações islâmicas, principalmente a Associação Islâmica de Projetos Beneficentes, conhecida como Al Ahbache [2]. Esses enfrentamentos permitiriam aos grupos salafistas afiarem seu instrumental intelectual e missionário, arregimentando adeptos em inúmeras cidades e aldeias. Sua influência se estendeu entre os formados e assalariados da classe média, assim como entre os que estudam a sharia,a lei islâmica e que obtiveram seus diplomas na Arábia Saudita.

O divisionismo, no entanto, sempre foi um problema para eles. Em 31 de agosto de 1995, um dos grupos salafitas assassinou o xeque Nizar Al Halabi, chefe da Associação Islâmica de Projetos Beneficentes. Esse atentado provocou uma onda de embates dentro da corrente: era a primeira vez que um movimento salafista eliminava um adversário. Membros da organização confessaram o assassinato, garantindo, até o último minuto antes de morrerem, que eram os únicos responsáveis. Porém, as autoridades libanesas e os serviços de informação sírios, que controlavam o país, preferiram ligar o crime a Abdul Karim Saadi, palestino e chefe da organização Usbat Al Ansar, instalado no campo de refugiados de Ain Al Helue, no sul do país.
Formado nos anos 1990, o elo libanês da Al Qaeda é erradicado em 2001. A invasão do Iraque pelos EUA permite reconstruí-lo: surge o Fatah Al Islam

Foi naquele período que se estabeleceram as ligações entre os primeiros salafistas e a organização de Bin Laden. A proposta era simples: ajudar combatentes muçulmanos a entrar em Israel a partir do Líbano. Um grupo, provavelmente tchetcheno, ligado à Al Qaeda, conseguiu que esta tarefa fosse assumida por Bassam — um militante que abandonou seus estudos nos Estados Unidos em 1988 e se formou na jihad mundial no Afeganistão. Embora aceitasse a proposta e criasse o grupo Danniye, Kanj exigiu um prazo de dois anos, para se impor junto ao Hezbollah como força de resistência anti-israelense.

Na época, os negociadores russos, que supervisionavam junto com a Síria a retirada israelense da região sul do Líbano, forneceram às autoridades libanesas e sírias a gravação de uma conversa entre Kanj e os mudjahedins tchetchenos. Essa informação precipitou uma intervenção militar libanesa para erradicar o grupo Danniye durante a madrugada do Ano Novo de 2001. Paralelamente, as autoridades sírias iniciaram uma onda de prisões entre as fileiras dos islamistas radicais, confirmando o caráter transnacional dessa rede.

A Al Qaeda esperou a invasão norte-americana do Iraque, em março de 2003, para conclamar abertamente a criação de grupos no Líbano. Funcionando também como “marca”, a organização de Bin Laden agradava aos dissidentes locais por ter uma estrutura descentralizada, o que permite certa autonomia. No final de 2005, sua presença era bem concreta e as autoridades libanesas conseguiram capturar os primeiros elementos daquela que seria chamada de “rede dos 13”, dirigida pelo libanês Hassan Nabaa. Composta também por sauditas, sírios e palestinos, e operando igualmente na Síria, essa rede servia de apoio à Al Qaeda e à resistência iraquiana.

Seu maior aliado, porém, surgiu apenas em 2006, a partir de uma dissidência do grupo Fatah Al Intifada, que já havia se separado do Fatah de Yasser Arafat e estava ligado ao regime de Damasco. Cerca de 70 militantes se juntaram a um oficial palestino de origem jordaniana, Chaker Al Abssi e se infiltraram em diversos campos de refugiados palestinos, como no de Nahr Al Bared. Uniram-se a outros cinqüenta homens liderados por Chehab Al Qaddur, um libanês que passou a maior parte da vida na clandestinidade, depois que a espionagem síria o capturou em Trípoli em 1986, quando ele só tinha 14 anos. Formava-se assim o Fatah Al Islam.
O grupo se fortalece em 2006, durante a invasão do Líbano por Israel. E decide migrar para o norte, região sunita onde o Hezbollah tem menos influência

Desde o início, o agrupamento recebeu o apoio de um representante do movimento jihadista no campo de refugiados de Ain Al Helue, que lhe garantiu um financiamento da Al Qaeda. O treinamento de alguns de seus integrantes passou para as mãos do responsável militar do grupo Jund Al Cham. Logo depois, em julho de 2006, estourou a “guerra dos 33 dias”, entre Israel e o Hezbollah, e os grupos jihadistas se aproveitaram da confusão para aumentar sua implantação. Também exploraram a decisão tomada pelo “Estado Islâmico no Iraque”, criado pela Al Qaeda, de mandar para fora do país os elementos destituídos de competências militares particulares e aqueles que não conseguiam se misturar à população local. O Fatah Al Islam atrairia muitos desses soldados perdidos, o que provocou uma reação hostil do Fatah original e de outros grupos membros da Organização para a Libertação da Palestina (OLP), que pretendiam “limpar” os extremistas do campo de refugiados palestinos de Ain Al Helue. Sofrendo pressões da OLP e com dificuldades para se esconder do exército libanês, que perseguia os jihadistas acampados próximos aos 12 mil soldados da Finul (Força Interina das Nações Unidas no Líbano), o Fatah Al Islam decidiu refugiar-se no norte, uma zona majoritariamente sunita e, portanto, considerada amiga.

Vários encontros prepararam o terreno dessa migração, não somente com os salafistas locais, mas também com os deputados partidários da Corrente do Futuro, de Saad Hariri, preocupados com a influência do Hezbollah. Chaker Al Abssi, chefe do Fatah Al Islam, reuniu-se com um deputado sunita de Trípoli, que manifestou seus temores de ver o Hezbollah xiita atacar os sunitas [3]. Abssi respondeu que “não permitiria que ninguém prejudicasse os sunitas”, mas também não entraria em conflito com uma força que combate Israel.

Dessa forma, o Fatah Al Islam instalou-se em Nahr Al Bared, onde publicou seu primeiro comunicado, em 27 de novembro de 2006. O campo imediatamente serviu de abrigo para os combatentes ligados à Al Qaeda que entravam e saíam do Líbano, tanto pelos pontos oficiais da fronteira como pelos clandestinos. Alguns deles, depois da passagem por Nahr Al Bared, dispersaram-se para criar suas próprias redes, em zonas de forte densidade sunita. Esses novos integrantes são originários do mundo árabe, mas também da Rússia, da Tchetchenia e da Turquia, entre outros.

No final de 2006, o saudita Ahmed Tuwaijiry, dirigente da Al Qaeda, chegou ao Líbano para se encontrar com a cúpula do Fatah Al Islam e de outros grupos salafistas. As reuniões foram proveitosas e o financiamento dos libaneses cresceu com as doações que chegavam da Arábia Saudita e do Kuait, tanto públicas quanto privadas. Muitos empresários ricos queriam contribuir com a jihad.

Ao mesmo tempo, as associações salafistas tentavam reunir forças para enfrentar a “ameaça xiita” que surgiu com o agravamento da crise política no Líbano e os combates pontuais entre sunitas e xiitas. Os membros locais da Al Qaeda avaliaram que o contexto era favorável para se aproximarem da Corrente do Futuro, aproveitando-se do desejo desta em formar um braço armado, contraponto ao Hezbollah xiita. Apesar de ter consciência dos riscos que correria por manter relações com grupos fundamentalistas, a Corrente do Futuro optou por essa estratégia. A Al Qaeda, por sua vez, provou seu pragmatismo ao explorar a ocasião para conseguir dinheiro para o recrutamento de dezenas de combatentes, organização de sessões de treino no campo de refugiados de Ain Al Helue e formação de espiões para missões nas embaixadas dos países ocidentais e do Golfo.
Em maio de 2007, começa o combate entre exército libanês e o Fatah Al Islam. O grupo foge, após 100 dias de luta e dezenas de mortes. Mas não está liquidado

A Síria preferiu fechar os olhos a essas atividades, deixando seus adversários, da Corrente do Futuro aos jihadistas, pagarem o preço de próprias escolhas. Em contrapartida, ela apertou os torniquetes internos e se livrou de um bom número desses militantes, que optaram pelo refúgio no Líbano. Durante o primeiro semestre de 2007, cerca de vinte grupos ligados à Al Qaeda foram acionados para acompanhar a entrada desses combatentes no país, escoltar dirigentes e organizar a partida de grupos de divulgação na Europa (França, Reino Unido, Países Baixos, Alemanha). O armamento era garantido pelo tráfico via Síria. Assim, em colaboração com o Fatah Al Islam, a Al Qaeda teceu uma vasta rede que não seria desmontada com qualquer vendaval.

O primeiro grande confronto aconteceu na madrugada de 20 de maio de 2007, quando a seção de informação ligada às Forças de Segurança Interna decidiu fazer uma incursão contra o grupo da Al Qaeda em Trípoli. Os homens procurados também eram caçados pelos sauditas por garantirem um apoio técnico aos mudjahidin do Iraque. Eles atuavam sob a proteção do Fatah Al Islam. Rapidamente os combates se estenderam ao campo de refugiados de Nahr Al Bared.

O enfrentamento durou 106 dias, com um saldo de 170 soldados assassinados, além de 47 civis palestinos e 200 combatentes do Fatah Al Islam. Enquanto mais de 150 membros e responsáveis da organização conseguiam fugir, 40 combatentes encontraram a morte enquanto davam retaguarda aos companheiros. A maioria acabou executada com uma bala na nuca ou na cabeça. O exército ocupou o campo de refugiados quando ele já estava vazio e impediu a entrada de todas as missões civis e humanitárias. Nem seus arredores puderam ser fotografados. Os tanques destruíram as construções, escamoteando os vestígios de combate.

Em junho, um mês após o início do conflito, os serviços de segurança libaneses descobriram que o líder Chahine Chahine era, na verdade, Saad, filho do fundador da Al Qaeda. Ele tinha se infiltrado no campo de refugiados alguns dias depois do começo dos enfrentamentos e conquistou a simpatia dos combatentes. O filho de Bin Laden, um dos responsáveis mais ativos da seção de operações da Al Qaeda, começou a colocar em funcionamento células e bases em todo o território.

Apesar dessa derrota militar, os grupos ligados à Al Qaeda não reduziram suas atividades no Líbano. A organização está presente no campo de refugiados palestinos de Ain Al Helue, assim como nas zonas sunitas de Bekaa e em alguns bairros pobres de Beirute. Quando encontrei Chahine Chahine, ou Saad bin Laden, ele me perguntou: “Você acredita realmente que nós somos só 500 combatentes cercados em Nahr Al Bared ?”. Os assassinatos de personalidades políticas e os atentados em Beirute e contra as forças da Finul, assim como as informações conseguidas depois da prisão de mais de 200 membros do movimento salafista-jihadista, confirmam a resposta óbvia: eles não estavam sozinhos e tampouco abandonados.
A Al-Qaeda hesita sobre o Líbano. Rota de passagem para a Europa, e centro de desenvolvimento tecnológico? Ou novo campo de combate contra os EUA?

Mas a organização, como me explicou Chahine Chahine, não viu com bons olhos seu mergulho em um enfrentamento fechado, no interior de um campo de refugiados. O ataque reduziu a margem de manobra da Al Qaeda e deu oportunidade ao exército realizar centenas de perseguições e prisões.

Com a persistência da crise política libanesa e a tendência crescente de todas as facções locais se armarem, a Al Qaeda passou a ter como alternativa esconder-se atrás da Corrente do Futuro, que hoje se dedica a arrolar combatentes sob pretexto de contratações para empresas privadas de segurança. Por este vínculo, a organização já alistou 2400 milicianos e pretende conclamar outros 14 mil, só no norte do Líbano. Por outro lado, os combates de Nahr Al Bared prejudicaram a aliança da Al Qaeda com parte da elite sunita libanesa, que considerou o preço dessa parceria alto demais.

Cansados de um conflito local sem horizonte político, milhares de jovens sunitas olham com inveja os xiitas, que conseguiram monopolizar o esforço de resistência contra Israel. Os atentados da Al Qaeda no Ocidente e suas vitórias no Iraque, mesmo que limitadas, também lhes agradam. Uma nova geração freqüenta as mesquitas, onde é mobilizada pelo pensamento salafista-jihadista, em um contexto de descrédito da estrutura oficial da comunidade sunita, vista por muitos como corrupta. A isto se acrescentam o sentimento de injustiça e a ausência de qualquer perspectiva de solução do conflito com Israel. A Al Qaeda aparece como uma resposta a toda essa descrença. Enquanto o governo e as forças sunitas oficiais aparecem como aliados de Washington, ela consegue atuar, ao mesmo tempo, sobre o medo do xiismo e do Hezbollah, a convicção dos sunitas de que eles são marginalizados e o sentimento anti-norte-americano.

Considerada por alguns um o caminho exemplar a ser seguido, a organização de Bin Laden – não necessariamente todos os grupos que dizem fazer parte dela – parece interessada no Líbano como base de operações, campo de treinamento e de formação, além de ponto seguro de passagem de seus combatentes rumo ao Iraque e à Europa. O país é prioritariamente um terreno de inovação técnica, onde a Al Qaeda pode trabalhar no desenvolvimento de novos instrumentos de combate, como pequenos aviões telecomandados e outros aparelhos explosivos, capazes de escapar do fogo dos blindados norte-americanos no Iraque. Trabalham ainda com programas de informática, que permitem aos responsáveis mundiais da Al Qaeda comunicarem-se e coordenarem suas atividades pela internet, sem serem interceptados pelos serviços locais de informação, nem mesmo pela National Security Agency (NSA) dos Estados Unidos. Nesse contexto, como explicava Chahine Chahine, a Al Qaeda não tem interesse em se envolver nas questões internas libanesas. Mas será que os grupos locais que declaram pertencer à Al Qaeda aceitarão manter-se afastados da cena libanesa? Qualquer que seja a resposta a essa pergunta, uma coisa é certa: o futuro da Al Qaeda no Líbano está garantido.


[1] Os salafistas são muçulmanos radicais. Apesar de conservadores, eles aplicam o ijtihad (esforço de reflexão e interpretação dos textos), reconhecem o valor das ciências e da tecnologia, são socialmente ativos e querem islamizar a sociedade.

[2] Trata-se de um grupo sufi, fundado por Abdullah Al Harari, um etíope – de onde o codinome Ahbach (etíope, em árabe). Esse grupo foi instrumentalizado em diferentes momentos pelos serviços sírios de informação.

[3] O deputado confirmou esse encontro em uma entrevista na televisão. Afirmou que os serviços de segurança libaneses tinham ajudado a organização radical Jund Al Cham a garantir sua transferência do campo de refugiados de Ain Al Helue para o sul, rumo a Nahr Al Bared, para se reunir ali ao Fatah Al Islam. Tudo sob a capa de ação “humanitária”.




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Re: Líbano

#4 Mensagem por Tigershark » Qui Mai 08, 2008 11:41 am

08/05/2008 - 10h52 - Atualizado em 08/05/2008 - 10h59

Hezbollah diz que decisões do governo libanês são 'declaração de guerra'
O clima na capital do Líbano permanece tenso.
O aeroporto internacional de Beirute foi fechado por um protesto organizado pelo grupo.
Do G1, com agências

O chefe do grupo Hezbollah, Hassan Nasralá, declarou nesta quinta-feira (8) que as decisões tomadas pelo governo libanês contra a formação xiita - que montou sua própria rede de telecomunicações e instalou câmeras no aeroporto de Beirute - são uma "declaração de guerra", informou a agência de notícias "France Presse".



Na manhã desta quinta-feira (8), o aeroporto internacional de Beirute estava fechado por um protesto contra o governo organizado pelo grupo.


"Todos os vôos foram cancelados de meia-noite ao meio-dia. Então veremos o que acontecerá", disse um diretor do aeroporto que pediu anonimato.

Na quarta-feira, uma greve geral no Líbano por reivindicações salariais provocou confrontos entre os partidários do governo e a oposição.



O conflito bloqueou várias avenidas da capital do país.

Vários vôos foram cancelados na quarta-feira e muitos passageiros ficaram retidos no aeroporto.




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Re: Líbano

#5 Mensagem por Tigershark » Qui Mai 08, 2008 1:39 pm

08/05/2008 - 13h10 - Atualizado em 08/05/2008 - 13h15

Beirute registra violentos combates após discurso do líder do Hezbollah
Da France Presse

BEIRUTE, 8 Mai 2008 (AFP) - Vários combates violentos foram registrados nesta quinta-feira em Beirute entre partidários do governo e da oposição, pouco depois de um discurso do líder do Hezbollah libanês, Hassan Nasrallah, declarou à AFP uma fonte da área de segurança.



Os combates, em que foram utilizados foguetes do tipo RPG e armas automáticas, ocorreram nos bairros de Corniche Al Mazraa, Basta, Nuairi e Ras El Nabeh. Todos eles são bairros mistos, em que co-habitam sunitas e xiitas.



"No momento, não há vítimas", declarou a mesma fonte.



O chefe do Hezbollah, Hassan Nasralah, declarou que as decisões tomadas pelo governo libanês contra a formação xiita foram uma "declaração de guerra" e alertou que a crise no país não se resolverá se o governo não aceitar dialogar.



"Estas decisões são uma declaração de guerra, é o princípio de uma guerra lançada pelo governo (...) para beneficiar os Estados Unidos e Israel", insistiu Nasrallah durante uma videoconferência de imprensa em Beirute, no sul do país, onde a maioria é xiita.



Segundo Nasrallah, a crise libanesa que dura desde novembro de 2006 entrou "em uma nova fase após as decisões perigosas" tomadas na terça-feira pelo governo.



As autoridades libanesas decidiram investigar uma rede de telecomunicações que teria sido instalada pelo Hezbollah no país e destituíram o chefe da segurança do aeroporto de Beirute, por ser ligado ao movimento xiita.



"Nossa reposta a esta declaração de guerra é nosso direito de defesa, para defender nossa resistência, nossas armas e nossa existência", afirmou Nasrallah.



O Hezbollah não descartou utilizar as armas para "defender a resistência" no interior do país.




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Re: Líbano

#6 Mensagem por Tigershark » Sex Mai 09, 2008 9:02 am

09/05/2008 - 07h40 - Atualizado em 09/05/2008 - 07h45

Soldados do Hezbollah impõem controle sobre Beirute
Da Reuters
Por Tom Perry



BEIRUTE (Reuters) - O grupo libanês Hezbollah, apoiado pelo Irã, tomou o controle da parte muçulmana de Beirute na sexta-feira, o que representa um grande prejuízo para o governo apoiado pelos Estados Unidos.



Fonte ligadas às forças de segurança disseram que pelo menos 11 pessoas foram mortas e 30 ficaram feridas nos três dias de batalhas entre atiradores a favor do governo e militantes leais ao Hezbollah, movimento político xiita que tem um poderoso exército de guerrilha.



Os combates, que são os piores desde a guerra civil (1975-90), começaram nesta semana quando o governo tomou decisões contra o sistema de comunicações militares do Hezbollah. O grupo disse que o governo declarou guerra.



Em cenas que lembram os piores dias da guerra civil, homens armados com rifles rondavam as ruas em meio aos carros destruídos e prédios em chamas.



O som de tiros e granadas explodindo ecoam pela cidade, que ainda está sendo reconstruída depois da guerra civil.



Entre as vítimas, estavam uma mulher e seu filho de 30 anos, mortos enquanto tentavam fugir de Ras al-Nabae --um distrito misto de xiitas e sunitas, cena de alguns dos piores conflitos.



"Eles tentavam escapar para as montanhas... Chegaram ao hospital mortos", disse um parente das vítimas, que se recusaram a informar os nomes das vítimas por questões de segurança.



A Arábia Saudita, forte apoiadora da coalizão governista, pediu uma reunião de emergência entre os ministros árabes de Relações Exteriores, segundo a televisão Al Arabiya.



Um líder pró-governo pediu diálogo.



"O partido, apesar de seu poder militar, não pode anular o outro", disse Walid Jumblatt, líder da minoria drusa, vinculada ao cristianismo, ao canal LBC. "Só o diálogo já traz resultados. Fugir do diálogo não é útil."



O Hezbollah tomou o controle de sedes de empresas de mídia de propriedade de Saad al-Hariri, líder da coalizão do governo e mais importante político libanês. Suas redes de rádio e TV saíram do ar.



O grupo, que também tem o apoio da Síria, está tomando os gabinetes de facções governistas, na metade muçulmana da cidade. Eles também tentam controlar os gabinetes do Exército --que tenta ser neutro em relação à crise.



Um fonte ligada à segurança disse que o Hezbollah e seus aliados controlaram toda a metade muçulmana de Beirute depois que seus oponentes entregaram as armas.




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Re: Líbano

#7 Mensagem por Strider » Sex Mai 09, 2008 9:41 am

Vocês acham que Síria vai intervir militarmente?




"Uma nação que confia em seus direitos, em vez de confiar em seus soldados, engana-se a si mesma e prepara sua própria queda."

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Re: Líbano

#8 Mensagem por Tigershark » Sex Mai 09, 2008 9:47 am

Na minha opinião não diretamente,ela já está fazendo esta intervenção através do Hezzbolah.Enquanto eles estiverem agindo de acordo aos interesses sírios não vamos ver as tropas de Damasco no Líbano novamente.




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Re: Líbano

#9 Mensagem por EDSON » Sex Mai 09, 2008 12:44 pm

O Libano é:

A Terra dos fracassos , terra de sofrimento, terra de ódio, terra de sangue, terra da intolerânica, basta... eu quero dizer que é uma terra onde nunca se ouviu falar de paz.

Deus tenha piedade, o sofrimento e as dores só estão começando.




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Re: Líbano

#10 Mensagem por delmar » Sex Mai 09, 2008 9:14 pm

Li, em algum lugar, que no Brasil há mais libaneses (e descendentes) que no Libano. Se continuar assim por lá o restante dos cristão libaneses vão acabar vindo também. É um pessoal que adapta-se rápido ao Brasil.

saudações




Todas coisas que nós ouvimos são uma opinião, não um fato. Todas coisas que nós vemos são uma perspectiva, não a verdade. by Marco Aurélio, imperador romano.
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Re: Líbano

#11 Mensagem por Tigershark » Sex Mai 09, 2008 9:22 pm

Sem dúvida,tenho alguns amigos libaneses,que já residem aqui há algum tempo,e são gente muito boa.




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Re: Líbano

#12 Mensagem por Bolovo » Sex Mai 09, 2008 11:37 pm

Tigershark escreveu:Sem dúvida,tenho alguns amigos libaneses,que já residem aqui há algum tempo,e são gente muito boa.
Tem um amigo meu da USP que é descendente, ele é gente boa pacas. :mrgreen:

Libano é um país que me atraí, gosto de sua cultura e seu povo, tomara que eles tenham um futuro decente pela frente, porque nos ultimas decadas só tem vindo desgraça. O Hezbollah é uma delas.




"Eu detestaria estar no lugar de quem me venceu."
Darcy Ribeiro (1922 - 1997)
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Re: Líbano

#13 Mensagem por Tigershark » Seg Mai 12, 2008 9:56 am

O Globo

Assunto: O Mundo
Título: 1d Hezbollah impõe seu peso à balança
Data: 12/05/2008
Crédito: Tom Perry

Tom Perry
BEIRUTE. Ao tomar a capital do Líbano, ainda que por pouco tempo, o Hezbollah mostrou que está preparado para usar a força contra o governo de coalizão e que pode fazer ainda mais para que a contenda sobre o poder no país chegue ao fim sob seus termos.

A resistência do governo de coalizão à pressão dependerá imensamente do apoio de aliados externos, entre eles os Estados Unidos e a Arábia Saudita. A nenhum dos dois países interessa que os patrocinadores do Hezbollah no Irã e na Síria ganhem ainda mais influência no Líbano.

Mas a tomada de Beirute pelo Hezbollah mostrou que restam poucas opções para o governo do primeiro-ministro Fuad Siniora e para os políticos que o apóiam. Seus seguidores armados foram derrotados na capital.

O movimento do Hezbollah em Beirute forçou o governo a voltar atrás em decisões que tinham como alvo o grupo e que acabaram por deflagrar a violência, entre elas medidas contra a rede de comunicação vital para os braços militar e de segurança do grupo.

O líder do Hezbollah, Hassan Nasrallah, classificou a decisão do governo de "declaração de guerra" e afirmou que o grupo usará suas armas contra qualquer um que tente desarmá-lo, numa mudança significativa de discurso. Até então, Nasrallah dizia que o arsenal seria usado somente contra Israel. O comunicado reescreveu as regras da luta pelo poder entre a oposição liderada pelo Hezbollah e o governo de coalizão. Para o analista político Suleiman Taqieddin, o grupo pode deflagrar ações militares em outras áreas se suas demandas políticas não forem aceitas.

A tomada de Beirute foi o ápice de 18 meses de campanha contra o governo, cuja legitimidade é questionada pela oposição. Apoiado por países do Ocidente e por Estados árabes, o governo se recusou a atender à demanda dos opositores de terem direito ao poder de veto no Gabinete.

O Hezbollah e seus aliados, alguns deles apoiados por Damasco, lutam por mais representatividade num Gabinete que segue uma agenda anti-Síria desde que esse país foi forçado a retirar suas tropas do Líbano há três anos.

Siniora afirmou que o Estado não cairá nas mãos do Hezbollah, mas, para alguns analistas, novas crises estariam por vir.




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Re: Líbano

#14 Mensagem por EDSON » Seg Mai 12, 2008 10:26 am

A verdade é que os árabes se sentem humilhados pelo dezempenho do Hezbollah. Conhecidos como os campeões do Islã.




Editado pela última vez por EDSON em Seg Mai 12, 2008 1:07 pm, em um total de 1 vez.
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Re: Líbano

#15 Mensagem por Tigershark » Seg Mai 12, 2008 10:29 am

Não é difícil ocupar uma faixa de terra em um país fragmentado por anos de guerra e por divisões sociais e religiosas,ainda mais com apoio e intervenção explícita da Síria.Acho que Israel deve se preocupar com esta situação,porque é claro que o Exército Libanês não tem condições de fazer frente ao Hezbolah.Podemos ter um novo estado xiita de fato e de direito em breve por lá.




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